Era uma manhã de segunda chuvosa quando o despertador do meu celular tocou. Olhei as horas, eram 5:50, precisava levantar para me arrumar, para ir para a escola. Levantei, tomei um banho, escovei meus dentes e me troquei. Quando desci para a cozinha meu pai já estava fazendo o café a manhã como sempre.
-Bom dia! - disse ele.
-Olá! - respondi sonolento.
-Filho, terei que viajar hoje a noite. - meu me olho esperando uma aprovação ou algo do tipo.
- Pra onde te mandaram dessa vez? - Perguntei. Meu pai viajava muito a serviço, então aquilo já era de costume.
-Espanha! -respondeu ele, colocando os ovos mexidos na mesa.
-Espanha? Nunca te mandaram pra lá. Qual é o assunto dessa vez? -perguntei surpreso.
-O mesmo de sempre. - Respondeu com naturalidade, parecendo já esperar pela pergunta - Querem investimentos e querem abrir uma filial por lá também.
-Tudo bem. - respondi dando de ombros. - Quando você volta?
- Daqui dois meses.
- Pai isso é muito tempo.
-Relaxe você sabe se virar sozinho. E não é mais tempo do que quando fui para a Suíça.
-Espero uma bela recompensa nas férias. - disse enquanto pegava um pão e colocava os ovos para comer.
-E o que você espera? - ele perguntou enquanto eu colocava meu suco.
-Uma semana na disney seria o suficiente.
-Combinado.
Terminei de tomar café da manhã e fiquei esperando meu pai enquanto mexia no celular, a carol já havia me mandado uma mensagem - Carol era minha melhor amiga, poderia falar para ela qualquer coisa, qualquer segredo, inclusive o fato de eu ser bi.
-Você vai me buscar na escola hoje? - perguntei ao meu pai.
-Irei. Meu vôo é só de noite. Vamos? Se não iremos nos atrasar?
-vamos. Preciso buscar meu boné e já estarei pronto. Me espere na garagem. Ja volto.
Subi correndo para o meu quarto, peguei meu boné azul, coloquei na cabeça e deu uma última olhada no espelho. Além do boné eu estava com uma calça jeans, tênis nike branco e camiseta branca básica.
-sou muito gato e estiloso. - disse para o meu reflexo enquanto mexia na minha corrente.
-vamos filho. - berrou meu pai lá debaixo.
Sai correndo para a garagem.
-você deveria fazer topete qualquer dia - sugeriu ele.
-sabe que não tenho paciência para arrumar meu cabelo, boné é mais fácil e me deixa mais bonito -respondi - além disso o mundo diz que os louros são padrão de beleza e meu cabelo é castanho escuro.
Meu pai deu uma breve risada e seguiu o caminho de sempre. Ele era roqueiro então como sempre ligou o rádio para escutar AC/DC.
-sua mãe amava essa música - Comentou.
Eu apenas assenti me lembrando dela. - Minha mãe havia morrido há dois anos com um acidente de carro. Acordei do devaneio com meu pai me cutucando.
-chegamos filho!
-ah, obrigado, até mais tarde. - disse enquanto saia do carro.
Assim que desci a carol já estava do meu lado.
-tenho duas coisas pra lhe dizer.
-quais carol?
-primeiro, fiquei sabendo que a sabrina está louca para transar com você - sabrina era a ficante que eu estava pegando sem maiores compromissos. Uma das meninas mais bonitas e sexys da escola.
-Isso é só por que eu faço academia e tenho um corpo bonito. -respondi dando de ombros.
-você deveria aproveitar. - disse ela desanimada.
-meu pai vai viajar hoje a noite. Posso pensar no assunto. Você deveria arrumar alguém também.
-Caio já é o bastante para mim. - Caio era um moço de quase vinte anos que saia com a Carol só para poder transar com ela. O que ela gostava de ser usada.
-qual a segunda coisa a me dizer.
-tem aluno novo na área mas não é da nossa sala.
Após um dia inteiro de aula, na saida ouvi um grupo de meninas conversando.
-você viu o justin? O aluno novo? - disse uma.
-vi um gato. Disseram que o nome dele era alan. -disse outra.
-ele é da minha sala, o nome dele é Bruno, sentou na minha frente. Olha lá ele saindo.
Olhei para a porta da escola. Um garoto louro, cabelo jogado de lado, com um boné cinza na cabeça, estava de calça jeans, tênis preto e camiseta branca. O menino mais lindo que já vi na vida.
-fiquei sabendo que está sozinho em casa hoje Roberto - disse sabrina se aproximando de mim e me dando um selinho.
-estou, quer dormir lá em casa? -perguntei.
-claro, chego as oito.
Quando olhei novamente para a porta o Bruno já tinha ido embora.