A festa entrou a noite sem diminuir a animação. Eu já estava meio tonta com o tanto de bebidas que me deram pra experimentar, fora que nunca deixavam meu copo esvaziar. Então dei um tempo na bebida, porque não gosto de ficar muito bêbada, e fui procurar Maria, que tinha sumido há um tempo.
- Tah! - alguém me chamou quando entrei na cozinha. Me virei e era Vanessa.
- Que é?! - respondi.
-Maria está te procurando. Ela tá no banheiro, ela se sentiu tonta e foi pra lá mas não quer que eu fique com ela.
Eu pensei em dar um fora nela mas, naquela hora, não merecia, já que estava ajudando.
- Ok, obrigada.
Ela - E, tah, posso falar uma coisa com vc rapidinho?
Eu - Não!
Ela - Por favor! Olha, eu sei que errei mas foi para o bem dela.
Eu - Como que é?!? Dar pra namorada da prima tem lado bom onde?!
Ela - Eu to tentando falar isso pra Maria mas ela não quer mais me escutar. Eu fiz isso pra afastar ela da Roberta porque ela não presta e não queria mais ouvir piadinhas da Maria por ela ser enganada por ela. Eu e Maria sempre fomos muito chegadas e odiava ver Roberta enganando ela assim, principalmente, com ela doente. Então, já que Maria não estava escutando ninguém, eu armei isso pra ela se afastar de Roberta. - Eu estava tentando entender aquilo tudo ainda. Pra mim, aquilo estava meio sem pé nem cabeça.
Eu - Explica isso ai direito e rápido!
Ela - Não posso negar que sempre tive uma queda por Roberta, assim como várias outras garotas, mas não fiz nada porque Maria me falou que estava gostando dela e porque eu ainda não tinha contado pra ela que estava gostando de meninas. Como tempo, vi que não ia dar certo e Roberta começou a galinhar de novo, então pra evitar que Maria sofresse com as fofocas quando chegasse, decidir armar isso. Dei em cima da Roberta ate ela ceder e ficar comigo, mas marquei para o dia da chegada dela porque Maria tinha me contado que chegaria de surpresa. Isso foi ruim pra mim mas só queria que ela visse a realidade , mesmo que ela se afastasse de mim. Eu tenho como provar que eu armei isso tudo, mas ela não quer mais olhar na minha cara. - Mesmo eu não querendo admitir, aquilo fazia sentido, mas mesmo assim eu teria que checar essa história direito.
Eu - Olha, isso tá tudo muito maluco. Deixa Maria quieta e depois eu falo com vc, tá? Não, Não! Fala com a Camile explica isso tudo e vê se vcs se entendem. Depois a gente conversa.
Não esperei ela responder e sai. Fui até o banheiro, bati na porta e falei que era eu, abri e Maria estava sentada no chão.
Eu - Oh amor, por que vc não me ligou pra eu vir pra cá?
Ela - Achei que fosse passar rápido.
Eu - Não interessa o que vc acha, vc tem que avisar a alguém. - o mesmo momento que falei isso me arrependi. Eu estava descontando nela só porque estava de cabeça quente por algo que nem sabia direito se era verdade.
Ela ficou me olhando sem acreditar que eu tinha falado daquele jeito com ela. Eu sou bem direita, e grossa as vezes, mas com ela eu sempre tentava falar com jeitinho.
Eu - Desculpa. Perdão..eu..
Ela - Aconteceu alguma coisa? - Acho que ela notou que eu estava estranha.
Eu - Não. Só esbarrei com a Vanessa. - Não iria contar a doideira que tinha escutado até ver se era mesmo verdade. - Vem, vamos para o quarto.
Levei ela para o quarto, ela foi tomar um banho e eu fui avisar a mãe dela que Maria estava cansada e foi se deitar por isso o sumiço. Leona foi ver como ela estava e depois voltou para a festa, que, sinceramente, já eram mais de meia noite mas acho que estava longe de acabar.
Peguei mais um punhado de coisas para comer e subi. Quando cheguei na porta do quarto, escutei um violino sendo tocado. Era tão suave, tão pleno que fazia vc se sentir leve. Entrei no quarto devagar e encontro ela no mesmo cantinho que nos declaramos. Ela adorava aquele canto, não sei por quê.
- Quando estou mal, tanto fisicamente quanto mentalmente, eu gosto de tocar. Parece que me limpa de tudo que está me fazendo mal ou pesando aqui dentro.
Não respondi, não continuei para uma conversa. Não queria atrapalhar ela tocando. Eu estava tão em transe, perdida nos pensamentos e no amor que eu tinha por ela, que mal notei quando ela terminou e estava no meu colo me olhando.
Ela - Depois de toda tempestade que foi minha vida nesses últimos meses, vc foi a melhor coisa que já me aconteceu.
Eu não sabia o que dizer, então apenas a beijei com toda a ternura e amor que eu conseguisse transmitir naquele beijo.
- Dorme aqui comigo hoje.
Eu - Mas eu já vou dormir aqui mesmo.
- Não, aqui. - Batendo na cama. Comecei a pensar várias coisas... - mas se tiver muita mão boba, eu te jogo no chão. - Deixei de pensar
- ok kkkk.
Ficamos mais um tempo conversando. Câncer, música, violino, vó Sol, choro, beijos e sono foi o resumo da conversa. Ela dormiu primeiro que eu, então fiquei velando o sono dela até o meu deixar de besteira e vir me abençoar. Finalmente cai no sono, pensando sobre o que Vanessa havia contato. Eu não sabia se eu queria que aquilo fosse verdade, mas se fosse, talvez pra Maria aquilo fosse mais um motivo de alegria e gratidão por ela ver que tem mais gente que ama ela e faria tudo pra vê-la bemBoa noite, moças e moços lindos de plantão. Tô voltando aos poucos, depois dessa sessão de festas de fim de ano. Tenho visto que a casa está com autoras novas e muito boas por sinal. Quero agradecer aos que sempre estão nos comentários, só não vou citar nomes porque sei que vou esquecer, mas mesmo assim agradeço a atenção de vcs. Desculpem os erros, porque sempre tem, né kkkkk então um bjs e até ;)