Prelúdio - Capítulo X

Um conto erótico de Charles
Categoria: Homossexual
Contém 890 palavras
Data: 09/01/2015 14:27:46
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

“O sol irá voltar amanhã...”

Capítulo X – O fantasma do ciúme

Esta face do Miguel eu não conhecia. Ele sempre foi tão companheiro e amigo. Ele estava descompensado pela minha negativa. As coisas esse ano estavam diferentes das de todos os anos anteriores. Liguei para o Anderson aquela noite, conversamos bastante, ele não tocara no assunto “Sabrina” e eu achei melhor assim. Fiquei na dúvida se o informava do ocorrido com o Miguel, achei melhor guardar isso para mim e ver o que acontecia.

Pela manhã segui para o Curso. Sabrina pediu que eu aparecesse na sua casa às 17h daquele mesmo dia, com o intuito de findarmos o Trabalho do dia anterior. O Anderson, como sempre muito cuidadoso, pediu que eu tivesse cautela com a ‘patricinha’, pois ela poderia tentar algo. O informei que não se preocupasse, pois a situação estava sob o meu total controle. Naquele dia tudo ocorreu normalmente, até a saída. Despedimo-nos dos nossos colegas e, eu e o Anderson, seguimos para o estacionamento. No caminho para àquele local me assustei com o que vi, Miguel estava conversando com uma moça muito bonita.

- Olha lá! Aquele é seu amigo, o Miguel? – disse o Anderson.

- Sim. Só não sei o que ele está fazendo aqui. – meu coração acelerou. Aquilo não me cheirava bem.

- Deve ser alguma gatinha que ele tá pegando. – Anderson falou isso como uma piada. Só que eu não estava com ânimo para sorrir.

- Tomara... – disse-o apreensivo.

- Relaxa... – parece até que viu um fantasma. Falou isso novamente sorrindo.

Continuei caminhando e observando o Miguel e a garota com a qual ele conversava. Estaria ele tramando alguma coisa? Ele não cursava nada na Universidade. Eu esperava realmente que ele não tentasse nada, e que aquela garota com a qual ele conversava fosse apenas uma das ‘peguetes’ dele.

Despedi-me do Anderson e rumei para minha casa. Fiz meu almoço, liguei para Dona Teresinha, arrumei a casa, e logo já era o momento de eu encarar Sabrina na sua casa. Não via problema, mas tinha de tomar cuidado. Ela estava claramente interessada em mim. Mas não havia recíproca. Eu já tinha paquerado algumas garotas durante a adolescência, nunca cheguei a namorar, ou ter algo mais febril com nenhuma. O que eu sentia por Sabrina era apenas um sentimento amigo, apesar de ser uma garota atraente. Liguei para ela, e fui para o endereço que ela me indicou, o qual curiosamente era bem próximo da Universidade, mais ou menos, uma rua antes.

Chegando àquela Rua, a mesma que os cães bestiais me perseguiram uns dias atrás. Chamei o interfone do Nº 998, observando a placa no portão: “Cuidado cão feroz”.

- Oi. Eu estudo com a Sabrina no Curso de Administração... – fui interrompido.

- Ah! Sabia que era você. Estou indo aí.

- Ok!

Poucos segundos depois o portão auxiliar se abre, e logo atrás dele surge Sabrina, perfeita e angelical. Um ser capaz de fazer qualquer homem perder o controle.

- Oi bebê! Entre! – disse ela com um lindo sorriso, chegando próximo à mim para um abraço.

- Sabrina... Você tá linda. – As palavras saíram espontaneamente. Realmente ela estava perfeita. Com um short jeans azul, uma blusa rósea clara, acessórios simples que davam características paradisíacas. Entrei.

- Obrigado... – ela corou. – Vamos entrar na casa.

Coloquei minha moto para dentro de sua casa. E pude observar “que casa era aquela?” Quase uma mansão. Os pais dela eram profissionais da área jurídica muito bem sucedidos. Era uma casa de dois pisos, com uma enorme varanda, área de lazer. Entramos e seguimos para o quarto dela, quarto de princesa, muito bem organizado, cheio de ursinhos de pelúcia e detalhes róseos. Começamos a fazer o trabalho numa escrivaninha, sentados em uns pufes. Sabrina estava mais simpática do que nunca. Conversamos mais do que trabalhamos, mas conseguimos terminar o trabalho.

- Enfim terminamos. – disse sorrindo para ela, e me levantando para sair.

- Onde você pensa que vai? – disse ela sorrindo.

- Vou para casa... – disse retribuindo o sorriso.

- Nada disso! - falou sorrindo, e eu fiquei espantado – Eu pedi para uma moça que trabalha aqui em casa fazer um lanche para gente. Então, eu espero que goste, pois é o meu favorito.

Apesar de tudo, eu estava gostando bastante. Ela era uma boa amiga, e sabia agradar as pessoas. As intenções dela poderiam ser de ter uma maior intimidade comigo, porém eu estava no controle.

O lanche chegou, e realmente estava perfeito, não sei o que era ao certo, mas ela disse que eram uns bolinhos que a avó dela sempre fazia quando a visitava. Era uma delícia. Terminamos o lanche, eu me despedi dela, dentre os insistentes pedidos dela, para que eu esperasse a chegada dos seu pais para me apresentar a eles, eu tive que ir. Dei um abraço nela e me despedi falando que nos veríamos amanhã na Universidade.

Cheguei em casa eram quase 21h. Mal entrei para casa e a campainha tocou, e adivinhem que era? O Miguel. Qual vi seu rosto, fiz uma cara nada animadora para ele, que respondeu de uma maneira surpreendente.

- Boa noite! Olha aqui, Charles. Não adianta você fazer essa cara, eu não vou desistir da nossa amizade, então, abre a porra desse portão, pois precisamos conversar! - minha expressão, mudou de uma repreensão, para um leve espante, não tão leve. Abri o portão advertindo-o.

- Vou abrir, mas, por favor, se comporte, Miguel.

Continua...

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