Quando peguei o aparelho pra poder atender, cessou de chamar... Sete chamadas, pelo menos era isso que minha verificação detectou, todas do meu amigo/namorado Alberto, o Mancha. Liguei de volta imediatamente...
_ Onde você tá, Gustavo?
_ Bem, nesse exato momento em cima da minha cama que fica dentro do meu quarto.
_ Poxa vida Gustavo, pedi pra você me ligar durante o dia e nada de você nem ligar e muito menos atender as minhas chamadas.
_ Tô acabando de acordar, você esqueceu que horas me deixou aqui embaixo ontem? E depois ainda falei com amigos o resto da madrugada...
_ Desculpa cara, é que tô cheio de saudade de você.
_ E você é sempre tão carente assim, Mancha?
_ Não era até ter você nos braços... Saudade cara, é coisa séria...Tô aqui no clube que frequento desde pequeno com toda a família... Almoçaremos juntos. Você que vir se juntar a nós? Por isso que tava louco pra falar com você e poder fazer o convite.
_ Você não acha que é cedo demais pra isso?
_ Já vi que você não quer... Notei uma leve decepção em sua voz.
_ Não é isso meu querido, só que prefiro andar, antes de correr com você pela vida, entende?
_ Tudo bem então, não vou deixar você sair da minha vida mesmo... Sei que a resposta é não mas vou perguntar mesmo assim, sentiu minha falta?
_ Antes eu tava dormindo, agora vou sentir. Antes de dormir, pensei em você e em nossos beijos até adormecer... E demorei muito a dormir.
Rapidamente sua voz voltou a sorrir, se é que isso é possível... E falamos por mais dez minutos. Não iria ao almoço com sua família, mas com certeza jantaríamos logo mais.
Após acordar definitivamente e voltar do banheiro onde tomei banho e me preparei pra enfrentar o dia, saí do quarto e dei de cara com Mazé na cozinha já trazendo minha xícara de café preto e sem açúcar...
_ Olá meu menino, dormiu bem?
_ Dormi sim Mazé... Mamãe já entrou e contato umas mil vezes com você pra saber sobre mim?
_ Gustavo aproveita isso tudo, ruim seria se ela não ligasse de jeito nenhum... Ah, se minha mãe fosse assim. Mas olha só, ela ligou apenas uma vez e disse que não virá para o almoço.
_ Sério? Mamãe esta cheia de mistérios ultimamente. Será que é algum namorado? Ela anda meio sonhadora ultimamente, digo isso porque ela deixou de pegar no meu pé... Se meus irmãos lá em Salvador souberem disso, vão ter ataques e mais ataques de fúria.
_ Sua mãe é uma linda mulher, e é até um pecado ela ficar sozinha...Daqui há pouco você casa e ela ficará sozinha, você já pensou nisso?
Nunca havia pensado nisso. Terminei meu café e avisei que almoçaria fora. Rapidamente voltei ao quarto, me troquei, peguei a chave do meu carro e antes de sair disse:
_ Avisa a mamãe sobre o almoço fora com amigos, caso ela ligue novamente e se ela quiser, pode entrar em contato comigo pelo celular... Beijo Mazé, fui.
Antes de sair da garagem do prédio, liguei para Alberto e fiz apenas uma pergunta:
_ Onde fica esse clube?
_ Você virá? Sério? Então anota aí... Rapidinho me pus a caminho e enquanto ouvia um Cd que havia ganho de músicas internacionais, falei:
_ Ideal Clube, aí vou eu...
Estacionei na avenida Monsenhor Tabosa e o imponente Clube Social frequentado apenas pela Alta Sociedade Cearense logo entrou no meu campo de visão. Andei com passos largos e pedi para ser conduzido até onde a família Toledo estava, no que fui atendido de imediato. Alberto estava saindo da piscina neste momento e a visão que tive fez meu sábado ficar nublado apesar do sol escaldante que tava fazendo... Ele tava com a mão no ombro de um outro cara e o mesmo o abraçava pela cintura enquanto se olhavam rindo de algo bastante engraçado.
Se fosse só pelo abraço, me lixava pra isso. Se fosse pelo sorriso, tava cagando pro mesmo. Foi o olhar que me fez parar... Ele nunca havia me olhado com aquela intensidade, com tanto interesse ou mesmo demonstrando tanta atenção, como ele olhava pro cara que não lhe soltava a cintura de jeito nenhum. Deram alguns passos ainda abraçados e pararam à mesa onde os demais familiares de Mancha estavam, e todos pareciam bem felizes.
Ele separou do cara, pegou uma toalha e jogou na direção do mesmo. Ele chamou um garção e fez pedidos pros dois, pois perguntou olhando pra ele o que ele beberia. Ele voltou pra junto dele e os dois sentara em cadeiras vizinhas, o cara de costas pra mim e ele então me viu... E parecia estar bem surpreso... Falou algo às pessoas da mesa, algumas delas viraram em minha direção e veio ao meu encontro cheio de sorrisos...
_ Eu sabia que você viria. Isso é o que eu chamo de uma ótima surpresa.
_ Concordo com você Mancha. Também fiquei surpreso ao vê-lo em tão boa companhia.
_ Pois é meu amor, vem, quero te apresentar a todos e...
_ Você é louco ou é um tremendo cara de pau? Pelo meu raio de visão, notei que todos da família me olhavam e falam entre si.
_ Ei rapaz, calma. O que aconteceu? O que fizeram pra você vir aqui e falar comigo assim?
_ Calma é o caralho, seu filho da puta. Volta lá e fica com teu amiguinho... Ele inclusive não pára de olhar pra cá. Cara, tu é uma decepção atrás de outra... Virei e saí.
Ele não fez nada pra me segurar, o que achei bom pra saúde dele, mas em todo caso me chamou umas três vezes, antes que eu cruzasse uma grande alameda e o salão de entrada do maldito Clube.
Cara eu saí dali o mais rápido que pude. Eu tava sendo consumido por um ódio mortal muito grande, na verdade, enorme.
Entrei no carro e enquanto limpava a porra das lágrimas que teimavam em brotar, ouvi o toque do celular uma, duas, mil vezes durante outras mil ligações que ele me fez. Dirigi sem destino e quando dei por mim, tava em frente a casa da Gareth e Duda, minhas queridas amigas.
Foi um dos piores sábados que vivi na vida. As meninas me ajudaram no que foi possível, apesar de Gareth ter me achado um tanto precipitado em não querer saber mais sobre o que realmente estava acontecendo ali...
_ Eu tava afim de esmagar o filho da puta Gareth e não ouvir prováveis mentiras. Mascarado, é isso o que ele é, um maldito e escroto mascarado.
Mamãe ligou após seu almoço e antes das 16:00 h já estava em casa dentro do meu quarto pensando em mil maneiras de fazer o tal do Mancha me pagar. Ouvi a voz de minha mãe e leves batidas na porta do quarto:
_ Gustavo, meu filho você pode vir até a sala, há uma visita pra você.
Entrei no banheiro e verifiquei meu rosto, tava com cara de sofrimento e ódio. Lavei o mesmo e após vestir uma camiseta, fui à sala...
Ele estava vestindo uma bermuda quadriculada azul, camiseta gola V marinho, sapatos esportivos, o vistoso relógio no braço e escondia os olhos atrás de um óculos esportivo... Devo dizer que tava simplesmente lindo. Levantou ao me ver chegar e mamãe quebrou nosso gelo inicial:
_ Seu amigo aqui, veio esclarecer um provável mal entendido que houve hoje num determinado Clube Social da cidade.
O filho da puta era realmente louco e ousado... Envolver minha mãe nisso, era demais.
_ Olha Gustavo, eu...
_ Cala a porra da tua boca, foram essas as palavras iniciais que falei... Igualzinho aos planos que fiz lá no quarto, pois antes de esmagar a barata eu humilhava ela por muito tempo, pelo menos em meus pensamentos.
Mamãe cortou o barato ao levantar e falar com toda a educação possível...
_ Nunca mais destrate alguém dentro da minha casa, ouviu bem, rapazinho? Fiquei puto da vida com sua interrupção.
_ Desculpa mamãe...O que você quer aqui cara? Não lembro de ter te chamado pra vir na minha casa...
_ Bem, já que você vai continuar a ser um crianção, então vou ter que pedir permissão a sua mãe pra te dizer só um monte de coisa... Ele olhou pra minha mãe que apenas acenou positivamente a cabeça... Você acha que vai sair assim da minha vida sem mais nem menos? Quem você pensa que é, pra duvidar assim de mim e fazer das suas desconfianças, a verdade absoluta? O que diabos eu fiz pra que você de repente voltasse a me ter como o maior vilão da sua vida? Faz algumas horas que me abri pra você, cara. Faz algumas horas que chorei em teus braços por estar finalmente exorcizando muita coisa ruim que tava presa aqui dentro e que só virou passado por causa da tua ajuda... Eu te amo seu moleque bobo. Qual foi a minha culpa? O que eu fiz, diz!!!??? Lembro que liguei algumas vezes pra você, fiz um convite que você recusou... Em seguida você diz que vai ao meu encontro e quando chega lá, me diz coisas que para mim não tiveram qualquer nexo e depois passa a me tratar como se eu fosse um nada pra você... isso é justo? Eu mereço isso, Gustavo? Perdi você, é isso?
Eu juro que fiquei todo arrepiado depois que ele se calou e ficou esperando a minha resposta. mamãe saiu da sala de fininho e ao me ver finalmente sozinho na ampla e confortável sala do meu apartamento, procurei vencer a distância o mais rápido que pude e me choquei com seu corpo sem pensar em mais nada...
_ Eu que pensei que tinha te perdido pro cara que saiu da piscina, abraçado com você... Pensei que eram um casal feliz e apaixonado...E vê-los com sua família me fez morrer de ciumes... Eu fiquei louco de ciumes, Alberto... Meu Deus cara, tenta me entender, tenta só me entender, por favor...
_ Olha pra mim, Gustavo.
Eu tava morto de vergonha mas fiz o que ele me pediu...
_ Não há outros, nunca mais haverá outro... Aquele é um dos meus cunhados... Você me ganhou cara, simplesmente você me fez te amar...
Nossos lábios finalmente foram silenciados pelo nosso desejo. Sua boca estava muito mais gostosa de beijar e não me importei com mais nada, pois nada me faria separar desse cara... Os minutos foram passando e cada vez mais eu me entregava ao delicioso beijo de Alberto. Dez minutos depois, mamãe retornou à sala e ficamos conversando enquanto um delicioso lanche nos foi servido por Mazé.
Ele foi embora no início da noite e pontualmente retornou as 20:00 h, pois nossa reserva no restaurante Pulcinella estava confirmada para as 20:30 h. Chegamos sem maiores problemas e foi simplesmente maravilhoso todo o jantar.
Descobrimos que tínhamos o mesmo gosto por qualquer tipo massa e quando finalmente acabamos o jantar, eu apenas o olhei e disse:
_ Agora devo ir pra casa?
_ Não enquanto não fizer amor com você por um longo tempo...
Apenas sorrimos e fomos embora, pois a noite estava apenas começando...
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Caros amigos e leitores da CDC...
Hoje tive uma surpresa no mínimo inusitada ao ler os comentários feitos por vocês e ver que entre os mesmos, um particularmente destoava dos demais...
Não posso negar que isso de certa forma nos abala ao ponto de surgir pelo menos uma dúvida em nossa mente: Será que tal pessoa não tem razão?
O capítulo que havia esboçado para hoje, infelizmente ganhou outra conotação e tudo o que escrevi, foi deveras difícil pra mim, pois nunca gosto de descumprir o que prometo, principalmente a vocês que merecem o meu respeito e toda a minha atenção...
Se faço algo que desagrada, preciso saber... Posso melhorar, não mudar, pois já sou um homem que vive sua meia idade e confesso que mudar a essa altura do meu campeonato, é demais.
A pessoa que teceu tal comentário se auto chamou de crítico... Crítico? Não seria uma pessoa em estado crítico?
O que leva uma pessoa a fazer tal coisa? Incapacidade? Recalque? Ou é apenas uma Arenga?
Por enquanto seguirei um outro conselho... Não me importarei...
Quanto a você, Senhor Crítico em estado Crítico, sinto muito... Você terá que engolir tudo o que eu fizer, entendeu, ou vai querer que eu soletre letra por letra?
P.S. Visitei a página do Crítico, lá há algo escrito. Recomendo.
P.S. II, Beijos a todos vcs... Nando Mota.