Amarga Mentira - Capítulo 19

Um conto erótico de May Lee
Categoria: Homossexual
Contém 2216 palavras
Data: 10/01/2015 23:59:33

STEFAN

- Você tem que conhecer o vizinho novo. Ele é uma graça. – disse para o Marc enquanto eu sentava no sofá.

O Marc já estava quase todo recuperado. Ele só se queixava de algumas dores que teimavam eu lhe perturbar.

- E quando eu vou conhecer esse tal de Pedro? Você e o Fernando não param de falar nele.

- Ciumento, Marc?

- Não, não mesmo. Apenas querendo conhecer o caro que está roubando o meu lugar de favorito.

- Deixa de ser criança, Marc. Você sempre será o nosso favorito.

- Pois não parece. – disse fazendo beicinho.

Eu ri das birras do Marc. Esse era o problema de você mimar muito o irmão mais novo.

O meu celular tocou e eu não reconheci o número.

- Alô?

- Stefan?

- É ele mesmo. Quem tá falando?

- Stefan, quem tá falando é a irmã da Violeta. A Marta. Lembra de mim?

- Clara que eu me lembro de você. Como vão as coisas, Marta. Algum problema?

- As coisas vão horríveis. – ela falou como se tivesse segurando o choro.

- O que houve, Marta?

- A Violeta, Stefan..

- E o que aconteceu com ela, Marta?

Eu me endireitei no sofá e abaixei o volume da televisão. O Marc ficou olhando para me curioso.

- Ela morreu, Stefan. – ela se quebrou em choro.

- Morreu? Como assim ela morreu? – eu não estava entendendo nada.

- Ela foi assassinada. Mataram a minha irmã.

O quê? Mas quem havia feito isso?

- Ela foi assaltada, Marta? Foi isso? Uma tentativa de assalto?

- Não, Stefan. - disse fungando. – Eu fui até a casa dela. Havia viajado e fui vê-la. Eu bati na porta e nada. Então eu entrei lá com a chave que ela havia me dado. E quando entrei em seu quarto...

- Ela estava morta. – completei incrédulo.

- A encontrei com a garganta cortada deitada na cama.

- Eu sinto muito, Marta. Não sei nem o que dizer. Eu não esperava por isso. Já encontraram o culpado?

- Não, Stefan. Ainda não sabemos quem fez isso com ela. Eu liguei para avisar sobre isso. Vocês foram quase casados... – disse suspirando. – Eu sinto muito por tudo, Stefan. A minha irmã ficou meio louca quando você deixou ela no altar. E eu sinto muito pelos nossos pais. Sempre quis dizer isso, mas ela nunca deixou. A Violeta havia me dito que vocês combinaram de nunca falarem sobre o assunto. Foi por isso que nunca falei nada. Mas agora... Isso não tem muita importância.

Como assim ela havia conversado comigo? Eu não sabia o que pensar. Estava triste pela morte da Violeta e triste por todas as mentiras.

- Eu também sinto muito, Marta. E obrigada por avisar.

- Adeus, Stefan.

A minha cabeça estava a mil. Quem era a verdadeira Violeta? Uma louca? Uma psicopata? E quem havia a matado? Qual motivo disso? Bom, eu acho que nunca saberia dessas respostas.

Morta.

- O que aconteceu com a Violeta, Stefan?

- Ela foi assassinada. – disse olhando para o meu irmão.

- Assassinada?! – o Marc pareceu chocado.

- Sim, assassinada. A Marta a encontrou com a garganta cortada.

- Sabem quem fez isso com ela? – o Marc perguntou.

- Não, a Marta não me disse isso. Ela ainda não sabe de nada.

- Meu Deus, Stefan. Como isso foi acontecer com ela?

- Eu não sei, Marc. Eu não sei.

Eu e o Marc ficamos em silencio absorvendo toda a noticia. Pareia que tínhamos ficado assim por anos, mas logo fomos tirados do nosso torpor pela porta se abrindo.

- Olá, meninos. – disse o Fernando entrando em casa com o Pedro logo atrás.

- Oi, rapazes. Trouxeram as bebidas? – perguntei

- Sim, trouxemos. Acho que esse jantar que o Pedro nos prometeu vai render. Mas que cara é essa, Marc? Até parece que morreu alguém. – disse rindo.

- Sim, morreu.

- Como? – O Fernando parou de rir

- A Violeta.

- A Violeta morreu? – O Fernando se sentou no outro sofá.

- Sim, Fernando. A Marta acabou de me ligar e informou que a Violeta foi assassinada.

- Assassinada?

- Você está com algum problema de surdez, Fernando? – o Marc perguntou. – Sim, a Violeta foi assassinada. E não! Não sabemos quem foi o assassino.

- Stefan, eu acho que vou embora. Vocês estão em um momento muito difícil...

- Não, Pedro. Não precisa ir. Fica aí, rapaz. – eu disse. – Aproveita e deixa eu te apresentar o meu irmão. – disse apontando para o Marc. – Pedro, esse é o Marc.

- É um prazer, Marc. O Stefan fala muito de você. É bom dar o nome um rosto.

- Igualmente, Pedro. O Stefan e o Fernando falam muito sobre você também. Seja bem vindo.

O meu irmão não havia gostado do Pedro. Eu sabia disso. Falou tudo com os olhos. Eu conhecia o Marc. Depois eu ia perguntar os motivos.

- A Violeta morta! – o Fernando começou a rir.

Eu não estava entendo. Por que ele estava rindo? O Marc o olhava incrédulo. O Pedro estava lá sem entender nada.

- Vocês não conseguem enxergar?! – ele nos olhou como se fossemos os únicos loucos ali. – Ela morreu e com isso levou junto os nossos problemas. Acabou! Estamos livres! Quando o assassino for encontrado, devo lhe agradecer.

- Que coisa horrível de se dizer, Fernando. – o Marc disse se levantando. – Apensar de tudo o que ela fez, a Violeta era apenas um ser humano. Um ser humano que não merecia ter um fim trágico desse. Isso não foi legal, Fernando.

- O quê? – o Fernando ficou olhando pra mim enquanto o Marc ia para o quarto dele.

- Você está louco, Fernando? Como você pôde dizer uma coisa dessas?

- Não sejamos hipócritas, Stefan! Eu falei a verdade. – ele parecia ofendido.

- De está feliz com a morte da Violeta!? Não, Fernando! Acho que você é o único feliz aqui.

- Stefan, eu acho melhor eu ir. Tenho umas coisas pra organizar para o nosso jantar. Vocês vão, né? – O Pedro perguntou.

- Sim, eu vou estar lá. Desculpe por isso, Pedro. – disse abrindo a porta pra ele.

- Não tem problema. Até mais.

Eu a fechei e me encaminhei para o quarto.

- O quê? Você não vai mais falar comigo? – o Fernando gritou atrás de mim.

- Eu não falo com moleques. – gritei de volta antes de bater a porta do quarto.

Escutei a campainha tocar. Eu não ia abrir. O Fernando que se virasse lá.

Me joguei na cama e tentei absorver os últimos acontecimentos. Violeta assassinada. Mas por que, meu bom Deus? O que ela fez para chegar a esse ponto? E o ataque de loucura do Fernando? Quem diz essas coisas? Acho que o Fernando esta perdendo o juízo.

- Stefan, olha isso aqui. – o Fernando invadiu o quarto com uma folha cheia das letrinhas coloridas na mão.

Não. De novo não. Se era o que eu pensava, então nunca foi sobre a Violeta.

- Por favor, me diga que isso não é o que eu estou pensando.

- Veja você mesmo. – O Fernando me entregou a carta se tremendo.

Era igual as outras. Uma carta anônima. Mas essa era bem mais reveladora. Eu senti um frio na minha espinha enquanto lia o que ali continha. “Ainda não acabou. Eu não quero assustar ninguém e muito menos deixar alguém preocupado, mas se eu fosse vocês, tomava cuidado com quem deixam entrar. Isso poderia nunca ter acontecido, Fernando. Mas foi sua escolha. O nosso encontro está mais próximo do que longe. Até mais.”

- Quem está fazendo isso? – eu consegui achar a minha voz depois de vários minutos.

- Eu não sei, Stefan. Eu não sei. – o Fernando estava com uma expressão de pura surpresa. – Parece que a pessoa está atrás de mim. Eu não sei. Eu não sei o que tenho a ver com tudo isso. – disse com a voz abafada quase sussurrando.

- Sem inimigos, Fernando? Você tem certeza que não tem ninguém que quer o seu pescoço?

- Não, Stefan. Eu não sei. Eu não tenho nenhum inimigo. Eu não estou entendendo. – ele olhou para a carta. – Isso não faz sentindo. A Violeta está morta. Isso era pra ter acabado.

- Muito menos eu. Nada disso faz sentindo. Se as cartas ainda continuam chegando...

- Isso não faz sentindo. A Violeta está morta. Isso era pra ter acabado. Então quer dizer que não era a Violeta? – o Fernando parecia perdido em seus próprios pensamentos.

- Eu acho que sim. – eu disse não muito convencido

- Acho que não. A Violeta está morta. Então, isso nos coloca no ponto inicial. Acho que, talvez, não foi a Violeta.

O Fernando foi sentar na cama. Ele estava devastado, como se não tivesse acreditando no que estava acontecendo. O Fernando estava muito estranho.

- E o que sobre o homem que você viu na casa dela? A mesma discrição do Marc no mesmo dia do acidente? – tentei fazer algum sentindo a essa loucura.

- Coincidência.

- E as fotos?

- Planos que não deram certo. E uma coisa que eu havia se esquecido de falar pra você. O outro cara que estava se interligando no painel a minha foto, era o Eduardo. Eu lembrei assim que vi ele, mas isso acabou fugindo da minha cabeça.

- O Eduardo? Até que faz sentindo. Ele é namorado do Marc. – disse considerando o fato que o Oliver também era o namorado do Cristian, mas ainda não fazia sentido ele nisso. Se bem que agora todo esse painel não tem importância. A dona dele está morta. - E a foto do boneco pegando fogo lá no painel que você viu? Deu a entender que foi ela quem fez todas as coisas e mandou as cartas. Tudo isso aponta pra ela. Mas essa nova carta... – disse levantando ela. – Quebra qualquer lógica que tenhamos criado.

- Não faço a mínima ideia, Stefan. Eu não sei. O que a gente faz?

- Vamos levar isso pra policia. Não dá mais pra viver assim.

- E vai acontecer o que? A Violeta está morta e eu não faça a mínima ideia do por quê eu sou citado como o culpado da carta. Quero dizer, eu escolhi isso? Mas quem no inferno quer nos prejudicar assim?

- Eu não sei, Fernando. Eu estou bem confuso. Quem é que está por trás disso? Por quê estão fazendo isso? A gente vai ficar aqui esperando a pessoa misteriosa aparecer?

- Eu pensei que tivesse feito às coisas certas, mas... – ele apoiou a cabeça nas mãos.

- O que você fez?

- Nada, Stefan. – disse olhando pra mim. – É melhor você ligar pro Cristian e deixar ele saber de tudo. Mostre pra ele! Talvez o Cris possa nos ajudar. – o Fernando deu um longo suspiro. – Eu acho que estou ficando louco.

O Fernando estava me assustando. Talvez fosse toda essa situação estressante. A Violeta morta e mais uma nova carta mais que misteriosa e sugestiva.

- E o nosso jantar com o Pedro? – isso pareceu despertar o Fernando.

- Vamos ligar pra ele e ver se podemos fazer amanhã.

- Mas o rapaz já está preparando tudo.

- Então vamos nos atrasar. Liga avisando que houve um imprevisto e vamos nos atrasar. – disse saindo da cama. – Eu vou ligar para o Cristian e o deixar saber disso.

- Tudo bem.

Eu tinha a sensação que ia ser uma noite muito longa.

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Oi, meus maralindos! Tudo bom com você? Então, eu estou um pouco nervosa agora. O circulo tá se fechando e daqui a pouco as mascaras vão cair. Juro como tô com um frio na barriga. Capítulo seguinte já será o penúltimo. Só que eu dividi ele em duas partes. Vou postar amanhã a primeira parte. Estou chorosa aqui com o final dessa minha grande loucura. Eu ainda nem sei como consegui escrever esse conto... Enfim, dá vontade de escrever tudo de novo só pra ter o prazer de estar aqui com vocês. Obrigada, meus querido. Bom, vou guardar as lágrimas para o final. rsrsrsrsrssrrssrsr Beijos no coração de cada um. Até mais.

Irish: Minha querida amiga, o que você acha que acontecerá agora? A Violeta tá foro do jogo, e o que vem a seguir? E esse Pedro? Aguarda aí, minha amiga. Espero que eu não decepcione com o final. Mas enfim, vou correr o risco. Adoro você, minha amiga. Fica com Deus. Beijos

Geomatheus: Obrigada por continuar lendo.

Rose Vital: Minha Mãezona, então os mistérios serão revelados no próximo capítulo. A Violeta não é mais uma preocupação, então o que nos resta agora? Próximo capítulo! rsrsrsrsrsrsrsrrs Rose, obrigada pelo apoio. Eu estou muito feliz e muito triste com o final do conto. :'( Mas acho que não irei acabar por aqui. Beijos nesse coração doce, Rose.

Kyryaq: Minha querida, fiquei tão feliz e surpresa em vê-la aqui conosco novamente. Muito feliz mesmo! Eu soube o que aconteceu com você lá na página do Nando Mota. Foi lendo os comentários que me inteirava como você estava. Eu fiquei bem triste quando eu soube do ocorrido, mas logo fiquei bem feliz por saber que você havia acordado e já não corria nenhum risco. Você é uma grande guerreira, querida! Graças a Deus que tudo tá bem com você. Que Deus abençoe sempre sua vida e da sua linda família. Seja mais que bem vinda de volta, querida. E obrigada pelas palavras. Fico feliz que esteja gostando do conto. Eu só espero não decepcionar com o final. Fica com Deus! Um beijo pra você e pra sua família. Feliz Ano Novo pra vocês!!

Prireis822: Minha xará, próximo capítulo você me diz se suas suspeitas estavam certas. Agora que a Violeta se foi, vamos ver como irá terminar essa cama de gato. Você é muito especial, Maria. Não esqueça disso! Um beijo.

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Comentários

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Continuo achando esse vizinho noco muito suspeito... Chama a polícia pro cara moçada... beijos minha querida amiga...

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Posso estar enganado, mas acredito que o Pedro é o filho do homem que foi condenado num processo em que Fernando atuou e agor está querendo vingança

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Essa vadia podia ser má, mas tinha estilo, tchauzin Violeta. Tenho Pedro como suspeito numero 1, mas tbm tem a foto do Oliver, e tem aquele cara q eh o ex do eduardo q nao lembro o nome agora, desculpa nao ter comentado antes May. Adorei os 3 capitulos, beijos e abraços do Imperador Livius :)

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Amei May. Excelente esse cap, apesar da Violeta ser má fiquei triste com a morte dela. Eu suspeito que Pedro é filho daquele homem do ultimo caso como advogado que Fernando fez um favor ao amigo. E quer vingança pq a família dele foi destruída. Acho que ele é filho da louca que matou a família do Eduardo. Não tenho certeza disso então vou aguardar pra saber. Que pena que estar acabando vou sentir falta dessa história. Bjos Maria :)

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Quem matou? Acho que nos surpreenderemos! Querida, foi mara esse capitulo! Arrasou!!! Beijo, miga :)

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Mesmo sendo uma loka psicopata a Violeta não merecia este triste fim. Se ela foi morta pelo seu cumplice para desestabilizar os rapazes e os serem acusados pelo seu assassinato, ou infelizmente o Fernando convenceu algum conhecido que fez o serviço. Estou curiosa para saber realmente a quem esta vingança é destinada e posso estar enganada mas penso que as respostas serão respondidas no jantar que o Pedro está armando. O conto está incrível, bjs minha linda.

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Oi May! Como assim? A Violeta tinha que morrer? Acho que isso foi obra do odioso do Fernando - eu nem transaria mais com ele. Eu transaria só com o Marc. Coitada da Violeta. O Fernando trouxe todos esses problemas pro Stefan e quem mais sofreu foi o Marc. Esse Pedro é suspeito, deve ser ele quem manda as cartas. Não demora tá, beijos.

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