Capítulo 7 – “If Only”
Acordei bem cedo com a porcaria daquele galo cantandodia ainda mato essa desgraça. – Pensei comigo. Estava com uma puta falta de ar, Victor estava todo jogado em cima de mim e mesmo que eu fizesse força eu não conseguia tirar ele.
- Victor acorda! – Disse baixo, ele nem se mexeu. Sua respiração estava pesada.
Pior não era isso, era sentir a ereção matinal dele na minha barriga e não poder pegar! Kkkk Juntei toda a força que eu tinha e empurrei ele pro lado. Ele resmungou um pouco e disse:
- Está fazendo o que? – Seus olhos estavam fechados e ele balbuciou algo como isso. Foi o que eu entendi pelo menos.
- Estou tentando tirar você de cima de mim, quase me matou asfixiado! – Ele não respondeu.
Agora que ele estava deitado todo quietinho na cama eu pude ver melhor aquilo com mais detalhes. Cara era enorme!
- Pego ou não pego? Claro que não Lucas, ele é seu primo! – Pensava mais um pouco e voltava no mesmo lugar. – Primo não é parente, pega logo menino. – Dizia aquela voz maligna na minha cabeça.
Estava morrendo de medo de ele acordar, mas pelo jeito ele estava dormindo feito pedra. Peguei mesmo! Kkkkkkkk Era grande, grosso, quente e pulsante. Minha mão com certeza não conseguiria agarrar aquilo tudo, eu apertei bem forte e ele suspirou. Pensei seriamente em tirar a cueca dele, mas decidi não fazer isso. Quando eu tirei a mão dali eu deitei de volta na cama. Não demorou muito eu o senti agarrando minha cintura e me apertando contra seu corpo. Comecei a rir, aos poucos ele foi despertando.
- Bom dia pequeno! – Disse ele com a cara toda amassada. Eu não conseguia parar de rir. – Do que está rindo?
- De você! E bom dia.
- Rindo de mim por quê? – Ele levantou e percebeu onde eu olhava e fez uma carinha de bravo que eu não sabia se ria ou corria e dava um abraço nele. – É isso? Todo homem fica assim quando acorda. Para de me olhar desse jeito!
- Eu sei, mas nenhum deles deitou em cima de mim e ficou se esfregando do jeito que você estava! Eu senti tudo e menino, eu casaria na hora! Kkkkkkkkk
- Sério? Lucas, eu... é...
- Você fica tão fofo assim, fica tranquilo que não é nada que eu já não tenha visto. Só que nunca vi tão grande desse jeito! Kkkkkkkkk
- Para! Vou ficar com vergonha de chegar perto de você agora. – Disse ele indo ao banheiro, eu disse pra mim mesmo: “Que menino lindo, tanto por fora quanto por dentro”.
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*
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Estava sentado no jardim conversando com Victor enquanto cheirava as rosas.
- Tem certeza disso? – Perguntei.
- Tenho, já chega de guardar isso pra mim.
- Mas e se ele não corresponder?
- Lucas, eu curto o Juliano desde que começamos a fazer faculdade juntos.
- Vocês estudam juntos?
- Sim! Eu, ele e o Felipe. Por isso os dois são tão amigos. Falando nisso, semana que vem é a nossa formatura e eu queria te convidar para o baile... Vai ser no dia 23.
- Por isso o Felipe nunca está em casa! Kkkkk – Pensei um pouco. - Eu vou embora dia 24.
- Então não vai ter como? – Perguntou ele pegando uma rosa vermelha e cheirando.
- Claro que vai, mas porque não me avisou antes?
- Os convites ainda nem estão prontos, se o Felipe não tiver falado nada com certeza você é o primeiro, a saber.
- Pode contar comigo! Felipe não gosta muito de mim, por isso não deve ter falado nada, ele não me quer por perto.
- Mas eu quero! Você é meu convidado.
- Tá certo então. Depois vemos isso... - Victor se levantou – Aonde vai?
- Vou falar com o Juliano.
- Agora? – Perguntei assustado. – Não acha melhor esperar mais um pouco?
- Não aguento mais, eu gosto dele! – Levantei e abracei Victor com toda minha força, ele retribuiu.
- Se prepara pra qualquer coisa, Juliano é hétero e eu não sei como ele vai reagir.
- Eu sei, mas eu vou contar assim mesmo. Talvez a gente até se acerte. – Disse ele com um sorriso nervoso.
Victor me deu um beijo na testa e foi procurar o Juliano pela fazenda. Estava com um aperto no peito, Victor é ingênuo e romântico, ele pode ficar muito machucado com o que o idiota do Juliano disser. Aproveitei que estava sozinho e fui dar uma olhada no Platão, assim eu ainda via o Pedro. Sei que mesmo ele sendo um idiota de marca maior eu ainda gosto dele, claro que não tem nada a ver com amor, eu só gosto dele e pronto.
Peguei uma rosa branca e fui em direção ao estábulo arrancando as pétalas naquele jogo: “Bem me quer, mal me quer”. Quando cheguei Pedro estava sentado tomando algo em um copo de metal. A última pétala foi “Mal me quer”.
- Você por aqui... – Disse ele com um sorriso. – Pensei que não viria mais ver seu cowboy.
- O que? – Disse rindo. – Enlouqueceu?
- Enlouqueci, mas foi por você! Quer um pouco de leite? – Ele apontou para o copo que estava bebendo. – Acabei trazer.
- Não estou vendo nenhuma vaca aqui. – Disse ignorando a primeira parte da frase e me aproximando dele pra pegar o copo.
- Eu fui ao pasto tirar. Está gostoso não é?
- Está sim.
- Quer mais? Posso te dar leite bem quentinho. – Ele se levantou e jogou o copo da minha mão no chão e avançou em mim. – Estou louco em você desde o dia em que te vi pela primeira vez.
- Pedro, eu gosto de você... – Ele me calou com um beijo. Ele beijava muito bem, sua língua era macia e percorreu por toda minha boca. Quando terminamos ele começou a tirar a roupa. – O que você está fazendo?
- Vou te foder gostoso agora mesmo. – Disse ele arrancando a camisa e abrindo a calça. Eu fui tentar falar alguma coisa, mas ele me puxou. Estava apertando minha bunda com vontade. – Eu sei que você está louco por mim sua vadia. Vou te deixar todo aberto.
Acho que foi como se eu tivesse parado no tempo. Então era isso que ele queria de mim? Me “foder” e depois continuar com o namoro dele e nem olhar mais na minha cara? Desculpa Pedro, mas eu sou mais e mereço mais que isso. Empurrei-o e dei um tapa tão forte na cara dele que ele se desequilibrou e quase caiu no chão.
- Seu viado do caralho! – Disse ele avançando em mim e me prendendo em seus braços. Desvencilhei-me rápido dele e disse:
- Abaixa o tom e me respeita que eu sou seu patrão!
- Que patrão porra nenhuma, você é um viado que veio aqui dar pra mim achando que eu vou dizer que estou apaixonado. Eu tenho é nojo de você, só ia fazer isso por que estou com tesão e era um buraco fácil pra eu me aliviar. – Disse rindo.
- Não sei como eu pude gostar de um cara tão asqueroso feito você, mas agora que eu descobri quem você é de verdade acho que também posso te mostrar um lado meu que poucos conhecem. – Ele gargalhava.
- Vai me mostrar o que? Por favor, não comece a chorar aqui que eu não tenho paciência pra isso.
- Depois do que eu vou fazer você é quem vai chorar seu otário! Pode pegando suas coisas que seu emprego já está com os minutos contados. – Ele ficou sério e veio caminhando em minha direção.
- O que você vai fazer Lucas? – Perguntou baixo. Apenas virei às costas e sai daquele lugar, ele veio correndo atrás de mim abotoando sua camisa e fechando a calça. – Sua camisa está suja, não quer que eu arrume outra?
- Não Pedro, muito obrigado! – Disse andando sem olhar pra ele, que vinha atrás.
- Eu não deveria ter te tratado assim, me desculpa. – Eu virei e olhei bem nos seus olhos.
- Sabe, eu podia falar qualquer coisa pro meu pai que você estava na rua em dois tempos, mas eu não vou fazer isso!
- Não vai? – Ele estava surpreso.
- Não! Você não é homem.
- Que? Eu sou homem, você que é um viado! – Disse irritado.
- Você não é um homem Pedro, você mais parece uma criança. Qualquer “Viado” é mais homem que você sabe por quê? – Ele ficou quieto me olhando sério. – Nós temos coragem, nós não temos medo nem remorso! Eu não escolhi o preconceito Pedro, mas mesmo sabendo de tudo que eu posso sofrer nesse mundo eu tenho coragem de me mostrar do jeito que eu sou! Eu vi nos seus olhos naquele dia que nos conhecemos que você sentiu algo por mim do mesmo jeito que eu senti por você.
- Isso é mentira! Eu tenho uma namorada gostosa, que me ama e eu amo ela.
- Diga o que quiser, não faz a menor diferença pra mim... Só te digo uma coisa: Um dia você vai cair na real e ver que gostava de mim, mas perdeu a chance. Vai doer demais! Quando você se aceitar, nesse dia você vai se tornar um homem de verdade. Agora fique tranquilo e toque sua vida como se nada tivesse acontecido, eu não vou dizer nada... Acho que sua consciência já vai fazer o trabalho por mim.
Ele apenas virou as costas e voltou ao estábulo. Com certeza ele já deveria estar menos preocupado, já que eu não ia falar nada e ele podia continuar naquela farsa de vida até quando desse na telha.
Voltei pra casa triste. Não sentia vontade de chorar nem coisa parecida, só estava triste por ter pessoas assim no mundo. Pelo Pedro eu só conseguia sentir pena, enquanto ele não se aceitar do jeito que é vai viver nessa farsa a vida toda sem poder provar nunca da felicidade.
Quando cheguei Alberto e Janaína estavam com cara de preocupados.
- Gente o que aconteceu? – Perguntei.
- Victor chegou aqui todo sujo de terra e com o rosto inchado, acho que bateram nele! – Disse Janaína. – Ele está no seu quarto e não quer abrir a porta pra ninguém.
- Você sabe de alguma coisa que podem ter feito com ele Lucas? – Perguntou Alberto desconfiado.
- Pelo amor de Deus né Alberto! Está achando que fui eu que bati nele? – Não esperei eles falarem nada e corri pro meu quarto e bati na porta... Ele nem respondeu. – Victor, sou eu. Abre por favor?
Depois de alguns segundos ele abriu a porta e me puxou pra dentro me abraçando tão forte que eu senti falta de ar.
- Não me aperta tanto menino! – Disse rindo, ele só me soltou. Quando olhei pra ele senti uma raiva tão grande se apossar de mim que comecei a tremer. – Quem fez isso?
- Eu contei pra ele Lucas!
- Foi ele?
- Ele me deu um soco e me jogou no chão, disse que eu era um lixo... – Ele chorava baixinho – Que ele é macho e que nunca ficaria comigo.
- Mas como você não revidou Victor? – Disse abraçando ele. Ele estava sujo de terra, sua boca sangrava um pouco e estava um pouco inchado naquela região. – Olha o seu tamanho! Você é quase duas vezes maior que aquele idiota!
- Você conseguiria bater em alguém que você gosta? – Percebi que ele realmente gostava do Juliano.
- Meu Deus! Vamos tomar um banho.
Levei-o no banheiro, tirei as roupas dele e o deixei apenas de cueca. O cabelo dele estava só terra. Ele entrou no Box do banheiro e depois me deu a cueca. Joguei no meio da roupa suja, levei a mochila dele pro banheiro e fiquei esperando ele terminar. Quando ele terminou, eu já estava no quarto com alguns curativos. Ele estava com uma bermuda branca e uma camisa regata vermelha.
- Senta aqui que eu quero ver esse machucado.
- Não precisa, só foi um cortezinho! Já parou de sangrar. – Disse ele triste.
- Cala a boca e senta aqui. – Ele me olhou assustado e me obedeceu. – Assim que eu gosto, os obedientes me excitam sabia? Kkkkkkkk
- Kkkkkkkk Você é louco!
- Eu gosto de te ver sorrindo. – Peguei um algodão e molhei no álcool e coloquei no canto da boca dele. Ele fez uma cara de dor e eu comecei a rir. Eu estava com uma raiva tão grande que eu estava rindo pra não chorar de ódio. Limpei o machucado e era mesmo só um cortezinho. Coloquei um Band-Aid e disse: - Agora o garotinho já pode voltar a brincar.
Ele riu um pouco e depois tocou no curativo.
- Band-Aids não tampam buracos de bala. – Ele disse sem emoção.
- O que? Da onde tirou isso? – Perguntei assustado, mesmo sendo louco isso, era uma frase que escondia uma beleza sem fim.
- Bad Blood – Taylor Swift.
- Você escuta Taylor? – Perguntei sorrindo.
- Desde sempre.
- Que legal, depois conversamos sobre isso melhor, eu também gosto muito dela... Agora me conta o que aconteceu direito. – Ele deitou na cama e eu deitei em seu peito.
- Eu fui lá e disse tudo pra ele, e aconteceu aquilo tudo e eu voltei pra cá. Eu fiquei com muita raiva na hora que cheguei ao pasto e vi-o comendo a Camila, fiquei com nojo dele! Como ele pode fazer isso com o próprio irmão? – Eu levantei na hora.
- Como assim? O Juliano estava fazendo sexo com a Camila no pasto? – Perguntei perplexo.
- Sim, e ela estava gemendo e falando que ele era gostoso e um monte de coisas. Eu tirei fotos e pensei em acabar com eles dois, mas eu gosto do Juliano e não teria coragem de destruir a vida dele desse jeito. Só faria ele me odiar mais ainda. – Ele abaixou a cabeça triste.
- Você tirou fotos? Me mostra isso já! – Disse levantando da cama num pulo. Ele me deu o celular e ficou olhando pra mim triste. Quando eu comecei a ver as fotos um plano de vingança já estava se formando na minha cabeça. Ele estava deitado em cima de algumas roupas enquanto ela estava em cima dele cavalgando. Dava pra ver os rostos nitidamente e a falta da tatuagem no braço que o Pedro tinha. Victor tirou minha atenção.
- Está vendo? Ele nunca ia querer nada comigo mesmo.
- Ele não merece um homem tão incrível como você! – Disse colocando o celular dele no meu bolso.
- Não sou isso tudo que você acha Lucas. – Disse ele envergonhado.
- Você é muito mais, e eu vou conhecer muito bem a partir de hoje.
- Não estou entendendo... – Ele me olhou confuso.
- Victor, quer namorar comigo? – Eu falei assim na lata, seu olhar surpreso me fez rir.
Continua...
Oi gente! Não disse que hoje teria capítulo novo? Cumpri minha promessa! Kkkkkkk Espero que tenham gostado... Comentem bastante aí, a parte mais legal de escrever o conto é ler os comentários. Se quiserem me perguntar algo, o façam! Amanhã eu respondo tudo. Muito obrigado por ler, beijo beijo beijo... Lucas.