"Não é o tempo nem a oportunidade que determinam a intimidade, é só a disposição. Sete anos seriam insuficientes para algumas pessoas se conhecerem, e sete dias são mais que suficientes para outras." Jase Austen
Como eu disse no fim do capítulo anterior, a pinga me fez esquecer e fazer coisas que eu sóbrio não faria. Uma delas foi dançar. Enquanto tocava Lepo Lepo e outras músicas do gênero, levantei da cadeira e fazia todas as dancinhas...
Nas músicas de dançar a dois, obviamente muito, mas muito bêbado, puxava Raul para a dança. Achei que Marco fosse grilar, mas na verdade ele ficou rindo da nossa cara. É claro que nós mantemos uma distancia “aceitável” entre a gente.
Bebemos mais um pouco. Alan e Elisa estavam no quarto. Gean também.
Eu, completamente bêbado, comecei a contar algumas histórias realmente engraçadas que tinham acontecido comigo, com Matheus e com Gabriel... Enquanto eu contava essas histórias, eu percebia que Gean observava de longe.
Entre um copo e outro, Marco se levantou e disse:
- Bom crianças, meu tempo se esgotou. Vou dormir, amanhã a gente se vê! Juizo em! Nada de... Bom.. Nada de loucuras por aí – Ele trocou um rápido olhar com Raul e saiu. Fiquei encucado com aquilo.
- Seu pai sabe? – Perguntei.
- Sabe do que?
- Que você é gay e... de nós ontem a noite... – Respondi, falando baixo.
- Samuel, Samuelzinho. Meu pai não nasceu ontem. Ele sabe que eu sou gay. Nunca escondi isso. E... Eu não precisei falar para ele sobre nós ontem. Assim que ele chegou no acampamento ele percebeu. Eu já usei a técnica da vodka antes – Raul deu um risinho. Fiquei preocupado.
- Mas... Raul... – Eu não conseguia formular uma frase.
- Não se preocupe. Desde que minha mãe faleceu a gente não esconde nada um do outro. Ele não vai falar nada para ninguém. Ele gostou de você, isso já é um avanço.
- Saquei – Com essa minha colocação encerramos o assunto. Mas encerramos de uma forma digamos épica.
Nós trocamos um olhar 43. Ele veio em cima de mim como se fosse me dar um beijo, mas eu não deixei. Na hora que ele chegou perto, eu peguei ele no colo e pulei na piscina.
- VOCÊ É LOUCO? – Ele gritou, meio rindo.
- Muito! – Nós mergulhamos e nos beijamos de baixo d’agua. Ficamos nadando por muito tempo. Ficamos nadando até eu ver Gean, mais uma vez nos “espionando”. Na hora, não sei o que me deu, mas eu saí da piscina e fui falar com ele. Entrei na casa tudo molhado, molhando tudo por onde passava. “Foda-se a mãe dele depois, ela não gosta de mim e não faço questão nenhuma de gostar”.
- Gean, vamo lá nadar cara! A água ta boa! – Ele me olhou e respondeu seco:
- Saí daqui! Quantas vezes eu vou ter que responder que eu não quero fazer as coisas com vocês? – Respirei fundo e respondi:
- Até quando você vai bancar esse babaca arrogante amargurando que só fica deitado na porra de uma cama em um sitio perfeito desse com infinitas coisas para fazer? Levanta esse corpo dessa cama, bota uma sunga e vamo pra piscina, seu bosta! – Ele levantou sem camisa “LINDO! GOSTOSO” pensei, e foi me peitar. Senti seu perfume e tive que me segurar.
- Quem você pensa que é para me mandar fazer algo dentro da minha própria casa? – Ele perguntou com a voz baixa e intimidadora. Eu respondi quase que instantaneamente essa pergunta, no mesmo tom:
- Alguém que quer ser seu amigo.
Acho que se eu tivesse dado um chute com toda minha força no saco dele não ia ter doido tanto quanto essa minha colocação. Ele respirou fundo e disse educadamente:
- Por favor, você pode me deixar sozinho – Quase engasguei no “por favor”. Ele disse isso, se virou e sentou no canto do seu quarto, no chão. Ele precisava de um amigo. Fui lá e sentei ao seu lado.
- O que você ta fazendo? – Ele me perguntou, curioso.
- Você precisa de um amigo. Eu posso sentir isso... Aproveita, amanhã é muito provável de eu não lembrar nada disso... – Ele me olhou desconfiado.
- Se você não confia em mim – eu falei encarando aqueles olhos verdes – Eu quero te falar uma coisa: eu também sou gay. Isso só duas pessoas sabem: Matheus e Gabriel. Agora que você sabe um segredo meu, pode contar sem medo o que te aflinge.
Gean ficou um tempo em silencio. Percebi que aquilo não levaria nada a coisa alguma. Levantei, mas antes de sair do quarto eu disse:
- Se quiser se divertir um pouco, estaremos na piscina – Ele acenou e continuou sentado, cabisbaixo.
Saí do quarto e voltei para piscina. Eu e Raul brincávamos na madrugada dentro d’agua. Estava super divertido nossa brincadeira e conversa na água quando eu escuto um “BOOOOMMBAA” e alguém caindo na piscina.
Olhei assustado. Quando eu percebi era Gean. MEUS DEUS que deus grego que ele era só de sunga. Eu e Raul ficamos babando nele. Quando ele saiu de um mergulho, ele abriu um sorriso para mim e disse:
- Bom, são 3:40 da manhã, o que vocês fazem para se divertir? – Que sorriso lindo, meu deus.
- Bom, a gente tava só nadando atoa, apostando corrida, contando piada. Mas a gente pode jogar vôlei, sei lá! – Raul respondeu.
- Legal! Vou pegar a bola! – Gean disse todo animado. Quando ele saiu da piscina, fiquei olhando ele, todo saradão andando. Ele estava com um sungão verde escuro. Quando ele voltou eu vi o volume na sunga dele. Ele jogou a bola com força em mim, dei um mergulho para desviar.
Ele pulou quase em cima de mim e tentou me afogar, de brincadeira claro. Ele era forte, muito mais forte que eu.
Eu, Raul e Gean amanhecemos na piscina. Gean bebeu muito durante a madrugada. Ficou completamente bêbado. Nós nos divertimos muito a noite.
Quando o sol estava para nascer, Gean deu a ideia:
- Ow, vamos na clareira ver o sol nascer? – Ele estava todo animadão. “Deve ser a cachaça” pensei.
- VAMOS! – Saímos da piscina. Eu fui na gaiola ao lado de Gean e Raul foi no quadriciclo. Chegamos lá e vimos o nascer do sol. Foi lindo, magnífico, revigorante. Lá em cima bebemos mais um pouco.
Assistimos sentados, um do lado do outro. Raul deitou a cabeça no meu ombro para assistir ao nascer do sol. Nós três estávamos em completo silencio, só ouvindo os passarinhos começarem a cantar mais um novo dia.
- Vou ali dar uma mijada, já volto! – Disse Raul se levantando e indo para uma arvore mais afastada de onde a gente tava.
- Samuel, posso ser sincero com você? – Gean me pegou de surpresa falando isso. Ele se sentou mais perto de mim. Ele me olhava com aqueles olhos verdes dentro da alma.
- P-pode claro... – Falei meio gaguejando.
- Sabe o porque eu sempre fui um babaca cuzão com você e com seus amigos, o Matheus e o Gabriel? – Ele perguntou com a voz calma.
- Não. Posso perguntar o porque? – Falei com a voz calma, meio curioso.
- É porque vocês realmente são amigos. Vocês não ligam para o que o outro tem. Vocês não ligam se são ricos, pobres, bonitos ou feios. Vocês são amigos. E isso está acima de tudo e do mundo. Vocês se divertem juntos em qualquer lugar, de qualquer maneira. Eu não. As pessoas só andam comigo por causa do meu carro. Por causa da minha aparência. Não por causa do que eu sou, mas por causa do que eu tenho. Eu tenho absoluta certeza que se amanhã meu pai ficar pobre e eu perder esse meu status de cara mais rico da cidade, eu fico sem nenhum amigo a minha volta... – Ele estava meio choroso. Como se olhasse para o vazio ao dizer essas palavras. Pensei um pouco e disse:
- Bom. Se você quiser, pode ser nosso amigo... – Ele respirou fundo e uma lágrima saiu dos seus olhos. Resolvi brincar um pouco com ele:
- Hey, hey, hey, não chore cara! Eu sei que é um convite e tanto mas não precisa chorar de felicidade não! – Eu disse limpando a lágrima do olho dele. Mais vieram depois dessa.
- Eu não posso... – Ele disse com a voz chorosa.
- Por que? – Perguntei curioso.
- Por que eu to apaixonado.
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Olá a todos, como prometido, mais um novo capítulo em um novo dia. Espero que gostem :)
Leo Vitt"
Atheno: Hahaha vou pensar na ideia. Quem sabe? OBS: Marco é mais gostoso que o Alan
Vic_t: Hahahaha não se apegue muito. Dica para a vida. OBS 2: Eu curto o George R. R. Martin.
Swiftie <3: Pode ser que sim. Pode ser que não. Leia e verás! hahaaha um beijooooo!
chacon bebe: Espere fortes emoções no conto =)
Geomateus: Obrigadinho meu bem =)
M/A: Pois é! Será que vem mais desse? rsrsrs
