A Primeira Vista [Revisado] 2x09

Um conto erótico de Igor Alcântara
Categoria: Homossexual
Contém 4099 palavras
Data: 13/01/2015 00:47:29

Eu esperava mais de uma poltrona de avião. Eu estava todo quebrado por conta de ficar várias horas na mesma posição e isso era uma viagem nacional. Quando eu finalmente viajar pra fora, vou tirar um dia no hotel só pra pôr as costas no lugar. Eu acordei e me espreguicei ainda sentindo dor e acordei o Kaio. Fui pra cozinha prepara café pra que pudéssemos sair. Eram por volta de 9h da manhã.

Após comermos descemos o prédio e fizemos a mesma coisa do dia anterior. Esperamos um táxi e pedimos que nos levasse ao Cristo. A gente vê em filmes tudo lindo, com as pessoas vestidas de branco, tirando fotos com a estátua. Ninguém fala da gritaria, das filas enormes pra subir, do empurra empurra... Um cara bateu a câmera na minha cabeça me dando um baita susto.

Levamos quase duas horas – sim, duas horas – pra subir tudo e chegar finalmente lá encima. Sério, é quase uma procissão. Não é à toa que lá encima você encontra um ícone religioso. Chegamos lá encima e tiramos algumas fotos. A vista é linda! Logo a manhã toda se passou alí e começamos a sentir fome porque temos o hábito de almoçar cedo. Eu não prestei lá muita atenção no Cristo, minha vontade era de ir pro meu show e pronto.

Voltamos pra casa depois de uma boa demora dentro do táxi e não almoçamos fora. Eu improvisei um almoço no apartamento. Assim que terminamos de comer fomos pra praia. Copacabana é uma das praias mais lindas que já vi. Muita gente praticando esporte, principalmente idosos, os salva vidas os ensinavam a se alongar. Fomos pra areia meio tímidos com aquela grandiosidade.

Dois amigos passaram perto da gente no calçadão. Estavam fazendo cooper e, meu Deus, que cidade de homens lindos. Lindos mesmo! Eu não ia entrar na água, mas o Kaio estava a fim. Encontramos uma quiosque que vendia água de coco feito de madeira perto da areia e fomos pra lá. Passamos um tempo alí admirando tudo. Cada vez que piscávamos era uma paisagem nova, uma pessoa nova, uma coisa nova pra admirar.

Marcos ligou perguntando da gente. Dissemos que estávamos na barraquinha de cocos e ele logo apareceu do outro lado da via de óculos escuros.

- Hoje é primeiro de Abril mas só acredito porque tô vendo. – eu disse quando o vi.

- Olha os turistas aí! – ele disse rindo e nos cumprimentando.

- Vai ficar com a gente? Tá liberado? – Kaio quis saber.

- Não... tô com o carro da empresa. Tenho exatamente uma hora pra ficar com vocês. Só volto à noite pra deixar vocês no show. Onde é mesmo? – ele disse já puxando um banquinho e acenando pro cara trazer mais um coco.

Eu expliquei o local, que eu tinha o endereço decorado de cor. Ele disse que não sabia onde ficava mas dava um jeito de chegar lá. Ficamos batendo papo. Faziam 38° segundo a previsão de tempo do meu celular. Só que 38° no Rio, são completamente diferentes de 38° do Piauí. As pessoas reclamavam muito do calor de lá e eu não entendia o porquê. Pra os cariocas, que não são acostumados, realmente deve ser difícil. Aqui 38° fazem quase todos os dias às 15h da tarde.

- Vocês não vão dar nem um pulinho no mar?

- Não... Daqui tá numa boa. Não vim pra isso. Só quero meu show! – eu disse.

- Eu quero! Tá de sunga? – Kaio perguntando pro Marcos já puxando a camisa.

- Bora!

Foram os dois pra água e eu fiquei alí segurando um monte de roupas. Um detalhe que eu nunca esqueci, Marcos usava uma sunga branca. Assim que ele abaixou o shorte o Kaio olhou prendendo o riso. Eu pedi mais um coco e coloquei os óculos do Marcos. Nesse momento passou um carro de som, não tão alto quanto os daqui, fazendo divulgação do show. Ao fundo eu reconheci a música “Amor Fati”, uma das minhas favoritas. Cara, o show ia ser demais! Só faltava saber exatamente onde o local ficava, coisa que nem o Marcos que morava lá fazia alguma ideia. Depois de alguns minutos os dois voltaram todos molhados.

- Igor, eu acho melhor aproveitar esse meu tempo livre pra procurar o local do show.

- Então vamo.

O Kaio não queria sair da praia mas arrastei ele pro carro e saímos a procura da rua exata. Pedimos algumas informações e finalmente, depois de passar duas vezes em frente o local, achamos. Era uma casa de shows simples, nem deveria ser tão grande lá dentro. Mas ficava muito, muito longe do apartamento. Jamais viagem sem saber o local exato do show!

Nos 20minutos que ainda sobravam pro Marcos fomos com ele num restaurante baratinho e ele comeu algo enquanto Kaio e eu beliscávamos uma sobremesa de morango. Ele voltou apressado pro bairro do apartamento e nos deixou na porta do prédio.

- Juízo. Eu vou mas volto lá pelas 19h. Se forem comprar alguma coisa passem no mercado agora e voltem logo pra casa. Não andem mais tarde sozinhos por aí.

- Sim general. – Kaio respondeu.

Marcos saiu pro trabalho e nós fomos no mercado alí perto comprar frutas e besteiras pra passar o tempo. Kaio deu a louca de comprar 2 litros de iogurte. Não sei pra quê... Voltamos pra casa rápido e começou a escurecer. Eu coloquei as músicas da banda que estavam no meu celular pra tocar enquanto o Kaio tomava banho e eu escolhia a roupa de sair. De repente a música parou.

- Bateria... – eu comecei a procurar o carregador na mala.

Só que não era a bateria. Era minha mãe me lingando.

- Oi mãe.

- Igor, você não acha que esqueceu algo no Piauí não meu filho?

- Como?

- Sua mãe seu ingrato! Você viaja, chega, passeia, posta foto no Instagram e não me dá satisfação de nada!

- Desculpa mãe... A gente chegou ontem. Chegamos bem, o irmão do Kaio nos trouxe pra casa, nos levou pra passear...

- Vocês não estão aí fazendo algazarra não, né?

- Claro que não mãe...

- Você comeu direito? Bebeu bastante água?

- Sim... Muita água. – Eu falei já me dirigindo pra cozinha.

O Kaio saiu do banheiro.

- Amor, o shampoo acabou. Vai no quarto do Marcos pegar pra mim senão molho a casa toda.

- Quem tá aí? – minha mãe perguntou.

- O Kaio, mãe.

- Que Kaio? Que negócio de Kaio?

- Mãe... – eu saí do quarto e fui pegar o shampoo – O Kaio, meu amigo que eu disse que ia viajar junto. A gente tá na casa do irmão dele.

- Ah sim... Pois é. Cabeça, essa minha... Vão pro show juntos, né? Olha, vou te falar uma coisa, não desgruda desse menino e nem do irmão dele hein! Não quero saber de você largado no Rio de Janeiro sem companhia.

- Tá mãe... A gente tá junto. – entrei no quarto e entreguei o shampoo.

- Olha, volta logo hein! Não demora aí não. Não quero você nessas baladas GLS aí com homem de cueca de couro não hein! Olha lá!

- Hãm? Mãe, eu vou me arrumar pra sair.

- Juízo, Igor Alcântara. Ju-í-zo! Tchau, traz presente pra mamãe. Beijo.

Ufa... Sentiram a pressão, né? Por volta das 20h o Marcos chegou em casa. Ele entrou com a boca cheia, comendo um pedaço de bolo enorme com uma latinha de guaraná Antártica. Passou direto pro quarto e foi se arrumar. Eu escolhi a roupa que queria e me vesti. Percebi que após o Marcos chegar eu tive uma leve tosse. No meu primeiro vestibular eu fiquei assim. Foi só fazer a prova que a tosse passou. Isso é ansiedade, eu sabia. Seria meu primeiro show de um artista internacional. Marcos ficou pronto em 5 minutos sob o efeito de alguma magia que ele fez dentro do quarto pra terminar tão rápido. Mas depois eu entendi o porque dele terminar tão rápido. Ele só banhou e vestiu uma camiseta e um shorte, até meio curto. Tinha os olhos caídos de sono.

Descemos os três pra garagem do prédio.

- Onde estão os ingressos? Estão com os documentos? – Marcos perguntou.

- Tudo aqui. – Kaio respondeu.

- Eu vou deixar vocês e volto pra casa pra dormir porque amanhã eu saio cedo. Quando o show acabar ou quando tiver perto me liguem pra eu vir. Se eu demorar é porque tô acordando.

- Ok.

Ele nos deixou no lugar e saiu pra casa. Como eu já esperava não havia muitas pessoas mesmo o show sendo gratuito. Era uma casa de show completamente personalizada pela Converse, a empresa que fabrica os tênis All Stars. O nome do local é Circo Voador. Entramos com as identidades e ingressos nas mãos.

Fomos revistados e passamos pra um corredor onde havia uma fila que as pessoas estavam esperando.

Apesar do evento ser gratuito era preciso ter um cadastro antes, que eu fiz assim que vi o anúncio na internet sem nem saber se iria de fato pro show! Não façam isso! Se as vagas forem limitadas você toma a vaga de alguém que queria e poderia realmente ir. Ainda bem que comigo o destino ajudou e deu certo pra acabarmos indo mesmo. Apresentamos os comprovantes e entramos na área do show propriamente dito, mais uma revista de seguranças foi feita.

Lendo notícias sobre o show depois de tudo haviam sites que disseram que haviam cerca de 1200 pessoas. Não acho que havia tantas gente assim. Era só quem realmente conhecia a banda e curtia o som, o que alí com certeza não chegava perto disso. Lá dentro tudo ainda estava ficando pronto. A equipe estava no palco, que estava mais pra tablado de tão baixinho, ajustando os equipamentos. Tinha um ar de concerto e não de show de fato. Olhei ao redor e haviam alguns brindes da Converse, como chaveiros e bonés que eram distribuídos pra quem chegasse cedo. Infelizmente não pegamos nenhum.

Não havia avisos sobre a proibição de consumo de bebidas no ambiente interno mas mesmo assim não havia ninguém com um simples copo na mão. As luzes se apagaram e o burburinho aumentou. Fomos pra perto do palco. Haviam poucas pessoas, como disse, então dava de se movimentar bem lá dentro. Uma banda que eu não sei o nome fez a abertura. Apesar de serem do Brasil, cantavam em inglês músicas que a galera conhecia.

Quarenta minutos depois e finalmente Ernest Green e os demais integrantes entraram no palco. Ele estava horrendo com o cabelo grande que ele adotou pra esse terceiro CD da banda. O pessoa gritou um pouco e eles começaram o show calminho que o estilo de som deles oferece ao público. Eles eram simpáticos e sorriam. Mas falavam muito pouco com o público. O destaque era pra o repertório novo, mas ele não deixaram de fora músicas legais do segundo CD, meu preferido.

Minha música preferida, “You and I”, começou a tocar e toda a plateia sussurrava junto. Foi demais. Kaio sempre do meu lado dando um passinho pro lado/passinho pro outro. Ele não gosta muita da banda. A letra é muito cativante, ele me abraçou por trás e ficamos balançando e cantando juntos. Haviam mais casais gays alí.

“Amor Fati”, a única música que o Kaio gosta, tocou quase no fim do show e finalmente a ele se animou. Todo mundo pulava cantando. No fim da noite já estávamos suados e o cabelo do Kaio grudava na testa dele. Ele começou a dublar e interpretar a música “All I know”, que descreve bem como nos sentíamos assim que começamos a nos conhecer, as ligações, as mensagens e tudo mais. Se quiserem procurar a letra dessa música vão ver.

“In the silence I hear your fading call

I your eyes I see and feel it all

In my mind I try to let go

It’s so hard cause you are all I know…”

Acabou. Foi perfeito. Não foi um show de um artista pop, eu sabia que não estava indo pra um, sabia que haveriam poucas pessoas e a banda não tinha as músicas mais empolgantes do mundo. Mas definitivamente eu adorei. Eu gritei muito em “Amor Fati”, minha garganta arranhava. Eles terminaram o show, agradeceram e em questão de um minutos toda a banda havia saído e a equipe de apoio já recolhia tudo. Foi muito rápido. Fomos saindo do local em fila indiana seguindo o resto das pessoas.

- Liga pro Marcos! Eu esqueci. – eu disse preocupado.

Kaio ligou e fomos pra calçada esperá-lo. Muitas pessoas estavam alí esperando suas caronas ou esperando um táxi passar. Me senti culpado de dar trabalho pro Marcos, ele deveria estar dormindo profundamente enquanto a gente ficava ligando pra ele vir...

Ele não demorou muito. Era madrugada então não havia muito trânsito.

- Se divertiram?

- Demais, foi sem explicação de bom! Cantei demais, estou rouco, quero beber água e... – Kaio ria e eu notei que o Marcos piscava ao volante e bocejava – Marcos, cara a gente podia ter pegado um taxi! Você vai sair logo cedo...

- Não... Tudo bem. – ele riu. – Só hoje. Mas não acostumem.

- Não tem como você tirar folga não? – Kaio pediu.

- Não. Já tirei aquela horinha hoje de manhã com vocês. Agora eu tenho que ir de vez. Que horas o vôo de vocês sai?

- Às 15h.

- Então vou ver se venho pra deixá-los no aeroporto, mas não garanto nada. É melhor guardar o dinheiro do táxi.

Mal entramos em casa e Marcos pediu pro Kaio fechar tudo. Ele foi pro quarto e deitou do mesmo jeito que estava sem tirar nenhuma peça de roupa ou fechar a porta do quarto. Nós fomos pro nosso quarto e também desmaiamos na cama.

- Gente, tô saindo. Acordem pra arrumar as malas. – Marcos disse da porta do quarto 7h da manhã. A noite havia se passado muito rápido.

Ele mexeu nos cabelos do Kaio. Eu sentei na cama esfregando os olhos e estiquei a mão pra que ele apertasse forte-quase-quebrando como sempre. Só que quando ele apertou eu fui falar algo e senti minha garganta doer. Mas não era uma dor rotineira de inflamação por eu ter gritado no show, era muita dor! Do tipo que não te deixa falar.

- Tudo bem? – Marcos pergutou.

- Tô rouco... – eu falei com esforço.

Ele saiu do quarto e eu fui pro espelho observar minhas amídalas e nossa... Estavam tão mas tão inchadas que poderiam ser vistas a olho nú! Minha garganta doía quando puxava o ar com força, doía ao engolir, ao falar... Chamei o Kaio pra dar uma volta na praia antes de dar a hora de ir pro aeroporto mas ele preferiu não sair comigo daquele jeito. Durante aquela manhã eu fiz muito gargarejo com antisséptico pra amenizar a dor. Não havia muito o que fazer no apartamento então tomamos café, eu com muito esforço pra engolir, e começamos a fazer as malas.

Depois de meio dia eu tive minha primeira febre. Uma febre do tipo que dói todo seu corpo e você só quer ficar deitado e embrulhado com 30 lençóis! Eu liguei pro Marcos do viva voz.

- Marcos... Tá podendo falar? – saiu mais meloso do que eu esperava.

- Tô sim... – ele imitou meu tom de voz e depois riu – Aconteceu algo?

- Onde você guarda remédios aqui?

- No meu quarto. Na escrivaninha. O que você quer?

- Tô com muita dor de garganta. Preciso tomar algo senão não viajo mais tarde.

- Tô vendo que você tá muito ruim... Sua voz tá péssima.

- Ele está com 70 graus de febre, mal consegue caminhar de tanta dor no corpo! – Kaio gritou pro telefone. – O que eu faço??

- Deixa de exagero... – eu falei.

- Leva ele no posto aí perto. Igor, eu não tenho como sair daqui agora. É melhor vocês irem no posto.

- Não se preocupa não...

Minha mãe é médica, com o tempo eu aprendi muita coisa com ela. Não recomendo de forma alguma, mas eu me medico sim as vezes porque ela me ensinou sobre composto de medicamentos que podem ou não ser misturados e em que situações podem ser tomados.

Na gaveta haviam alguns comprimidos. Eu tomei um que sabia que ia melhorar. A garganta não melhorou em nada, mas a febre diminuiu um pouco. Não passou por completo porque a infecção era muito grande.

- Vou cancelar as passagens.

- Não precisa. – eu tentei argumentar.

- Não precisa? Você vai daqui pra Piauí dentro de um avião trancado respirando ar condicionado durante toda a viagem com essa garganta?

Ok, com ele falando assim... Kaio ligou pro pai dele e explicou a situação. A companhia perguntou se queríamos o reembolso quase integral das passagens ou remarcação para um vôo que só sairia em dois dias. Preferimos a remarcação, porque eu não queria incomodar o pai do Kaio e além do mais era uma infecção de garganta que eu tenho várias vezes ao ano. Se eu não melhorasse em dois dias então... Sei lá.

Esperei um tempo e tomei mais um remédio. A garganta não melhorou mas a febre passou de vez. Fomos dormir e 21h eu tive outra febre, só que mais branda. Meu nariz começou a escorrer e minha cabeça doer. Não tomei remédio por já ter tomado mais cedo. Tomei um banho e fui dormir. Em alguma hora da madrugada Kaio sacudiu meu ombro.

- Igor, pelo amor de Deus, levanta! Vamo tomar um banho, você tá queimando em febre!

Eu fui pro banheiro muito mal. Ele disse que eu estava gemendo muito debaixo do cobertor. Além disso eu sentia meus pés queimarem em brasa! A dor no corpo era tanta que eu comecei a cogitar dengue, mas a dor na garganta não enganava. Era uma infecção.

Parei de tomar remédios com medo da minha pressão cair a qualquer instante. A febre ia e voltava acabando comigo. Agora eu não sabia mais se estava gripado ou com problema de garganta. Muito provavelmente os dois. A tosse da noite do show voltou e eu não sabia mais o que estava havendo comigo.

Marcos ligava sempre querendo saber como estávamos e o Kaio não escondia nada. Minha mãe ia ficar louca quando soubesse que eu não havia chegado. Decidimos então ir no posto de saúde. Demorei muito pra ser atendido. Muito mesmo. O médico me examinou e me aplicou uma injeção que eu já suspeitava que iria tomar mesmo. À noite o Kaio veio aqui na Casa e postou o capítulo do conto explicando o que estava havendo comigo. Lembro que haviam comentários até falando sobre o que fazer pra amenizar a dor de garganta. À noite minha mãe também ligou.

- Igor, me dá um bom motivo pra você não ter chegado ainda.

- Eu tô doente.

- Doente de que?

- Dor de garganta. Dor não... Infecção.

Eu tossi um pouco e doeu tanto que meus olhos marejaram.

- Então você também tá dando febre?

- Sim... Mas já fui no médico. Eu tô melhor, foi só um susto. Não senti quase nada... – arrisquei mentir – Amanhã a gente volta.

- Volte logo. No seu apartamento tem um remédio chamado xxxx, são três comprimidos, um por dia após a maior refeição. No fim do terceiro você estará melhor. E eu sei que você está se auto medicando como sempre seu safado, então passe longe de qualquer composto com xxxxx. Lembra do que conversamos, você é alérgico! – adianta contra argumentar com uma mãe médica dessa? – Da próxima vez que quiser mentir com uma tosse dessa tome xarope antes de atender o telefone!

Na quinta-feira, eu finalmente me senti melhor e as passagens de avião não precisaram ser desmarcadas. O pai do Kaio resolveu tudo e finalmente entramos na aeronave rumo à Brasília. De lá para nosso estado. Uma viagem tranquila apesar do incômodo terrível na garganta durante todo o percurso. Mas ao menos eu não tive mais febre. Seu Antônio foi nos buscar no aeroporto e eu dormi aquela noite na casa do Kaio.

O dia seguinte eu não estava tão mal mas a tosse não me deixava falar muita coisa. Adoecer em meio a uma viagem dessa definitivamente não estava nos meus planos. Foi terrível! Mas vimos quase tudo o que tinha pra ver no Rio, fomos ao show, fizemos comprar e curtimos um pouco do Marcos. O fim de semana passou e segunda estávamos na faculdade.

Cheguei no estacionamento das motos e vi Kaio ao longo do lado do carro dele mexendo no celular. Fui falar com ele.

- Fazendo o que aqui sozinho? Já perdemos aula a semana passada inteira. Vai pra sala!

- É... Eu sei. Tava te esperando chegar pra falar contigo sobre uma coisa.

- Diz. – eu falei e fomos entrando na faculdade.

- É que logo vai ser semana santa. Vai ser um feriado bem cumprido. Você vai pra casa dos seus pais?

- Sim. E eu até queria ficar contigo mas eu tenho mesmo que ir. Andei na casa deles no Natal, lembra? – falei fazendo charme já esperando o Kaio me fazer um convite mais que maravilhoso pra passar a semana santa na casa de campo da família dele. Marcos e Milena estariam lá na certa e ia ser tudo muito bom. Eu, claro, ia aceitar ficar! A cena toda se desmanchou quando ele disse a próxima frase.

- Porque eu pensei em ir com você pra casa dos seus pais e passar a semana santa conhecendo todo mundo lá.

Eu o olhei incrédulo enquanto ele sorria calmamente.

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Oi oi gente! Voltei.

MikePedroB e kelly24: Mais que um príncipe pra mim haha

thigor_ps: Assim que esse terminar! E olha que não falta muito. Passa rapidinho.

Docinho_: Nunca! Jamais!

Drica (Drikita): Pois é... É um sufoco que só passando pra saber. Mas vale a pena no fim de tudo.

Lipe_araujo: Tocam o estilo de música conhecido como Chillwave. Eu gosto. As músicas são leves e tem toques psicodélicos. COmo disse no conto "You and I", "Amor Fati", e "All I Know" são minhas preferidas.

M/A: Uhuuul! Obrigadão! Adorei saber disso.

Jhoen Jhol: Nem é. Vivemos no Brasil, um país que só te incentiva a gastar. Presta atenção na TV, não há uma política pública sequer que te incentive a poupar. Só se fala em IPI reduzido, desconto, liquidação, queimão... Eu sei o quanto é difícil poupar porque economizo grana a mais de um ano pra fazer um intercâmbio e tem horas que dá vontade de jogar tudo pro ar e torrar toda a grana. Mas como o país quer que você compre sem te dar crédito? Aí vem os incentivos. Por exemplo, na porta da minha faculdade quase todo dia tem uma promoter de algum cartão de crédito universitário te oferecendo o cartão. R$ 1000,00 de limite de uma só vez! Sem comprovação de renda nem nada. Um estudante de 18 anos, sem emprego, sustentado pelos pais já pode ter acesso a um cartão com esse limite na porta da faculdade. Um trabalhador que ganha salário mínimo nem sonha comum cartão com esse limite! O que querem é que você tenha crédito pra se endividar! Ainda mais você sendo um rélis universitário sem emprego, é uma vítima ótima! Você nunca vai ver uma promoter da Caixa oferencendo abertura de conta poupança pra você GUARDAR dinheiro. Isso jamais! Eu e Kaio temos vários cartões, eu mais que ele... Se você souber administrar eles salvam a sua vida. Mas também podem gerar muita dor de cabeça. Graças a Deus utilizo há anos e nunca tive problemas com nenhum. Não vou fazer propaganda, mas não é difícil ter um cartão de crédito com o valor que você quiser kkk Outra coisa, sobre as passagens e cartões. O cartão do pai do Kaio é pessoa jurídica, é o cartão da empresa. Uma compra nele custa R$ 20.000,00 ou mais só de coisa pra empresa. Imagina isso somado por mais de um ano. SOma muuuuuitos pontos pra o Kaio e a mãe trocarem por muita coisa, porque ele nem usa pra nada os pontos. A louça de porcelana da casa do Kaio, por exemplo, é toda comprada com pontos de programas de fidelidade do cartão kkkk. E eu citei isso do Rio porque lá ninguém nos julgou, ninguém nos olhou, ninguém disse nada. Você vive a sua vida sem a interferência de ninguém. Salvo raras exceções, afinal o preconceito está em todo lugar. Uma coisa completamente diferente da realidade do nosso estado, muito infelizmente e que eu tenho fé em Deus que um dia isso há de mudar. Sim, fazemos surpresa e tal. Não, não fizemos ainda esse tipo de surpresa, mas sugestões são sempre bem vindas. Acho que por uma grana o pessoal da faculdade dança. Vou anotar isso em algum lugar.

prireis822: Eu vi lá. Obrigado por entender!

Mike Grant, JoLi, negamalandra, Geomateus, esperança: Obrigado por estarem presentes!

Abraço a todos.

kazevedocdc@gmail.com

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Comentários

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Fala serio :Sério, é quase uma procissão. Não é à toa que lá encima você encontra um ícone religioso , rachei....

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É Igor eu até consigo imaginar a cena com o Kaio Pedindo para Conhecer a sua familia. . Deve ter sido uma cara tão fofa e doce , que você não teve como negar. E já estava na hora né. Quero mundo saber como foi que aconteceu com sua família .. abraços.

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Que bom que gostou do meu Rio de Janeiro, pena a violência e a falta de organização. Quanto a dor de garganta, infelizmente sei bem o que é isso, a minha nem inflama, é só irritação segundo o médico, mas conta isso para a famigerada, que não me deixava dormir de tanta dor, agora já descobrir um comprimido, um spray e um remédio natural, que me dá o maior alivio,ufa!!!

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Opa, então vocês vieram pra cá, pra essa minha cidade que de maravilhosa só tem a "cara".KKKKKKK Aqui a gente é assaltado todo dia, com uma simples latinha de coca-cola, é um problema sério… mas enfim, peninha de você doente, nem imagino como deve ser ruim ficar doente em plena viagem, mas essas coisas acontecem, e ao menos você teve o Kaio de enfermeiro particular, huum! *-*' O Marcos é gente finissima, fico besta, também quero um cunhado assim, sério. ><` E parece que Sr Kaio não esqueceu dessa história de conhecer sua familia, é, não teve jeito Igor! KKKKK Continua… beijo queridos.

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"Não quero você nessas baladas GLS aí com homem de cueca de couro não hein!" rindo até as olimpíadas KKKKKKKKKK. Sua mãe deve ser hilária, ansioso pra ver os diálogos com ela. O Marcos é um fofo, vejo que ele se esforça sempre para ficar perto da família e disposto a um relacionamento a distância com Milena, ainda bem que ele encontrou alguém que aceite ficarem certo tempo sem se verem (não por quanto tempo), já que distância acaba com o relacionamento se um não tiver disposto. Menino, vi esse comentário enorme e pensei "vish, o Igor deve estar me esfolando. Não lembro de perguntar ou falar algo que requer tudo isso" hahahaha, bem, entendo esse massacre do povo para adquirirem cartões e se não tiver dinheiro para pagar, não adianta ter. Só quis omitir esses lados negativos e dizer só o lindo de Comprar & Comprar. Nossa, pede o kaio pra me doar uns pontos de felicidade (vulgo fidelidade) desse cartão ❤. Eu pensei que faziam surpresas doidas no aniversário hahaha, algumas que citei são de contos reais daqui.

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Ainda bem que deu tempo de aproveitarem né? Muito fofo o Kaio querer ir com você conhecer sua família. Cada vez mais apaixonada por vocês.

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Amei. Que barra você passou, ficar doente em plena viagem. Pelo menos assistiram o show. Igor de nada sem problemas. Que lindo o Kaio querendo conhecer sua família. Abraços Pri :)

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Cada vez mais a historia de vocês fica mais apaixonante e envolvente. Você e o Kaio são muito gracinhas queria ter a oportunidade de conhecer vocês pessoalmente.

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Haha finalmente chegamos a minha parte preferida da sua história, a viagem pra casa dos seus pais. Que show em Igor,pelo menos você conseguiu assistir a sua banda, e a infecção passou. Lembro que minha banda favorita so veio pro Brasil duas vezes, na primeira eu nem era nascido, e na segunda eu era muito pequeno pra ir,mas ainda tenho esperanças de que eles voltem esse ano ou o próximo, já que vão entrar em turnê mundial. É tão bom quando a gente gosta de estar na companhia da família de quem a gente ama,a gente se sente completo. Por isso eu entendo a vontade do Kaio de conhecer sua família. Abrs pra você e pro Kaio.

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eu nunca ouvir falar dessa banda. mas deve sr boa confio no. seu bom gosto rs e quanto a se auto medicar não é legal em mocinho..achei super fofo o kaio querendo ir pra. casa dos seus pais pra conhecer eles melhor .. e que bom que voce ficou doente depois do show .beijos pra voce e pro kaio .

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