Me chamo Olliver, tenho 31 anos sou policial, casei a algum tempo mas me separei...
Conheço o Juiz Roberto a longa data, sou muito bom no que faço e tenho boa fama, estava no meu posto quando recebo uma ligação...
Roberto: Olliver?
Eu: Sim sou eu!
Roberto: Preciso de você é urgente!
Fui ao seu encontro...
Roberto: Tenho um problemão nas mãos...
Eu: Fiquei sabendo por o Delegado Tavares que você está recebendo ameaças pesadas de um traficante...
Roberto: Invadiram minha casa e tentaram pegar meu filho!
Eu: Nossa!
Roberto: Quero que você o proteja, faça sua segurança 24 horas por dia, conheço seu trabalho, você é o melhor, só confio em você para isso!
Eu: Sinto muito mas...
Roberto: Por favor, aceite, eu estou desesperado, converso com o Delegado, não vai ter problema nenhum!
Bem, estava mesmo precisando de dinheiro a mais e não iria perder meu trabalho, então não vi problema!
Fui a sua casa...
Roberto: A casa vai ficar rodeada de policiais mas só você vai ficar encarregado do meu filho!
Eu: Quero conhecer bem o lugar!
Roberto: Claro!
Saí, a casa era mesmo enorme...
Roberto: Olliver venha aqui um instante conhecer o meu filho...
Chegando na sala vejo um garoto de pele clara, cabelo encaracolado e preto, olhos castanhos... Me parece que o trabalho será fácil, ele não parece tão difícil!
Engano meu, e que engano...
Roberto: Esse é o meu filho Victor!
Ele: Você acha mesmo que eu vou aceitar ter uma babá me vigiando o tempo todo?
Roberto: Vai. Não estou te dando o poder de escolha, ele vai te seguir para onde você for, entendeu?
Ele: Mais que saco!
Saiu com raiva...
Eu: Difícil ele!
Roberto: Você não viu nada! Vamos, vou te mostrar onde você vai ficar.
Ele me mostrou o quarto, na verdade ficava vizinho ao do filho dele, achei aquilo ótimo pois qualquer problema estava logo ao lado!
Coloquei minha mala encima da cama, precisava de um banho, tirei minha farda e fui para o banheiro, saí, vesti uma cueca, escuto batidas na porta...
Eu: Entra!
Era ele...
Entrou, me olhou um pouco...
Vesti o short...
Ele: Não pense que vai ser tão fácil assim me "proteger", vou transformar sua vida em um inferno!
Eu: É, desculpa, mas não é muita infantilidade da sua parte? Você está correndo risco de vida, estou aqui para resolver isso!
Ele: Meu pai que se dane, se ele tem este emprego não posso fazer nada, só quero ter minha vida, poder sair, fazer o que eu quiser, ter minha privacidade, ser uma pessoa normal, ter uma vida normal!
Eu: Estou aqui a trabalho, você que sabe se quer faze-lo mais difícil.
Ele Saiu, vesti uma roupa e desci...
Havia anoitecido e eu estava andando pela casa, quando ele sai do quarto todo arrumado...
Eu: Vamos sair?
O garoto me olhou com ódio...
Ele: Vou me divertir como sempre faço!
Ele foi andando e eu claro fui atrás...
Ele: Você não vai vestido assim não né?
Eu: O que?
Ele: Se vai andar comigo, quero que use pelo menos uma roupa normal, já basta outro dia ter chegado em uma viatura na faculdade!
Cruzei meus braços...
Ele: Que foi?
Eu: Você está querendo que eu entre para fugir não? Sinto mas vou assim mesmo!
Ele suspirou: Saco! Tá eu entro com você para ter certeza que não vou sair, tá? - Falou groço.
Nós entramos no meu quarto, me troquei e ele me olhou estranho...
Ele: Hum, vestido assim até parece gente!
Eu: Se foi um elogio, obrigado!
Saímos...
Entramos no carro, fui dirigindo e claro ele reclamando...
Ele: Mais que droga, nem meu carro eu posso dirigir mais!
Eu: Não, não pode!
Ele me disse para onde iriamos, era uma boate, claro... Entramos, ele foi falar com os amigos...
Vic narrando...
Ele era um groço, parrudão, grandão e transmitia um certo enigma...
Entramos na boate e fui falar com Adriana, ou Ana como ela gostava de ser chamada, e Rodrigo ou Ro...
Eu: Oi gente?
Ana: Olá, quem é?
Ela já olhou para ele toda interessada, claro que menti...
Eu: Um tio meu, veio passar uns dias!
Ana: Um tesão.
Ro: É mesmo!
Começamos a beber mas ele só tomava água...
Ana e Ro foram dançar, eu fiquei só com ele...
Eu: O que há com você? Não pode ao menos se divertir?
Ele: Não bebo em trabalho.
Foi o que me respondeu...
Eu: Você não fala, não bebe, não sorrir...
Eu: Não gosto muito de sorrir...
Eu: Você é um alien ou o que?
Ele me olhou, nossa seu olhar era frio...
Ele: Vou ao banheiro.
De repente Ana aparece...
Eu: Galera vamos sair...
Ro: Para onde?
Eu: Só vamos tá?
Puxei eles pelo braço, fomos no carro de Ro...
Ana: Tá, agora me conta tudo!
Eu: Ele é tipo um guarda-costas que meu pai contratou para me defender, quero fugir dele, quero que se demita, vou fazer da vida dele um inferno!
Eles riram!
Olli narrando...
Claro que eu deveria ter adivinhado, saí do banheiro, fui para onde eles estavam mas não o vi, os procurei pela boate e nada!
Saí dali, voltei para casa, Roberto estava na sala...
Eu: Ainda acordado? Aconteceu alguma coisa?
Roberto: Na verdade sim, mas cadê o Vic?
Eu: Sumiu, fui ao banheiro e ele desapareceu, fugiu de mim. Roberto isso não é para mim, olha a pior coisa é proteger quem não quer, não aceita ser protegido, foge sempre, escapa das mãos, e se alguma coisa acontecer vou passar o resto da minha vida me culpando! Não é para mim, hoje mesmo tive a certeza, se o primeiro dia foi assim, imagina os outros...
Roberto: Pelo amor de Deus não desista, olha estou acordado porque os policiais pegaram uns caras tentando entrar aqui...
Eu: Wow, mas está tudo ok?
Roberto: Sim.
Eu: Olha, aqui não está seguro para ninguém, você tem que procurar outro lugar para ficarem.
Roberto: Já pensei nisso, você vai ficar com o Vic no AP que comprei para ele, iria dar de aniversário mas agora é a hora certa!
Eu: E você?
Roberto: Eu tenho um em outro prédio, não fica muito longe, mas será bom não ir com vocês, talvez eles esqueçam dele e venham apenas atrás de mim... Ele fica mais seguro...
Eu: Sei.
Roberto: Por favor cuide dele, ok? Ele é difícil assim mesmo!
Eu: Tá, mas magora estou preocupado, e se acontecer algo?
O resto da noite foi um tormento, até que 4:00 da manhã ele aparece!
Roberto: Onde você estava?
Ele: Por aí...
Olhou para mim rindo.
Roberto: Olha, tentaram invadir aqui, pessoas ligadas ao mesmo traficante, vamos sair daqui, você e ele vão para um AP e eu para outro, está me ouvindo?
Roberto se aproximou dele e apontou o dedo em sua cara: Ele ia desistir de você, mas eu pedi que não, eu implorei, estamos em algo sério e perigoso aqui, quando que você vai entender que ele está te fazendo um favor? Não é obrigado mas está aqui para te defender, cresce!
Roberto subiu...
Vic narrando...
Ele olhou para mim: Você não percebe a dor de cabeça que dá a seu pai? Já é bem grandinho, deveria ser mais inteligente!
Eu: Está dizendo que sou infantil?
Ele: Bem, me prove o contrário.
Subiu...
Mas que droga, só queria ter minha vida, será tão difícil entender? Sempre tive minha privacidade, minha liberdade e amo isso, abrir mão é difícil, e não vou fazer só assim!
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