QUAL É A VERDADE? CAP. 3
Havia se passado dois dias desde meu último contato com o Natan.
Eu já estava começando a ficar impaciente.
Depois de ter ligado para ele, enviei-lhe algumas informações adicionais por email. As poucas informações que o Victor havia me contado.
Nesses dois dias também, Victor e eu conversávamos mais por mensagens.
Eu conversava normalmente com ele, não sabia de tinha com o que me preocupar.
Conversava também com o Mateus. Na maior parte do tempo discutíamos.
Como agora.
- Não vai dar! - Falei convicto - Tenho que ir na casa da Leticia.
- Você pode ir depois. Seu investigador está demorando demais. - disse - Temos que conseguir mais coisas sobre o Victor.
Minha vontade era de desligar o celular na cara dele.
Eu havia acabado de entrar dentro do carro, que estava no estacionamento.
- Merda! - Falei.
- A boca - riu - Onde você está.
- No meu carro.
- Ótimo, vou para a faculdade de moto, te espero na porta.
- Mateus ...
- Nao vamos demorar Gabriel. - disse.
Bufei.
- Ok.
Cheguei na porta da faculdade e ele estava lá me esperando.
Estacionei o carro do lado de fora da faculdade mesmo, já que não iríamos demorar.
Mateus estava até que bonito. Usava uma bermuda, que mostrava sua panturrilha peluda.
- Inteligente, como faremos para entrar na secretaria? - perguntei assim que o vi.
- Você vai entrar, enquanto isso eu vou seduzir aquela secretaria gostosa.
Revirei os olhos.
- Claro - sorri - Ninguém resiste, não é?
Ele fez que não com a cabeça.
Caminhamos em direção ao predio onde ficava a secretaria.
- Espere, antes preciso ir no banheiro. - Falei.
Mateus ia protestar, mas dei meia volta e entrei no banheiro mais próximo.
Assim que entrei ouvi alguém soluçando em uma das cabines.
Decidi ficar na minha, já que tinha problemas demais.
Entrei em uma cabine vazia e fiz minhas necessidades.
Os soluços aumentaram, e comecei a me incomodar.
Saí da cabine e aproximei minha cabeça da porta de onde vinham os soluços.
- Ei - bati na porta.
Os soluços pararam subitamente.
Acho que ele ficou sem graça.
- Posso ajuda-lo? - perguntei.
Eu nao queria fazer aquilo, mas já estava preocupado o suficiente.
- Me deixa em paz! - gritou ele.
Achei super audacioso da parte dele.
- Nao! - gritei de volta - Vou me sentar aqui e esperar você sair.
Eu menti, óbvio.
O Mateus devia estar morrendo de raiva, porque segundo ele "Não iríamos demorar".
- Droga! - o ouvi dizer do outro lado da porta.
Ouvi também, quando ele se levantou e abriu a porta.
Um garoto do meu tamanho mais ou menos, branco, também como eu, apareceu. Seu rosto estava completamente vermelho.
- Satisfeito?
- Muito - Falei.
Ele passou por mim e foi em direção a pia.
Havia um espelho imenso de frente para ele.
- Pelo visto você tem problemas ... - Falei.
- Quem não tem? - então levou o rosto.
Depois de enchuga-lo, prosseguiu :
- Está tudo dando errado ... - Seus olhos se encheram de lágrima novamente, mas ele as segurou. Se virou para mim - Eu nao aguento mais.
Assenti. Eu não tinha tantos problemas assim.
Nada que eu não pudesse resolver.
- A vida é assim mesmo ... É complicado. - Falei - Mas então, o que aconteceu.
- Eu quero esquecer .. - ele fechou os olhos.
A porta do banheiro se abriu abruptamente.
Mateus estava 'levemente' nervoso.
- Porra! Caralho o que voce estava fazendo nessa merda?
Percebi que o 'garoto que eu ainda não sabia o nome' ficou assustado com ele.
Eu, diferente dele, não. Já conhecia o Mateus.
- Abaixe o tom Mateus, você não está falando com seus amigos. - Falei
Olhei para o 'garoto que eu ...'
- Você quer mesmo esquecer tudo isso?
Ele me olhou e pensou por um instante.
Fez que sim com a cabeça.
- Venha.
O peguei pelas mãos, passei pelo Mateus e fomos em direção a secretaria.
- Qual seu nome? - perguntei a ele enquanto andávamos.
- Pedro.
Antes de chegarmos, olhei para o Mateus.
- E então ... ?
Mateus olhou para o Pedro.
- Ele vai?
- Vai! - Falei - Você tem que dar um jeito de tirar aquela garota dali.
Mateus olhou novamente para o Pedro.
- Quem é ele?
- Meu amigo - Falei - Você não o conhece.
O Pedro continuava sem graça. Tínhamos a mesma altura, ou seja, tínhamos que ficar olhando para o alto.
- Anda, não tenho todo tempo do mundo - Falei.
Mateus passou por nós e foi em direção a secretária.
Eles começaram a conversar, de modo que ela ficasse de costas para a porta, onde dava a sala com os registros dos alunos.
- O que faremos - perguntou Pedro olhando para o Mateus.
- Já já te explico - Falei.
Ele e a secretária conversavam animadamente.
Gesticulei para que Pedro e eu entrassemos na sala.
Ela estava tão fogosa que nem percebeu.
A sala estava escura e nem pensei em acende-la.
Pensei nas cameras de segurança que deviam haver ali e do lado de fora.
Afastei aqueles pensamentos e fui em direção ao armário dos alunos de medicina.
- E então ..?
Olhei para o Pedro.
- Procuramos informações sobre um aluno de medicina. Victor de Oliveira Mello.
Ele assentiu.
- Mas porque ?
- Juro que te explico depois, mas antes me ajude a procurar, por favor.
Ele fez que sim com a cabeça.
O Victor havia me falado que estava no terceiro período da faculdade.
Fomos até a gaveta onde estava escrito : TERCEIRO PERÍODO.
- Victor de ...
- Oliveira Mello - conclui.
Começamos a procurar. Graças a Deus estava tudo em ordem alfabética.
Rapidamente o Pedro achou.
- Aqui! - disse ele sorrindo.
Ele abriu a pasta.
- Filiaçao : Cláudio de Oliveira Mello ... Cadê a mãe? - perguntou o Pedro.
Li junto com ele.
- Nao sei ... Ele me disse que morava com os tios. Tenho certeza que ele disse tios, no plural! - Falei.
- Ou ele mentiu ...
- Ele mentiu! - Falei convicto.
- O endereço dele.
Peguei meu celular e tirei uma foto.
Folheamos a pasta.
- Droga! Nada de relevante.
Havia uma foto dele em uma das páginas.
- Bonito ele ... - disse o Pedro.
Olhei para ele.
Ele percebeu o que havia dito e seu rosto logo se preocupou.
- Nao se preocupe, eu também sou gay - Falei.
Ele respirou fundo.
Sorri.
Guardamos a pasta já que as outras informações eram curriculares.
Abri a porta, bem lentamente e percebi que o Mateus e a secretária não estavam mais ali.
Saímos rapidamente.
Já do lado de fora do predio, tentei pensar que conclusão deveria chegar.
- Você também tem problemas? - perguntou ele me olhando.
- Ainda não sei ...
- Mas o que tem esse garoto?
Peguei meu celular. Haviam algumas mensagens da Leticia.
"Cadê você?" "Ande logo!"
- Você vai fazer alguma coisa agora a tarde?
- Nao, porque?
- Venha, que no caminho te explico!
★★★★★★
Expliquei rapidamente para o Pedro o porque daquela rápida investigação.
Ele pareceu entender, mas fez algumas perguntas que eu respondi.
Chegamos na casa da Leticia.
O Lugar era lindo. A cara era enorme.
Estacionei o carro, e sai.
Caminhamos até a porta de entrada e toquei a campainha.
Seu irmão mais velho nos atendeu.
- Gabriel, quanto tempo! - me comprimentou.
- É verdade, como você está? - perguntei o abraçando.
- Bem e voce?
- Bem - Olhei para o Pedro - Este é o Pedro.
Yan olhou para o Pedro que estava visivelmente sem graça.
Yan o abraçou e Pedro saiu vermelho do abraço.
Também, convenhamos, o Yan estava mais gostoso do que nunca. E para completar estava sem camisa.
Ele era moreno como a irma. Era novinho, tinha apenas 17 anos.
- A Le está na piscina, podem entrar!
Passei por vários cômodos da casa até chegar na piscina.
Eu já conhecia a casa.
Leticia estava deitada em uma cadeira de praia, de frente para a piscina.
Estava com óculos de sol, com os olhos provavelmente fechados.
- Desculpa a demora - Falei me sentando em baixo de um guarda sol.
Pedro fez o mesmo.
- Nossa! - ela sentou-se e tirou os óculos - Onde você estava?
Ela olhou para o Pedro.
- Ooi - sorriu.
Ele sorriu de volta.
- Oi.
- Pedro, Leticia. Leticia, Pedro. - Falei - O conheci no banheiro, ele não estava bem ... Ainda não sei o motivo, mas saberei - Falei olhando para ele.
- Também quero saber - disse a Le se aproximando de nós.
Ela usava um biquíni azul que ficava lindo no seu corpo.
- Para distrai-lo, chamei para me ajudar a investigar o Victor. Fomos na secretaria ver a pasta dele.
- Você conseguiu entrar? - perguntou - Ah! Esqueci, você é um Goddoi ..!
- Nao foi isso - Falei - O Mateus seduziu a secretária.
Ela riu.
- Vocês formam uma ótima dupla.
A mandei calar a boca e contei tudo o que havia descoberto. Ou seja : quase nada.
A não ser pelo único nome que estava na filiação.
- Pode ser o tio que ele falou. - disse a Le.
- Era um casal! Tio e tia. Tenho certeza! - Falei.
- Mas porque ele mentiria? - perguntou o Pedro.
- Nao sei ... - Falei baixinho.
- Misterioso ele, não?
Assenti.
O celular do Pedro tocou e ele pediu licença para atender.
- Bonitinho ele ...
- Gay! - Falei rapidamente.
- Ah - ela riu - Mas Qual é o problema dele?
- Ele ainda não falou ... Talvez seja com o namorado.
Ela deu de ombros.
- Mas eu gostei dele - Falei.
- Ele parece legal - Falou.
Pedro se aproximou e sentou-se.
- Era o meu irmão ... Queria saber se eu estava em casa - sorriu - Super protetor.
- E isso é ruim? - perguntei.
- Às vezes não - Falou.
- Às vezes? - Le perguntou.
- Meus pais são complicados - limitou-se a dizer.
Talvez fosse por isso que ele estivesse mal mais cedo.
- Todos são - Le falou - Ahh, a festa Fogo E Gelo está se aproximando.
- Fogo E Gelo? - perguntou Pedro confuso.
- Sim, vai ser incrível - ela disse - Estou com alguns convites.
- Tem que ir com peças de roupa branca, vermelha ou as duas juntas - Falei.
- Se você quiser posso te dar um convite - disse ela.
Ele riu.
- Nao gosto muito de festas ...
- Mas vai ser legal - continuou - Você vai ver.
Ele apenas sorriu.
Nem eu sabia se iria nessa festa.
Recebi uma mensagem no meu celular.
Era o Mateus.
"Cadê você?"
"Na casa da Leticia. Você tinha sumido" respondi.
"Kkkkkkkkkkkk descobriu alguma coisa?"
"Só há um nome na filiação dele. A suposta tia não deve ter Documentos".
"Ou ... Ele mentiu"
"Pode ser também."
Meu celular tocou antes que eu pudesse ler a próxima mensagem.
Era o Natan.
- Oi! Natan você demorou!
- Desculpa Sr. Gabriel. - a voz dele era de preocupação.
Coloquei a ligação no viva voz para a Le o Pedro ouvirem.
- O que você descobriu sobre o Victor?
Eu já estava preparado para qualquer coisa. Qualquer coisa.
- Entao senhor, esse é o problema ...
Olhei para os dois a minha frente.
- Como assim?
Eu ainda estava preparado para qualquer coisa.
- Nao encontrei nada. Absolutamente nada.
Com certeza, eu não estava preparado para aquilo.
OI GENTE. GOSTARAM? POSTEI ESSE CAPITULO AGORA E DEPENDENDO DO NÚMERO DE COMENTARIOS E VOTOS, POSTO OUTRO CAPITULO ATÉ O FIM DA NOITE.
ME FALEM O QUE ACHAM.