NEM TUDO É O QUE PARECE. CAP 4
- Não é possível Natan ...
- Sr. eu fiz tudo o que podia, mas não achei nada! Isso nunca havia acontecido antes ... Quem é esse homem? Você o conhece?
- Conheço. - Falei.
Minhas mãos suavam.
- Fiquei longe dele Sr. Talvez seja mais seguro.
Agradeci e desliguei.
A principio ficamos em silencio, porque aquilo nos pegou de surpresa.
- Isso é loucura! Tem alguma coisa errada! - disse a Le.
- É claro que tem! - Falei.
Pedro nos olhava.
- Talvez devessemos chamar a polícia ...
- Nem pensar! - Falei - Vai que isso tudo é um mal entendido? O que o Victor vai achar de mim? Ele pode me processar!
- Ok, sem polícia. - Pedro roeu as unhas.
- Eu tenho que ir para a casa ... - Falei.
- Também, tenho que ir para a faculdade novamente.
- Seu curso não é a tarde? - perguntou ao Pedro.
- Nao, é a noite. Estava fazendo um trabalho ... Que por sinal esqueci na biblioteca.
Me levantei - Se quiser te dou uma carona.
Ele assentiu.
Nos despedimos da Le e o levei até em casa.
Era uma casa simples em um bairro um pouco longe da faculdade.
- Você quer entrar? - perguntou me olhando.
- Nao, obrigado. Vou tentar relaxar antes de ir para a faculdade - Falei agradecido.
Ele agradeceu a carona e saiu.
Fui para casa pensando no Victor.
Infelizmente, a hora de ir para a faculdade havia chegado. Eu pensei até em falar, mas em algum momento teria que ver o Victor.
Não sabia se deveria passar na casa do Pedro.
Como já terminei em cima da hora, não passei por lá.
Cheguei na faculdade e todos já haviam entrado em suas salas.
Eu havia falado com o Mateus sobre o Victor, e ele jogou na minha cara que havia algo de errado.
Se me visse novamente, jogaria outra vez.
Rapidamente fui para a minha sala.
No intervalo, estávamos a Le o Pedro (que fazia faculdade de Comunicacao Social) e eu conversando.
Não conversávamos sobre o Victor. Enquanto não o visse, queria esquece-lo.
Mordi minha língua logo em seguida.
Todo de branco, ele entrou na lanchonete onde estávamos.
- Oi pessoal - comprimentou - Posso falar com você Gabriel?
Olhei para meus amigos.
Assenti mostrando que estava tudo bem.
Me levantei e fui na frente dele.
Saí da lanchonete e me sentei em um dos bancos que havia no campus.
De frente para a lanchonete.
Meus amigos podiam me ver dali.
Estava tudo bem.
- Você está fugindo de mim? - perguntou ele olhando fixamente para mim.
Ri nervosamente.
- Porque fugiria? - perguntei.
- Nao sei ... - sorriu - Me responda você.
Pensei rápido.
- O que é tudo isso? - pergunto para ele.
- Isso o que? - perguntou confuso.
- Nós dois ... O que temos?
- Eu também quero saber.
- Eu nao quero um relacionamento agora ... - respirei - Desculpa, eu estou pensando mais no meu futuro.
Ele assentiu e me olhou.
- Eu entendo - sorriu - Amigos?
Ele estendeu a mão.
Havia sido mais fácil do que eu imaginava.
Mas de qualquer forma, eu ainda estava curioso. Precisava saber mais. Muito mais.
- Amigos - O comprimentei.
Voltei para a mesa dos meus amigos e contei para eles tudo o que havia acontecido.
Eles ficaram mais aliviados.
Eu não.
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Eu estava feliz. Havia feito dois amigos incríveis e mais alguns conhecidos, por intermédio dos dois.
Agora, eu estava indo para casa a pé. O Gabriel havia me oferecido carona, mas recusei. Não queria pertuba-lo.
Pensei se meus pais estavam em casa. Achava que sim.
Infelizmente, meu irmão provavelmente ainda não devia ter chegado.
Entrei em casa e meus pais estavam na cozinha.
Tentei fazer o mínimo de barulho possível. Não queria que eles me vissem.
Infelizmente, tinha que passar pela cozinha para ir ao meu quarto.
Ouvi gargalhadas, que eram da minha mãe.
Tentei passar rapidamente.
- Pedro! - gritou ela.
Voltei alguns passos, e os encarei.
- Bebendo de novo? - Falei.
Meus pais estavam sentados nas cadeiras, de frente para a pequena mesa que ficava na cozinha.
Haviam inúmeras garrafas de cerveja sobre a mesa.
- Isso não é da sua conta peste! - gritou meu pai.
- Cadê aquele viado do seu irmão? - perguntou minha mãe.
- Deve estar voltando do trabalho. - Falei e voltei a andar.
- Eu nao acabei de falar! - gritou ela.
Parei novamente.
- Onde você estava?
- Você sabe onde eu estava. - Falei.
Meu pai se levantou e veio em minha direção. Tentei me matar firme.
- Estava dando a bunda né seu viado? - Falou bem próximo a mim.
Pude sentir seu hálito de álcool.
- Eu estava na facul...
Não conclui a frase.
Recebi um tapa no momento em que meu irmão entrou dentro de casa.
- Tira a mão dele agora! - gritou ele.
Meu pai logo se afastou de mim.
O lado direito do meu rosto ardia.
Meu irmão Fernando veio para o meu lado.
- Pedro, esta tudo bem? - ele viu meu rosto vermelho - Seu filho da puta!
E foi para cima do meu pai. Era sempre assim.
Meu pai e ele começaram a brigar. Socos eram dados e obviamente meu pai perdia.
O Fernando era imenso.
Além de ser forte, era alto.
O corpo dele, me lembrava o do Victor.
Victor ...
Meu irmão recebeu um soco do meu pai que o deixou com um fio de sangue descendo dos olhos.
Meu irmão se afastou ofegante.
Minha mãe continuava bebendo na mesa, como se nada estivesse acontecendo.
- Nando ... Para! - Falei e comecei a chorar - Por favor ...
Ele me olhou e pude sentir a dor em seus olhos.
Rapidamente ele me envolveu em seus braços e me levou para o meu quarto.
Trancou a porta.
Me sentei na cama.
- Pedro! - ele se ajoelhou na minha frente - Eu estou quase conseguindo alugar una casa ... Vamos nos mudar para lá.
Disse ele com meio sorriso.
- Você não vai mais precisar passar por isso. - disse.
Assenti ainda chorando.
Eu realmente não aguentava mais aquilo.
- Mas hoje não dá para ficar aqui - disse ele - Voce não tem nenhum amigo ... Que possa ficar na casa dele essa noite?
Automaticamente pensei no Gabriel.
Mas não.
Mal nos conheciamos.
E eu não podia chegar na casa dele essa hora.
Que horas eram? 23:00..?
- Pedro ...? - meu irmão me chamou - Tem alguém?
- Tem um amigo ... - consegui falar em meio a algumas lágrimas - Mas esta tardeEu converso com ele, não se preocupe - Meu irmão se levantou e pegou minha mochila e colocou algumas roupas - Você tem o endereço dele?
Antes de sair da faculdade, ele havia me passado o endereço. Havíamos combinado de eu ir até lá amanhã.
Passariamos a tarde conversando.
Leticia, Gabriel e eu.
- Tenho - Falei baixinho.
Meu irmão assentiu e colocou a mochila nas costas.
- Vem Pedro.
Me levantei e meu irmão pegou minha mão.
- Lá vão as bichas! - gritou meu pai.
Segurei fortemente a mão do Nando e saimos da casa.
Meu irmão, com o suor do seu trabalho, havia conseguido comprar um carro popular.
Ele trabalhava como arquiteto.
Havia acabado a faculdade a um ano e conseguido o emprego por intermédio de um amigo.
Entrei no carro.
Passei o endereço para ele, que logo ligou o carro e foi em direção a casa do Gabriel.
Eu nao queria ir até lá dessa maneira, mas não teve jeito.
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Eu estava na sala, vendo um filme romântico.
O que eu havia dito ao Victor era verdade.
Não queria me apaixonar. Não agora.
Não podia mentir, ele era super atraente, mas era misterioso o que me assustava.
O Interfone tocou.
Não é possível que tinha visita aquela hora!
Fui até o interfone e o atendi.
- Sr. Goddoi?
- Sim! - Falei impaciente - Gabriel, filho dele.
- Tem um Senhor dizendo que o conhece, Sr. Gabriel.
- Quem? - perguntei curioso.
- Pedro.
O Pedro? Já?
Havíamos combinado de nos ver amanhã.
Será que havia acontecido alguma coisa?
- Deixe ele entrar - Falei e desliguei.
Fui em direção a porta da minha casa e a abri.
Um vento frio percorreu meu corpo enquanto eu esperava o Pedro chegar.
Um carro se aproximou da minha casa e estacionou no meio fio.
Pedro desceu.
Não conseguia ver seu rosto, mas pela sua forma de andar, não devia estar bem.
Outra pessoa, estava ao lado dele.
Um homem grande e alto.
Quanto mais ele se aproximava, mais eu pude ver seu rosto.
Ele era lindo.
Minha garganta secou.
- Gabriel ...? - me chamou ele.
A voz dele era forte e grave.
- Pedro, o que aconteceu? - perguntei preocupado.
Constatei que ele realmente não estava nada bem.
Ele começou a chorar e logo fui para o seu lado e o abraçei.
- Ei, esta tudo bem - Falei o levando para dentro de casa.
O homem nos seguiu.
- Desculpa Gabriel ... - sussurrou o Pedro chorando - Está tarde e meu irmão insistiu ...
- Nao, não tem problema - Falei.
Esse era o irmão dele.
O levei até o sofá e nos sentamos.
Pedro se acalmou um pouco.
Eu ainda segurava suas mãos que estavam geladas.
- Desculpa pelo horário Gabriel - disse o irmão do Pedro - E a propósito, Fernando.
E então ele sorriu.
Meu Deus, que sorriso.
- Gabriel - sorri de volta - Nao se preocupem com o horário.
- Tivemos um problema em casa ... Por isso trouxe o Pedro aqui. Ele pode passar a noite aqui?
- Pode, claro! - Falei.
- Mas e voce Nando? - perguntou ele olhando para o irmão.
- Eu vou para casa ... Aquele filho da ... - Me olhou - Aquele homem, não fara nada comigo.
Pedro assentiu.
Fernando se levantou.
- Eu tenho que ir.
Me levantei, Pedro também.
Deixei os irmãos se despedindo enquanto caminhava em direção a porta.
Fernando falou alguma coisa para ele, que não consegui ouvi, e veio em direção a porta.
- Posso falar com você? - perguntou.
Assenti e fui até lá fora com ele.
Fechei a porta atrás de mim.
- Obrigado por ajudar meu irmão - Falou ele visivelmente agradecido.
- De nada - Falei - Eu gosto dele.
- Ele tem passado por alguns problemas ... - ele desviou o olhar.
- Eu sinto muito ...
Ele assentiu.
- Eu vou alugar uma casa o mais rápido possível ... Não quero te incomodar.
- Até você alugar a casa, ele pode ficar aqui, sem problema algum.
- E seus pais? Eles não ...
- Nao - Falei - Meus pais são legais, não se preocupe.
Ele sorriu.
- Nao sei como te agradecer - Falou - Vejo que o Pedro tem um ótimo amigo.
Meu rosto queimou. Tenho certeza que estava vermelho.
- Eu tenho que ir - disse ele.
E veio em minha direção, me abraçar.
Tive que me erguer um pouco para abraca-lo.
Seu corpo estava tenso. Rígido.
Pude sentir.
Talvez ainda estivesse nervoso.
Nos soltamos e ele foi em direção ao carro.
Entrei em casa. Meu amigo precisava de ajuda.
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- Ele disse que não quer nada comigo! - Falei ao telefone.
Andei de um lado para o outro.
Ainda não havia tirado a roupa branca da faculdade.
- Nao sei também ... - pausa - É impossível ele saber qualquer coisa sobre mim, pai.
Ouvi ele reclamar do outro lado da linha.
- Tudo bem, farei o possível. - Falei - E o impossível também.
OI GENTE! DOIS CAPITULOS HOJE! HEHEHE. OLHA, EU ACHO QUE A PARTIR DE AGORA HAVERA MUITA EMOÇÃO.
QUERO DEIXAR VOCÊS PREPARADOS : TUDO PODE ACONTECER. TUDO.