Um Sopro de Primavera - Parte X

Um conto erótico de Luke
Categoria: Homossexual
Contém 3515 palavras
Data: 26/02/2015 01:58:50
Última revisão: 26/02/2015 01:59:38

Parte X – Inevitável

O resto da semana foi comum, sem qualquer acontecimento interessante, e logo era sexta. Eu estava me arrumando no meu quarto, após um longo banho quente, como de costume. Novamente Adriana viria me buscar, então tinha que estar pronto no horário. Vesti um jeans, uma camiseta azul-escura, uma jaqueta preta por cima e um tênis. Fui até o banheiro para escovar os dentes e passar um perfume. Deixei meu cabelo sem pentear mesmo, apenas retirei o excesso de umidade e baguncei um pouco, balançando a cabeça.

Estava arrumando minhas coisas para sair quando olhei a tela do meu celular. Sete e meia. O que significava que eu estava quinze minutos adiantado. Ok, isso não é muito comum. Mas, considerando-se que eu estava com um humor ótimo, talvez eu tivesse acelerado na hora de arrumar. Enfim, sem nada para fazer, coloquei meus fones de ouvido e desci. Na portaria, cumprimentei o Sr. Walter e conversei com ele por uns cinco minutos, depois do que ele pediu licença para resolver alguma coisa que eu não me lembro. Depois disso, apenas esperei até eles chegarem, ouvindo música sentado num dos bancos do bloco.

Para quem não experimentou, misturar um bom humor com Good Life, do OneRepublic, causa uma reação catalisada que gera um humor melhor ainda. Quando Adriana chegou, entrei no carro quase cantando a plenos pulmões.

- E aí, Dillo! - Ok, meu humor devia estar ótimo mesmo pra chamar ele disso. Ele me lançou um olhar de descrença e perplexidade enquanto Adriana ria alto.

- ADOREI o apelido, Lucas! A partir de hoje, é o oficial!

- Valeu, Lucas - ele disse irônico. - Muito obrigado mesmo!

O resto do caminho foi tão animado quanto o início, com a diferença de que Danilo logo se animou também, quando o assunto mudou para outro que não fosse seu apelido recém adquirido. Logo estávamos na porta do shopping, enquanto Adriana nos enchia de recomendações de novo (no estilo 'não fiquem sentados conversado, divirtam-se um pouco' e 'tentem não magoar muitas garotas'). Quando ela terminou, descemos e entramos no shopping, e ficamos conversando enquanto Danilo me guiava até o tal bar.

Quando estávamos chegando, vi Andressa saindo lá de dentro com o celular na mão, então apertei o passo e fiz um caminho por onde ela não me visse. Como já previa, meu celular logo estava vibrando no meu bolso, então atendi e me aproximei dela por trás.

- Alô?

- Onde é que você tá?!

- Bem aqui! - Falei no ouvido esquerdo dela.

Os momentos seguintes foram um borrão que incluem uma garota gritando, alguns tapas doloridos e uma mão me arrastando para dentro do local enquanto eu e Danilo rolávamos de rir.

- Bem, pelo menos você parece estar animadinho. Acho que devo me sentir grata pelo menos por isso.

- Eu tenho meus dias - disse dando de ombros.

- Tá, tá, agora vamos pra mesa.

Já havia umas quinze pessoas da minha turma quando cheguei. Algumas eu conhecia, outras só o nome, e umas três eu nunca tinha visto. Andressa passou me apresentando a quase todas, embora a maioria já me conhecesse. Mas imagino que tenha sido bom ela ter feito isso, já que tinha medo de trocar o nome das pessoas ali. Quando finalmente nos sentamos, eu estava de frente para a Andressa, com Danilo do meu lado esquerdo e, no direito, a Jéssica.

- Oi, Lucas! Resolveu vir hoje, foi? - Ela disse, sorrindo. Estava bem bonita, com os cabelos cor de fogo soltos e brilhantes.

- É, não dava pra ficar em casa o tempo todo, né? Mas e aí, que anda fazendo além de estudar?

Conversar com ela era bem fácil, e logo estávamos discutindo animadamente sobre qual seria a melhor banda do Rock In Rio. Mais pessoas chegaram e logo pedimos alguns chopps. Conversei com várias pessoas com quem nunca tinha conversado, e logo estava familiarizado com alguns dos outros grupos.

Tinha me levantado para ir ao banheiro quando esbarrei numa garota bem bonita, que reconheci ser também da minha sala. Ela tinha o cabelo preto e curto, na altura dos ombros, pele morena e olhos castanho-escuros, quase negros. Era um pouco mais baixa que eu, e tinha um corpo lindo. Me abaixei para pegar o celular que ela tinha derrubado e entreguei para ela.

- Poxa, desculpa, eu não te vi.

- Ahh, relaxa, isso acontece! Ei, eu não te conheço, qual o seu nome? - Ela parecia nunca parar de sorrir.

- Lucas. E o seu?

- Samantha, prazer. Quando você voltar senta um pouco ali com a gente, vou te apresentar pros meus amigos - ela disse, e foi na direção de um grupo de três garotos.

Ela era extremamente simpática, então, depois de ir ao banheiro, me juntei a eles. De todas as pessoas com quem já tinha conversado, aqueles quatro com certeza eram os mais amigáveis. Adrian era um garoto alto, de cabelos pretos arrepiados, e estava sempre animado. O Leandro era menor um pouco, mas ainda mais alto que eu, e um pouco gordinho, com cabelos encaracolados, e era extremamente engraçado. Parecia ser sempre ele quem animava o grupo. E tinha o Diogo, da minha altura, loiro com olhos castanho-claros, e era o irmão da Samantha. Os dois não se pareciam em nada fisicamente, mas tinham a mesma personalidade, extremamente simpáticos e receptivos. E ambos haviam passado no vestibular ao mesmo tempo.

Já eram nove horas quando ele chegou. Estávamos conversando sobre alguma coisa relacionada às festas do mês quando, de relance, vi ele chegando com seus amigos de costume. Usava uma camisa xadrez em tons de cinza e preto, calça jeans e um tênis preto. O cabelo estava impecavelmente penteado, e os olhos me chamavam tanto a atenção quanto da primeira vez. Ao chegar na mesa, ele e seus amigos começaram a cumprimentar todos os presentes, alguns de forma mais contida e outros mais calorosamente. Vi quando ele se aproximou de Andressa e Danilo, beijando-a na bochecha e trocando um abraço com ele. Depois, pareceu fazer uma pergunta e Andressa começou a vasculhar a mesa com seus olhos, até encontrar com os meus, então apontou para onde eu estava. Ele olhou para mim e sorriu, e um calorzinho invadiu meu estômago. Droga.

Sorri de volta e acenei, enquanto ele se aproximava, cumprimentando todos no caminho. Ao chegar, ele trocou algumas palavras com Adrian e os outros, deu um beijo na Samantha e, por fim, se voltou para mim, puxando meu braço e me fazendo levantar.

- E aí, Lucas! Que bom que você veio, cara, achei que você fosse fugir de novo - disse, enquanto me abraçava.

- Não tive escolha, a Dessah me ligou mais cedo e ameaçou ir me buscar em casa - ele se afastou e olhou nos meus olhos, quase fazendo com que eu desviasse o olhar.

- Sabia que podia confiar nela! Vem, acho que você não conhece meus amigos ainda, certo? Vou te apresentar - e me puxou na direção do grupo que ainda andava ao redor da mesa.

Ainda meio atordoado com a recepção calorosa, o acompanhei. Dois dos garotos já vinham na minha direção, e ele logo tratou de me apresentar.

- Ei, galera, esse aqui é o Lucas, ele é meio apagadinho lá na turma mas é gente fina - disse, lançando um olhar cínico para mim. Dei um empurrão nele e estendi a mão para o garoto da direita.

- E aí, beleza cara? Meu nome é Fernando, mas o idiota do seu lado se acostumou a me chamar de Nando, se quiser pode me chamar assim também - e sorriu.

- Prazer, Fernando. Vou te chamar assim até decidir se você gosta ou não de ser chamado de Nando - disse sorrindo, e ele deu de ombros.

Fernando era um cara até bonitinho, com cabelo preto espetado, olhos escuros e pele clara. Ele era magro, com poucos músculos, e um pouco mais alto que eu. O cara do lado dele, de quem eu ainda não sabia o nome, tinha cabelo castanho claro, olhos escuros e pele morena quase branca. Era um pouco mais encorpado e tinha o cabelo meio enrolado, o que, no caso dele, dava um charme a mais. Olhei para ele, que me estendeu a mão e me cumprimentou também, mas de forma mais contida.

- Prazer, Hugo - ele parecia mais tímido, mais ainda que eu.

Depois disso, Brandon me puxou até os quatro restantes. O último garoto era o mais alto deles, loiro, olhos castanho-claros e pele bem clara. Tinha o corpo desenvolvido, devido, provavelmente, a anos de academia. Brandon correu para ele e tentou acertar um tapa na cabeça dele, mas ele segurou o braço dele a poucos centímetros de acertar, e os dois ficaram assim, numa batalha de força. Pareciam dois irmãos pequenos se implicando.

- Caralho, me solta porra - Brandon falou, rindo.

- Eu?! Você que tentou me agredir! Eu devia era dar queixa - O outro respondeu, fazendo cara de sério.

Eles se soltaram e Brandon puxou-o até onde eu estava.

- Lucas, esse idiota aqui é o Gabriel. Na boa, fique bem longe dele, ele não é de confiança - ele disse sério, até que Gabriel acertou a cabeça dele, e ele começou a rir.

- Cala a boca, idiota. E aí, cara, prazer em conhecê-lo - ele me estendeu a mão e nos cumprimentamos.

- Vocês dois parecem irmãos, na boa - eu disse, e os dois começaram mais uma sessão de tapas entre eles.

Eles ainda estavam se socando quando uma das garotas entrou no meio deles, separando-os, e olhou feio para os dois.

- Ei, ei, ei! Já disse pra se controlarem em público. Será que vocês não conseguem ficar quietos por um instante sequer? - Ela revirou os olhos e, de repente, olhou para mim, mudando de expressão do nada. - Ahh, oi! Você é da nossa turma, não é? Prazer, meu nome é Bianca. Não liga para esses dois, eles são sempre assim, nunca ficam quietos. Ei, é a primeira vez que você sai com a gente, não é? Fora da sala, acho que só te vi na festa de abertura. Vem, vou te apresentar para as meninas.

Ela falou tudo tão rápido que eu não consegui acompanhar, então fiquei olhando para ela, atordoado demais para falar alguma coisa. Brandon e Gabriel abriram espaço quando ela esticou o braço e me puxou, parecendo igualmente distraídos pela tagarelice dela. Ainda dei um olhar de relance para o Brandon, antes de ser arrastado para longe.

- Ei, volta aqui! - Ele disse, parecendo indignado. - Bianca, eu é que ia apresentá-lo!

Ela nem deu ouvidos e continuou me arrastando, até que virei meu rosto para a frente e quase dei de cara com as outras duas garotas. A Bianca era praticamente do meu tamanho, com o cabelo de um tom quase loiro e olhos verdes, pele clara e corpo esguio. Em qualquer outro momento eu teria achado ela muito atraente, mas estava atordoado demais para pensar nisso. Quanto às outras duas garotas, a da esquerda era um pouco mais baixa, meio gordinha, com pele bem clara, cabelo castanho-claro bem liso e olhos castanhos. A da direita era do meu tamanho, morena, com cabelos castanho-escuros e olhos da mesma tonalidade.

- Carol, Nicole, esse aqui é o... - ela me olhou meio surpresa. - Caramba, esqueci de perguntar seu nome!

- Acho que não deu tempo - consegui balbuciar. - É Lucas.

- Ahh, então pronto. Carol, Nicole, esse aqui é o Lucas. Ele não é lindinho? - Ela disse, e eu senti meu rosto corar furiosamente.

- Ai meu Deus, ele é muito fofo! Olha o jeito que ele ficou vermelhinho! - A da esquerda disse, enquanto se aproximava de mim e me dava um beijo na bochecha, e depois se virou sorrindo. - Prazer, meu nome é Carol. Você é da nossa turma, não é? Eu te vi conversando com o Müller uma vez.

- Ahh, sou sim e... quem?

- É o Brandon - a da direita disse, chamando a minha atenção. - Não liga pra elas, são sempre entrosadas assim mesmo. Eu sou a Nicole, prazer - e se inclinou para que eu lhe desse um beijo na bochecha.

- Mas então, vamos sentar, quero beber alguma coisa. Cadê os meninos? É só virar as costas e eles somem. Vem com a gente, Lucas, vamos procurá-los - Bianca disse e, novamente, não me deu tempo para falar nada, já me puxando de volta para o local de onde saímos.

Ela me arrastou até o canto da mesa, onde mais uma mesa tinha sido colocada, e onde Brandon e os outros estavam sentados. Nos sentamos e acabei entre ele e Bianca. Ele estava conversando com o Gabriel, e, quando me sentei, olhou pra mim. Eu ia dizer alguma coisa parecida com ser arrastado de baixo para cima nos últimos minutos, mas o que saiu foi diferente.

- Müller?! - Disse, fazendo cara de interrogação.

- Ah, eu esqueci de te falar meu sobrenome - ele parecia estar se divertindo com a situação. - Meu nome é Brandon Müller. É um sobrenome alemão. Meu avô materno era de lá, um dia eu te conto um pouco da história dele - Bem, isso talvez explicasse aqueles olhos dele. - Mas enfim, meus amigos sempre tiveram mania de me chamar de Müller. Eu nem sei bem o porquê, já que Brandon nem é um nome exatamente comum, mas a mania pegou. Fazer o quê - e deu de ombros.

- Entendível - disse, fazendo cara de entendido. - Müller é... diferente. Mas eu já me acostumei com Brandon, e vou continuar assim. Quer dizer, se você não se importar, claro - disse, meio inseguro de repente.

- Não, não, relaxa. Pode me chamar do que quiser - e sorriu.

Ficamos conversando por um bom tempo, pulando de um assunto para o outro, e logo os amigos dele se juntaram a nós. A companhia deles era muito agradável, muito mesmo, e me senti extremamente confortável ao redor deles. Eles, por sua vez, também pareciam estar muito a vontade com o fato de eu estar lá assim, meio de penetra, já que nunca nem tinha conversado com nenhum deles além do Brandon. Mas já parecia quase natural.

Estava olhando a mesa à procura da Andressa e do Danilo quando vi, de relance, Bruno e outros garotos da minha sala chegando. Todos eram mais ou menos no estilo dele, descolados e chamativos, e riam alto enquanto andavam na direção da nossa mesa. Não sabia muito bem o porquê, mas tinha a sensação de que eu não me sentiria muito a vontade perto deles. Eles pareciam um grupo mais fechado, e, apesar de parecerem até amigáveis, essa sensação perdurava.

Acabei por passar uma hora ou mais no mesmo lugar em que estava, conversando com Brandon e os outros, e bebendo um pouco. Nesse ponto, a mesa estava bastante cheia, e logo alguns grupos começaram a tocar no palco. Algumas pessoas se dirigiam ao espaço aberto para dançar, e outras apenas se levantavam para andar ao redor do bar, conhecendo novas pessoas. Bianca logo puxou Gabriel para dançar, e o Brandon se levantou para dar uma volta. Decidi conversar um pouco com as outras pessoas e me levantei também.

Logo avistei Andressa sentada num canto, conversando com Luiza e outras garotas, e me dirigi para lá, sentando numa cadeira vaga ao lado dela.

- Ei, você sumiu! - Ela disse, olhando surpresa para mim. - Que tava fazendo?

- Ahh, fui conversar um pouco com as pessoas.

- Viu? Se arrependeu de ter vindo, ou vai me agradecer pelo resto da vida? A vida social é uma maravilha!

- Haha pra você. Mas, sim, você está certa. Foi bom ter vindo - admiti, enquanto ela dava um sorriso enorme.

Conversamos um pouco com as outras garotas e, depois, Andressa me puxou para dançar com ela.

- Mas eu não sei dançar isso! Eletrônica é uma coisa, mas sertanejo?! Sou uma negação.

- Ahh, para com isso, vem, não tem mistério.

Ela me arrastou para um canto da pista e fez um esforço imenso para me ensinar alguns passos, enquanto girávamos um ao redor do outro e eu, até bem constantemente, massacrava os pobres pezinhos dela. Por fim, até que me virei um pouquinho (embora ainda me considerasse extremamente ruim), e ficamos dançando por mais umas duas ou três músicas, até que voltamos para a mesa. Ela deu uma olhada de relance para a mesa do Bruno, onde dois caras estavam beijando umas garotas que eu nunca vi, e Bruno estava conversando com mais dois amigos dele. Ela se despediu com um floreio e foi lá conversar com eles.

Dei uma olhada na mesa e achei Adrian e Leandro conversando, e fui me sentar com eles.

- O que vocês estão fazendo aqui sentados ainda?

- Eu prefiro ficar sentado conversando - Adrian disse. - Dançar não é exatamente meu forte.

- De acordo - Leandro confirmou.

- E a Sam e o Diogo, cadê eles? - Já estava até usando o apelido dela, mas é que ela me dava essa sensação de intimidade.

- Bem, o Diogo foi no banheiro, eu acho - foi o Leandro quem respondeu. - E a Sam, é só você olhar para trás.

Me virei e vi, num dos cantos da pista de dança, Samantha e Brandon dançando. Brandon parecia estar tentando arrancar um beijo dela, mas ela estava naquela fase de virar um pouco a cabeça, dar uma risadinha, não querendo se entregar muito rápido. Bem, não ia demorar muito, ou pelo menos eu achava que não.

Tá bom, eu confesso, na hora eu senti uma pontada de ciúmes. E sim, era dele, não dela. Nada exagerado, apenas uma sensação de, sei lá, "Poxa, eu queria estar no lugar dela". Bem, eu não tinha nutrido esperanças quanto a isso, até porque tinha imaginado que ele provavelmente fosse hétero mas, ainda assim, sempre há aquela pontinha de expectativa.

E, como previsto, logo eles estavam se beijando, então apenas me virei para os outros dois e continuei conversando com eles, sentindo um leve incômodo com a situação. Conversamos um pouco e me levantei de novo.

Fui procurar o Danilo e o encontrei conversando com Jéssica, Camila e mais uma galera da nossa turma. Ele acenou e me sentei com eles, e já não estava mais incomodado com a cena anterior. Ficamos conversando e bebendo, e logo já estava levemente tonto, mas apenas isso, até porque o chopp não tem muito efeito sobre mim. Olhei no relógio e já era meia noite e meia. Algumas pessoas já tinham ido embora e outras estavam se despedindo, mas a maioria continuava ali, pronta para enfrentar madrugada a frente.

Ainda estava conversando com eles quando Samantha, Diogo e os outros se aproximaram para se despedir de mim e dos outros. Apesar de ainda sentir uma sensação estranha quando olhava para ela, isso não apagava o quanto tinha gostado dela. Ela era a pessoa mais legal que eu já tinha conhecido até agora e, desinibido pelo álcool, disse isso a ela. Ela riu e apertou minhas bochechas, dizendo que tinha adorado me conhecer também. Dei um abraço nela e nos outros e eles foram embora.

Me sentei de novo e tomei um susto quando alguém desabou na cadeira ao meu lado.

- Caralho, você adora fazer isso, né? - Disse olhando para ele.

- Claro! É hilário ver você quase pulando de susto - Brandon disse, rindo um pouco mais alto que de comum, provavelmente sob efeito do álcool também.

Dessa vez conversamos mais. Sobre música, filmes, livros, jogos, e muitas outras coisas. Acabei descobrindo que tinha muitos gostos em comum com ele, apesar de ele gostar de livros e filmes mais antigos. Eu gostava também, mas não eram os meus preferidos. E, assim, passamos mais uma hora conversando animadamente sobre tudo, e estava sendo muito agradável conversar com ele.

Mas, quando já eram por volta de duas horas, estava bocejando de sono. Olhei pro Danilo e ele parecia estar na mesma situação. Ele olhou para mim e levantou as sobrancelhas, eu apenas confirmei com a cabeça, e ele se levantou para chamar um táxi. Adriana sempre se dispunha a nos buscar, mas era abuso fazer ela se levantar tão tarde assim, e tínhamos combinado com ela que iríamos de táxi mesmo. Como ele morava a uns 5 minutos de carro da minha casa, a diferença era pouca, e acabava sendo uma solução boa.

Mais dez minutos e me levantei para me despedir de todo mundo.

- Já vai, cara? - Brandon perguntou.

- To morrendo de sono, velho. Não aguento mais - disse, bocejando.

- Ahh, de boa. Você quer carona? O Gabriel tá de carro, e ele não bebeu. Se você quiser, posso falar com ele.

- Não, relaxa, eu vou de táxi com o Danilo. Ele até já chamou.

- Hmm - ele se levantou e me abraçou -, então até segunda.

Abracei ele de volta e, depois, me virei para me despedir do restante do pessoal. Quando terminei e Danilo também, nós saímos do bar e do shopping, e logo achamos nosso táxi. Conversamos pouco no caminho, já que estávamos ambos muito cansados. Quando o carro parou no meu bloco, paguei minha parte, me despedi do Danilo e entrei, cumprimentando o Sr. Walter no caminho.

Logo estava em casa, e a única coisa que fiz foi ir no banheiro para minha higiene noturna e me joguei na cama, entre meus travesseiros e meu edredom. Fechei os olhos e lembrei dele, de tudo que tinha acontecido, e aceitei o inevitável. Tinha desenvolvido uma queda por ele.

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