Boa noite!
Meus amores, me desculpem por não estar lendo e comentando os comentários de vocês, mas socorroooooooooooooooooooooooo eu estou lotado de trabalho. O trabalho acumulou enquanto eu estava imobilizado e eu não estou nem conseguindo respirar.
Agradeço imensamente pelos comentários e prometo que no final de semana eu coloco nosso papo em dia.
Beijoooooooo em todos!!
Boa leitura!
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Naquela noite eu também não consegui dormir nada. Aquela imagem do Thiago se beijando com o Pedro me atormentava e a pergunta “por que?” não saia da minha cabeça. Depois de muito pensar eu percebi que aquilo tudo era muito idiota. Chorar por causa do Thiago? Pra que? Foi ele quem quis assim não foi? Que bom! Eu sempre fui um cara bem racional, e nesse momento eu usufrui de toda a minha racionalidade. Eu escondi o sofrimento na parte mais profunda do meu coração e do meu consciente. Se aquele idiota pensava que eu iria sofrer por meses, ele estava muito enganado. Eu não gastaria mais nenhuma hora do meu dia pensando em quem não merecia nem um segundo da minha atenção.
Quando eu percebi que o sol já havia nascido, eu tomei um banho e me vesti. Nesse dia nasceu um novo Antoine. Eu não ia mais chorar, já havia chorado demais por ele, na verdade nos últimos meses a coisa que eu mais fazia era chorar. Eu decidi ir para a minha casa. Eu esperei meus pais acordarem, nós tomamos café juntos. Eu estranhei meu pai estar em casa, mas Maman já devia ter batido com a língua nos dentes.
- Chéri, está tudo bem?
- Está, Maman!
- E o Thithi, bebe? – Perguntou Papa.
- Papa, esse é um assunto proibido nessa casa. Eu não quero mais saber e muito menos ver o Thiago na minha frente.
- Mas o que foi que ele fez?
- Papa, eu não quero falar sobre isso.
- Tudo bem, filhote.
- Daqui a pouco eu vou voltar para a minha casa.
- Mas, Antoine, o que tu vais fazer lá sozinho?
- Maman, eu sempre morei lá sozinho. Eu vou voltar para a minha vida, não preciso de ninguém morando comigo.
- Mas bebe, seria muito melhor tu morares aqui.
- Papa, eu já estou acostumado a viver lá na minha casa, daqui a pouco vocês voltam a passar mais tempo em Guyane do que aqui e eu vou ficar sozinho aqui nessa casa imensa. Então, eu prefiro ficar sozinho lá na minha casa.
- Mas bebe...
- Papa, eu já me decidi. Não se preocupe.
Depois do café meus pais ainda tentaram me convencer a ficar na casa deles, mas eu queria ir para a minha casa. Papa foi me deixar. Quando eu cheguei em casa, eu me deparei com algumas sacolas na sala, algumas ele já havia levado. Quando eu vi aquelas sacolas ali eu fiquei com tanta raiva que eu as joguei na frente de casa. Eu não queria nada dele ali. Eu avisei que eu tacaria fogo em tudo, eu só não fiz isso por que eu não sou tão louco assim.
Eu resolvi limpar toda a casa, sabe quando a gente encuca com uma coisa? Pois é, eu entrei em casa e encuquei que eu precisava limpar tudo, precisa excluir qualquer coisa que lembrasse a presença dele ali. Eu demorei bastante tempo para limpar tudo, quando eu terminei eu acho que já eram umas 14h. Foi só nesse horário que eu lembrei que eu tinha que comer. Eu preparei uma comidinha rápida e comi. Quando eu estava lavando a louça que eu havia sujado meu celular toca.
- Oi!
- Oi! Tá tudo bem por ai?
- Tá sim, Bruno!
- Tá mesmo?
- Juro que está tudo na santa paz!
- Que bom!
- O que tu estás fazendo aí?
- Bom, eu fiz uma faxina na casa e agora eu acabei de comer.
- Tu estás maluco, Antoine? Faxina? Eu acho que tu estás querendo voltar para o hospital, é futebol, é faxina. Tu ainda não entendeste que tu não podes fazer essas coisas?
- Ai, Bruno, desculpa! É que para que eu me sentisse bem nessa casa eu precisava limpar tudo.
- Eu estou indo aí!
- Não precisa, Bruno! Eu estou bem, de verdade.
- Não quero nem saber, daqui a pouco eu chego aí! Tchau!
- Tchau!
Eu poderia não ter um bom namorado, mas que eu tinha bons amigos, ah isso eu tinha. Enquanto eu esperava o Bruno eu fiquei sentado no sofá assistindo a um filme. Eu não lembro o nome, mas eu sei que era um cara que ia se casar com uma mulher e aí ele percebia que ele estava apaixonado pela melhor amiga. É, eu tinha que assistir logo um romance. Não tinha nada pra fazer!
Quando o Bruno chegou primeiro ele me deu um baita ralho por eu ter limpado a casa sozinho e blá, blá, blá.
- Já terminou? – Eu perguntei sorrindo.
- Já!
- Tá mais calmo?
- Tô.
- Que bom! Tu já comeste algo?
- Ainda não, eu vim do hospital direto pra cá.
- E depois quer vir brigar comigo? O senhor tem que dar o exemplo, doutor!
- Se um certo paciente fizesse tudo certinho, o doutor não precisaria criar uma cabeleira branca de tanta preocupação.
- Vem, deixa eu fazer algo pra ti comer.
- Nem pensar! Se eu vim aqui só brigar contigo por tu estares fazendo um esforço físico além do permitido, tu achas que eu vou te dar trabalho?
- Bruno deixa de ser bobo? Vem eu faço rapidinho.
Ele acabou cedendo e veio junto comigo para a cozinha. Eu rapidinho comecei a fazer uma massa para ele. Enquanto eu fazia a comida ele estava sentado no balcão me olhando.
- Tô com medo de comer isso aí. – Ele disse fazendo cara feia.
- O que? Espera, tu vais ver que a minha comida é deliciosa. Quero ver tu engolires essas palavras.
- Espero que seja boa mesmo.
Eu continuei cozinhado. De repente eu escuto a porta sendo aberta.
- Quer dizer que eu já fui trocado mesmo?
- Ah, não, eu não acredito nisso. Mas tu és muito sem noção mesmo, né? O que tu fazes na minha casa?
- Na nossa casa!
- Te toca, Thiago! Essa casa não é mais nossa.
- Antoine, eu já vou indo.
- Isso pode ir, Bruno. – Disse o Thiago.
- De jeito nenhum, Bruno. Quem vai sair vai ser ele. É ele que não é bem-vindo aqui e não tu.
- Eu não sou bem-vindo?
- Exatamente! Agora me entrega essa chave e vai embora da minha casa.
- Antoine...
- Thiago, se tu deres mais um passo eu não sei o que eu faço. – Eu falei pegando uma faca.
- Antoine, calma! Não vai fazer nenhuma besteira. – Disse o Bruno.
- Bruno, coloca esse imbecil pra fora da minha casa.
- Thiago, escuta o que ele está falando, vai embora, depois vocês conversam.
- Agora tu vais aproveitar, né Bruno?
- Thiago, se tu não sair agora daqui eu vou chamar a polícia.
- Ok! Eu já estou indo, eu só vim pegar minhas coisas.
- Aquelas porcarias estão todas lá na rua.
- Tu jogaste minhas coisas fora, Antoine? Tu me odeias tanto assim? – Ele disse chorando.
- E agradece por eu não ter tacado fogo como eu prometi.
Ele ficou me olhando por um instante, limpou as lágrimas e saiu da minha casa.
- Ei, devolve a chave da minha casa.
- Por que tu estás fazendo isso, Antoine?
- Eu? – Dei uma gargalhada – Eu? Sério? Sou eu quem está fazendo isso? Deixa de ser idiota, Thiago! Sai da minha casa, agora!
Ele saiu mas não deixou a chave.
- Amanhã eu vou ter que trocar a fechadura do portão e da minha casa.
- Antoine, tu não estás sendo duro demais com ele?
- Bruno, eu não perdoo traição, isso pra mim é o fim.
- Bom, tu sabes o que fazes, né? E essa massa aí, vai sair?
- Espera aí, já tá saindo.
Quando ficou pronto eu servi o Bruno e acabei comendo um pouquinho junto com ele.
- E aí? O que achou? – Perguntei quando acabamos.
- Olha, me enganei feio, viu? Isso aqui é muito bom!
- Eu não te disse? – Falei sorrindo.
- Aí, já tá sorrindo.
- Pois é...
- Fico feliz em ver que tu já estás melhor.
- Sabe, Bruno, hoje eu decidi que eu não vou mais chorar, não vou mais sofrer por alguém que não merece meu amor. Eu não quero mais sofrer, entende?
- Mas, Antoine, tu realmente queres abrir mão do Thiago?
- Não, Bruno! Eu não queria abrir mão dele, não queria abrir mão da nossa história, mas eu também não consigo passar por cima de tudo isso, não consigo vendar meus olhos e perdoar o Thiago.
- Antoine, eu acho que tu precisas pensar um pouco mais sobre o que tu vais fazer.
- Bruno, se o Jean te pedisse para voltar, o que tu farias?
- Antoine, não tenta comparar as histórias.
- Eu não estou comparando, Bruno. Mas, me responde, o que tu farias?
- Eu não voltaria.
- E por que tu não voltarias?
- Por que eu não conseguiria viver com a traição.
- Tu me entendes agora?
- Antoine, são histórias totalmente diferentes.
- São mesmo, no teu caso tu só viste mensagens, Bruno, mas no meu eu vi o Thiago beijando e quase transando com outro cara. Tu não tens essas imagens para te atormentar todos os dias, eu, mesmo não querendo, não consigo esquecer aquela cena.
- Tu realmente estás decidido a não voltar com ele mesmo?
- Estou!
- E como tu vais fazer? Vocês vão sempre se encontrar, as famílias de vocês são amigas, vocês têm muitos amigos em comum, vocês estudam juntos.
- Eu ainda não sei o que vou fazer, mas eu não vou deixar isso me abalar.
- Se tu estás tão decidido, eu te apoio. Eu só quero que tu penses nas consequências
- Eu já pensei, Bruno. Eu não tenho mais nada a perder.
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A primeira semana de Janeiro de 2010 passou voando. Quando eu dei por mim já era dia 16. Eu passei essa semana inteira enfiado dentro de casa, não saia para lugar nenhum. Os únicos que me visitavam era a Jujuba, a Loh e o Bruno. O Bruno vinha quase todos os dias, ele estava morrendo de preocupação, pois ele pensava que eu estava ficando depressivo.
No dia 16, assim como nos outros dias, eu não fiz nada, eu só saí da cama para comer. Já era madrugada quando eu ouvi um barulho forte na porta de casa. Eu levantei assustado e fui verificar o que era. Quando eu cheguei na sala de casa, alguém tinha arrombado a porta e ela estava aberta, nela estava uma pessoa. Quando eu o vi, o pavor tomou conta de mim.