Boa noite, gente!!!
Gostaria de agradecer por estarem comentando e votando, muito obrigado mesmo! Prometo que amanhã eu comento tudo. Os comentários estarão depois do capítulo, ao invés de estarão star no início, pois caso fique muito grande (e acho que ficará), vocês primeiro lerão o novo capítulo.
Obrigado a todos! Um megaaaaaa beijo eM todos!
Boa leitura e desculpem-me mais uma vez pela ausência dos meus comentários.
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- Seu viado de merda! Seu filho de uma puta! Tu que levaste meu filho para esse caminho imundo. – Ele vinha andando em minha direção com uma faca enorme na mão.
Eu não sabia o que fazer, não tinha nada ali para eu me defender. Ele veio em minha direção e deu um golpe com a faca. Por sorte eu desviei, mas ela pegou no meu braço, abrindo um grave ferimento. Eu saí correndo enquanto ele tentava se recuperar, ele parecia meio bêbado, meio drogado. Aquele não era o meu tio, o tio que acompanhou meu crescimento desde quando eu estava na barriga da minha mãe.
Eu entrei correndo no meu quarto e me tranquei no banheiro. Ele veio logo em seguida e começou a gritar.
- Seu viado! Seu imundo! Seu filho da puta! Por que tu fizeste isso com meu filho? – Ele falava se jogando contra a porta, ele parecia um bicho enjaulado querendo sair.
A cada golpe que ele dava na porta, ela parecia que ia cair. Eu estava apavorado, não sabia o que fazer. Eu não estava com meu celular, ele tinha ficado no quarto. Ele não parava nem um segundo de tentar abrir a porta e de me ofender. A privada do meu banheiro era de cerâmica, então eu tive uma ideia. A porta já estava quase abrindo de tanto que ele se jogava nela. Eu esperei ele arrombar a porta, enquanto isso eu me escondi dentro do box. Quando ele conseguiu abrir a porta, ele primeiro se surpreendeu por não me achar no banheiro, mas logo ele abriu a porta do box. Quando ele abriu eu taquei a tampa da caixa de água da privada em cima da cabeça dele. Ele caiu no chão e eu saí correndo, peguei meu celular e comecei a ligar para o Bruno enquanto eu ia para fora de casa. Não sei por que eu liguei para ele naquele horário, mas o único que veio na minha cabeça foi ele.
- Alô? – Ele falou com voz de sono.
- Bruno? Bruno, socorro, o pai do Thiago tá aqui em casa, ele arrombou a porta e tá tentando me matar. – Eu falava rápido demais.
- Como assim, Antoine? Eu tô indo para aí. Não desliga, fica falando comigo. Não, melhor, deixa eu desligar, eu vou ligar para a polícia, mas eu já ligo de volta pra ti.
Eu fui lá para frente de casa, incrível como meus vizinhos são imprestáveis, pois mesmo com todo aquele barulho ninguém acordou, ninguém nem ligou para a polícia para me ajudar. Eu fiquei lá na frente esperando o Bruno me ligar ou chegar, mas nada dele ligar, muito menos chegar.
- Onde tu estás, seu viadinho! – Tio Paulo vinha andando com a faca na mão.
Eu me assustei, eu pensava que ele iria ficar desacordado até o Bruno chegar. Como ele acordou e se levantou? Como eu estava lá na frente, eu me escondi atrás da lixeira. Como minha casa era uma vila de casas, a lixeira era bem grande. Ele não conseguia me ver, ele ficou me procurando dentro da vila. Quando eu ouço o barulho das sirenes eu agradeci a Deus. Os policiais pararam na frente da vila e eu sai correndo para encontrá-los, logo atrás deles o Bruno chegou.
- Antoine, o que aconteceu? – Ele disse vindo correndo em minha direção. – Tu estás ensopado de sangue, onde ele te feriu?
Eu nem tinha percebido que eu estava só sangue, o medo era tão grande que ele amorteceu a dor que eu sentia no braço. O Bruno me abraçou e nós ficamos abraçados enquanto os policiais entravam na vila atrás do Tio Paulo. Os policiais gritavam mandando ele largar a faca, foi somente nessa hora que meus queridos vizinhos colocaram as cabeças nas janelas. Tio Paulo não queria largar a faca de jeito nenhum, ele gritava falando que queria me matar, que só me matando ele conseguiria salvar o filho dele. Os policiais tentaram convencer ele de todas as maneiras, mas foi só quando ele tentou esfaquear um policial que estava mais próximo à ele que um outro policial deu um tiro. O tiro acertou a perna do Tio Paulo, ele caiu no chão e um policial logo tirou a faca das mãos dele.
Ele foi algemado e colocado dentro do carro. O Bruno tirou a camisa dele, rasgou e amarrou bem forte em cima do meu ferimento. O golpe de faca tinha aberto um ferimento em todo o meu antebraço, o ferimento estava bem feio e eu estava perdendo muito sangue. O Bruno me colocou no carro dele e me levou para um hospital. Eu só pensava: Mas ô vida zicada essa que eu tenho! Foda-se!
Quando nós chegamos no hospital, o Bruno foi me levando para uma sala correndo, ele nem ligava para as pessoas que estavam olhando para ele. Afinal, era no mínimo estranho ver um médico daquele hospital, sem camisa e coberto de sangue, correndo com um cara com o braço cortado. Na sala, a enfermeira cuidou do meu ferimento, lavou e deu vários pontos. Eu ainda tive que tomar uma vacina lá que eu nem lembro qual era. Quando a enfermeira terminou de fazer todo o curativo, ela me liberou. Ufa, pensava que eu ainda ia ter que repor o sangue perdido, mas graças a Deus não foi preciso.
Eu nem passei na recepção do hospital, como eu estava com o Bruno, acho que isso não seria um problema. Nós fomos embora, o Bruno não deu nenhuma satisfação para ninguém, mas eu percebia os olhares assustados das pessoas.
- Tu vais comigo lá pra casa, Antoine.
- Mas, Bruno, minha casa tá toda aberta.
- Justamente por isso! E se ele aparecer novamente lá.
- Mas ele foi preso, Bruno.
- De qualquer forma eu não vou te deixar sozinho.
- Mas eu não posso deixar minha casa, vão roubar tudo o que eu tenho, isso se já não roubaram.
- Então, eu vou ficar lá na tua casa.
- Mas, Bruno, eu já te tirei no meio da noite da tua casa, amanhã tu vais ter que trabalhar.
- Não, amanhã é meu dia de folga. Eu ia até... – Ele parou de falar.
- Ia até o que?
- Deixa pra lá, eu acho que não vai ter clima pra isso.
- Pra isso o que, Bruno?
- Eu ia te chamar para assistir um filme. Como tu estavas enfiado em casa, não saia para lugar nenhum, eu ia me convidar para assistir filme lá na tua casa. – Ele disse corando de vergonha.
- Mas a gente ainda pode assistir. Pode assistir até agora, se tu quiseres.
- Sério?
- Depois do que aconteceu, eu com certeza não vou conseguir dormir.
- Sabe, quando tu me ligaste, eu fiquei morrendo de medo de acontecer algo contigo. Tu és a única pessoa que se preocupa comigo, Antoine. Tu és o único que EU me preocupo nessa cidade. Eu gosto muito de ti, viu mocinho?
- Eu também gosto muito de ti, Bruno. – Eu disse tentando sorrir, mas eu ainda estava tremendo de medo.
Nós ficamos em silêncio por um tempo, então eu decidi quebrar o gelo.
- E então, que filmes nós vamos assistir?
- Eita, eita! Se a gente vai assistir agora, eu tenho que ir busca-los lá em casa.
- Ai, Bruno, mas vai rápido, então! Aqueles meus vizinhos devem estar fazendo a festa na minha casa.
- Tá, eu vou rapidinho.
E ele foi rápido mesmo, quando chegamos na casa dele, eu nem saí do carro. Ele subiu rapidinho e voltou. Ele entrou no carro e deu partida, ele foi bem rápido, como era de madrugada, não havia trânsito e logo nós chegamos na minha casa. Quando eu entrei estava tudo no lugar, tirando o fato que estava tudo bagunçado. Nós demos um jeitinho na sala, encostamos a porta, já que não dava para fechar. Nós arrastamos os sofás e colocamos vários cobertores no chão e pegamos os travesseiros do meu quarto. Nós deitamos e colocamos o primeiro filme. (Gente, minha memória para filme é curtíssima, eu tentei lembrar quais filmes nós assistimos, mas não consegui). Nós ficamos assistindo sem falar nada. Depois de algum tempo eu senti o braço do Bruno encostar no meu e eu não sei o que me deu, mas eu fiquei arrepiado.
Quando acabou o primeiro filme nós estávamos morrendo de fome, e como o Bruno tinha preparado tudo antecipadamente, já que ele iria se convidar para assistir aqui em casa, ele tinha trazido material para fazer pizzas, brigadeiro de panela e pipoca. Às quatro e meia da manhã nós estávamos fazendo pizzas e brigadeiro. Eu agradeci imensamente a Deus por ter colocado o Bruno na minha vida, se não fosse ele, eu acho que eu teria pirado. Nessa noite ele me distraiu e eu acabei “esquecendo” o que o Tio Paulo fez.
Quando nós terminamos de fazer as pizzas e o brigadeiro, nós sentamos na frente da televisão, que nem dois moleques travessos, e comemos assistindo o segundo filme.
- Ei, tá sujo bem aqui de brigadeiro. – Ele estava todo melecado de brigadeiro.
- Onde? Aqui? – Ele disse passando um dedo no canto do lado direito da boca.
- Não, Bruno, é aqui ó. – Eu falava passando o dedo no lado esquerdo da minha boca.
Eu mandava ele limpar do lado esquerdo, mas ele limpava o direito.
- Deixa que eu limpo! Onde já se viu um médico não saber o que é esquerda/direita?
- Eu sei sim qual é minha esquerda e qual é minha direita. – Ele disse sorrindo – Essa aqui é minha direita e essa é minha esquerda. – Ele dizia levantando os braços.
- Errado! Tu trocastes! – Eu disse rindo.
- Tá, eu confesso, eu não sei diferenciar esquerda e direita.
Nós terminamos de comer e deitamos para terminar de assistir o filme.
- Sabe o que eu lembrei? – Eu perguntei pra ele.
- O que?
- Que tu tinhas me convidado para assistir filme antes de eu fazer o transplante.
- Pois é, aí agora que tu estavas hibernando eu decidi lembrar do meu convite. – Ele disse sorrindo.
- Eu não estava hibernando.
- Estava fazendo o que então?
- Eu estava colocando minha cabeça no lugar, eu precisava ficar um pouco sozinho para decidir o que eu iria fazer.
- E a que conclusão tu chegaste? – Ele disse se virando para mim e me olhando nos olhos.
- Eu decidi que eu vou continuar levando minha vida normalmente, eu vou estudar, vou me formar e vou ter uma bela carreira.
- E o Thiago?
- Esse aí já é passado, Bruno. Ele foi a maior decepção da minha vida, eu não quero mais ele na minha vida.
- Que bom ouvir isso! – Ele disse fixando o olhar nos meus olhos.
Nós ficamos nos olhando por um bom tempo, mas ele desviou o olhar pois o celular dele começou a gritar.
- Ah, é só o despertador. –Ele disse.
- Que horas são?
- São 5h30min.
- Já?
- Já!
- Nossa, a hora passou voando.
- Verdade! Isso só acontece quando a gente está com pessoas que gostamos muito. – Ele disse voltando a me olhar.
- Verdade! – Disse correspondendo ao olhar dele.
Nós ficamos nos olhando por um bom tempo novamente.
- Vou beber água, tu queres? – Eu disse me levantando e quebrando a conexão que nós estávamos tendo por meio do olhar.
- Não, obrigado! – Ele disse voltando a olhar para a televisão.
Eu fui à cozinha, bebi água e voltei. Eu deitei do lado dele e nós ficamos assistindo filme. Quando acabou o filme eu percebi que o Bruno havia dormido. Eu desliguei a televisão e fiquei deitado, logo o sono chegou.
Quando eu acordei no outro dia Maman e Tia Joana estavam me olhando. Eu tomei um baita susto.
- O que significa isso, Antoine? – Tia Joana me perguntou fazendo cara feia.
Eu estava deitado com a cabeça no peito do Bruno e nós estávamos abraçados. Como a gente ficou daquele jeito? Não faço a mínima ideia.
- Chéri, vocês estão namorando?
- Não, maman! – Falei baixinho para não acordá-lo. – Vamos lá para o quarto!
Eu me levantei, tirei os braços do Bruno, que estava me segurando, com muito cuidado e fui para o meu quarto sendo seguido por Maman e minha Tia.
- Como vocês entraram aqui? – Eu perguntei a elas.
- A porta não estava trancada, nós já soubemos o que aconteceu ontem, Antoine! O advogado do Paulo já nos contou tudo. – Disse minha tia que ainda fazia cara feia para mim.
- Tia, pode parar de me olhar assim!
- Eu pensava que tu amavas meu filho, Antoine.
- Tia, eu amava e amava muito, mas não fui eu quem traí. Ele me traiu debaixo do nariz de todos nós.
- E o que significa essa cena que acabamos de ver?
- Eu e o Bruno?
- Exatamente!
- Para começar, nós não temos nada. Ontem foi ele quem veio me socorrer por que o seu marido maluco tentou me matar. Se não tivesse sido o Bruno eu estaria morto agora. Foi ele quem chamou a polícia e me levou para o hospital, pois aquele louco me esfaqueou – Eu disse mostrando o braço para elas. – Segundo: e se tivéssemos algo? O que vocês tem a ver com isso? A vida é minha e faço o que quiser. Se seu filho me amasse como disse que ama, ele não teria feito o que fez, agora é tarde, e vou tocar minha vida e espero que ele fique bem longe de mim.
- Meu Deus, ele foi capaz de fazer isso? – Ela disse mudando a expressão e esquecendo o que eu havia falado, ela só fixou o olhar no meu ferimento – Desculpa, Antoine, mas é que eu vi vocês abraçados, eu pensei que...
- Tia, eu estou solteiro, se eu quisesse ficar com o Bruno eu ficaria. Não tenho ninguém que me impeça. – Eu repeti
- Mas e o Thi, meu amor?
- Tia, eu vou repetir mais uma vez: o Thiago é passado. Ele foi só uma história ruim que aconteceu na minha vida.
- Ruim, Antoine? Ruim?
- É, Tia! Ruim! Ele foi a maior decepção que eu já tive na minha vida!
- Meu amor, ele está sofrendo muito.
- Tia, a culpa não é minha dessa vez, ele só está colhendo o que ele plantou. Que ele vá para a... E vocês não vieram aqui para falar dele não, né?
- Non, chéri! Joaná, deixa o Antoine! Ele já disse que ele não quer falar do Thithi, vamos respeitar.
- Tudo bem, Ange! Eu só não me conformo com esse término.
- Tia, eu te amo muito, por isso eu peço que a senhora pare de ficar falando do Thiago para mim. Eu estou tentando seguir com a minha vida.
- Tudo bem, meu amor! Não vou mais falar dele!
- Obrigado!
- Chéri, o que foi que o Paulo fez pra ti? – Perguntou maman.
Eu contei toda a história para elas que ficaram horrorizadas. Tia Joana me disse que ele foi preso e que ficaria muito tempo lá. Ela não moveria uma palha sequer para ajudá-lo. O que ele havia feito era coisa de louco. Quando Maman viu o tamanho do corte que ele havia feito, ela prometeu processar ele de tudo o que a gente poderia. Ela queria ferrar com ele a todo custo. Os anos de amizade foram embora em questão de minutos. Papa estava para Guyane, então ele ainda não estava sabendo de nada.
- Bom dia! – Disse Bruno entrando no quarto.
Ele estava sem camisa, só nesse momento que eu fui reparar como ele era bonito. Não era nada exagerado, mas ele tinha um corpo muito bonito. Ele tinha uma barriga bem malhada, os braços eram bem fortes e ele não tinha nenhum pelo. Eu fiquei admirando ele que eu nem ouvi Maman falar comigo.
- Antoine! – Ela disse me cutucando – Réveille-toi, chéri! (Acorda!)
- Hã?
O Bruno percebeu que eu estava olhando para ele e ficou bem sem graça.
- Chéri, eu disse que nós precisamos ir à delegacia prestar queixa. Foi para isso que nós viemos aqui.
- Ata! Eu só vou tomar café e me arrumar e nós vamos.
- Café? Nós vamos almoçar, isso sim! – Disse Maman. – São 11h, chéri! Vamos lá para casa, nós almoçamos e depois vamos na delegacia.
- Maman, eu não posso deixar minha casa assim. A porta não fecha.
- Eu já estava pensando nisso. Bruno, tu podes vir comigo?
- Sim, mas onde nós iriamos, Ange?
- Nós vamos em uma loja de materiais de construção. Tu saberias colocar um ferrolho com cadeado na porta?
- Sim!
- Então, vamos!
O Bruno pegou uma blusa minha emprestada, já que a dele ele rasgou ontem à noite, e saiu com Maman.
- Antoine, eu posso te perguntar algo?
- Não sendo em relação ao Thiago, pode sim!
- Mas é em relação a ele!
- Tia, a senhora disse que não iria falar sobre ele!
- Vai ser a última vez, querido.
- Tá, vai, faça sua pergunta.
- Tu ainda amas meu filho?
- Essa pergunta eu não sei lhe responder, Tia. Eu ainda estou bem confuso. Se a senhora me perguntasse se eu voltaria com ele agora, a resposta seria não. Não preciso nem pensar duas vezes para responder.
- Mas o que tu sentes por ele?
- Eu não sei lhe explicar, eu ainda sinto algo, não posso ser hipócrita e falar que eu não sinto mais nada por ele, mas esse sentimento está soterrado por muita decepção, mágoa, tristeza e nojo.
- Nojo?
- Sim, nojo! Eu peguei ele quase transando com um daqueles caras que ele levou para a sua casa.
- Antoine, eu não sei o que está acontecendo com meu filho. Ele está muito diferente, eu não reconheço mais meu filho. Ele vive mal humorado, me trata tão mal – Ela disse começando a chorar – meu filho nunca fez isso! Ele sempre foi muito próximo a mim, eu não sei o que eu faço para ajudá-lo.
- Tia, eu também não reconheço mais o Thiago que eu me apaixonei. Aquele Thiago jamais faria o que fez comigo. Mas eu acho que aquele Thiago era só uma fantasia da minha cabeça.
- Não, Antoine, não fala uma coisa dessas! Ele te ama, eu sei que ele te ama! Mas está acontecendo alguma coisa com ele, eu preciso descobrir o que é para poder ajudá-lo.
- Infelizmente eu não posso lhe ajudar nisso, Tia. No momento, eu só quero distancia dele.
- Tu estás com tanta raiva assim dele?
- Infelizmente estou! Nada justifica o que ele fez!
- Meu filho, ele não sabe o que ele está fazendo.
- Tia, o Thiago não é nenhuma criança, ele sabe sim o que ele está fazendo. Ele tem plena consciência das burradas que ele está fazendo.
- Eu não tenho tanta certeza disso!
- Mas mudando de assunto, me diga o que está acontecendo com o tio Paulo.
- Esse é outro que eu não sei o que deu nele. Minha família está se destruindo, Antoine, e eu não sei o que fazer.
- A senhora também não vai querer me culpar por isso não, né?
- Não, meu amor, eu jamais faria isso! O Paulo sumiu de casa, ele levou tudo o que era dele, eu não o via há muito tempo. Ele não ia mais trabalhar também, pois o chefe dele ligou lá para casa para saber dele. Eu não fazia a mínima ideia de onde ele estava.
- Ontem ele parecia estar drogado.
- Será que ele está usando drogas? – Ela disse assustada.
- Não sei, Tia, mas que parecia, isso parecia.
Maman e Bruno chegaram e nós encerramos nossa conversa. Eu fui lá para a sala ajudar o Bruno a colocar o ferrolho na porta. Até que ele colocou bem rapidinho. Depois de ter colocado ele foi tomar um banho. Quando ele saiu do banheiro eu entrei, tomei um banho rápido e me arrumei. Assim que eu terminei de me arrumar nós fomos embora. Eu fui no carro do Bruno com ele.
- Nós podemos passar primeiro em casa para eu trocar de roupa?
- Claro!
- Eu morri de vergonha quando eu entrei no teu quarto e dei de cara com a tua mãe e a tua tia. – Ele disse quando nós já estávamos a caminho da casa dele.
- Vergonha tive eu quando eu acordei e elas estavam nos olhando.
- E o que é que tem isso?
- Bom... – eu parei de falar.
- O que foi?
- É que nós estávamos abraçados e eu estava deitado no teu peito. – Eu disse sentindo meu rosto arder de tanta vergonha.
- E tu estavas com vergonha por causa disso? – Ele disse sorrindo.
- É... é!
- Que bobagem, Antoine!
- E tu que ficou com vergonha só de aparecer sem camisa para elas?
- Ah, mas aí é diferente, eu não posso ter esse tipo de intimidade com elas.
- Hum...
- Como está teu braço?
- Tá doendo um pouco.
- É que tem que fazer o curativo, tu tomaste o anti-inflamatório?
- Não! Ainda não!
- Eu tinha esquecido como é difícil de te medicar. – Ele disse sorrindo.
- Não é nada difícil, não!
- É, sim! Quando a gente chegar na casa dos teus pais eu refaço o curativo e te dou o anti-inflamatório.
- Todo mundo pensa que eu sou criança, só pode!
- Por que tu dizes isso?
- Pelo simples fato de todo mundo me tratar feito criança.
- É por que nós cuidamos de quem nós gostamos.
- Hum... sei! – Falei ficando com raiva.
- Olha, ele está com raiva! – Ele disse rindo de mim.
- Eu não estou com raiva.
- Fica com raiva, não! O tio te dá um pirulito quando eu refizer o curativo. – Ele disse fazendo carinho na minha bochecha.
- É tio mesmo! Tu és bem mais velho que eu!
- Ai, agora me ofendeu!
- Aaaaah, tá vendo só! Me chama de criança de novo pra ti vê! – Falei sorrindo.
- Tá, não está mais aqui quem falou.
Nós ficamos em silêncio por algum tempo.
- Sério, tu me achas velho? – Ele me perguntou.
- Claro que não, Bruno! Deixa de ser bobo!
- Eu também não te acho criança.
- E por que tu me tratas como se fosse uma?
- Se me preocupar contigo e querer cuidar de ti é te tratar como criança, então eu trato mesmo.
Depois dessa eu fiquei até calado. Chegamos na casa dele e ele subiu para se trocar, como ele disse que era bem rapidinho, eu fiquei no carro mesmo. Quando ele retornou, nós fomos até a casa dos meus pais em silêncio só ouvindo a rádio. Nós chegamos na casa dos meus pais, almoçamos e saímos. Foi tudo bem rápido, pois precisávamos ir até a delegacia.