Eae pessoal, vou continuar o conto A Chave da Perfeição. Essa é a parte 4. Lembrando que é uma história verdadeira. É mais um diário do que um conto, mas tudo bem.
Não consegui reconhecer o tênis, então já fiquei meio seguro. Mas ai, o inesperado acontece vejo uma sombra vindo por trás e... espera, essa parte eu não me lembro de nada. Só sei o que me contaram, quer dizer, o que meus amigos me contaram. Eu acordei mais tarde ( umas 2 horas no, máximo, depois do ocorrido), depois de toda a confusão. Não sabia onde estava. Só vi que o Gabriel, o Gu e o Dig (Rodrigo, não gosto de chamá-lo de Dig). Eu estava deitado na cama de um hospital, que até hoje não sei qual era, enquanto o Gabriel estava sentado do meu lado, na cama mesmo, e os meninos estavam conversando e ligando para nossos familiares pra acalmá-los. Gabriel estava com gesso no braço direito, onde ele tinha feito, antes de eu ficar com ele, uma tatuagem de seus pais e Jesus. Ele era bem religioso. Enfim, ele me contou tudo o que houve, com alguns complementos dos meninos. Enquanto ele segurava o irmão da Juliana, ela pegou ele por trás e derrubou-o, não sabemos como, quebrando o braço dele. A tal sombra que eu tinha visto era o primo dela, que estudava no colégio com a gente, mas não na mesma serie, e ele me acertou por trás, na nuca, com o objetivo de me desmaiar mesmo. E tinha conseguido. Claro que eles não teriam feito nada disso, principalmente alguma coisa comigo se não soubessem que o Gabriel terminou com a Juliana por minha causa. Mas isso até hoje nãos sabemos como exatamente eles descobriram. Foi ai que, enquanto o medico chegou pra me examinar, aproveitando também pra analisar o exame que eu tinha feito que eu percebi como o Gabriel realmente se importava comigo. Ele é quem tinha me levado ao hospital, mesmo com o braço debilitado. Foi incrível quando eu descobri o que ele realmente era capaz de fazer por amor. Pode parecer nada ou pouco pra alguns, mas isso foi muito pra mim. Logo que recebi alta, ele me levou pra casa. Ficamos um tempo conversando sobre tudo isso. Rimos, quase choramos, e nos beijamos. Na verdade, rimos por ser tão ridícula a ação daquela garota vingativa. Choramos, de amor, quando ele disse que ficou com medo de alguma coisa acontecer comigo. E então, nos beijamos, como se não houvesse mais nada no mundo que pudesse nos deter. No dia seguinte, fomos juntos ao colégio. Na verdade, eu fui até a casa dele mais cedo, já que o pai dele não teria deixado ele ir me buscar de carro. Ai, almoçamos no mesmo restaurante que sempre almoçam. E fomos andando pro colégio. Foi a primeira vez que ele foi andando com o braço em torno de meu pescoço. Como quem diz: “propriedade do Gabriel, mantenha distância”. Quando chegamos no colégio, foi uma sensação estranha, por que todos olhavam pra nós 4, como se fossemos de outro planeta. Como sempre, tinha aqueles caras ridículos que ficavam sempre comentando sobre mim. Óbvio que tinha dedo do Flávio ( primo da Juliana, o que me nocauteou ). Ele sempre fazia piadinha dizendo que eu, Rodrigo e Gu tínhamos alguma coisa, só por que sempre andávamos juntos. Agora, ele dizia:
(Flávio)- Mais um integrante no relacionamento, Matt? Aposto que com 4 fica mais fácil ficar de quatro.
E ele e os amiguinhos dele ficavam rindo e comentando, mas, como nada mais me importava, eu ignorava os comentários daquele garoto que mal tinha idade pra competir comigo. Os dias iam se passando, meu relacionamento com o Gabriel ia cada vez melhor, quando, finalmente, fomos tirar o gesso de seu braço. Eu acho que ele deve ter guardado alguns pedaços do gesso até hoje, ou tudo, afinal, eu tinha assinado e escrito vários recadinhos por todo canto. Eram tipo aquelas frases super escrotas que, não sei como, eu conseguia modificar uma coisinha ali e outra aqui pra que ficassem super emocionais. Foi quando eu escrevi também: “Até aquele dia não havia contos de fadas onde um príncipe se casava com um plebeu, mas escrevemos o nosso juntos, e foi o primeiro em que existiam 2 Romeus.”. Mas, não satisfeito, ele riscou o plebeu e escreveu “outro príncipe”. Ele era o cara perfeito *-*. Claro que aquele recadinho foi uma indireta, bem direta, pra que ele me pedisse logo em namoro. Afinal, só estávamos ficando, não era nada comprometedor. Passado um tempo depois de ele tirar o gesso, quase chegando o dia dos namorados, eu percebia que ele se afastava cada vez mais de mim. Não passava em minha casa mais, não me ligava, nem retornava mensagens ou ligações. Comecei, claro, a ficar chateado com isso, mas devia ter um motivo. Ele também mal falava comigo no colégio, isso é, quando ele ia ao colégio. Até que um dia eu liguei pra ele e finalmente atendeu. Eu tinha saído de sala naquele momento só pra falar com ele, nem que fosse um oi. Ai, eu ouvia um barulho de pessoas conversando, uma barulheira. Parecia uma festa, no meio da tarde, por volta das 16 horas, mas uma festa. Era quase hora do intervalo do colégio inteiro do turno da tarde. E, no telefone:
(Eu)- Gabriel, finalmente. Onde você está? Que barulho é esse? – Eu também ouvia fora do telefone. Achei estranho.
(Gabriel)- To perto de você, mas não em casa. To bem pertinho de você.
(Eu)- Como assim?
O sinal tocou, saíram todos desesperados. Eu pedi que ele esperasse um tempo, até todos saírem do corredor onde eu estava e irem pro pátio. E, quando voltei ao telefone:
(Gabriel)- Olha pra baixo. Mas não pro pátio exatamente. Chega na porta da nossa sala e olha pra quadra.
(Eu)- Ta, mas onde você está? – Disse eu indo em direção á porta.
(Gabriel) –Só faz isso. – E desligou.
Quando cheguei no muro em frente a porta de nossa sala e olhei pra quadra, o chão estava coberto por uma lona preta, e nela estava escrito em pétalas de rosas brancas: “...quando dois príncipes se unem, dois reinos tornam-se um só...”. Claro que eu entendi aquilo, mas não o por que, e agora. Foi quando a diretora pegou o microfone e pediu que todos se retirassem da quadra, mandando os inspetores tirarem o Gabriel de lá e levá-lo para a sala dela. E ela ia dizendo isso e se aproximando dele na quadra, pra acompanhá-lo á sala. Conforme ela ia falando, todas as caixas de som do colégio iam se ligando, e foi quando ele tomou o microfone dela, fechou a grade da quadra com só ele dentro e disse:
(Gabriel)- Só um minuto diretora. Matt! Desce aqui... Vem logo Matt. Anda!
Lógico que eu desci as escadas como um louco, entrei na quadra junto com ele e:
(Eu)- Você ta louco, cara? Para com isso. – Disse tentando puxá-lo pra fora da quadra e tirar o microfone da mão dele.
(Gabriel) – To louco sim, por você, e de amor! – Gritando no microfone e se ajoelhando.
(Eu)- Para com isso Gabriel, não é hora. – Disse sussurrando com ele.
(Gabriel) – Segura ai o microfone.
Ele pegou uma coisa no bolso dele. Mal notei o que era, afinal, estávamos no meio da quadra, com todos nos olhando em silêncio, inclusivo o idiota do Flávio.
(Eu)- Anda Gabriel, levanta!
(Gabriel)- Mathews Garcia. Ah, Galera – no microfone novamente, mas eu segurando pra ele- é Mathews com Th e W no lugar do U, viu? Então, Mathews, você quem tinha me dito que começamos a história de um príncipe se casar com um plebeu, lembra? Mas hoje, claro que não vou te pedir em casamento, mas hoje eu deixo de ser um plebeu a partir de sua resposta. Você aceita ser meu príncipe?
Ficamos todos chocados. Eu olhei á minha volta e eu só via as pessoas abraçadas, sorrindo e torcendo pra eu dizer sim. Vi o Gu e o Dig acenarem com a cabeça. Vi que todas as meninas que o Gabriel tinha pegado estavam chocadas, de boca aberta com tudo isso. Vi até a diretora fazendo gestos pra mim, como se estivesse dizendo: “Ei menino, presta atenção ai!”. Ficamos alguns poucos segundos assim. E quando todos começaram a questionar, e se preocupar, eu ajoelhei-me junto com ele. E disse:
(Eu)- Sinto muito Gabriel, mas não é assim que a banda toca. Você mesmo tinha me dito que não era uma história de um plebeu e um príncipe, mas sim de 2 príncipes. E olha o que você escreveu no chão.- Ele certificou-se, já ficando de cabeça baixa, esperando o meu não, e eu também, mas- Então, eu não aceito me juntar a um plebeu, mas sim a um príncipe.
Foi quando todos comemoraram, ele arregalou aquele sorriso perfeitamente radiante, nos levantamos e trocamos os anéis. Aquele momento, mais do que qualquer um, foi muito especial. Era um verdadeiro conto de fadas. Depois que saímos dali, claro, fomos pra sala da diretora, fomos suspensos por 3 dias ( o resto da semana ) e fomos em direção á saída. Quando, de novo, encontramos com a Juliana, mas dessa vez sozinha.
(Juliana) – Comovente, juro. Foi até melhor do que o que você fez comigo, lembra amor?
(Gabriel) – Sai garota, não tenho mais nada com você, conforme-se. E para de ser vingativa, nunca que você vai me ter de volta.
Depois disso, troquei alguns olhares com o Gabriel, e fomos saindo, passamos por ela, claro, ela me dando um empurrãozinho, e quando estávamos um pouco distante da entrada, ela chama pelos nossos nomes, saca uma arma da mochila dela, e....
Só consigo ouvir um zumbido, me lembro de vultos. Ridículo comparar, mas igual aqueles de filmes ou novelas, quando as pessoas ficam desnorteadas. Eu via tudo embaçado, e quando me dei conta...
Continua em breve.
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