CONTINUANDO:::
-Dr. Carlos? Estou surpreso em vê-lo aqui. *Disse levantando e dando um aperto de mão.
-Pode me chamar de Carlos aqui, e eu que estou surpreso em te ver, está com uma aparência muito boa. *Disse aquilo com um sorriso no rosto.
-Ah, obrigado. Melhorei hoje, até ontem estava fraco ainda.
-Intendo, foi muito tempo de coma.
-Aham, e o que você faz por aqui?
-Vim dar uma respirada, tirei uma folga no hospital e pretendo tomar um sorvete, você me acompanha? -Disse sorrindo.
-Claro que sim. *Disse quase instantaneamente, mas Carlos pareceu não notar.
-Me conta, como está seu pai? Ele está cuidando bem de você? *Disse andando em direção a sorveteria, Miguel foi atrás.
-Está bem, cuidando muito bem de mim, até demais. *Disse olhando para Carlos e vendo como aquele médico era bonito.
-Faz parte, afinal ele é seu pai.
-É, você tem razão.
Chegando na sorveteria Miguel pediu uma casquinha de morango e Carlos de chocolate. Miguel foi pagar a mulher.
-Não precisa pagar, eu pago, final eu é quem te convidei. *Disse sorrindo, por algum motivo a mulher deu o sorrisinho sacana que Miguel entendeu muito bem.
-Tudo bem, já que você insiste. *Disse sorrindo.
Em um banco da praça...
-Hum está bom. *Disse Miguel saboreando seu sorvete.
-Tem uma coisa... aqui deixa que eu limpo. *Carlos passou o dedão no canto dos lábios de Miguel para tirar o sorvete que
tinha escorrido.
-Ah... obrigado! *Disse corando, ele desconfiou de algo em Carlos, ele estava dando mole demais.
-Então Miguel? Você está namorando?
-Bom, digamos que levei um pé na bunda no último relacionamento.
-Sério, como aconteceu?
-Ah, eu namorei a Alice por um tempo, e do nada num dia que estava indo buscar meu irmão no aeroporto ela chega e diz que quer terminar, e também completou dizendo que estava apaixonado por outro. *Carlos ouvia e o olhava a todo instante.
-Nossa que relacionamento.
-Você não sabe de nada, ele me aparece no meu apê dias depois com uma história de que está grávida e de que "achava"
que o filho fosse meu, vim para o Brasil com meu irmão para visitar minha mãe e aconteceu o... acidente. *Disse um pouco triste o final da história. *Carlos passa a mão em seu braço
-Tudo bem, e você ficou sabendo se o filho é seu?
-Não, nem liguei ainda, estou esperando o teste sair, eu acho que já saiu, não sei porque ela não ligou ainda.
-Talvez esteja com medo.
-Ou o filho não é meu, prefiro a segunda opção. *Disse num sorrisinho meio triste.
-A qual é? Que homem não queria uma criança pra virar a vida de pernas pro ar?
-Eu, ainda tenho muita coisa pra viver antes de ter filhos, isso é se... eu tiver. *Disse olhando a todo momento para os olhos de Carlos.
-Nossa, que garoto decidido.
Tempo depois:::
-Obrigado por te me trazido para casa Carlos. *Disse tirando o cinto e indo para sair do carro.
-Não precisa me agradecer, me liga se precisar de algo. *Disse colocando a mão no ombro de Miguel e o segurando firme e disse o olhando nos olhos.
-Tudo bem, qualquer dia nós combinamos um jantar. *Disse corando.
-Olha que eu vou cobrar. *Disse sorrindo
-Pode cobrar, tchau. *Disse saindo do carro e indo para o portão.
-Tchau. *E se foi, Miguel ficou olhando o carro até ele sair de vista.
Entrando dentro de casa:::
-Quem te trouce? Aconteceu alguma coisa com você? *Perguntou Davi, Miguel acabara de fechar a porta trás de si.
-Foi o Dr. Carlos, eu estou bem, encontrei ele na praça e ele me convidou para um sorvete. *Disse ele jogando as chaves na mesinha de centro na sala.
-O Dr. Carlos? O que ele fazia na praça? *Perguntou Davi um pouco enciumado.
-Ele estava de folga do hospital.
-Hum, intendi. *Disse Davi ainda se conformando com a situação.
-Pai... quero te pedir desculpas por ter falado aquilo no café. *Disse Miguel cabisbaixo.
-Tudo bem, eu sei que não foi sua intenção...
-Não, eu fui muito mal com você, me perdoa, prometo não fazer de novo, quero começar uma nova vida e você está incluso nela, e tudo o que aconteceu no passado ficará lá. Eu prometo. *Foi em direção ao pai e o abraçou.
-Eu te perdoo filho. Temos que passar por caminhos ruins para chegarmos aos bons. *Disse retribuindo o abraço e passando as mão nos cabelos macios de Miguel.
-Tenho que ligar para a Alice para saber do bebê, e avisar ao Alb. o que aconteceu, nem deve saber. *Disse soltando o pai e indo em direção ao celular, que estava na mesinha.
-Tudo bem, qualquer coisa me chama, estarei na cozinha preparando o jantar. *Saiu, mas antes deu um beijo na testa do filho.
Segundos depois no telefone com Alice...
-Alô
-Oi Alice, sou eu Miguel.
-Ah, oi Miguel, tudo bem?
-Mais ou menos, aconteceu uma tragédia na minha vida, minha mãe e meu irmão... se foram... eles morreram em um acidente assim que chegamos ao Brasil. *Disse muito triste tendo que relatar o acontecimento novamente, sua voz mudara e ficara mais rouca, mas segurou o choro.
-Meu Deus, meus sentimentos para você Miguel, eu não imaginava. Você deve ter sofrido um bocado.
-Ainda sofro, mas estou levando. E me conta, qual foi o resultado? Eu sou pai? *Disse um pouquinho animado com a ideia.
-Sinto muito mas não, não te liguei justamente por isso, e também estava muito ocupada ultimamente, estou casando.
-Ah que pena, nossa que legal, fico feliz por você.
-Obrigado estou muito feliz também.
-Então ok, liguei mesmo só pra saber. Tchau, seja muito feliz ai.
-Obrigado e você tenha forças ai, tchau. *E desligou.
Miguel ficou por alguns minutos e tentando se acostumar com as novas informações. Decidiu ligar logo para Alb. e contar logo, de um jeito ou de outro teria que dar sinal de vida ao amigo.
-Alô, Miguel?
-Oi Alb. tudo bem?
-Nossa você está vivo, não me deu nem um sinal de vida, nem uma fumaça, nada. *Disse animado por ouvir a voz de
Miguel novamente.
-É que aconteceu uma coisa... tragédia quando cheguei no Brasil. *Disse ficando mais trsite.
-O que aconteceu? Está tudo bem? *Disse Alb. ficando preocupado.
-Estou sim, mas... o Rafa... e minha mãe... morreram. *Disse em soluços.
-Como assim o que aconteceu? *Disse quase desesperado.
-Quando estávamos voltando pra casa assim que mamãe nos pegou no aeroporto o carro se chocou com outro e depois mais outro e fui o único que saiu vivo, por um fio também. *Disse com as lágrimas escorrendo ao lembrar das cenas pavorosas que teve antes de apagar.
-Ai meu Deus, que triste, nossa, nossa, estou agora triste também. Que fatalidade Miguel, e está tudo bem com você digo
o físico?
-Sim, mas fiquei em coma por alguns meses.
-Nossa, a situação foi muito grande amigo. Sinto muito por você. *Disse em choro também, eles eram muito amigos.
-Obrigado Alb. liguei só para dar essas tristes noticias mesmo.
-Tudo bem, e vai voltar logo? *Disse querendo mudar de assunto.
-Então ainda não sei.
-Ok, qualquer coisa, me avisa, por favor. Quero notícias suas, fica bem ai. Abraços, tchau.
-Aviso sim, abraços também, tchau.
CONTINUA:::