E aí galera, como estão? Eu fiquei muito feliz pelo primeiro conto, agradeço cada um que leu e também comentou, vocês me motivam a escrever mais sobre essa deliciosa história. Antes de começar vou deixar alguns detalhes que não coloquei no primeiro conto. (Se você não leu o primeiro conto, recomendo que o faça, clique no meu nome e leia a primeira parte). Vamos lá: A história é verídica, iniciou-se no final de 2013 e terminou a alguns meses. Os nomes usados são fictícios para preservar nossas imagens. Quando a história se passara, eu tinha XVI anos e Hiago XV anos. Qualquer dúvida deixe nos comentários que terei o prazer de responder. Vamos a segunda parte?
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II
Me arrumei como se fosse à um encontro, coloquei minha roupa favorita, perfume bem marcante, ajeitei o cabelo na mão mesmo e gostei do resultado no espelho. Me considero bonito, não galã de novela mas, sei que já atrai olhares nas ruas, tanto de homem quanto mulher. A casa da avó de Hiago era bem próxima a minha, apenas três ruas da minha, então fui a pé. Chegando próximo, já se via luzes, uma música abafada e muita gente na rua, realmente a festa era bem grande. Entrei esbarrando em um ou outro e tentando procurar os amigos da praça, logo encontrei um grupinho e me juntei a eles, eu não costumava beber, mas de que adianta ir à uma festa para não beber? Então assim, juntei-me aos amigos e bebemos bastante, gosto de bebidas quentes, então tomei umas doses de José Cuervo, meu predileto, mas logo senti subir o álcool e parei um pouco. Logo Hiago apareceu, estava muito bonito. Usava uma camiseta regata dos Chicago Bulls, número 23, Michael Jordan (Porém eu sempre lembro da música da Miley Cyrus) uma calça branca e um sapato estilo fechado vermelho como a camiseta, além de um boné aba reta de lado. O efeito do álcool combinado as coisas que eu vinha sentindo de Hiago, me deixaram excitado, pela primeira vez eu tinha certeza que eu desejava Hiago. Sempre soube que era gay, mas nunca tive nenhum relacionamento com homens, apenas desejos e mais desejos. Hiago me viu da escada e logo veio a nosso encontro, cumprimentou todos com um aperto de mão e ao chegar perto de mim, eu já estava meio tonto, e com a força do seu cumprimento, quase caí em cima dele, foi quando ele me abraçou e disse:
─ Hey moleque, já está ruim assim? A festa nem começou ainda. E sorriu e todos fizeram o mesmo. Dei um sorriso sem graça e não disse nada. Estava sem condições de dizer qualquer coisa. Tudo o que eu queria era puxar ele e lhe dar um beijo naquela boca que disse tão perto de mim que pude sentir o seu hálito de halls de menta extra forte. Logo Hiago sumiu, tinha que cumprimentar todos os convidados e seguimos a festa e eu tomando água (sim água) para me manter em pé na festa, até que melhorasse um pouco.
Aquela bebida não me fez nada bem. O mal costume de não beber combinado a doses exageradas de tequila me fizeram tontear forte. Senti meu corpo queimar, minha cabeça rodar mesmo tomando água. A cada piscada, era como se durasse uma eternidade de olhos fechados. Não sei como mas consegui me segurar até algum tempo, de repente sinto duas mãos de cada lado me segurarem e me levarem para algum lugar, mas não consigo se quer abrir os olhos para ver. Uma agonia me toma por inteiro, aonde estão me levando? Só sinto me colocarem em um lugar confortável, aos poucos vi que era uma cama, a cama de Hiago. A última imagem que tive antes de apagar, foi do sorriso, aquele sorriso tão lindo, combinado a boca carnuda e os dentes brancos de Hiago. Fechei os meus olhos e comecei a ver melhor Hiago, sentado ao meu lado, não havia mais música, não havia ninguém só nós dois. Enquanto eu tentava me levantar, ele fazia um cafuné na cabeça, relaxando toda minha musculatura. Seu sorriso permanecia imóvel, olhava dentro de meus olhos sem parar o movimento. Abri os olhos e vi que mais uma vez sonhara com Hiago, mas essa vez conseguiu superar qualquer sonho realístico que eu já tive. Meu corpo estava trêmulo, quente e eu excitado como se Hiago realmente estivesse ali ao meu lado, mas não estava. Eu estava um pouco melhor, já não sentia tanto o efeito do álcool e conseguia controlar os movimentos do meu corpo. Fiz um movimento de me levantar da cama e do total escuro a minha frente surge um vulto em minha direção. Fernando estava lá e me impediu que levantasse da cama, alegando que eu ainda não estava bom.
─ ME SOLTA! Gritei com raiva. Eu já estou legal, já passou.
─ Negativo mano, você não sai daqui, foi um custo te trazer aqui e eu não quero fazer isso de novo. Me segurava forçando seu corpo um pouco maior que o meu sobre a cama. Fernando era um menino de corpo legal, fazia academia a alguns meses, era branco e o mais alto de nós. Um dos melhores do time e assim, um dos garanhões também. Não entendia porque na festa que estava transbordando mulheres ele estava lá me vigiando.
Não tinha condições de oferecer resistência ao Fernando então soltei-o e ele também me soltou, disse para eu ficar na cama, e foi em direção a porta, quando a abriu, percebi que tinha poucas pessoas, muito poucas mesmo e a música foi abaixada e já não era batidas fortes, e sim músicas mais harmoniosas, até românticas. Quem ficara, estava acompanhado e dançavam no ritmo da música. Fernando gritou alguém e logo partiu, eu queria levantar mas não tinha tanta força como imaginava. Então, surge da porta aquele sorriso, e com um perfume tão forte quanto o meu, infestando todo o seu quarto, sentando ao meu lado e perguntando com a voz de quem estava muito bêbado:
─ Você tá bem, gostosão opa, gostosinho? Disse Hiago meio atrapalhado e gargalhando no final
─ Eu tô ótimo mas eu disse pra parar com a viadagem, não foi? Exclamei nervoso, já estava me deixando nervoso e excitado ao mesmo tempo.
─ Eu não entendo porque não posso te chamar assim, eu estou mentindo? Disse em um tom de tristeza, acreditaria se não estivesse tão bêbado.
─ Não está não, mas não é pra você otário. Disse e dando um fraco soco no seu braço direito, como se fazem amigos héteros. Ele riu passou a mão na minha cabeça e por um momento achei que ficaria ali como no meu sonho, mas logo levantou e partiu, só escutei quando disse:
─ Agorinha volto, quando todos forem embora, aí é só eu e você, vamos dormir juntinhos. E uma risada maléfica no final deixou me ainda mais nervoso.
─ Eu durmo no chão mas não durmo na mesma cama que você, seu viado! Gritei mas sorri no final para entender que era uma brincadeira. Ele riu muito e antes de fechar a porta disse:
─ Se eu fosse você não dormiria mesmo não, nessa festa não peguei ninguém então tô atirando pra todo lado. Rindo e fechou a porta. Fiquei sem o que pensar na hora. Será que ele não vê que está mexendo comigo, com meus sentidos? Era incrível como era natural para o Hiago brincar comigo, mas para mim era como se fosse verdade, ele mexia comigo. Virei o rosto e chorei, de raiva. Por que isso comigo? Porque eu tenho que gostar logo de um cara que gosta de mulher? Eu sou um merda mesmo. Virei para o lado e dormi novamente. Desta vez não houve sonho e nem nada do tipo, era como se eu tivesse apenas fechado os olhos e tudo ficou preto até eu acordar e ver que tinha alguém deitado na cama junto comigo.
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Desculpem a demora para a escrita do segundo, não tive tempo de redigi-la aqui, mas prometo que a terceira sai em no máximo dois dias, e não sei em quantos capítulos vai ficar, mas não vou estender muito.