Olá, meninas. Meu nome é Morena e sou de Salvador. Há alguns anos acompanho os contos daqui da Casa. Adoro a Malu, a Daniê, a Edy, por esses dias conheci os contos da Lola e adorei. Mas sempre fui uma leitora oculta, mas resolvi me mostrar rsrsrs. Enfim. Resolvi escrever também. Misturarei realidade com ficção. Espero que gostem.
Como falei sou de Salvador, tenho 22 anos e estudo na federal daqui. Sempre me relacionei com homens, esporadicamente algumas meninas chegavam em mim, mas nunca rolou nada. Eu era do movimento estudantil e estava sempre envolvida nessas questões de igualdade social e tal. Meu coletivo montou um grupo de diversidade sexual para discutir a questão e fomentar políticas para o combate da homofobia dentro e fora da universidade. Por questão de ter tempo, fui eu a designada a tocar o GD (Grupo de Discussão).Tinha pouca leitura no assunto, mas bastante disposição. Algumas pessoas de outros coletivos criticaram afirmando que eu era hétero e que deveria ser alguém homo a tocar o GD e tal. Não demos ouvido e seguimos os trabalhos.
Fomos divulgar o GD por toda a universidade, em todos os campi. Íamos de sala em sala e volta e meia a questão da minha sexualidade era posta em debate. Aquilo já estava me irritando! Um dia entramos - Déa, Leti e eu - numa sala na Faculdade de Comunicação e fomos divulgar o GD. Quando comecei a falar um carinha falou "oxente, Morena, mudou de time? Logo a morena dos meus sonhos?". Já tínhamos ficado, tínhamos amigos em comum, ele era um cara legal, mas fez uma brincadeira que eu não agüentava mais, então eu explodir:
- Olha, pouco importa a minha sexualidade. O GD não está para falar de mim e sim para pensarmos sobre algo maior. Estamos para discutir e fomentar ações para combater a homofobia, para empoderar os que sofrem na carne o quão violento é o preconceito, a intolerânciafalei um monte. Algumas pessoas debateram, outras me apoiaram. Agradeci ao professor por ter cedido o espaço e sai.
Estávamos exaltadas, mas nada fora do comum para quem faz política na universidade, sempre tem alguma tensão. Então, nada melhor que ir tomar uma gelada para relaxar um pouco. Fomos as 3 para Silvinha, o bar oficial de São Lázaro (outro campus). Estávamos as 3 e logo depois foi chegando a galera. Entre uma resenha e outra resolvi ir ao banheiro. Estava muito apertada, já que estava segurando a um tempão (quem bebe sabe que depois da primeira ida ao banheiro ficamos refém, vamos toda hora rsrs). Quando estava saindo do banheiro tinha uma menina na porta. Fui saindo e ela falou alguma coisa, mas não tinha entendido direito:
- Oi? Falou comigo? - Falei me virando para trás, olhando para ela.
- Te vi hoje. - Falou num tom enigmático, com um certo sorriso no canto da boca. Falou isso e fechou a porta. Fiquei lá parada sem entender "eu hein?!". Deixei lá e voltei para minha mesa. A menina passou, mas fiquei na minha, depois não a vi mais.
Estava num show do O Rappa (minha banda favorita) com uns amigos, fui ao banheiro, quando eu estava entrando a mesma menina,do dia do bar, sai. Dei risada, cumprimentei ela com um sorriso e entrei na cabine. Quando saí ela não estava mais. Lavei as mãos e sai. A vi no bar com uma menina abraçando-a por trás. Fiquei parada um tempo reparando ela. Ela era mais alta que eu (o que não é muito difícil, já que tenho 1,64) uns 5 o 10cm, tinha mais corpo do que eu (tendo eu 60kg, ela deveria ter uns 67/70 kg). Era mais clara, cabelo liso num corte moderno, repicado e com a nuca bem exposta. O corpo era todo no lugar, tinha seios pequenos, mas tinha uma bunda que era difícil de não reparar.
Depois do raio-X que fiz na garota, voltei para a galera. Eu estava com Tom, estávamos ficando sério. A vi outras vezes no show, sempre abraçada a tal menina. Num momento ela parou ha uns 5 metros de distância, virada pro palco. Eu estava encostada em Tom, estávamos encostados numa coluna de lado para o palco. Ou seja, ela estava totalmente no meu campo de visão. Sempre sabia quando ela estava me olhando, estranhamente dava para sentir. Nossos olhares sempre se cruzavam e eu era a que desviava primeiro. Não sei porque, mas eu estava gostando daquilo. Nos olhávamos já com um sorriso de canto. Até que resolvi sustentar o olhar. Ela abriu um sorriso lindo e desviou. Sorri e Tom ouviu:
- Que foi? - perguntou me olhando.
- Nada. - falei sorrindo ainda.
- Tá rindo de que? - perguntou interessado.
- Besteira. - dei um selinho e olhei pro palco. Quando voltei a olhar para ela, ela não estava mais lá. Senti uma tristezinha estranha. Curti o restante do show numa boa com a galera, mas volta e meia lembrava daquele sorriso lindo.
Passou uns meses, final de semestre aquela loucura toda, eu tinha terminado com Tom, estava namorando com o João, mas estava bem desgastante. Tom e eu somos muito amigos e o João não entendia e tinha crises de ciúmes homéricas. Eu estava bastante estressada. Tive a ultima prova do semestre na quinta-feira. Saí da sala direto para uma reunião do coletivo. Foi uma reunião bem densa, saí de lá exausta, já era noite e eu só pensava em chegar em casa, me jogar na cama e dormir até a semana seguinte. Mas assim que cheguei vi que não ia conseguir...
(Olá, espero que tenham gostado. Por favor, comentem! Um beijo a todxs!)
