Calma ae cara, eu não fiz nada pra você ficar tão irado assim comigo, qualé mano foi um esbarrão, eu já perdi as contas de quantas vezes já pedi desculpas a você, dá uma aliviada aí vai?
Ele: aliviar o quê rapaz se você já falou o que queria agora some da minha frente.
Tu é impertinente garoto, o que quer?
Quer chamar a atenção?
Acho que seu ônibus é aquele que está indo embora não?
Eu: caralho!
Perdi o busão, putz.
Mas valew carinha, desculpa novamente, qualquer hora a gente se acerta, fallow.
Sai correndo atrás do busão, parecia um doido, alguém me viu e fez o motorista parar.
Entrei no ônibus tentando entender o porque aquele cara era tão mau humorado daquela forma.
Tinha o quê?
Uns dezoito para dezenove anos, mas agia como um velho de cem anos, daqueles que não tem paciência pra nada.
Caralho, nunca fui de ligar pra esse tipo de coisa, mas se eu ia frequentar a mesma sala que ele todos os dias, então eu precisava arrumar uma forma de fazer com que pelo menos me aceitasse na turma.
Cheguei em casa e fiquei pensando naquele garoto.
Era alto, magro, rosto com barba por fazer, um olhar sério, cabelos e olhos castanhos mel.
Era bonito o desgraçado.
Sabe daqueles puro sangue, que onde chegam impõe autonomia, que são usados somente para cobrir e procriarem rs, era um legítimo garanhão e eu um belo de um pangarézão rs.
Fiquei pensando no carinha e sem perceber meu pau começou a dar sinais de vida.
Uma mechidinha aqui, outra alí e olha só o bichinho tava estralando na cueca.
O que é isso Junior?
Ta querendo brincar é?
Peguei um monte de papel higiênico, um pote de creme (condicionador mesmo rs), e deitei na minha cama.
Toquei uma gostoso heim!
Pensando no lazarentinho, me deu um tesão da porra, quando vi, os jatos de gala estavam caindo no meu peito, no meu rosto e no lençol.
Cacete, peguei papel atoa, olha a merda que eu fiz no lençol.
Levantei da cama com o peito e o rosto todos lambuzados, me limpei e depois limpei o lençol.
Tomei um banho e cai na cama.
As cinco e meia o celular desperta, era hora de partir pra lida.
Levantei, ajudei minha mãe com o café enquanto meu pai se trocava, abri as portas do armário e nada.
Minha mãe: o que você tá procurando Nan?
Eu: ah mãe to com fome, não tem nenhum pão véio aqui?
Meu pai: vixi moleque o último que tinha eu comi ontem com um ovo frito, hoje é só cafezão mesmo, desculpa ae Nan.
Que isso pai, não tem que se desculpar não, eu me contento com o café, de boa!
Minha mãe: Renan, eu já não pedi pra você parar de falar dessa forma? Desse jeito, qualquer dia te confundem com malandro e aí eu quero só ver.
Eu: ta bom mãe, desculpa pai.
Tomamos um cafezinho e fomos pro lixão para mais im dia de luta.
No caminho meu pai me perguntou da faculdade e eu falei pra ele das pessoas que frequentavam o curso, das meninas e dos carinhas que sentavam ao meu lado.
Minha mãe: nossa você está falando sem entusiasmo, o que foi?
Você se arrependeu do curso meu filho?
Eu: não é isso mãe, é que um carinha cismou comigo, muito ignorante, narizinho empinado e cheio de querer ser melhor que todo mundo, o cara é um mala.
Meu pai: nossa filhão, ouvir isso de você que se dá bem com todo mundo, acho que encontrou alguém pra te tirar a paciência heim? Cuidado pra não arrumar briga, sabe que a corda sempre estoura pro lado mais fraco, ou seja, o nosso rs.
Que isso pai, aqui é responsa, eu não vou brigar, mas também não vou apanhar rs.
Minha mãe: filho, filho, cuidado pra não se meter em encrenca, esse povo não dá ponto sem nó.
Trabalhei o dia inteirinho pensando no molecote, engraçado é que eu não sabia o nome da desgraça, eu tentava de todo jeito lembrar, mas não tinha como eu me lembrar do nome de um cara que não se apresentou pra mim rs.
Quem tem boca vai a Roma, não é assim que funciona?
Pois, eu ia perguntar, alguém sabia o nome daquele pau no cu.
A noite cheguei uns vinte minutos adiantado e a Valéria tava sentada tomando um suco, bom se fosse só um suco aí eu tinha dinheiro sim, caso contrário eu ia voltar pra casa a pezão rs, e essa não era a minha intenção rs.
Pedi um suco também e me sentei com ela a mesa.
Valéria: e aí encrenqueiro, achei que você não voltasse mais rs, depois da discussão com o Paulo ontem eu fui embora achando que ele tinha contratado capangas para acabarem com você rs.
Eu: saí capangas, aqui é guetto, eu não tenho medo não mano, sangue no zoio, faca na caveira (falei na zuera).
Ela começou a rir e não parava mais, chegou a afogar com o suco.
Ah, então ele se chama Paulo?
Me diz aí Val, o que você sabe da vida dele?
Oxê Renan você ficou interessado no cara?
Não Val, é que eu não sabia o nome dele, você sabe e pelo jeito o conhece não?
Conheço sim Renan, ele é filho de um homem muito rico, dono de várias empresas aqui e no exterior.
É um cara problemático, não tem futuro sabe?
O pai paga os estudos, as contas e o mantem com mesada.
Ele entrou nessa faculdade porque o pai é amigo do reitor e nas outras ele não conseguiu se classificar rs.
Se você reparar, você vai ver que ele não tem amigo algum, alguém vem trazer e buscar ele na facul, ele nem sabe dirigir rs.
Nossa Valéria, pelo jeito esse cara é encrenca né?
A raiva que eu tava dele já tinha se transformado em pena.
Logo a galera chega e entramos para mais uma noite de aulas fudidas.
Procurei por ele, mas nada nem sinal do cabelinho arrepiado.
Ele chegou na segunda aula, entrou, sentou e fixou os olhares no professor.
Num certo momento eu o vi se virar e procurar algo, até bater os olhos em mim e se virar rapidamente.
Entendi, ta se fazendo de difícil né Pauleta, mas tudo bem, eu sei brincar assim também.
Foi isso que fiz, continuei meus papos com a Valéria, o Vitor, o Israel, o Pedro e a Monique que tava uma tcutchuquinha de tão linda.
No intervalo nós fomos até um dos barzinhos alí perto, era quarta feira e tava tendo um acustido lá, uns pop rock muito da hora, resolvemos ficar lá e nem voltamos mais pra aula.
Papo vai e papo vem, o pedro resolveu se abrir com a gente.
Pedro: bom negada eu acho que o nosso grupo já ta formado né?
Eu tenho que deixar uma coisa clara pra todos aqui, eu sou gay, se alguém não gostar pode me dizer que eu saio fora, eu não gosto de dedos apontados para minha face, saí de casa por causa dos meus pais, são caretas, mediam cada passo que eu dava, me chingavam, se intrometiam em tudo que eu fazia, nunca levei um namorado pra dentro de casa, pois sabia que eu arrumaria uma guerra com meus pais.
Então alguém aqui tem algo contra ou nós iremos ser bons e grandes amigos.
Todos concordaram e ninguém tinha nada contra.
Eu: bom eu não tenho nada contra e até curto uns pegas com meninos de vez enquando, comigo não tem tempo feio não, se me der prazer aí eu caio dentro sem dó e o prazer é recíproco.
O importante é a pegação e o tesao, tendo isso o que mais eu vou querer, rs?
Monique: ual Renan, você é uma caixinha de surpresas heim?
A gente vai colar em você cara, não vamos deixar você nenhum minuto rs.
Dito aquilo, o Pedro ficou me olhando meio que assustado, até eu quebrar o clima, cutucando a Valéria.
Olha quem chegou rs, era o Paulo olhos nervosos, ele estava só, comprou uma cerveja e ficou de boa sentado lá.
Nem olhei muito e continuei nosso papo, ele percebendo nossa gritaria e risadaria, se levantou e saiu, mas antes me olhou forte nos olhos, como se me convidasse, mas sou difícil e o ignorei rs.