Corpo e Alma XIII

Um conto erótico de Irish
Categoria: Homossexual
Contém 1524 palavras
Data: 08/02/2015 19:00:18

Achamos melhor ir apenas os tres ate à casa de Fabinho, ou seja, Quin, Luan e eu. Os outros ficariam com Oliver na mansao, nos esperando. Fomos de Mercedes, e no trajeto ate là seguimos discutindo o caso todo, numa apreensao evidente.

No apartamento da familia do garoto o clima era de choque, revolta e tensao. Sua mae tinha marcas de choro no rosto, Leticia olhava para o vazio, calada, com um semblante culpado, e o pai nos recebeu alterado, fitando-nos com um olhar confuso.

- Quem sao voces dois? _ e olhou para Luan em busca de resposta.

- Tio, sao os amigos do Fabinho: Quin e Nathan. Viemos ve-lo.

- Ah... _ ele nos observou com atençao _ E sao veados tambem? Sabem que isso traz desgraças? Se meu filho nao fosse veado aquele verme nao o teria espancado...

- Mas o que de fato aconteceu? _ interrompi, nervoso _ E como ele esta?

- Esta um pouco mais calmo _ respondeu a mae do Fabinho, com uma expressao desanimada _ Machucou um pouco as costas, os braços e a cabeça porque o... outro bateu nele com um daqueles castiçais compridos de bronze, que temos no aparador do corredor... Bateu apos persegui-lo, encurralando-o no quarto. Foi na hora em que estavamos fora, tinhamos ido à missa pela manha, e como sempre ele e Leticia ficaram; demoramos um pouco mais pois tomamos cafe na casa dos Ferreira. Nos dias de hoje a Maria tira folga, sai bem cedinho. Leticia tomava banho quando Renato chegou e Fabinho abriu a porta para ele... Parece que andaram se desentendendo...

- Eu nao tive culpa _ disse Leticia com voz chorosa _ Assim que ouvi os gritos dele sai do banho, vesti depressa um robe, mas jà era tarde e Renato terminava de bater nele que chorava, todo ferido na cama. Renato me olhou com uma cara de louco, ouvindo meus gritos, e saiu correndo daqui de casa... Eu nao sabia que ele odiava o Fabinho tanto assim... Sempre o provocou, mas...parecia brincadeira.

Em meio ao espanto e afliçao com que recebi aquela noticia, notei que a historia estava faltando alguma coisa. Por pior que fosse, Renato nao bateria gratuitamente no menino; havia com certeza um motivo, uma frustraçao sexual, na certa.

- Esse Renato sempre me pareceu estranho _ disse Luan _ Umas piadinhas, provocaçoes... Tio, o senhor nao vai deixar isso barato, vai?

- Evidente que nao! _ exclamou o homem, revoltado _ Isso tudo cabe um belo processo. O sujeito tem vinte anos, bateu em outro menor de idade, fisicamente mais fraco do que ele. Vai responder sim por seus atos, pouco me importa se vem de familia de renome. Tambem somos familia de renome e nao vamos engolir esse desaforo!

- Deixem o garoto se acalmar primeiro, e entao podem prestar a queixa _ disse Quin, soturno _ Ele me pareceu abalado ao telefone.

- Posso ve-lo? _ indaguei numa ansiedade insuportavel.

- Nao vao entrar todos juntos? _ perguntou o pai do Fabinho.

- O Nathan tinha mais afinidade com ele, acho melhor deixà-los sozinhos por um momento. Depois entramos _ disse Luan.

- Afinidade? _ repetiu o homem, me olhando com um jeito desconfiado.

A mae do menino me indicou o caminho do quarto dele, que fingi nao conhecer. Antes de entrar dei duas batidinhas na porta, girando a maçaneta e pondo a cabeça na fresta. Na cama, ele cobriu-se com a coberta grossa alaranjada.

- Ah, Nathan... Estou muito feio! _ choramingou de dentro do cobertor _ Nao quero que me veja.

- Deixe de onda, garoto _ tentei sorrir, fechando a porta atras de mim; sentei-me na cama ao lado dele, no colchao bamboleante _ Olha pra mim, vai.

Ele descobriu a cabeça, devagar, e o fitei penalizado. Estava com uma atadura branca de uns dez centimetros num lado da cabeça, um olho arroxeado e o canto da boca como que cortado, vermelho e inchado. Fabinho me olhou, abraçado ao poodle purpura Juan, e de repente começou a chorar baixinho.

- O que fizeram com voce? _ sussurrei, de olhos marejados.

- Ele me bateu, nao te contaram? _ ele suspirou, secando as lagrimas com cuidado _ Na verdade, pensam que foi apenas isso, Nathan... mas quando ele chegou e me viu sozinho ali na sala, veio logo com aqueles assedios nojentos, aqueles palavroes... Ele sempre fez isso... e eu tinha vergonha de contar para alguem. Entao, tentou me beijar à força, dei-lhe um tapa e ganhei esse murro na cara, cheguei a cair... Ele entao montou sobre mim, me segurando, xingando... beijou e mordeu minha boca bem aqui... e eu gritando, tentando sair, sou mais fraco, voce sabe. Ele jà estava de pau duro pra fora da calça... que nojo, queria me beijar e tirar meu shorts, mas foi nessa hora que o mordi na boca e ele se afastou um pouco. Corri para me trancar no quarto, porem ele veio atras, furioso, pegando aquele castiçal de bronze da mamae e me espancando aqui no quarto ate Leticia aparecer... Ve aqui na minha cabeça? Cortou, precisou dar pontos. Minhas costas e braços estao roxas, mal consigo me mexer... doi tudo.

- Meu Deus _ murmurei, alisando seu rosto com cuidado _ Pobrezinho do meu maluquinho...

- Meus pais vao dar queixa _ disse ele, respirando fundo _ Estou aliviado por ter omitido deles essa tentativa de estupro porque no final me acusariam de provocar aquele desgracado. Eu sou gay, isso pontuaria contra mim. Mas espero que ele pague por isso, de qualquer forma.

- Quando estive aqui, naquele dia, ele tambem me assediou neste corredor _ falei _ E da forma mais baixa, usando termos chulos. Fiquei envergonhado de contar...

- Ele sempre foi nojento. Desde que Leticia o trouxe e ele notou que sou gay, passou a me assediar assim, falando besteira... Todas as vezes que ele vinha ou eu me trancava no quarto ou saia para a rua... Sempre. Ate... hoje... Mas, chega! Nao quero lembrar mais...

- Tudo bem _ sorri, acariciando sua mao.

Em silencio, nos olhavamos, por longo tempo. Ele apertou minha mao, parecendo mais calmo. De subito sorriu na sua boquinha ferida.

- Segui seu conselho e estou lendo outro autor _ disse, apontando para um livro grosso de capa escura sobre o criado-mudo _ Balzac. "As Ilusoes Perdidas". Estou amando o livro.

- Talvez eu devesse estar lendo um livro com esse titulo _ falei, suspirando, e ele me olhou intrigado _ E voce, como esta passando? Vai indo bem na escola? Tem saido? Mais de duas semanas sem ve-lo, saber de voce... Fiquei com tanta saudade.

- Ficou? _ ele sussurrou, corando, sorrindo de leve _ Eu estou... bem. Estava levando, estudando, sabe que as aulas jà voltaram, ultimo ano, aquele aperto... Mas e voce? Como vai com o... Mauricio? Esta feliz?

- Nao _ sussurrei.

Ele cruzou seus dedos nos meus, num olhar de quem compreendia tudo.

- Porque voce foi fazer isso com a gente, Nathan? Para que?

- Porque sou burro. E cabeça dura. Quis provar para mim mesmo e... _ dei um sorriso desanimado _ Estou muito, muito infeliz Fabinho.

- Bicha burra. Eu avisei _ ele esboçou uma risada baixa, me fazendo rir tambem; me inclinei e beijei-o na testa e no rosto.

Quin e Luan entraram para ve-lo, tentando de todas as formas animà-lo durante aqueles dez minutos. O menino, entretanto, jà parecia melhor, conversava e ria. Pediu que viessemos visità-lo nos proximos dias, prometemos e nos despedimos dele. Durante o trajeto de volta ate á mansao nao se falou noutro assunto senao naquele caso; Fabinho abriu o jogo com eles, contando toda a verdade, e meus amigos estavam muito revoltados. Luan queria ate mesmo pedir para Junior dar uma surra no Renato.

Na mansao encontramos o Oliver bagunçando com a Mary no tapete da sala, brincando com o fogaozinho com panelinhas de plastico que ela tinha ganhado naquele dia. Junior parecia entediado, os obsevando, e soube que Mauricio ja tinha ido embora, de taxi. Nao me importei.

Percebi logo depois que chegamos, Oliver chamar Quin com um gesto discreto. Conversaram por cinco minutos perto da janela, baixinho, e depois o americano voltou a dar atençao à menina e meu amigo me chamou num canto, com certa expressao sarcastica .

- Nathan, seu namorado e o Junior parecem ter se entendido muito bem, nao percebeu? _ falou ele bem baixo para Luan nao ouvir _ O Oliver disse que enquanto ele brincava com a menina aqui na sala, os dois conversaram aos sussurros ali perto da janela e depois sumiram sem que o loiro notasse. Ele acha que se trancaram na biblioteca e, voce sabe, meus livros devem ser muito interessantes pois ficaram là por mais de uma hora. Quando Mauricio saiu, a marca vermelha em seu pescoço deve ter sido causada pela reaçao alergica aos livros velhos, porem seu rosto suado e satisfeito indicava proveitosos momentos de leitura. Quis ir embora, chamou um taxi por telefone e foi esperar na rua. Junior saiu da biblioteca um pouco depois, a camisa amarrotada e a carinha alegre de quem encontrou prazerosos conhecimentos entre os livros... O que me diz desses dois intelectuais, querido?

O que eu diria?

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Thanks, povo!

Opinem à vontade! Beijao em todos!

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Comentários

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Gente... Adorooooooo o Quin.. Rs Nathan e Fabinho 😍😍😍 espero que tudo se resolva entre eles.. Ain tô amando minha diva.. 😍😍

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Querida eu estava limpando o veneno da minha boca. Aaaaiiiinnn sou tão mau! Eu descreveria exatamente com aquelas palavras a traição do Maurício, amei!!!!! Coitadinho do Fabinho!!! Já vi uns Renatos por ai, mas nenhum é doido pra me enfrentar. Obrigado pelas suas palavras na minha história ^.^ A sua já vai acababar :O :( as suas são sempre as mais adultas e que mais tem a ver comigo... muito chateado!!!!!! Amo meu personagem e meu maridão TUUUDOOO!!! Tai q com esse Oliver eu casava, com ele eu aceeditaria no amor demais hahahahaha aaahhh quero o meu Oliver!!!!

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Adorei esta forma inusitada de descrever a traição d Maurício. Obrigado pela leitura. *-*

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É mais um galho na testa.

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Boa noite :) •nane borges, ele jà esta arrependido, agora eh correr atras do prejuizo, •M/A, tarde demais. Nathan tomou outro chifre, •Ulqui, valeu! , •C..T.Akino, eu que agradeço a presença! , •Ru/Ruanito, maltrataram o Fabinho, neh? , •Quin, voce tem razao. O Nathan queria um amor que se deteriorou com o tempo. Como reavivar uma chama que se apagou faz tempo? E o proprio amor que ele julgava sentir era ilusao. Enfim, ilusao pelos dois lados... Ei, vc me perguntou em que capitulo terminaria. Eh no 15, mino. Abraços!! , •Anonimos, obrigada!

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