AS CRÔNICAS ERÓTICAS DE MONA - II
"Passo as tardes a pensar nesse cavaleiro negro. / Imaginando como devem ser suas mãos / Como deve ser macio o seu toque."
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A chuva caía intermitente, desde o início da noite. Prometia varar a madrugada sem estiar. E é em noites como essas que Mona se liberta em fantasias molhadas, conhecendo cada canto obscuro de uma cidade que só existe em seus devaneios.
As ruas estavam alagadas, intransitáveis. Temeu que seu carro não muito confiável estancasse em meio da rua, então procurou algum lugar pra passar o tempo, esperando a chuva diminuir. Como não gostava de lugares muito agitados, procurou um barzinho que lhe indicaram dias antes, um que era bem ajeitadinho, porém pouco frequentado. Ficava numa rua transversal à avenida em que costumava trafegar todos os dias na volta do trabalho. No entanto, nunca dera a devida atenção. Mas naquela noite lembrou-se dele. E resolveu conferir se as boas referências que recebera satisfariam sua preferência por ambientes de pouco alvoroço. Sorriu maravilhada.
Era um bar decorado com muito bom gosto, apesar de diminuto. Havia somente seis pequenas mesas, todas com apenas três lugares. Era limpo e perfumado, se bem que o aroma lembrava perfume brega de homem. Mas isso não a fez perder o ânimo. Escolheu uma das mesas, acomodou-se e procurou o atendente. Não havia ninguém no balcão. Um casal conversando baixinho ocupava uma das mesas e um rapazinho, com jeito efeminado, estava solitário em outra. Ninguém lhe deu a mínima atenção. Esperaria.
Tirou da bolsa um livro com capa de couro, com uma aparência bem surrada, onde se lia o título: Os Contos de Mona. Olhou novamente em volta procurando quem a atendesse, mas resignou-se mesmo a esperar. Não tinha pressa. A chuva dava sinais de que não iria parar tão cedo.
Retirou um estojo da bolsa contendo uma linda caneta, bem feminina, abriu a primeira página do livro que colocara sobre a mesa, e empunhou a caneta disposta a escrever um poema enquanto aguardava. Teceu algumas frases, mas deu-lhe uma vontade repentina de ir ao toalete. Levantou-se, com o livro e a caneta numa mão e a bolsa na outra, e correu os olhos pelo aposento procurando onde podia satisfazer suas necessidades. O casal parou de conversar e olhou intrigado para ela. A mulher apressou-se em dizer que o atendente dera uma saída, mas que logo voltaria. Ela agradeceu a gentileza e interrogou-a sobre onde ficava o toalete. Ambos o indicaram com um aceno de mão, ao mesmo tempo, e ela se dirigiu ao cubículo.
Era um box decorado com o mesmo bom gosto, diferente do resto do pequeno bar, em estilo moderno e bem asseado. Pegou umas toalhas de papel, forrou o vaso sanitário de modo a diminuir o perigo de contágio por DST, e sentou-se levantando elegantemente a saia do conjunto em estilo executivo que vestia. Deixara a bolsa e o livro sobre o balcão de mármore que ia de um canto a outro da parede, encimado por um grande espelho. Demorou um pouco, levantou-se, fez a higiene com algumas toalhas de papel, lavou bem as mãos e aproveitou para retocar a maquiagem olhando-se no espelho espaçoso. Deu-se por satisfeita, recolocou o estojo de maquiagem dentro da bolsa, pegou-a em uma das mãos e voltou para sua mesa... esquecendo o livro sobre o balcão da toilete.
Só quando sentou-se é que deu pela falta do livro. Fez uma cara de tédio e levantou-se novamente para voltar ao gabinete. Caminhou em passos largos e empurrou a porta com determinação. E tomou um susto.
A cena era das mais inesperadas: um sujeito estava apoiado com as duas mãos no balcão do cubículo, com as calças arriadas até tocar o chão, tendo em sua garupa um negrão alto e de corpo atlético, calças arriadas até aos joelhos, com o pênis totalmente escondido entre as nádegas do senhor de meia idade, calvo, olhos espantados e com olheiras, como se passasse noites insones. O negrão, pego de surpresa, apressou-se a retirar seu pênis de dentro da garupa do seu amante. Mona ficou petrificada, olhando aquele membro enorme sair de dentro do coroa. Este deu um gemido, mais de prazer e de decepção que propriamente de dor, apesar do tamanho e da grossura do pênis que conseguira esconder dentro de suas entranhas.
O coroa levantou rapidamente as calças, recompôs-se com um trejeito e saiu do toalete, passando roçando no corpo de Mona, que não conseguia tirar os olhos do pênis ainda teso do "cavaleiro" negro. Quando finalmente se recompôs do susto, quis sair. Mas aí o atlético sujeito esticou o braço, barrando sua passagem e balançando a cabeça em tom de negativa. Depois olhou maliciosamente para baixo, para o próprio membro latejante, e Mona compreendeu imediatamente o que ele queria: que ela substituísse a montaria que acabara de sair a trote, após ter sido flagrada no ato. Ela quis fugir, mas era tarde.
O negrão colocou-a de mãos espalmadas sobre o balcão, abriu-lhe bem as pernas, levantou-lhe o vestido e arrancou com um único puxão sua delicada calcinha. Ela olhava em pânico para o espelho, vendo a expressão tarada do sujeito admirando sua bundinha delicada, porém de formas perfeitas. Fechou os olhos pressentindo aquele pênis de dimensões monstruosas invadindo suas entranhas. E logo sentiu a glande quente, envolta em um preservativo, tocar seu orifício retal. Não sabia que existia camisinhas adaptáveis para grandes tamanhos.
Abriu a boca preparando-se para um grito de dor. Mas percebeu que estava sem voz! Não conseguia dar sequer um gemido. Claro, já havia praticado sexo anal, mas não com alguém que tivesse tamanho argumento. Começou a suar frio ao perceber que, se não gritasse, não seria socorrida. Seu pânico aumentou quando sentiu as duas mãos arreganhando suas nádegas, encaixando aquele rebolo enorme no seu buraquinho. Tentou andar pra frente, mas o balcão impediu-a de escapar do intento do seu agressor. Cerrou mais os olhos esperando a estocada brusca... que não veio.
Após introduzir a glande em sua garupa, o cavaleiro ficou parado por um instante. Depois deu um tapinha na sua anca. Esperou um pouco e, sem ver a reação dela, deu outro tapinha mais forte do outro lado, como se quisesse que ela mexesse a bundinha num rebolado. Primeiro pensou em se fazer de desentendida, depois cogitou em rebelar-se, mas por fim resignou-se. Talvez, se ele gozasse depressa, a deixaria livre para ir-se. Resolveu entrar no seu jogo. Abriu os olhos e, pelo espelho, percebeu que seu cavaleiro negro tinha um certo charme. Era bonito e asseado, e até estava vestido de maneira elegante. A surpresa inicial não havia permitido que ela percebesse esses detalhes. Então, começou um rebolado sensual.
A princípio, a glande parecia que ia escapar do seu buraquinho, mas ele a ajeitava de modo a ajustar-se ao seu movimento. Então, ela começou a sentir seu ânus ficando suado e cada vez mais molhado. Lembrou-se de que seu cavaleiro não havia lubrificado o membro. Mas, por mais incrível que pareça, isso nem seria preciso. Pensou que deveria ser um daqueles preservativos auto-lubrificantes. Aos poucos, foi sentindo seu buraquinho relaxar e a glande penetrar-lhe ainda mais. Seu cavaleiro ficava parado, deixando que ela mesma fosse aceitando nas suas entranhas aquele membro monstruoso. E ela ia rebolando, querendo excitar cada vez mais seu agressor. Olhou pelo espelho e o viu fechando os olhos de prazer. E ela estava disposta a dar um fim àquela agonia logo, logo...
Cerrou os dentes, fechou novamente os olhos e lançou a bunda para trás, de vez. Sentiu suas entranhas se expandirem como se fossem rasgar-se ao meio. Mas não sentiu dor. Estranhamente, sentiu aquele pênis enorme percorrer sua cavidade devagar, como se tivesse quilômetros de extensão. E sentiu um prazer indescritível quando notou seu ânus tocar nas bolas do seu cavaleiro audaz. Soltou um gemido de gozo e satisfação por perceber que havia comportado todo o membro dentro de si sem se rasgar toda. Até sorriu de felicidade por saber-se capaz de receber todinho aquele pênis monstruoso. Todinho aquele pênis... gostoso.
Seu cavaleiro novamente deu-lhe uns tapinhas nas ancas, e ela aumentou o ritmo do galope. Inclinou-se mais e apoiou-se no balcão de mármore, de modo a se encaixar melhor naquele instrumento de prazer. Sorriu deliciada ao sentir aquele membro entrando e saindo totalmente de dentro de si, para logo voltar a entrar de novo, até bem profundo. Sentiu uma comichão na vagina e pressentiu que iria também gozar por alí, apesar de estar sendo penetrada apenas por trás. E disparou num galope frenético, tendo um orgasmo duplo, triplo, múltiplo...
Suas pernas dobraram, devido ao intenso gozo. Retirou o pênis ainda duro de dentro de suas entranhas e caiu ajoelhada, apoiando as mãos no balcão de mármore, tamanha era a fraqueza em seus membros inferiores. Sentiu uma mão no seu ombro e voltou-se, para ter bem próximo ao seu rosto aquele pênis já despido do preservativo, cheio de veias, glande rubra, como se todo o sangue quente estivesse concentrado alí. Foi quando percebeu. A mão do seu cavaleiro, que segurava o pênis pulsante quase tocando-lhe o rosto, tornava-se minúscula em proporção ao tamanho daquele mastro. Era como se uma criança, com suas mãozinhas delicadas, empunhasse um porrete. E mais uma vez sorriu por ter conseguido a façanha de engolir até o talo aquele cacete monstruoso. Corrigiu-se: aquele cacete maravilhoso!
Mas seus pensamentos foram interrompidos por um jato de esperma quente em seu rosto. Seu cavaleiro negro havia se masturbado e derramava-se em sua face. Um gozo intenso, viscoso, e por que não dizer delicioso? Abriu a boca, deixando que respingasse um pouco dentro dela. Ele ficou alguns instantes de olhos fechados, rosto voltado para o teto, resfolegando, tentando recuperar as forças. Ela levantou-se, abriu a torneira da pia e começou a lavar a face. Ele recompôs-se, pegou uma toalha de papel e se limpou, depois lavou as mãos. Foi quando viu o livro e a caneta sobre o balcão.
Abriu a primeira página e viu o começo de poema lá escrito. Deu um sorriso, rasgou o pedaço do papel onde estava o poema, dobrou e botou no bolso da camisa. Depois, pegou a caneta que estava junto ao livro e escreveu algo no restante da página. E sem dizer uma palavra, abriu a porta do toalete e saiu.
Mona ainda passou um tempinho pra se recompor. Ajeitou a maquiagem, ainda perplexa com o que acabara de acontecer. Depois, pegou o livro e a caneta e voltou para sua mesa. Ainda não se recuperara de todo quando ouviu uma voz feminina, que pertencia à garçonete do local, dizer-lhe: - Um senhor moreno deixou-lhe pago uma bebida à sua escolha. O que a senhorita vai querer?
Sorriu satisfeita. Seu cavaleiro negro mostrara-se um cavalheiro. Pediu uma garrafa de Don Perignon 55, com uma cereja em uma taça, e foi prontamente atendida.
Então, abriu o livro e, no restante da página onde escrevera o começo de um poema, viu um nome, um endereço e um telefone. Com uma observação: EM CASO DE RECLAMAÇÃO, DIRIGIR-SE A ESTE ENDEREÇO!
Rasgou o restante da página onde estava escrito o bilhete, dobrou com cuidado e colocou-o dentro da bolsa. Na próxima página em branco, escreveu:
"De repente me pego a pensar/Na maciez dos seus lábios/Na quentura da sua boca/E assim... Vou vivendo./Vivendo e sonhando/Sonhando em poder acariciá-lo e envolvê-lo em meus abraços.../Envolvê-lo de tal maneira, que fique tão entrelaçado.../Ao ponto de não saber distinguir aonde começa um corpo/E termina o outro."