Em Seus Sonhos Mais Loucos - I
É inacreditável como nada acontece como consta em nosso planejamento. Lá estava eu, solteiro, sem dinheiro, torcendo para o destino guardar e colocar algo grandioso em meu caminho. Meu nome é Pedro, tenho 18 anos, sou acadêmico de Direito em uma faculdade particular na capital Alagoana. Falar sobre quem sou sempre foi um problema daqueles, seria muito ousado afirmar que posso ser qualquer tipo de pessoa que você pode imaginar, qualquer mesmo, por isso, há alguns anos decidir me alto definir como uma “?”. Tá eu sei que ninguém pode ser um interrogação, mas toda regra não tem sua exceção? Pois bem, eu sou essa exceção!
Dizer que sou sexualmente resolvido também é outro problema, digamos que minha atração pelo mesmo sexo surgiu um pouco tarde , lá por volta dos 15 anos. E o sexo oposto sempre foi sinônimo de amizade, lealdade e irmandade. Passei os setes anos (somando o ensino fundamental e médio) na mesma instituição decadente por livre e espontânea pressão de meu pai, que morria afirmando não ter condições de bancar uma colégio melhor. Sempre fui o aluno exemplar, contudo, isso foi um constante empecilho para chegar no alto escalão da popularidade, por ser muito tímido, usar óculos e ainda por cima aparelhos ortodônticos, fui alvo de inúmeros bullyngs ao longo do ensino médio.
Fazia uns dois anos que eu estava preso naquela instituição educacional, quando começaram as suspeitas acerca da minha sexualidade, também o que poderiam dizer sobre um garoto que não sabia nada sobre sexo e sempre estava na companhia de garotas ? Graças as boas notas e um comportamento de dar gosto, os professores meio de diretamente fazia a minha defesa.
Com isso, cresci um garoto meio tenso, constantemente com dúvida e com a terrível missão de provar aos demais o contrário de seus julgamentos. Como diz o ditado: “Amigos pertos e inimigos mais perto ainda”, tive que aprender a malandragem de viver em uma terra de Deuses e Monstros e para tal feito só pude contar com a minha inteligência e aos poucos vencendo as barreiras da timidez, deixei de lado as minhas amizades femininas e com isso também a tarefa de ser “cúpido” de minhas então amigas.
Quando os 15 anos bateu em minha porta, foi aí então que provei pela primeira vez o sabor agridoce de se viver uma constante e terrível dualidade: A primeira vez que ousei dizer que um homem era “Gostoso” foi na sempre de umas amigas que serialmente posso confiar, e tudo isso foi tão natural para elas que apesar do meu próprio espanto, elas acabaram por afirmar a minha indagação. Foi neste mesmo ano que perdi minha virgindade anal com um homem alguns anos mais velhos que conheci através da internet, ele jurou me dar um tipo de prazer que nenhum outro seria capaz de proporcionar, sentir dor, desconforto, nojo e uma estranha sensação de poder ao saber que poderia causar um tipo de reação à outro homem, naquele mesmo dia jurei que não iria voltar naquele lugar e nem repetir o ato, essa foi um das milhares de promessas que não cheguei a cumprir, uma vez que voltei aquele apartamento duplex umas três vezes para atuar como ativo.
Nesta mesma época, conheci o homem que me tornou a pessoa da atualidade, ou seja, se o Ebert não tivesse atravessado o meu caminho, ainda hoje eu seria um rapaz com uma essência doce, levemente ingênuo e vivendo como as regras de um romance inglês. Porém, ao adentrar na minha vida, ele trouxe consigo um furacão de tempestade que faria resurgir um novo Pedro: Irônico, Arrogante, Malicioso, Esperto e Dissimulado, tudo na verdade só serviria como armadura para ludibriar os outros para que esses aprendessem a distância que há em meu coração.
Nunca namorei, ainda não tive essa sorte! Quer dizer, o destino deu um jeito nisso nos últimos meses, é por isso que aqui estou! Estou de volta a esse universo cibernético para tornar publico essa história levemente inconstante que sempre volta a preencher os meus pensamentos. Espero que você apreciem essa primeira parte...
A título de esclarecimento - Sou o “Rafha” autor dos seguintes contos: Ódio Vira Amor; A Montanha Russa da Vida; Try: Vale a Pena Lutar Pelo Amor?; Dark Paradise entre outros.