Não postei ontem por conta que tive uns afazeres no centro e meio que não tive tempo. Beijos, abraços e boa leitura!
CONTINUANDO...
O beijo durou alguns minutos, um dos mais demorados que os dois já tiveram, estava carregado de amor e excitação das duas partes. Mas o sentimento da confusão era grande demais. Davi se afastou do rosto de Miguel e olhou ele no fundo dos olhos, mas não conseguiu falar nada, estava travado e confuso demais para pensar, ao contrário do filho que já viverá tal sentimento antes.
-Miguel me desculpe eu... Não posso, não agora, me perdoa. *Disse se levantando e subindo para o quarto, deixando
Miguel pasmo com a atitude do beijo e depois o abandono do pai, novamente.
Miguel desligou a tv, levou o que sobrara da pipoca e do suco para a cozinha e depois sentou na bancada e pensou no que fizera de errado para a atitude do pai tomar tal forma. Mas nada lhe vinha a cabeça, pensou que talvez seria que eles fossem muito próximos em laços sanguíneos o coisa do tipo, mas Miguel não ligava, pois a única coisa que importava era o amor.
Davi passou o resto da tarde no quarto, sem coragem para sair e encarar o filho, estava muito confuso e diferente. Nunca tinha sentido tal coisa, porém ele que tomou a iniciativa e já estava apaixonado pelo filho, mas o raciocínio lógico não concordava com seu coração e pelos sentimentos do filho. Era um pouco cabeça dura pra essas coisa, quando pensava na sua cabeça parecia tão fácil, mas na prática foi totalmente o oposto.
Decidiu sair e ir em algum lugar com pessoas de sua idade, quem sabe não arranjava alguém e esquecia a ideia de ter o filho como paixão. Ao sair nem ao menos viu Miguel por onde passou, concluiu que estava no quarto triste pelo ocorrido.
Miguel colocou uma música no seu MP3 e decidiu parar de pensar um pouco estava muito cansado de tudo aquilo, a mãe e o irmão que haviam partido, a volta do pai, o acidente, tudo estava a mil em sua cabeça. Ficou horas escutando suas músicas favoritas até que alguém toca a campainha.
-A mais que saco, não posso nem ter um posso de paz nessa casa? *Disse bravo descendo as escadas e indo em direção a porta.
Ao abrir a porta se depara com um homem da idade de seu pai, ele era lindo alto, cabelos meio liso mas com um ar de rebeldia e castanhos, olhos cor de mel e sentes branquinhos quando abriu um grande sorriso vendo como Miguel parecia com Davi, mas não disse nada.
-Olá? Posso ajudar? *Disse tirando o homem do transi.
-Ah sim, sou um velho amigo de seu pai, gostaria de falar com ele, ele está?
-Ahh, eu sou o filho dele Miguel, mas ele não se encontra no momento. *Disse estendendo a mão.
-Me desculpa minha falta de educação, sou Bruno, e desculpa dizer isso mas você é o retrato do seu pai quando tinha sua idade. *Disse retribuindo o aperto de mão.
-Nossa sério, nunca me disseram isso, obrigado. *Disse dando um leve sorriso para o estranho que dizia amigo de seu pai.
-Então ele não esta? Eu volto amanhã, pode ser? *Disse um pouco desapontado.
-Olha, eu não sei se ela vai demorar, mas você quer entrar para tomar uma xícara de café ou alguma coisa? *Disse um
pouco com dó do homem que tinha cara que passou muitos dias a procura do pai.
-Vou aceitar um copo de água se não for incomodar. *Disse sorrindo.
-Claro, vamos? *Disse abrindo mais a porta para Bruno entrar.
-Aham, com licença!
-Toda, pode ficar a vontade, eu já volto com sua água. *Disse apontando para o sofá e deixando Bruno olhando o interior da casa.
-Então, de onde você e meu pai se conhecem? *Disse Miguel voltando com o copo e entregando a ele.
-Da época da faculdade, nós éramos melhores amigos, mas o destino resolveu dar uma rasteira em nós e acabamos nos afastando. *Disse dando pequenos goles de água.
-Hum sei, desistiu de seguir o destino e resolveu contraria-lo vindo até aqui? *Disse sentando no sofá que a poucas horas
tinha beijado o pai, a lembrança era fresca na memória.
-Acho que sim, temos que fazer nosso próprio destino.
-Você tem razão. Me conta como era meu pai na época da faculdade, não tivemos muitos momentos juntos. *Disse
lembrando de todas as coisas que perdeu com o pai.
-Como assim?
-Por algum motivo depois que meu irmão nasceu ele abandonou nós e minha mãe, e voltou depois que aconteceu um acidente que me deixou em coma e que matou minha mãe e irmão.
-Sinto muito, eu não queria...
-Tudo bem, já faz algum tempo, mas me conta do meu pai. *Disse mudando de assunto.
-Ah sim, ele sempre foi um cara reservado na faculdade, sempre poucos amigos, nós éramos muito próximos, aquelas amizades que fazem absolutamente tudo juntos sabe? *Disse muito doce, e na hora Miguel percebeu que tinha algo mais naquelas lembranças, alguma amor proibido, assim como ele e Rafa, mas decidiu ouvir sem questionar. Mas soube em instantes que Bruno era apaixonado por Davi.
Davi não conseguiu flertar com ninguém naquela noite então resolveu voltar para casa, abrindo a porta ele ouve risos vindo da sala, logo chega mais perto fechando a porta atrás de si. O filho estava acompanhado de um cara muito bonito que era familiar para ele, assim que o pai o chama e o cara vira o rosto ele logo percebe que é seu velho amigo de infância, o Bruno.
-Bruno? *Disse confuso, nem ao menos prestou atenção em Miguel.
-Davi? Como está diferente amigo. *Disse levantando do sofá e indo dar um longo abraço em Davi, aquele abraço
despertou alguma coisa em Miguel.
-Eu estou aqui também sabia? *Disse baixinho para ninguém ouvir.
-Quanto tempo Bruno, estava com saudades. *Disse num grande sorriso.
-Ah, eu também, por isso vim.
-Bom, vou deixá-los a sós. Boa Noite! *Disse levantando e saindo. Ouviu apenas um "boa noite" de Bruno, o pai nem ao menos o notou, isso o destruiu por dentro, era como se seu chão abrisse dobre seus pés.
Na sala:::
-A quanto tempo está na cidade?
-Cheguei hoje, foi um sacrifício te achar hein. *Disse sorrindo.
-Que bom que me achou, e onde vai ficar?
-Ainda não procurei um hotel, mais tarde procuro. *Disse se lembrando que nem havia pensado nisso.
-Negativo, vai ficar aqui, temos muito espaço sobrando. *Disse passando a mão no braço do amigo em um carinho
amistoso.
-Davi eu não quero te atrapalhar. *Disse um pouco cansado.
-Melhores amigos para sempre, lembra? E olha o seu estado, está muito cansado.
-Tudo bem, mas só por uma noite. *Disse bocejando.
-Você quis dizer algumas, eu não vou deixar você ir. *Disse abraçando o amigo, pois não tinha matado a saudade ainda,
ele estava tão bonito e sensual.
-Tudo bem, com essa ordem é difícil recusar né? *Disse retribuindo o abraço.
-Sim. *Disse soltando o amigo.
-E como anda sua vida? *Disse mudando de assunto.
-Ah, está tudo uma loucura, Miguel estava em coma, minha ex mulher morreu e meu outro filho também, por conta do
acidente. *Decidiu deixar de lado o assunto de que Rafa não era seu filho.
-Que coisa triste que aconteceu cara, e enfrentar isso tudo sozinho deve ter sido uma barra.
-Você nem imagina, mas eu tive que aguentar por Miguel, afinal ele ia acordar do coma sem Mãe e irmão. *Disse doce lembrando do filho, mas logo não quis pensar mais nele
-Verdade.
-E a sua vida? Como está indo, se formou? Casou?
-Está tudo bem em comparação a sua, me formei sim, e não achei a pessoa certa ainda.
-Hum entendi.
-E você, arrumou alguém depois da sua mulher?
-Não, só me apaixonei por uma pessoa, mas é impossível tal coisa acontecer.
-Hum. *Disse num tanto triste, pois ainda era apaixonado por Davi.
-Vou pegar um vinho para nós. *Disse levantando, mas tropeçou no pé da mesinha de centro e caiu em cima de Bruno, seus rostos quase se colaram de frente, e Bruno se aproximou o dando um beijo, Davi retribuiu o beijo. Tudo o que queria naquele momento era esquecer Miguel.
No quarto:::
Miguel estava cansado de Davi, uma hora estava apaixonado por ele e na outra o joga em um canto qualquer como um brinquedo que enjoou. Foi para a cozinha tomar água mas quando esta descendo as escadas viu uma cena que o deixou com as peras bambas.
Davi beijava Bruno, e o pai ainda estava jogado em cima de Bruno, "nossa ele me esqueceu bem rápido" pensou ele, e voltou para o quarto triste e sem chão.
CONTINUA:::