Gente, sendo franco, o conto só é parecido com o Bruno no fato em que os dois protagonistas moram em uma república. De resto é diferente, até porquê o Caio foi pro Rio expulso de casa, enquanto o Júnior foi com o objetivo de estudar, com todo o apoio dos pais( vou cobrar do Caio esse merchan kkkkk) agora vamos lá.
Cap 3
Isso não ia prestar. Mas como era sorteio, eu não podia dizer não. Pelo menos eu poderia ter a visão privilegiada daquele Gato com g maiúsculo.
- Tudo bem- falei, olhando pra Juliano. Naquele momento, pensei em diversas coisas. Será se eles eram preconceituosos ? Sera se Juliano me trataria mal se soubesse minha sexualidade ? E Carlos ? Será se em algum dia ele descobrisse, iria aceitar ? Tantas perguntas... O melhor era deixar isso no armário e sempre lembrar, o meu objetivo é me formar.
- Vem Júnior, eu te ajudo a carregar essas coisas- falou a Lindeza humana, se aproximando. Assim que entramos no quarto, me deparei com um milhão de livros no chão.
- Meu deus !- era tanto livro que eu cheguei a imaginar que o garoto fosse um gênio anormal que sabia ler paginas em segundos...- pra que tudo isso ?
- Tava estudando algumas matérias- ele falou entrando em seguida.
- O Juliano me falou que você faz medicina né ?
- Humrum- arregalei os olhos. Será se algum dia eu também estaria daquele jeito- nossa. Vou rezar pra essa fase demorar a chegar.
- Você vai fazer medicina ?
- Vou- ele riu.
- Então reze porquê eu ainda estou no meu segundo ano e já está assim. Imagine no resto- nossa, meu sonho estava mais difícil do que eu pensava. Tirando os livros pelo chão, o quarto era bem arrumado. Duas camas de solteiro, uma TV, guarda roupa, cômoda, computador. Enfim, era um bom lugar pra morar- ah- ele veio correndo na minha direção e abriu a porta do guarda roupa- eu deixei esse espaço e três gavetas pra você guardar suas roupas.
- Ok- comecei a guardar minhas roupas lentamente. Estava cansado, afinal uma viagem de Manaus pro Rio é longa. Vez ou outra eu desviava meu olhar das roupas para o bonitão. Ele estudava sem parar, e era tão bonito. Havia tirado a camisa e deixava o peitoral malhado e lisinho a mostra. " Vai ser uma tortura dormir ao lado deste deus grego !".
TEMPO DEPOIS
Tinha acabado de arrumar todas as minhas roupas no mesmo momento em que ele largou os livros. Seu olhar azul era penetrante pra uma pessoa com a carne fraca.
- E ai, o que achou do Rio ?- sorri.
- Lindo- foi a vez de ele rir.
- Sempre acham isso kkkkk
- E tem como dizer outra coisa. É uma cidade linda, mesmo com todos os seus defeitos.
- É verdade. É lindo- por alguns minutos ainda admirei ele, por canto de olho. Quem nunca fez isso não sabe o que é ver um gatinho com discrição.
- Carlos, você pode me dizer onde fica o banheiro ?
- Claro. Nós dividimos um banheiro com o Juliano. A casa tem três. O Nosso fica na primeira porta a esquerda.
- Valeu- sai do quarto e a primeira coisa que me passou pela cabeça foi meu pai- preciso avisar o velho- andei rapidamente ate a porta do banheiro, que assim como todo o resto da casa estava impecável. Como eram organizados esse garoto. Entrei e logo liguei pro meu pai.
- Alô- sorri ao escutar a voz dele.
- Oi pai.
- Júnior ? Ai que bom que ligou, eu já tava preocupado.
- Nem precisava, você sabe muito bem onde eu estou
- Eh, mas você sabe como é pai. Deixar você no mundo, longe de mim vai ser um sacrifício- suspirei.
- Pai... Eu não sou mais um bebê.
- Sei... E então, o que achou do local ?
- Arrumado até demais. Mas é bonito. Conheci a galera e são todos gente boa.
- Que bom filho. Então se cuida. Vou depositar dinheiro toda semana na sua conta.
- Valeu pai.
- Se cuide e use camisinha. Se encontrar algum pretendente me avise, que eu já lustrei a 12 aqui viu kkkkk
- Paiii.
- Brincadeira filho... Papai te ama
.
- Também te amo pai
Desliguei e senti naquele o momento o quanto sentiria a falta dele. Seria duro ficar longe do meu pai, que tanto me apoiou e ajudou.
TEMPO DEPOIS
Sai do banheiro e encontrei Júnior na porta.
- Ah, você tá ai. Se quiser comer, tem comida lá nas panelas. O Jader fez um frango que está de raspar o prato- Juliano e sua hospitalidade.
- Ok mano- andei até achar a lavanderia e vi que tinha um balde com o meu nome ali. Coloquei os jeans, as roupas brancas e as intimas ali e joguei as coloridas na maquina. Aproveitei pra conhecer a cozinha. Realmente, o futuro gastrônomo havia feito um ótimo frango. Olhei ao redor e tentei lembrar de casa. Creio que todos que saem dos seus lares em busca de um sonho se sentem assim. Longe das famílias, você se sente tão indefeso e solitário. Sem o colo da mãe pra te auxiliar, tendo que realmente mostrar ao mundo que você sabe se virar sozinho. Era assim que eu me sentia ali.
MINUTOS DEPOIS
Voltei pro quarto e pra minha surpresa, peguei Carlos apenas de cueca, andando pelo quarto. Mundo... Eu vi um anjo !!!! Cheguei ate a me segurar tamanho o susto. A primeira coisa que foquei foi o volume. E ele tinha um baita volume. Do tipo que deixa a gente louquinho de vontade de pegar e fazer loucuras.
- Ah, você ta ai !- só nessa hora sai do transe. Como estava fascinado naquele homem !
- É, estou- entrei lentamente, como se nada tivesse visto.
- Se você quiser entrar na internet, a senha é essa aqui- falou, apontando pra um papel aonde estavam escrito alguns números.
- OK. Obrigado- conectei meu celular no WiFi e me toquei que precisava saber aonde ficava o campus da faculdade- Carlos ?
- Ã ?
- Onde fica o campus da UFRJ ?
- Eh aqui pertinho, dá até pra ir andando.
- Sério ?
- Humrum- pelo menos não teria que usar o transporte público.
- Seria pedir demais pra você me levar lá amanhã ?
- Não, eu tenho tempo livre- me deitei na cama e vi o bonitão se ajeitar. Seu cabelo estava uma bagunça, mas mesmo assim ele continuava Lindão- você veio da onde ?
- Manaus, e você ?
- Montes Claros.
- Faz tempo ?
- Eu cheguei aqui do mesmo jeito que você, no inicio da facul.
- Ah, e quem mais já tava aqui ?
- O Juliano, o Marcelo, dentre outros. A maior parte está a um bom tempo aqui.
- Hum. Tem muita saudade de onde veio ?
- Pior que tenho mano. Aquelas tardes tranqüilas na casa da minha avó não tem preço.
- Eu imagino. Acho que vou sentir muita falta dos meus pais também.
- Mas você se acostuma. A gente não nasce grudado a eles.
- Pois é.
- E ai, tava pegando alguém lá ?
- Não- falei a verdade- eu me concentrei tanto nos estudos que estava sem namorar a um bom tempo.
- Ah. De vez em quando eu vou pra balada e pego algumas garotas, mas também não me Firmo com quase ninguém- então ele era do tipo que não firmava.
- Deve pegar muitas né...
- Claro maninho, eu passo o rodo- ali perdi totalmente as esperanças de ter algo com ele. Era encarar a realidade, namoro com gente dali de dentro não rolaria.
Continua
E ai, gostaram ??? Muito obrigado pelo carinho gente... Sério mesmo que teve gente que quase desmaiou ? Quem quase desmaiou com esses comentários foi eu !!! Se gostou comente, vote, faz um merchanzinho ai pra nós :) Amo cada um dos meus leitores do fundo do coração. Beijos.