Menino do Rio - Capítulo 19

Um conto erótico de Samuel
Categoria: Homossexual
Contém 1215 palavras
Data: 17/02/2015 22:01:05

“Quem sabe isso quer dizer amor?” - Milton Nascimento

- Samuel? É você mesmo? – Olhei assustado para a pessoa, mesmo não enxergando direito por causa do cloro, pude ver quem era. Era o Gabriel.

Saí da piscina num pulo rápido e dei um abraço, mesmo molhado, nele. Ele saiu rápido do meu abraço e falou:

- Que isso! Você ta molhando cacete! – Eu dei um riso e falei:

- É bom te ver, Gabriel – Ele me olhou e respondeu:

- Diga por você – Ele se virou e saiu. Eu respirei fundo e fui atrás dele, puxando-o pelo braço.

- Olha, Gabriel a gente precisa conversar cara! – Falei. Ele me olhou nervoso e perguntou:

- Conversar sobre o que Samuel?

- Primeiro eu tenho que pedir desculpa – Falei calmo.

- Ah é? Jura? Sabe Samuel, minha vida viro um inferno. Depois que a gente brigou, eu terminei com Gean. A gente brigou feio e ele se mudou para a Europa. Eu fiquei sozinho, sem ninguém. E você? Nem homem suficiente você foi para encarar o problema e fugiu. Ficou lá em Campinas com seus macho sem nem nunca ligar e falar nada! – Eu fiquei nervoso nessa hora e falei:

- Então você acha que eu fugi? Que eu fiquei lá esse tempo todo por que eu quis? Sabe, Gabriel, naquela noite meu pai descobriu que eu era gay. Ele me bateu e me expulsou de casa. Nesses quatro anos e meio eu comi o pão que o diabo amassou. Eu dormia de 2 a 3 horas por noite para dar conta dos estudos e do serviço. Você acha que eu queria isso? Você acha que eu fugi de você? Sério? Quando que eu fiz isso? Eu fugi dos meus pais – Gabriel mudou de expressão. De nervoso foi para pesar em um instante.

- Eu não sabia disso. Desculpa cara... Eu pensei que...

- Pensou errado – Falei – Deixa eu ir embora agora. Eu tenho que estudar uma coisas para amanhã ainda.

- Samuel, é sério. Eu passei esses quatro anos achando que você estava fugindo de mim. Achando que você não tinha peito de olhar na minha cara e pedir desculpas. Mas eu não sabia da sua situação. Desculpa cara – Ele falou em tom conciliativo.

- Eu te desculpo cara. No hearth feelings. Mas é sério, eu realmente tenho que ir embora. De mesmo modo, foi bom te ver. Até mais – Sem falar mais nada, virei e fui embora. Gabriel não foi atrás. Queria muito que ele tivesse ido, mas não foi.

Encontrei meu pai e falei que já estava indo embora. Eu iria de ônibus mesmo.

- Pai, já estou indo! – Ele me olhou assustado.

- Já filho?

- É pai, eu tenho que ler uns manuais para amanhã ainda. Eu vou de ônibus mesmo. Continue aqui, o senhor está se divertindo. Isso é bom! – Ele me olhou e acenou com a cabeça.

Arrumei minha coisas, peguei o ônibus, que por sinal para na rua de cima da minha casa. Sentei na minha mesinha, e comecei a ler os manuais. Boring.

Fiquei pensando nas palavras de Gabriel. Eu ficara muito chateado com ele. Ele nem me deu tempo de me explicar e já veio com acusações, achando que eu havia fugido dele. Do jeito que ele falou, eu tinha a impressão que ele achava que eu era uma biscate destruidora de lares. Eu não era isso.

No meio da minha tristeza, lembrei de Marcelo. É claro, se eu estivesse lá em Campinas, eu certamente iria para a casa dele. E ele com certeza estaria ali para me receber, para me dar carinho.

Olhei me celular. Havia três dias que Marcelo não me mandara nenhuma mensagem nem me ligava. Será que ele havia me esquecido? Será que ele havia desistido? Não. Não era do feitio de Marcelo.

Mas a vida segue.

O serviço começou a apertar. Ser engenheiro não é fácil, mas é muito legal. A cada novo dia, Carlos ficava mais impressionado comigo. Modéstia a parte, eu tinha uma capacidade cognitiva para a área de engenharia muito alta. Eu conseguia ver problemas onde ninguém via e além disso eu conseguia ver soluções onde ninguém mais via.

Dia a dia eu gostava mais do meu serviço. Alan estava feliz com meu progresso, eu estava feliz com meu progresso. O tempo foi passando e eu nem fui percebendo. Até que quando eu dei por mim, três meses já haviam se passado.

Eu tinha tirado carteira de motorista, comprado um carro (ok, eu admito, meu pai me ajudou nessa) e nunca mais tido notícias do Gabriel, nem do Gean, nem do Raul nem do Marcelo.

As vezes Alan fazia uma menção a Gean. Nada muito profundo, apenas leves comentários, tipo: “Gean disse que lá está frio”. “Gean não gosta da comida de lá”...

Somente no meu terceiro mês de serviço em Varginha eu tive notícias de alguém. Na verdade, foram mais do que notícias...

Era uma sexta a noite. Iria tocar um cover de Los Hermanos em um pub na cidade. Um colega do meu serviço foi quem me chamou na verdade. Como eu gosto de Los Hermanos e além do mais eu precisava relaxar, eu fui.

Cheguei lá, pedi uns drinks que somente quem é gay pode pedir. Enquanto eu tomava, percebi um carinha me olhando ao longe. Assim que nossos olhares se cruzaram ele deu um sorriso e desviou o olhar.

Fiquei no meu canto, sem chamar a atenção. Quanto mais eu ignorava, mais ele me olhava. A banda começou e eu pensei “Não quero ficar sozinho ouvindo Los Hermanos”. Fui até ele.

Cheguei perto dele. Não sei nem o nome, mas encostei ele na parede e o beijei. Foda-se o mundo. Depois de beijar ele, abraçadinho, ouvindo “De onde vem a calma” o carinha que eu tava pegando falou “Vou buscas umas cervejas”.

Na hora que ele saiu, senti alguém me cutucando. Era Gabriel. Ele me abraçou, chorando.

- Me perdoa, Samuel. Eu não fiz por mal.

- Claro, meu velho amigo. Claro que sim – A gente se abraçou e ficou ali abraçado. Só ouvindo a música, que eu nem lembro mais qual é.

O carinha que eu estava pegando voltou com duas cervejas, mas o me ver abraçado com Gabriel, ficou puto e saiu.

Eu e Gabriel começamos a conversar animados ouvindo as músicas de Los Hermanos. Mas mal sabia eu que a noite estava apenas começando.

Bebida vem, bebida vai nossa conversa estava animada. Mas por alguns instantes ficamos em silêncio. A banda começou a tocar “Sentimental”. Gabriel segurou minha cintura e colou a testa dele na minha. Nossas bocas estavam a centímetros de distância.

- Eu só aceito a condição de ter você só pra mim. Eu sei não é assim, mas deixa... Eu só aceito a condição de ter você só pra mim. Eu sei não é assim, mas deixa eu fingir... e rir... – Ele cantou bem baixinho.

O inevitável aconteceu. A gente se beijou. Mas dessa vez, não tinha um gosto fúnebre, triste, igual da última vez. Tinha um gosto amoroso.. Sentimental, fazendo jus a musica.

- Eu quero você. Eu quero só você – Ele me olhou, falando olhando no fundo dos meus olhos.

To be continue

=======================

Bom dia meus amores! Desculpa, eu sei que demorei a postar. MMMAAAAS eu tava curtindo meu carna com meu boy magia. tava bom hehehe mas aí, mais um capítulo. Espero que gostem. Comentem, votem!

Beijão!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive leo.vitt a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Awesome! Aguardando super o próximo!

0 0
Foto de perfil genérica

muito bom, mas ainda prefiro o sam com gean!

0 0
Foto de perfil genérica

Manooo, já estava desesperado aqui, não demora não, continuaaaa. 10

0 0