Ela se agachou e bebeu água da beira de um rio que havia por alí. Levantou enquanto me olhava, com os lábios ainda úmidos. Os espirros d'água escorriam pelo seu peito e timidamente penetravam seu decote, deixando transparecer os seios, pequenos e redondos, de um tom rosado como o de suas bochechas. Seus olhos verdes acinzentados brilhavam enquanto me fitava, como se tudo a nossa volta não existisse mais. Ela sorria enquanto me chamava pra nadar. Preferi ficar estirado na grama, olhando-a. Como era linda! Seus cabelos ruivos escorriam pelas suas curvas, enrolavam nas pontas e terminavam no exato instante que a cintura se tornava quadril. Ela virou-se de costas e tirou o vestido verde, jogou-o na grama e pulou na água. Se banhava enquanto brincava com si mesma, numa perfeita mistura de erotismo e inocência. Os cabelos molhados cobriam os seios e a pele branca refletia ao sol. Não sei se ela realmente tinha a intenção de me provocar, o que também não teria um porquê. Parecia saber que toda minha atenção estava voltada para ela. Sempre esteve e sempre vai estar.
Ela saiu da água e deitou do meu lado. Seus cabelos espalhados pela grama e o corpo ofegante, quente. Havia uma magia naqueles olhos que me encaravam com tanto interesse, tanta paixão... Uma hora doces e delicados, na outra, pareciam me devorar em pensamento. Parecia querer descobrir cada segredo, cada segundo da minha alma. Sem exceção. A cada conversa, que começava tão sutil quanto ela, conseguia revelar algo novo em mim. Nadava por lugares tão profundos que eu, nem nos meus mais loucos momentos de não-lucidez, cogitaria explorar. E ela o fazia com tanta calma, com tanta naturalidade. Conclui que ela deve ter aprimorado o método de questionamento de Sócrates. (Só espero que nenhum de nós tenha de beber cicuta... Mas um bom vinho não cairia mal).
Sabe, é lindo o modo como ela cai sobre mim, como nos tornamos um só corpo, uma só coisa. Nenhum prazer na terra se compara aos seus lábios beijando meu quadril. Nenhum som é tão bonito quanto seus suspiros, involuntários. Nada encanta mais que seus contornos, tímidos e marcantes (como é possível tal contraste? Não sei). Incendiava o cabelo e nossos corpos. Minto, o maior dos prazeres é simplesmente, te-la. É uma contradição tão grande em mim que chego a me perguntar se não enlouqueci e tudo isso não passa de um devaneio da minha mente. Mas desisto quando concluo que jamais idealizaria tamanha perfeição. É incrível e patético ao mesmo tempo.
É como se, quando ela está em meus braços, o mundo girasse ao contrário. Aliás, tudo girasse. E girasse. E girasse. Minha mente, meu corpo, minhas emoções. Nada é estável perto dela. Me tornei uma montanha russa e cada vez que a vejo, meus trilhos nos levam pra uma nova direção. É muito clichê desejar alguém assim? Espero que não. Se for, juro, não me importo. E mesmo se me importasse, não há como contestar. É maior que eu.
Então eu, tomado por tal emoção que consome o pouco de sanidade que me resta, pulo de peito nesse abismo e sinto o vento no meu cabelo. Não, não olho para baixo. Não quero saber quanto tempo ainda tenho até meu corpo se chocar com o chão e ficar lá, estirado ao tempo. Eu só preciso sentir o corpo dela junto ao meu. Só quero sentir meus dedos se embaraçarem e puxarem seus cabelos. Sentir seu calor e chupar seus seios rosados. Eu só preciso dela.
{Oi amigos ❤, bom esse é o meu primeiro post, eu vou sempre publicar como suspirosinvoltarios porque é o "user" com que eu mais me indentifico. Sei que o que escrevo não é realmente um conto erótico e sim uma mistura de sexo e poesia e bom, é a melhor forma que achei de me expressar. Esclarecendo também que sou mulher mas quem narra o conto é um rapaz. Espero que gostem, de coração. <3 }