Amor de Carnaval

Um conto erótico de Inteira & Intensa
Categoria: Homossexual
Contém 1839 palavras
Data: 19/03/2015 21:20:02

Sábado de carnaval. Não é um momento onde coisas extraordinárias costumam acontecer na folia. Sai com um grupo de amigos para assistir um show no circuito do Pelourinho. Coisa leve, só para não dizer que não havia brincado. Esse não foi um ano carnavalesco muito animado para mim, não sei bem por qual motivo...

Fui! Me diverti muito, como sempre.Tenho amigos farristas espetaculares! Pode ser numa festa de ingresso caro ou de rua, a diversão sempre é garantida.

- Vamos para Ondina! - alguém, que não lembro ao certo quem, devido a quantidade de líquido 3 por 5, perguntou.

- Não! Vou para casa. Ondina não. - respondi feito uma velha rabugenta de séculos de idade.

- Vamos! Vamos! Vamos!

Sim. Eles começaram a gritar pelas ladeiras do Pelô. Ia passando uma banda de percussão na hora e eles se enfiaram no meio deles e o coro se formou com dezenas de desconhecidos. Tive vontade de matá-los e de abraçá-los ao mesmo tempo. Claro que adotei a segunda opção. E descemos felizes e cantantes para a Ondina.

***

Ficar na pipoca, embaixo de um Camarote é sempre uma sensação maravilhosa. As pessoas debruçadas no palanque invejam a alegria de quem tá curtindo lá no meio da agonia, tenho certeza! Eu invejaria. Foi numa das olhadelas para o alto a fim de detectar olhares invejosos que me deparei com o olhar dela. E não era um dos que buscava. O dela era desejoso. Sorridente. Malicioso. Olhei para trás para ver se era para alguns dos meninos que estavam comigo. Não era. Era para mim mesmo. Fiquei sem nenhuma gota de sangue no corpo. Ela fez sinal de que iria descer. Só tive forças para acenar que sim com a cabeça. De perto ela era ainda mais interessante do que parecia de baixo para cima: Baixinha, ruiva com sardas charmosas, os cabelos ondulados presos num rabo de cavalo cuidadosamente arrumado, parte dos seios aparecendo delicadamente pelo decote, um short jeans curto o suficiente para ressaltar suas belas pernas e cheirosa. Muito. Eu com certeza estava suada, descabelada e cheirando a cerveja.

- Olá morena bonita dos olhos chamativos! - falou de forma provocante.

- Chamativos de arregalados? Deve ser a fumaça dos trios que passam, e... - respondi meio sem jeito.

- Chamativos que fazem abandonar o conforto do meu Camarote e vir aqui embaixo te dar um oi... - falou chegando perto para me dar um beijo estalado no rosto.

Ela tinha uma mania inquietante de nunca desviar o olhar. Já me falaram que tenho essa mania. Provando do próprio veneno, que massa!

- Nossa! Seu? Poderosa mesmo... - retomei a linha e comecei a conseguir desenrolar o papo.

- Ainda é engraçada?! Você tem mais quantas qualidades, mocinha? - quis saber.

- Além de engraçada de olhos chamativos, sei dançar o Tchan, cozinhar e ninguém nunca reclamou do meu beijo. Acho que é isso... - respondi sorrindo e consertando uma mecha de seu cabelo que caia em seu rosto.

Meus amigos assistiam tudo de longe, latas de cerveja nas mãos, naquela torcida-expectativa ridícula de que saísse um beijo épico entre duas mulheres. Mal eles sabendo que a tensão já estava mais alta que o normal ali.

- Vou querer ver isso ai...

- Eu dançando o Tchan? - perguntei amarrando os cabelos bagunçados num coque.

- Se você beija bem mesmo.

E me agarrou. Pela cintura e pela nuca, com uma desenvoltura de fazer inveja a qualquer pessoa tímida da face da Terra. A ruiva tinha pegada! Nunca havia ficado com uma ruiva. Ouvia gritinhos ao fundo. A mão dela apertando minha cintura. A cabeça rodando, mas devia ser a quantidade de cerveja... não era. A ruiva tinha as manhas. Nem seu nome eu sabia ainda. Saber para que? Carnaval, né?

- Eu não curto muito esse lance de ficar me pegando com platéia, não. - falei em seu ouvido.

- Eu também não. Vou dar um jeito de você subir comigo.

- Ah, claro. A dona do Camarote! - brinquei e gargalhamos entre um gole meu de cerveja e um dela daquilo que dizem que é cerveja, mas vem numa latinha azul, tem gosto adocicado e deve ter pacto com o diabo. Aquilo não é cerveja!

- Não some, tá? - pediu apertando minha mão e me dando um selinho, subindo apressada para o tal camarote dela.

Ao voltar para a rodinha de amigos, risadas infinitas, gritos de "MISERÁVEL!"; "PEGOU A MULHER MAIS GATA DO CAMAROTE!"; "VÉI, ELA É RUIVA NATURAL!" e outras coisas. Me senti num bate papo de garotos de 15 anos. Essa magia carnavalesca!

- Ela quer que eu suba com ela. Pro camarote. - falei com minha mais chegada no grupo.

- Claro que quer. E você vai! Esperaremos. - E saiu pulando que nem uma doida ao som de "Eu queria ser uma abelha pra pousar na sua flor! Haja amor! Haja amor!".

A ruiva voltou uns minutos depois com uma camisa na mão e um sorrisinho divertido e endiabrado no rosto.

- Vamos? Prometo que a devolvo sã e salva! - Falou para os meus amigos se achando a dona não só do camarote, mas da minha pessoa também.

O camarote era tudo que eu não apreciava. Pessoas que me olhavam de cima a baixo, possivelmente por eu estar de tênis e não de salto, quase sem maquiagem, suada e com o cabelo amarrado num coque. Mas eu estava com a ruiva, e era aquilo que importava naquele momento. Homens me olhavam com raiva. Estava adorando. Não o fato de provocar raiva nos outros, mas o fato de estar desfilando com a ruiva. Ah, sei lá! Buliu com meu ego de Carnaval.

- Vem cá, quero te mostrar uma coisa. - falou ela, me puxando pela mão.

No fundo do espaço, tinha um lounge com acesso a praia. "Quem tem dinheiro, tem dinheiro!", pensei tipo O.B. Uma pista de dança vazia, um Dj entediado, pessoas bêbadas jogadas nos puffs e casais se pegando na areia.

Olhei para ela e ela deu aquele mesmo sorrisinho. Continuou me puxando pela mão e descemos para um canto estrategicamente escondido com uma madeirite. Tinha um freezer que não estava ligado e nenhuma pessoa passando ou próximo dali.

- Foi você que providenciou esse canto aqui, né? Isso tá muito estratégico, ruiva! - falei me encostando no freezer e puxando ela para perto de mim.

- Claro que sim. O Camarote é meu. Eu dito as regras por aqui.

- Gosto disso...

- De que eu dite as regras?

- Não. Das minhas mãos em sua bunda e da sua língua aqui na minha.

O beijo foi o mais quente da minha vida. Sentia o meu desejo e o dela misturados naquele meio cubículo improvisado na areia. Sabia que não tínhamos muito tempo. Podíamos ser pegas. Era carnaval. Nunca havia transado no Carnaval. Nem com um homem e nem com uma mulher. Agora sentia na pele quando os caras falam: "Por que você não está de saia?". Mas para quem quer, qualquer quina é canto.

Desabotoei seu short entre um beijo e outro. A essa altura, nem o meu coque e nem o seu rabo de cavalo existiam mais.

- Você já fez isso antes? - perguntou ela sem fôlego.

- Isso...?

- Ficar com mulheres?

- Sim. Você não?

- Nunca!

- Então...como? - fiquei meio baratinada. Até parei de descer o zíper.

- Não! Não pare...! Eu quero. Muito! Você é muito gostosa...sempre quis, nunca tive coragem.

- Tem certeza? - perguntei já sabendo a resposta, trocando ela de lugar, a ajudando a sentar no freezer enquanto abaixava seu short e passava as mãos em seu corpo.

- Absoluta... Você vai me chupar? - perguntou com uma carinha de safada que puta que o pariu! Mesmo que não fosse minha intenção, passaria a ser naquele momento.

- Não tenha dúvidas disso, ruiva...

- Adoro quando me chama de ruiva.

- Então, abre as perninhas desse jeito...isso. Relaxa, mas presta atenção para ver se não vem alguém.

Rimos. Sabíamos que ela não prestaria atenção coisa alguma. Afastei a calcinha dela para o lado e passei a língua de baixo para cima bem devagar. Devagar o suficiente para ela gemer alto e cravar as unhas pintadas de vermelho em minhas costas. O que eu mais curtia de chupar mulheres era a entrega. E a ruiva mesmo ali, escondida atrás de um pedaço de madeirite e sentada desconfortavelmente num freezer velho, estava totalmente entregue. Gostosamente entregue. Rebolava timidamente em minha boca a cada chupada. Ela sempre quis aquilo. Me dizia toda vez que nossos olhos se encontravam enquanto a lambia. E que gosto delicioso ela tinha... Passava as mãos em suas coxas, ela tremia. Se arrepiava. Parei um pouco para beijar aquela boca igualmente deliciosa.

- Você está gostando? - perguntei enfiando dois dedos nela e fazendo movimentos circulares com meu polegar em seu clítoris, que pulsava.

Ela merecia gozar. Era sua primeira vez com uma mulher. Tinha de ser inesquecível!

- Demais... por favor, não pare! Me beija! Não...! Me chupa! Ah! Sei lá! Faz o que você quiser comigo, vai!

Ela estava quase lá. Não queria que fosse tão rápido assim. Não com uma ruiva gostosa daquelas. Mas era carnaval. Camarotes têm seguranças chateados por aturar bêbados a noite inteira. Não queria arriscar e perder tudo aquilo com uma chamada feito as dos tempos de escola.

Beijei-a um pouco mais sem sair de dentro dela, nem tirar meu polegar de lá. Ela se contorcia, jogava a cabeça para trás, uma coisa linda de se ver. Mulheres são lindas quase gozando...quase uma pintura! Segurei ela pelo queixo e ordenei:

- Você vai gozar em minha boca!

- Vou? - arregalou os olhos, tentada.

- Vai! Vira de costas e se apoia no freezer.

- Mas...de costas?

- É ruiva. Confia na morena aqui.

Tocava uma música eletrônica altíssima na pista. Graças a Deus, já que ela gemia um pouco alto. Segurei aquela bunda maravilhosa com as duas mãos, e juro que não pensei na Paola Oliveira naquele momento. Eu tinha a ruiva das sardas charmosas, deliciosa, ali só para mim. Chupei-a com toda minha vontade, entrando e saindo dela com minha língua, adorando seus gritinhos abafados de prazer ao lambê-la inteira, sem nojinho ou pudor.

- Caralho, eu vou gozar!

Ao ouvi-la dizer isso, comecei a tocá-la ao mesmo tempo em que a chupava. E senti seu gozo chegar quente em minha língua. E suas pernas tremerem comigo agachada ali no meio delas. A batida da música alta. A cara linda dela respirando fundo e pegando minha mão para colocar no meio de seus peitos para ver como o coração batia acelerado.

- Eu vou morrer! - falou numa felicidade louca.

- Vai nada. Vai é continuar ruiva e linda, apaixonando gente por ai.

- A gente vai se ver de novo, não vai? - perguntou de forma entusiasmada.

- Não sei. Sabe como é, né? Carnaval...

Gargalhamos entre abraços e beijos até o banheiro. Tive vontade de agarrá-la de novo ali, mas tinha amigos me esperando lá embaixo. Já recompostas, ela me levou até a porta e me fez prometer que nos veríamos de novo. Mal ela sabendo que eu já estava contando os dias para o Carnaval acabar e a gente poder se encontrar sem confete, serpentina, madeirite e música alta. Existem amores e amores de Carnaval. Amores ruivos tendem a ser especiais.

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Obrigada, Vanusa! Procura por "Inteira e Intensa" no Face. Tem mais coisas lá. ;)

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