Após aquele dia a mãe dele não voltou mais a nos incomodar na nossa casa, ele me disse que havia falado com ela, exigido que ela não fosse, eu já estava mais calmo.
Me arrumei, me despedir do Olli e fui para a faculdade.
Chegando lá vi Ana e Ro, contei tudo a eles...
Ana: Nossa que horrivel!
Ro: Essa mulher é louca!
Eu: Não sei como é que vai ser, a familia do Olliver é extremamente preconceituosa!
Ana: Mas se você o ama, vai lutar!
Ro: Isso mesmo Vic, estamos aqui para te apoiar também!
Depois daquela curta conversa fomos assistir as aulas, deu o intervalo, saí com eles quando a vejo, a mãe dele estava me esperando alí.
Ela veio até mim: Queria mesmo falar com você!
Eu: O que a senhora quer?
Ela: Não posso nem frequentar a casa do meu filho mais por sua culpa!
Eu: Não é por minha culpa, se a senhora não fosse tão preconceituosa seu filho iria adorar te receber!
Ela: É por sua culpa sim. - Ela começou a gritar. - Meu filho virou bicha por sua culpa, quando o pai dele descobrir não quero nem imaginar como vai ficar desapontado! Morro de vergonha, tudo por sua culpa... Que bom que a sua mãe morreu para não ver e não sentir o que estou sentindo agora!
Ela tocou na minha ferida, doeu muito, não me aceitar ok, mas falar que é mesmo bom que a minha mãe está morta por eu ser homossexual é demais.
Eu: Não fale da minha mãe! - Gritei.
Ela: Mal educado! É assim que você trata os mais velhos?
Eu: Trato como me tratam, seja em que idade for, não interessa!
Tinha uma garrafa d'água em uma mesa, ela pegou e jogou em mim. - Eu tenho nojo de você!
Saiu...
Saí correndo, tava norrendo de vergonha, entrei no banheiro e Ana foi atrás!
Ana: Você está bem?
Eu: Não.
Ana: Ro foi ligar para o Olli.
Eu: Não acredito que ela veio aqui me humilhar na frente de todo mundo!
Ana: O papel ridículo e preconceituoso quem fez foi ela!
Eu: Que droga!
Ela me abraçou.
Entrou um garoto no banheiro e ficou olhando Ana.
Eu: Vamos Ana, você entrou aqui no banheiro dos homens só por minha causa.
Ela riu um pouco e a gente saiu.
Eu passava e todo mundo olhava, esperei um pouco e ele aparece fardado mesmo.
Ele: Como você está?
Eu: Quero ir para casa, vim sem carro hoje.
Ele: Eu te levo, ok?
Eu: Não precisava ter vindo, eu pegaria um táxi.
Ele: Deixa de besteira. Vem.
Me despedi de Ana e Ro e fomos.
Ele estava com a viatura que me levou uma vez para a facul, hoje estava me buscando.
Entrei, fui toda a viagem calado, quando chegamos em casa cansei de prender tudo, desabei a chorar.
Ele: O que foi que ela te fez Victor?
Eu fiz que não com a cabeça.
Ele: Ma fala!
Eu: Falou na minha mãe. Para mim aquilo foi demais, falou que foi bom minha mãe está morta para não ver o que sou!
Ele: Oh meu Deus, minha mãe é louca!
Eu: E quando seu pai descobrir?
Ele: A gente vai vencer isso tudo ok?
Eu: Não sei Olli, agora só quero descansar.
Saí dalí, tomei um banho e fui dormir.
A noite acordei com gritos, desci e era a mãe dele discutindo com ele.
Ela: Te dou duas alternativas ou sua familia ou ele!
Ele: Não me faça escolher, você não vai gostar...
Ela: Vamos Olliver!
Ele: Ok, adeus!
Ela: Você escolhe ele que a sua própria familia?
Ele: Eu preferiria não ter que escolher, mas já que você não me aceita eu escolho ele!
Ela: Que decepção!
Eu: Quando você vai entender que o amo? Não vou desistir dele por nada!
Ela baixou a cabeça e saiu.
Eu corri para abraça-lo.
Ele: Você ouviu tudo?
Eu: Olli você não precisa desistir da sua familia por mim. Eu cresci sem uma e sei como é triste.
Ele: Não vou te perder por nada! Te amo.
Eu o beijei...
Dias se passaram sem ele incomodar mais, estava em casa assistindo em um dia de sábado, quando Ana me liga...
Eu: Oi?
Ela fala chorando: Você pode vir aqui em casa?
Eu: Você está chorando Ana?
Ela: Vem Vic.
Eu: Claro!
Fui as pressas, toquei na porta e ela já me atendeu como louca, pulou nos meus braços chorando.
Eu: O que houve? É algo com o Paulo? Vocês terminaram?
Ela: Minha vida acabou!
Eu: Porque Ana? Fala!
Ela: Estou grávida! - Me mostrou o teste.
Sentei no sofá com ela sem saber o que dizer...
Ela: Fala alguma coisa!
Eu: Ana, veja o lado racional das coisas tá? Você está namorando um homem maduro, que trabalha, você já não é mais nenhuma adolescente, vai tudo dar certo. - Olhei para ela sério. - Você não tá pensando em tirar não, está?
Ela: Claro que não. Estou pensando em como contar ao Paulo e a todo mundo!
Eu: Pois que se dane ok? A mãe é você, apenas fale e o Paulo não está nem louco de te exigir o pior!
Ela: Ele não seria capaz, tenho certeza! Quero falar logo com ele, vou ligar.
Eu: Ok, então eu já vou indo.
Ela: Não, fica Vic.
Eu: Ana...
Ela: Por favor, você vai lá para cima, com você aqui me sinto mais tranquila!
Eu: Ok, eu fico.
Ela: Obrigado.
Ana ligou para ele e eu subi, com um tempinho ele já estava tocando, lá de cima deu para ouvir tudo...
Ele entrou e eles se beijaram...
Paulo: O que foi? E essa cara?
Ana: Paulo, eu tenho que dizer logo, não vou enrrolar ok? Eu estou grávida!
Ele: O que?
Ana: É isso, a um tempo já vinha suspeitando, fiz um teste e deu positivo!
Ele: Oh meu Deus!
Ela: O que me diz?
Ele: Não sei eu estou em choque!
Ela: Não me peça para abortar, eu não faria nunca isso!
Ele: Claro que não, tá louca?
Fiquei mais aliviado, com um tempinho eles se despediram com Paulo falando que iria pensar no que fazer, desci lá de cima e ela correu para me abraçar...
Ela: Ah Vic que alívio!
Eu: Sabia que tudo ia dar certo, ele é uma boa pessoa, e com certeza será um bom pai.
Com um tempinho também fui para casa, Olli já havia chegado...
Ele: Onde você estava? Antes de tudo, você não sabe da bomba!
Eu: O Paulo vai ser pai, estava com a Ana, eu fui o primeiro a saber!
Ele: Nossa, imagina que louco, ele deve estar transtornado, não sei se um dia vou querer um filho!
Eu: No momento não quero, mas no futuro talvez!
Sentei no sofá com ele e ficamos assistindo agarradinhos quando alguém toca na nossa porta, vou atender e levo um soco tão forte no rosto que caio no chão, Olli dá um pulo do sofá...
Levanto o rosto e vejo o pai dele...
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Desculpa a demora.
Beijos.