- O que tu queres me falar?
Ele ficou em silêncio
- Tu estás começando a me deixar preocupado, Bruno.
- Antoine, o Jean me procurou.
- Como assim, Bruno?
- Ele foi lá no hospital falar comigo.
- E aí?
Eu senti ele respirar fundo.
- Bruno, pode me falar...
- Eu não sei se consigo.
- Vocês voltaram?
- Não! Isso nunca!
- O que foi então?
- Quer saber, deixa isso pra lá! Vamos curtir nosso filme!
- Bruno, eu não vou te pressionar. Se tu quiseres falar pode falar, eu vou te ouvir com todo o carinho, e não me vem com aquela história de não querer me incomodar.
- É que é meio complicado.
- Bom, tu que sabes. Quando tu te sentires bem para falar eu vou estar aqui, tá?
- Tá! – Ele falou, mas foi mais um suspiro.
Ficamos um bom tempo em silêncio, eu acho que ele estava assistindo ao filme, mas eu não consegui mais me concentrar, estava morto de curiosidade.
- Antoine?
- Oi?
- Ele foi me falar que ele vai se casar, me disse que vai se mudar para Belém.
- Tu ainda gostas dele?
- Eu não sei!
- Se tu não sabes tu ainda gostas.
- E tu? Tu ainda gostas do Thiago?
Fiquei em silêncio.
- E aí? – Ele me perguntou
- Posso usar a tua resposta?
- Quer dizer que tu gostas dele?
- Não sei! Tá tudo muito recente. Tanto a minha separação quanto a tua.
- Mas eu já sinto algo mudar em mim.
- Como assim?
- Eu já não penso tanto nele, ele já não me faz falta.
- Eu também já estou começando a sentir isso. A mágoa está sendo bem maior do que o amor que eu sentia por ele.
- Mas tu estás com tanta raiva assim dele?
- Eu não sei te explicar ao certo. Eu não tenho raiva, mas quando ele vem com aquele papo de desculpa, sobe um troço ruim em mim e eu tenho vontade de dar na cara dele.
Ele começou a rir.
- O que foi que eu falei? – Eu perguntei
- Não foi o que, e sim como. Esse negócio aí de subir um troço ruim. – Ele disse rindo de novo.
- Para, Bruno! Eu tô aqui falando sério e tu rindo.
- Tá! Já parei! – Ele disse tentando controlar o riso.
- Também não falo mais!
- Não, vai, pode continuar!
- Não! Agora eu também não quero mais falar!
- Fala, vai! – Ele disse me cutucando as costelas.
- Para, Bruno! – Eu disse rindo – As pessoas querem assistir ao filme.
- Então, continua falando!
- Tá, tá, tá – Eu disse rindo ainda
- Sim, em que conclusão tu chegaste? Gosta ou não?
- Gosto não gostando de gostar. E tu?
- Agora eu é que vou roubar a tua resposta.
- Estamos lascados!
- Não estamos, não!
- Como assim?
- Eu já vejo uma luz no fim do túnel?
- Não entendi!
- E nem é para entender, por enquanto!
- Ah, Bruno, agora fiquei curioso!
- Vai continuar curioso!
- Aaaaaaah, não faz isso!
- Nem adianta, na hora certa eu te falo o que é.
- Fiquei chateado agora contigo?
- Sério? Tu estás chateado comigo por causa disso?
Nesse momento fui eu quem teve um ataque de risos.
- O que foi? – Ele me perguntou sério.
- É claro que eu não estou chateado, né Bruno?
- Ai, que bom!
- Mas eu ainda estou curioso.
Nós voltamos a olhar para a tela do cinema, mas eu não estava mais nem aí para o filme, eu já tinha perdido mais da metade e não ia entender nada do que se passava ali. Fiquei pensando em mim e no Thi. Como eu queria dizer que não gostava mais dele, como eu queria esquecer o que aconteceu entre nós. Se eu soubesse que chegaríamos nesse ponto, eu jamais teria ficado com ele e estragado nossa amizade/irmandade. Eu fui tirado dos meus pensamentos quando as luzes se acenderam. Eu rapidamente me afastei do Bruno.
- O que foi?
- Nada!
- Por que tu saíste assim de perto de mim?
- Ah, é que as pessoas estranham a gente assim.
- Ei, a gente não precisa deixar de fazer o que queremos só por que as pessoas não querem que façamos. Isso eu aprendi contigo.
- Eu sei, mas é que a gente já apanhou tanto da sociedade que às vezes a gente acaba fazendo a vontade dela.
- Antoine, nós não precisamos nos esconder. E mais, somos somente amigos.
- Eu sei disso! Desculpa!
- E aí? Onde fica o barzinho que nós vamos? – Ele disse sorrindo
- Ah, espera aí, deixa eu ligar para a galera para saber se eles estão lá. – Falei enquanto nós levantávamos da poltrona.
Eu peguei meu telefone e liguei para o Dudu. Como eu esperava, ele e o Carlinhos já estavam lá. Eu disse que estava indo com o Bruno para lá e ele disse que estava nos esperando.
- Vamos? – Eu perguntei para o Bruno.
- Vamos! Eles estão lá?
- Estão! Vai ser bom que eu te apresento para o Dudu e para o Carlinhos, eu acho que vocês ainda não se conheceram, né?
- Não, eu só conheci a Jujuba, a Lohana e a Pamela.
- Então, hoje tu vais conhecer o restante dos meus amigos.
Nós fomos para o bar e quando nós chegamos lá a Jujuba e a Aline já tinham chegado.
- Oi, oi, oi! – Cumprimentei meus amigos assim que chegamos.
- Oiiiiiii, amigo! – Disse a Jujuba – Oi, doutor Bruno! – Ela falou diferente com o Bruno.
- Oi, Jujuba! E olha, pode me chamar só de Bruno.
- É que o “doutor” dá um up, entende?
- Só tu mesmo, Jujuba!
- Bruno, deixa eu te apresentar o restante da galera. Dudu, Carlinhos e Aline, esse é o Bruno. Bruno, esses são o Dudu, o Carlinhos e a Aline. – Eu disse apontando para cada um dos meus amigos.
- Prazer! – Disse o Bruno apertando a mão dos meninos e dando um beijinho no rosto da Aline.
- Prazer! – Falaram os três em uníssono.
O Carlinhos fez cara feia e olhou para a Jujuba, eu não entendi nada, mas hoje eu ia pressionar a Jujuba até ela abrir o bico.
- Amigo, tu podes vir aqui um minuto. – A Jujuba disse me puxando.
- Bruno, espera aí só um minuto, eu já volto.
- Tá, vai lá!
A Jujuba me puxou lá para a parte da frente do bar, a parte onde eu caí e “quebrei” a cabeça.
- Pode me explicar o que está acontecendo? – Ela disse me empurrando para sentar no banco.
- Ai! Precisava me puxar e me empurrar?
- Bora, Antoine, o que significa isso?
- Isso o que, maluca?
- O que tu tanto fazes com o Bruno? Vocês estão ficando?
- Não!
- Não? Mas não é isso que parece. – Ela disse elevando um pouco o tom da voz.
- Ei, espera aí, que tom é esse já?
- Tu vais deixar mesmo o Thiago?
- Oi? Como é a história aí? Eu deixar o Thiago? Não sei se tu lembras, mas quem me deixou foi ele.
- Antoine, tu estás ficando com ele? Seja sincero comigo. – Ela disse um pouco mais calma.
- Eu já fui sincero. Nós somos apenas amigos!
- Ele foi te buscar em casa?
- Não, a gente foi primeiro ao cinema e depois viemos pra cá.
- Ah, quer dizer que vocês já vão até para o cinema juntos?
- Juliana, qual é o problema nisso? Eu estou solteiro, não tenho que dar satisfação para ninguém. Eu gosto do Bruno, ele me faz bem, não vai ser tu com o Thiago que vão estragar a minha amizade com ele.
- Que lindo, só tem um problema aí, tu só gostas dele, né? Pois é, pois amar, tu amas o Thi.
- Juliana, sinceramente eu não estou entendendo o motivo dessa conversa. E eu posso até AINDA amar o Thiago, mas eu vou fazer de tudo para esquecer esse amor. Eu já te disse, não adianta querer fazer com que eu volte com ele, pois isso só vai fazer eu ficar com raiva de ti.
- Ele está sofrendo muito, Antoine! Tu achas que é fácil tu ser deixado com cara de tacho na frente de várias pessoas depois de dizer que ama a pessoa que fugiu da sala sem nem ao menos olhar na cara?
- É, Juliana? Eu estou pouco me lixando pra ele. Mas, me responde umas coisinhas: tu achas que é fácil ver o cara que tu amas se beijando e quase transando com um cara? Acha que é fácil ser ignorado e maltratado durante dois dias só por que ele estava afim de ficar com aquele cara? Me responde? Quem foi quem mais sofreu nessa história? Foi o imbecil do Thiago ou fui eu que ainda estava me recuperando de um câncer e tive que viver tudo isso?
Ela ficou sem resposta.
- Sabe, Jujuba, pelo visto não foi somente o Thiago que me decepcionou. Eu sinceramente não entendo o motivo de todos vocês fazerem o Thiago de vítima, sendo que foi ele quem fez toda a burrada.
- Tu não sabes o que está acontecendo com ele, Antoine. Tu nunca deixaste ele te explicar.
- Não sei e não quero saber, Jujuba. Nada justifica o que ele fez. Se ele estava com problema por que ele não veio conversar comigo, heim? Ele precisava transar com outros caras para poder se sentir bem?
- A coisa não é assim como tu estás imaginando!
- Jujuba, eu vou lá com o Bruno, pra mim essa conversa já deu. Eu te peço novamente: para de falar dele, eu não quero saber. Se tu insistires nessa história, nós vamos brigar feio.
- Beleza, só espero que tu não te arrependas depois.
- Eu não vou me arrepender, Jujuba. Pode ter certeza, nada justifica o que ele fez. Nada! – Falando isso eu voltei para a mesa onde os meninos estavam
- Demorou! – Disse o Bruno no meu ouvido quando eu sentei do lado dele – Está tudo bem?
- Tudo!
- Cadê a Jujuba?
- Ficou lá fora.
- Vocês brigaram?
- Brigamos! Depois eu te conto!
- Ok!
Ele parou de falar comigo e voltou a conversar com os meninos, ou melhor, com o Dudu, por que a cara de cu azedo do Carlinhos não permitia que ele se comunicasse com ninguém. Eu fiquei lá ouvindo a banda que estava tocando, a noite era de MPB, eu fiquei viajando nas músicas– A Jujuba falou algo que eu não entendi, pois o som estava bem alto.
- O que? – Eu falei no ouvido dela.
- Desculpa! – Ela repetiu.
- Tudo bem!
Ela ficou sentada do meu lado e depois saiu do bar novamente. Como se não me bastasse o Thiago que enlouqueceu, agora a Jujuba queria seguir ele? Haja paciência! Eu me levantei e fui ao banheiro. Eu entrei em uma cabine para fazer xixi, eu nunca mijo naqueles mictórios, sempre tem um tarado olhando.
Quando eu saí da cabine eu dei de cara com o Carlinhos.
- Eu preciso conversar contigo!
- Tá bem! Deixa só eu lavar as mãos!
- NÃO, Antoine! Nós vamos conversar agora, eu já tô adiando isso há muito tempo.
- Carlinhos, eu não vou conversar contigo dentro de um banheiro de bar. Vamos lá para fora e nós conversamos.
- Tu vais me ouvir?
- Eu já não disse que vou? Calma, Carlinhos? É coisa séria?
- É! É muito séria!
- Tá, espera só eu lavar as mãos e nós vamos conversar.
Eu fiquei até preocupado, da forma como ele estava falando parecia ser algo muito grave. Eu lavei as mãos e nós fomos lá para fora. Nós sentamos no mesmo banco onde eu tinha acabado de discutir com a Jujuba.
- E então, o que foi que aconteceu?
- Antoine...
Eu esperei ele falar mas ele se calou.
- O que foi Carlinhos? – Eu disse colocando a mão no ombro dele.
- Antoine...
Ele ficou em silêncio novamente.
- Cara, tu podes falar.
- É que é difícil.
- Carlinhos, nós somos amigos, cara, tu podes me falar sem grilo.
- Antoine... é o seguinte: há algum tempo eu venho sentindo algo por uma pessoa.
- Eu sei! A Jujuba me falou!
- Ela te contou? – Ele me olhou assustado
- Na verdade, não! Ela só me disse que tu estavas afim de uma menina.
- Ela só te disse isso? – Ele falava de cabeça baixa.
- Foi!
- Antoine, não é uma menina.
- Como assim, Carlinhos? – Eu disse assustado
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AGRADECIMENTOS:
Bom diaaaa!!
Hoje estou postando mais cedo, pois hoje eu vou curtir um pouquinho o domingo e não teria tempo de postar mais tarde, e eu não poderia deixar vocês sem a publicação do capitulo, né?
cintiacenteno: Cintiaaaaaaaaaaaa, por que tu moras tão longe, heim? Eu quero essa massagem! Kkkk Beijo, linda!
B Vic Victorini: Bruno, seja bem-vindo aos comentários, cara! Que bom que você resolveu dar sua opinião aqui. Continua aqui com a gente, tá? Não de comentar mais não! kkk Quanto à mim e ao Bruno, vocês só saberão no capítulo 39. Hahahahahahahah Abraço!
Rhand: Isso mesmo! Mas quem foi que nos reconciliou quando o Thi fez a primeira burrada? Heim? Heim? Heim? Kkkk Ah, é que se ela ameaçar a Jujuba ela pode processá-lo, olha a lei Maria da Penha ai! Kkkkkkk Abraço!
Jeff08: Êêêêêêê, que bom!!!! Obrigado! Eu? Mau? Imaginaaaaa!! Kkk Não, mas naquela época eu queria mais é que ele fosse para a PQP, eu realmente não queria ele na minha vida, não mesmo! Beijo!
Rafagyn; Não dá pane, não! Pelamor, né? Kkk É, nenhuma relação vive sem amizade, mas calma, põe essa cabecinha no lugar, espera um pouquinho que as coisas vão se esclarecer.
Talys: Cara, quando eu estudava fizeram uma pesquisa dessas na universidade, e realmente chegaram a esse mesmo resultado. Desculpa, mas a maioria dos estudantes de direito pensam que é dona do mundo, veja bem, eu disse a maioria, tem muita gente legal também. Jurisprudência romântica? (Ri horrores!) Meu, eu já passei meu email em algum capítulo, mas eu vou deixa-lo novamente aqui. Sobre os reús, tu vais ter que esperar um pouquinho para saber ahahahahahhaah. Beijoooo!!!
Irish: Pois é, depende de cada relação! Mas vocês saberão mais lá para frente. Sobre o Bruno (doutor fofura? Gostei disso! Kkk), no capítulo 39 eu explico. Kkk Beijoooo!
Guininho: Seja bem-vindo!
M/A: Ata! Ufa! Que bom! Kkkk Abraço!
afonsotico: Seja bem-vindo! Vai chegar esse momento, cara, mas está bem mais lá para frente. Obrigado! Abraço! Obs. Continua aí com a gente, não deixa mais de comentar não, viu?
ale.blm: Kkkkkkk Tá, já parei! Kkkk (Doutor amor? Kkk Gostei disso também!) Pois é, mas foi ele quem escolheu isso! Esse 15 francês é um daqueles livrinhos de bolso? Aqueles que a gente leva para viagem? Eu particularmente não gosto de trabalhar com esses livros, eu acho que eles mais atrapalham do que ajudam, mas depende da forma de como cada professor ensina, né? Nas minhas aulas o que predomina é a conversação. Quanto aos cantores, eles se chamam: Zaho e M. Pokora, são muito bons! Beijo!
Gabee: Poxa, não foi dessa vez que ele se declarou. Kkkkk Êêêêêê, que bom que estás amando! Beijão!
mille***: Verdade! Sem essas porradas qualquer vento pode nos derrubar, nós aprendemos muito mais errando do que acertando. A Jujuba ainda vai aprontar bastante. Quanto ao Bruno, fica atenta ao capitulo 39 hahahaha. Beijoooooo, linda!
Gente, meu email caso queiram falar comigo é: antoineguimett@yahoo.fr. Eu responderei os e-mails com todo o carinho.
Bom domingo a todos! Até amanhã!