Eu disse olhando fixo para aquela cena, enquanto descia do carro. Caminhei por entre os carros, ignorando as buzinas irritantes e parei a alguns metros diante deles.
Perdi eles de vista por um instante e quando meus olhos voltaram à aquela cena, só vi a Debora parada perto da entrada do local, como se estivesse esperando alguém. Me aproximei sem pensar muito no que dizer, mas ciente que tinha que tirar aquela história a limpo.
- Debora?
Ela me olhou surpresa, para em seguida abrir um sorriso.
- Biel? O que você está fazendo aqui?
Eu abaixei a cabeça para pensar em algo para dizer naquela enrascada.
- Eu tava passando por aqui e pensei ter visto você e o Bernardo. Resolvi parar pra cumprimentar.
- Ah ta, achei que você também ia na festa. O Bernardo esqueceu os convites no carro, mas já ele volta. Por que você não o espera?
- Na verdade eu só tava só de passagem mesmo. Vocês dois? É... Vocês estão juntos?
Ela fez uma cara de quem não estava entendendo a pergunta, mas mesmo assim respondeu.
- Claro Biel, que pergunta é essa?
Eu abri a boca pra falar qualquer coisa, mas minha voz não saiu. Eu só sorri e abaixei balançando a cabeça, não acreditando o quanto eu tinha sido idiota de acreditar nele.
- Eu fico feliz por vocês, Debora. Vocês fazem um casal bacana. Eu tenho que ir e...
- Biel?!
Eu ia me despedindo, mas fui interrompido pelo Bernardo. Olhei para a cara dele, vendo o espanto evidente ali.
- Oi Bernardo, eu tava passando por aqui... Que coincidência, né? Mas eu não vou atrasar vocês, não. Só vim mesmo pra cumprimentar e até falei com a Debora que acho vocês dois um casal bonito.
Eu disse ironicamente olhando bem nos olhos dele, que ficou imediatamente sem graça com aquela situação.
Virei as costas e comecei a andar, mas um pouco antes de atravessar a rua senti uma mão segurando meu braço.
- Espera, deixa eu te explicar.
Eu olhei pra ele e puxei o braço, fazendo-o me soltar.
- Não tem o que explicar, Bernardo. Só não entendo porque mentiu pra mim.
Ele abaixou a cabeça para logo depois me olhar com um semblante desconsertado.
- Eu ia terminar com ela. Eu só estava esperando as coisas firmarem entre a gente. Eu ia fazer isso ainda essa semana...
- Chega, Bernardo! Você sabe muito bem que eu odeio mentira. Eu não to bravo com você, eu to decepcionado. A verdade é que eu e você já acabamos faz tempo.
- Não Biel, não fala assim. Você me ama e eu te amo também. Eu sei que eu errei, meti os pés pelas mãos, mas se você me der uma chance eu...
- Eu já te dei muitas, Bernardo. Só que em meio as suas mentiras e as suas atitudes, o sentimento que tinha por você foi se modificando, perdendo a força e hoje não passa de um carinho. Eu sinto isso, só não sabia como te dizer.
- Ah ta! Vai negar que quando eu te toco o seu corpo não estremece, que você não sente nada?
- Eu não preciso negar, mas eu to te falando do sentimento, de amor. Eu não sinto mais o que eu sentia por você. Passou... Infelizmente não existe mais nada que me faça querer continuar. Ás vezes precisou dessa última gota pra eu me dar conta disso. Fica com a sua namorada, tenta ser feliz com ela. Me esquece, porque não dá mais.
- Biel, por favor...Eu sei que eu errei..
- Não, Bernardo. Sério, não é por isso. Isso foi só mais um motivo, mas acabou já faz tempo. Eu te desejo tudo de bom na sua vida e sei que nem amigos a gente vai conseguir ser depois de tudo isso, mas eu também não me arrependo de nada do que fizemos. Foi especial e mudou a minha vida. Só que ninguém vive de passado.
Ele olhou triste, mas percebeu que não tinha mais o que fazer.
- Volta pra ela.
Eu disse, dando um tapinha camarada em seu ombro.
Virei as costas e continuei andando. Passei pelo carro e o Kadu novamente buzinou, mas eu precisava caminhar um pouco. Sentei embaixo de uma arvore num lugar mais isolado. Olhando pro céu eu pensei em tudo. Um filme foi se passando na minha cabeça: O primeiro beijo, a primeira vez e tudo mais que aconteceu. Os momentos felizes, as brigas e todo o resto.
Não sei dizer quanto tempo fiquei ali, mas só levantei quando realmente me dei conta de estava encerrando um ciclo da minha vida. Me levantei quando senti que estava preparado pra isso. Levantei como a quem se obriga a levantar e seguir em frente, pois era isso que eu iria fazer. Com uma paz imensa no coração, me levantei e voltei pra casa.
Lá eu contei tudo pro Kadu, que mais uma vez me apoiou e ouviu. A partir daquele momento sabia que tudo seria diferente.
Os dias se passaram e se transformaram em semanas e até mesmo em meses. Ele tentou me procurar no início, mas desistiu quando se deu conta que não tinha mais volta. Uma hora o coração mesmo dá indícios que é a hora de parar.
Num final de tarde ensolarado, fui correr no parque e avistei um rapaz levando um tombo praticamente na minha frente. Corri para ajuda-lo, mas quando ele virou o rosto eu o reconheci.
- Hey cara, ta bem? Machucou?
Eu disse tocando de leve seu ombro.
- Eu to bem, só me ralei.
Ele falou ajeitando o boné virado pra trás. Ajudei-o a se levantar e me certifiquei que apesar do machucado no joelho, ele estava bem.
- Pow cara, acho que quebrou a roda.
Eu disse indicando a peça parcialmente destruída.
Os olhos azuis se fixaram em mim, para depois comprovar a destruição do skate.
- É...Droga.
Falei que era melhor ele cuidar daquele ferimento e ele foi até ao banheiro lavar o joelho. Fiquei de olho no skate, sem nem saber o porquê, visto que aquilo estava mais para sucata do que qualquer outra coisa. Quando ele voltou, fez a menção de pegar o skate e se despedir, mas eu o interceptei.
- Valeu por me ajudar, eu vou indo nessa.
- Ei espera. Eu te conheço... Seu nome é.. A..A A...
- Allan.
- Isso! Allan. Você morava na rua de atrás, não é isso?
- Isso mesmo.
- Você não deve nem lembrar mais de mim, eu sou quantos anos mais velho que você? Você tem quantos anos agora?
- 17 e sim, eu lembro de você Gabriel.
Fiquei um pouco sem graça dele lembrar até o meu nome, mas sorri.
- Você sumiu de lá, né?
- Sim, meus pais se mudaram e agora resolveram voltar. Meu pai é militar e as vezes tem essas mudanças.
- Entendi. Bom, você deve ta meio deslocado ainda depois de tanto tempo fora. Se você quiser que eu te leve pra conhecer os lugares, te apresentar algumas pessoas... é só falar.
Ele me olhou um pouco tímido, mas logo abriu um sorriso.
- Vai ser legal sim. A gente pode combinar uma saída.
Trocamos números de celular e ficamos de marcar alguma coisa. Nos despedimos com um aperto de mão e cada um seguiu o seu caminho.
Se passaram alguns dias, mas obviamente não liguei. Não curto ligações e nem tinha o que falar. Acabei esquecendo.
Em uma noite eu sai com alguns amigos para um barzinho no qual sempre nos encontrávamos e no caminho para o banheiro, dei de cara com ele.
- Hey man, você por aqui?
- Oii rs. É, uma amiga me chamou.
- Ah legal e o joelho?
- Ta bom já.
Ele disse sorrindo. Fiquei mudo, meio sem ação. Ele falou:
- Bom, eu vou voltar pra mesa...Minha amiga ta sozinha.
- Ah, claro, vai lá. A gente se fala.
Também voltei para junto dos meus amigos e a noite transcorreu tranquilamente. Quando estava no caixa pagando a conta, reparei que ele estava meio cambaleando e na hora constatei que ele não estava no seu juízo normal. Alcancei ele antes que ele pudesse atravessar a rua.
- Ei Allan! Calma, espera ai. Você ta bem?
- To sim..
- Eu acho que não, hein? Quer uma carona?
- Não, Gabriel. Eu to bem, eu pego um taxi.
- Para cara, não me custa. Vem, meu carro ta logo ali.
Eu praticamente fui encaminhando ele, cuidando para que ele não tropeçasse ou algo do tipo. Entramos no carro e o silêncio ficou incomodo. Ele ficava o tempo todo olhando para a janela e eu já estava achando estranho aquele comportamento. Não me encarava nos olhos, parecia apreensivo.
- Allan, você é tímido?
- Sou..
Eu aproveitei a situação e perguntei.
- Eu também sou mega tímido e bem fechado. Só que você parece é além do normal, como se algo te assustasse. É comigo isso?
Ele me olhou de relance e logo desviou o olhar. Eu tive a certeza que eu precisava. Claro que ele lembrava e sentia vergonha ou mal estar pelas coisas que aconteceram no passado.
Há anos atrás, nas brincadeiras com os garotos da rua, rolaram os famosos “troca a troca”. Eu era do grupo dos mais velhos e o Allan era um dos mais novos. Uma vez eu estava numa casa em construção que os garotos usavam como uma espécie de sede da garotada e claro que sempre tinha revistas de mulheres peladas para que a punheta rolasse solta.
Lá também era o lugar onde os moleques traziam os outros para fazer essas brincadeiras mais apimentadas. Eu nunca participava e minha timidez me impedia até de participar da punheta coletiva, mas justamente nessa noite os meninos tinham levado uma garrafa de vodka e baralho para podermos jogar. Naquele lance de quem perde toma uma dose, quem ganha toma duas e assim por diante, eu fiquei bastante alterado. Vi o Allan num canto da casa sozinho, provavelmente aguardando o colega que se encontrava no andar superior da construção com outro garoto.
Fui atrás da casa para mijar porque era uma parte mais isolada, sem tanta bagunça. Quando terminei, percebi que o Allan tinha me seguido e estava me observando. Guardei meu pau dentro da bermuda e indaguei:
- O que você ta fazendo aqui? Ta me espiando, é?
Ele ficou um tanto sem graça, mas não recuou.
- Estava.
- E porque você fez isso? Ta louco, moleque?
Ele se aproximou de mim, com um certo receio.
- Deixa eu te chupar?
Eu arregalei os olhos, como se não tivesse ouvido o que ele falou.
- O que?!
- Deixa eu te chupar, por favor.
- Cara...olha eu não sei o que você ta achando, mas procura outro porque eu não curto essas coisas não.
Ele se aproximou mais um pouco, com cuidado.
- Eu não quero outro. Deixa, por favor? Ninguém vai saber, eu prometo que não conto. Eu sempre quis te chupar. É só chupar. Deixa, por favor?
- Mas você é muito novo moleque. Não rola, sério.
- Por favor...
Ele disse se aproximando mais até ficar na minha frente.
Eu não disse nada. Fiquei paralisado enquanto ele não sentindo mais resistência, foi abrindo novamente a minha bermuda, colocando meu membro pra fora e chupando avidamente. Era um pouco desajeitado, parecia um tanto esfomeado fazendo com que doesse às vezes, mas não posso negar que a sensação foi incrível. Prendi o ar para não gemer na hora que o gozo se anunciou e afastei seu rosto para que não inundasse sua boca com o meu leite, mas ele segurou meu pau fazendo com que eu esporrasse na sua cara inteira.
Fiquei sem ação. Meio ofegante e assustado, mas ele não pareceu se importar. Pelo contrário, a sua cara de satisfação era gritante. Guardei novamente o pau dentro da bermuda e fui embora. Estava desconcertado com aquilo, por mais que visse os outros garotos fazendo e por ter sido só uma chupada, eu não via as coisas assim.
Numa outra noite que eu estava lá mijando, e mais uma vez o flagrei se aproximando. Sabendo das suas intenções, eu já o repreendi:
- Não. Não vai acontecer de novo.
- Por favor, Biel. Eu quero tanto.
- Cara, se você gosta de chupar, procura um dos outros moleques. Eles vão adorar traçar uma tetéia como você.
Eu falei querendo ofendê-lo pra ver se o dissuadia daquela ideia.
- Eu não gosto de chupar, mas eu adorei te chupar. Deixa vai...
Ele disse se aproximando.
Eu estava com um tesão filho da puta naquela noite e acabou rolando de novo. Dessa vez ele caprichou mais e eu quase fui na lua com aquela chupada. Gozei em jatos, os quais ele engoliu prontamente, me surpreendendo.
Depois daquele dia, evitei ir até a sede. Me sentia culpado e confuso com aquela situação e não queria que ela evoluísse para nada que eu não quisesse. Ele era muito novo e com certeza fazia isso com outros garotos e na aquela época fiquei até com medo de doenças. Fora que era hétero convicto.
Pouco tempo depois ele se mudou e eu nunca mais o tinha visto, até alguns meses atrás.
Agora com ele dentro do meu carro, a situação era no mínimo constrangedora. Sabia que assim como eu ele lembrava daquela época e podia ser isso que o deixasse tão sem graça que ele não conseguisse me olhar direito. Ainda aguardava a resposta pela minha pergunta, quando parei o carro em frente à sua casa. Como ele não respondeu nada, resolvi falar mesmo com muita vergonha:
- Olha Allan, se você ta assim por aquelas paradas que aconteceram há um tempão atrás, isso é passado. Coisa de moleque, não pira com isso.
Ele ficou mudo me olhando com aqueles imensos olhos azuis. Ainda mantinha as feições de menino, mas a barba rala no rosto denunciava que os anos tinham passado. Ele com certeza era um dos garotos mais bonitos que eu já vi. Uma beleza quase angelical em um rosto perfeito. Os cabelos castanhos caiam lisos pela testa e as sobrancelhas escuras e densas pareciam desenhadas naturalmente.
- Eu não quero falar disso.
Ele disse seco.
- Tudo bem, eu só quis te tranquilizar porque...
- Se meu pai sabe, eu to ferrado. Ele é militar e nunca aceitaria.
Ele me interrompeu demostrando ansiedade.
- Ah, claro. Como eu disse, ficou no passado. É besteira de adolescente. Só acho que você podia ter tomado cuidado...sei lá, nunca se sabe, ne?
Ele se ajeitou no banco e soltou o ar que parecia estar prendendo nos pulmões há bastante tempo.
- Eu nem sabia o que estava fazendo direito. Era curioso e tava naquela fase de se descobrir. Um amigo meu fazia direto e eu meio que fui na onda, mas nunca gostei. Os mais velhos me forçavam e até ameaçavam.
- Mas eles te violentaram ou coisa do tipo? Você chegou a...
- Não! Não.. Isso não. O máximo foi chupar mesmo e ainda sim eu não gostava. Era forçado com a ameaça deles espalharem ou coisa do tipo.
- Ah...entendi. Eu não te forcei..
Eu falei com cuidado e ao mesmo tempo cheio de vergonha.
- Não. Você não. Diferente dos outros, você eu quis. Não me arrependo.
Na hora senti um calor subindo pelo meu rosto e sabia que estava ficando vermelho, e agradeci por estar escuro dentro do carro e ele não ver.
- Bom, você ta entregue. Rs. Boa ressaca amanhã, rs.
- Valeu pela carona.
Ele disse meio sem graça, mas com os olhos fixos em mim. Ficamos assim em silêncio, com os olhos um no outro sem ação. Eu estava esperando ele descer do carro, mas ele não o fazia e por outro lado, nem eu sabia o que fazer. Até que ele abriu a porta e se foi.
Fiquei ainda um tempo parado, atordoado. Liguei o carro e voltei pra casa.
No dia seguinte tinha uma mensagem dele no meu celular agradecendo pela carona. As mensagens se tornaram mais frequentes, até que trocamos MSN. Ficávamos horas conversando sobre os mais diversos assuntos e nos encontrávamos muito pouco, praticamente casualmente sem que combinássemos. Apesar de morarmos na mesma cidade, parece que por ali nos sentíamos mais seguros para conversar, sem constrangimento.
Semanas se passaram. Um sentimento estranho começava a nascer, embora eu não soubesse dizer o que era. Não me sentia seguro a fazer nada, nem tomar qualquer iniciativa. Ele não sabia de nada que tinha acontecido com o Bernardo e eu achava melhor assim. Pra ele eu era somente um cara hétero, enquanto ele eu não tinha tanta certeza.
Um dia ele me chamou pra conversar. Nos encontramos num parque e sentamos embaixo de uma arvore. Ele estava sério e não quis rodeios.
- Ta bom, eu vou ser direto. Eu vou me mudar de novo. Meu pai foi transferido e eu já sabia que isso ia acontecer tanto que nem fiz o vestibular aqui.
Olhei pra ele um tanto surpreso e perguntei:
- Mas você me falou que não ia fazer porque estava pensando ainda sobre a área que cursar e não porque ia se mudar. Você mentiu pra mim?
- Não, Biel. Quer dizer..em partes. Eu sabia que tinha riscos do meu pai ser transferido, mas eu achei que pudesse dar um jeito... mas como? Eu não trabalho, sou dependente... eu não tenho opção.
Eu olhei pra cara dele sem acreditar naquilo.
- Quando?
Ele abaixou a cabeça e falou:
- Semana que vem.
- O que????! Allan, como você me fala uma coisa assim dessa maneira?
- Biel, eu quis falar mas eu travei, sabe? Por várias vezes eu pensei em tocar no assunto, mas o papo tava tão bom e eu juro que eu tinha esperanças de não ir. Só que essas mudanças são repentinas mesmo. Temos que ir rápido...
- Cara eu, achei q a gente fosse amigos...
- E somos.
Ele disse com um semblante triste.
- Não somos! Como você pode me esconder algo assim. Você vai se mudar semana que vem...Meu Deus, pra onde você vai?
- Pará...
Eu levantei na hora que ouvi aquilo. Sai caminhando, pisando fundo, irritado com aquela conversa. Senti ele atrás de mim.
- Biel, por favor...
- Não! Não fala nada. Vamos aproveitar que você ta indo e vamos encerrar aqui.
- Não, por favor! Somos amigos e eu gosto muito de você. A gente pode dar um jeito e continuar se falando...
Eu virei e olhei pra ele.
- É isso que você quer? É isso que a gente vai ficar fadado? Um em cada extremo do país?
Ele me olhou sério e triste ao mesmo tempo.
- Biel, não existem amigos em outros cantos? Não podemos levar a nossa amizade além de uma fronteira?
Foi ai que me dei conta que realmente tudo não se passava de uma amizade, mas porque que pra mim parecia algo a mais? Porque meu coração estava tão apertado? Porque eu tava me sentindo daquela maneira? Na mesma hora senti raiva de mim por estar me sentindo daquele jeito e dele por estar indo embora.
- Olha só, Allan. Eu não quero mais. Não quero sua amizade, não quero porra nenhuma! Boa viagem e boa sorte na sua vida. Não me procura mais e eu também vou fazer o mesmo.
- Não, Biel. Por favor. A gente pode pensar em algo, mas não me deixa assim.
- Me esquece!
Virei as costas e fui embora.
Claro que os apelos dele foram insistentes, mas fui irredutível. A verdade que a partida dele me machucava e eu não sabia como lidar com aquilo. Fiquei isolado e incomunicável durante toda aquela semana e fiquei sabendo pelos outros que ele tinha partido. Era um sentimento difícil de se descrever. Uma saudade do que não foi vivido, uma ligação que não tem explicação.
Depois de uns dois meses sem contato algum, recebi uma mensagem no meu celular que me sobressaltou. Era ele perguntando se eu estava bem e dizendo que queria muito conversar comigo. Pensei por alguns minutos...ou melhor, nem pensei. Respondi a mensagem e novamente voltamos a conversar. No começo foi estranho, com resquícios de mágoa e uma timidez velada. Aos poucos tudo foi voltando ao normal.
Fizemos um Skype e apesar de não rolar chamadas de vídeo ou coisa do tipo, conversávamos todo dia. Só então tive coragem de contar toda a história do Bernardo e do Kadu. O sentimento foi acontecendo, sem que a distância fosse impedimento de algo. Fomos descobrindo uma forma só nossa, única e intensa de se relacionar. Quando nos demos conta, estávamos completamente apaixonados e resolvemos viver aquele amor.
Mas isso é uma história para outro conto.
Fim...
Hey galera,
Nossa quanto tempo, hein? Sim, eu sei que muitos devem estar com muita raiva de mim e outros já puxaram minha orelha por aqui e por email, mas as coisas acontecem e muitas aconteceram me impedindo de escrever. Por um lado foi bom porque adiei a despedida, mas foi ruim porque eu deixei vcs muito tempo esperando. Porém, como tudo tem um fim, ai está o meu. Claro que com quê de continuação, mas era mais fácil escrever um livro do que contar tudo aqui. E como minha vida é enrolada demais, Consultorias por aí, não podia deixar vcs esperando mais.
Como eu já falei aqui, tudo isso tem alguns anos atrás. Para o conhecimento geral, eu e o Bernardo não nos falamos mais, somente nos vemos muito de vez em quando e não somos nada além de cordiais um com o outro. Acho que um relacionamento acaba, mas fica o respeito, né?
Eu e o Kadu moramos juntos até hoje, mas não rola mais nada entre a gente. É uma amizade profunda que se tornou ainda mais forte depois de tudo que vivemos. A gente entendeu que não fomos feito pra ser um casal, mas sim amigos e parceiros e isso é o que a gente faz de melhor. Ele sabe do conto e adora o comentário de vocês.
O Allan é uma pessoa que eu tive um envolvimento muito intenso e especial. Nós tivemos toda uma historia e isso com certeza é papo pra outro conto, mas temos contato até hoje. Não, não vou falar de qual tipo. Kkk
Quero agradecer de coração todo carinho de vcs. Nossa, qdo resolvi escrever, nem por um minuto eu imaginei isso. Todas as mensagens, todos os e-mails. Foi excepcional e com certeza foi uma experiência que mudou a minha vida. Conheci pessoas maravilhosas que eu levei pra minha vida e outras que eu me decepcionei, mas faz parte. Na vida quando a gente se propõe a viver qq coisa, sabemos dos riscos e se a gente se machuca, temos q tirar o aprendizado daquilo.
Meu muitíssimo obrigado a todos. Vcs foram maravilhosos. Eu li e respondi todos os e-mails. Quem quiser trocar uma ideia, to ai. biel.sabatini@yahoo.com.br . Só por favor, sem putaria e sem fanatismo. Só sou um cara, comum dentro de toda a minha complexidade. Não sou ator pornô, nem astro, porra nenhuma. Quem tiver na paz e quiser chegar, estamos ai. KKK
Não vou prometer voltar galera, porque não se sabe o dia de amanhã, mas saibam que vou sentir falta de tudo isso daqui, nem q seja por hora. Se quiserem mais, é só pedir.
Um abraço mega carinhoso.
(gabsm, peu_lu, Lala', M/A, ale.blm, Noni, Jhoen Jhol, Potterhead, Safirynha, »Wal«, Nizan, LUCKASs, L.P, Drica Telles(VCMEDS), Lukas. (Lukinhas), Negaah, Plutão, rb_pr, Biel Evans, Revenger, Melk Serra, juniormoreno, Arthurzinho, gatinho02, love31, guihga, Geomateus, Amygah22, kaduNascimento, kadu...%, enailil, Ru/Ruanito, Rafaah, Rôh, Drago*-, Monster, Petricky, DW-SEX, $Léo$;), Agatha28, Lipe*-, Vi(c)tor, rewfew, André Cardozo, indeciso)
Sei que faltaram muitos, mas peguei por aqueles que comentarame votaram no ultimo.
Vou tentar responder a qualquer coisa por email ou até mesmo por ai.