- Precisamos conversar Joe.
Andre me olhou com olhos que eu nunca havia visto antes. Seu olhar era vazio, parecia ate outra pessoa. Ele estava pálido, definitivamente aquele não era o Andre que conhecia.
Sua fisionomia parecia a de alguém que tinha sofrido muito, não dores físicas, mas de alguém, que tinha sido diversas vezes humilhado e escorraçado.
Provavelmente seu pai, seu Fernando, deve ter feito da vida dele um inferno naquela semana que tinha se passado. Olhei para Andre, mas não conseguia ver uma sombra do que ele era pouco tempo atrás.
- Claro Andre, pode falar! – disse eu do jeito mais sincero possível
- Aqui não, depois da aula, pode ser? – Perguntou Andre.
- Sim, claro, depois da aula, sem problemas. – falei aflito.
A aula transcorreu relativamente bem, Andre não se pronunciou o tempo todo, disfarçando com a desculpa de que ainda estava se recuperando.
Ao final da aula, esperei Andre no portão do colégio, todos os alunos haviam saído e Andre foi um dos últimos a cruzar o portão.
Fui em direção dele, esperançoso de que conseguisse ao menos, faze-lo se animar um pouco.
- E então? Vamos conversar? – perguntei a Andre.
- Não aqui, e perigoso, vamos ao shopping, pode ser? – falou Andre.
Achei aquilo estranho. Perigoso? O que poderia causar perigo?
Andre olhou para todos os lados e pediu para que eu o seguisse.
Fizemos um caminho totalmente diferente do usual. Fizemos um caminho bem maior do que estávamos habituados a fazer para irmos ao shopping. O Colegio era bem próximo, levaria pouco mais de 15 minutos a pe para chegarmos, mas pelo caminho que fizemos, levamos quase meia hora. Chegamos ao shopping e ficamos andando de um lado para o outro, Andre permaneceu calado a maior parte do tempo e eu já começava a ficar agoniado com aquilo.
- Qual foi Andre? Você queria falar comigo e agora fica nesse anda e não anda e não fala nada... desembucha cara! – falei apreensivo
- Eu to sem graça de falar Joe. Não sei como falar com você, nem como perguntar coisas pra você! – falou Andre.
- Ai meu deus, desde que a gente se conhece a gente nunca teve segredo um com o outro, fala logo! Tem algo pra perguntar pergunta, mas não me deixa nesse sofrimento cara ! – falei quase chorando
- Meu pai comeu você? – perguntou ele com os olhos cheios de lagrima
Aquela pergunta bateu na minha cara como se eu tivesse recebido uma tijolada. Automaticamente, as memórias daquela noite infame retornaram a minha mente, eu que tinha lutado durante todo aquele período pra tentar esquecer o que houve, tinha novamente aberto as feridas que seu Fernando tinha feito em mim.
Pra deixar claro, sim, seu Fernando me estuprou, não há como eu dizer qualquer coisa oposta a isso, mas o estupro em si, não foi o que mais me perturbou. Não foi o ato dele ter me penetrado ou me obrigado a fazer coisas nele que haviam deixado minha cabeça aflita naquela ultima semana, e sim, minha preocupação com Andre. Aquilo pra mim estava sendo o pior, eu estava sofrendo, por que não estava tendo noticias dele e tinha medo, de seu Fernando fazer a mesma coisa nele. E o pior, todo dia.
- Vamos procurar um lugar mais reservado pra conversar? – falei amuado.
Fomos ate o elevador do shopping e de la, nos direcionamos para o estacionamento do ultimo andar, como era dia de semana, geralmente aquele andar estava vazio ou com quase ninguém pra nos olhar.
Saímos do lobby do elevador e nos sentamos numa mureta que divide a entrada do elevador para as vagas dos carros, naquela hora, apenas um vigia em uma motocicleta passou por ali pra fazer uma ronda, mas ao ver que so estávamos conversando, não nos abordou nem nada e continuou com a ronda dele.
- E então Joe. – começou Andre – Meu pai te comeu???
- S-Sim. – respondi baixo – M-mas não e pra você ficar preocupado com isso! – continuei
- Como assim cara, como não vou ficar preocupado? – falou Andre nervoso – Meu pai te estuprou, e você diz que ta tudo bem?
- Eu sei o que ele fez ta! – respondi nervoso – Mas isso eu posso esquecer, e com você que eu to preocupado!
- Comigo?!?!? – falou Andre surpreso
- Sim, comigo foi so daquela vez, como punição dele por ter feito o que fiz com você! Não culpo seu pai, acredito que ele tenha feito aquilo por raiva e não por querer, já perdoei! – falei choroso – Mas e você? Você era com que eu me preocupava, fiquei preocupado com o que ele poderia fazer com você!
Andre, abaixou a cabeça e pude ver as lagrimas saírem do seu rosto, imaginei mil coisas na hora e perguntei.
- Ele te estuprou Andre? – perguntei aflito
- Não! Não! – respondeu ele – ele não fez nada disso.
Nessa hora fiquei mais aliviado. Pelo menos sabia que fisicamente, ele não tinha sido abusado.
- Quando chegamos em casa no domingo – começou Andre – ele não fez nada, simplesmente me trancou no quarto e pude ouvir os berros dele com a minha mãe.
Ele respirou um pouco e continuou.
- Logo em seguida os gritos aumentaram e vi que os dois estavam em pe de guerra, acho que meu pai culpava a minha mãe pelos meus gostos ou algo assim. – falou Andre continuando – acho que como ele nunca ficou muito em casa por causa do trabalho, ele culpa minha mãe por gostar do que eu gosto.
Naquela hora, nos dois não tínhamos muito o que falar, ficamos apenas nos olhando, não sabíamos o que falar um pro outro. Éramos amigos, ate um pouco mais do que isso, mas naquele momento, não sabíamos o que dizer um para o outro.
- Eu vou embora do rio – falou Andre
Aquilo me pegou de surpresa.
- Meu pai disse que não agüenta mais olhar pra minha cara – continuou – vou embora no fim da semana, vou ir morar com meus tios no Paraná.
- C-Como assim? – falei indignado – Você vai embora, assim, sem mais nem menos? E a escola?
- Se dependesse do meu pai, eu iria morar na rua. – falou Andre com lagrimas nos olhos – ele disse que preferia que eu morresse do que virasse viado.
- Seu pai e um grosso! – respondi sem ter mais o que dizer
- Minha sorte e que minha mãe foi mais compreensiva, então ela conseguiu falar com minha tia, que e Irma dela, explicou a situação e minha tia deixou que eu fosse morar com eles. – continuou Andre – Vou perder esse ano, mas pelo menos eu fico longe do meu pai.
- E eu? Como eu fico? – retruquei
- Você? – ele me olhou
Andre desceu da mureta e chegou perto de mim. Olhou para os lados, e abriu a braguilha da minha bermuda.
Comecou a me chupar ali mesmo. Com vontade, com tesao, com paixão.
Me entreguei a ele, naquela ultima vez. Desci da mureta e abracei Andre.
Olhei para os lados e vi uma placa de banheiro. Me recompus, peguei Andre pelas mãos e fui ate com ele la. Olhamos em todos os boxes e não tinha ninguém. Fechamos a porta do banheiro e nos dirigimos para o ultimo box.
Sentei no vaso e abri a calca de Andre, novamente seu pau estava na minha frente. Peguei ele carinhosamente, e comecei a beija-lo ate que ficasse endurecido, e então comecei a chupa-lo. Chupei ele com toda a forca e vontade que podia, aquela seria a ultima vez. Chupei sua cabecinha, linguei sua glande, chupei seus ovos, passei minha boca por todo o membro de Andre, quando vi que estava bastante úmido, baixei minha bermuda e me virei pra ele.
Pela primeira vez em todo o nosso curto caso, essa foi a primeira vez que falei assim com Andre:
- Come sua putinha, come! – falei com lagrimas nos olhos.
- Como! – respondeu Andre choroso.
Andre me penetrou, me comeu e ao mesmo tempo em que me enrabava, que abria minhas preguinhas e colocava seu membro rijo em meu interior, me abraçava e chorava, podia sentir suas lagrimas em minhas costas.
Andre continuou bombando e quando senti que ele ia gozar, tirei o pau dele do meu cuzinho, me ajoelhei e pedi.
- Goza na minha boca! – falei
Andre me olhou e por fim, gozou, jogou toda a sua gala em minha boca e com aquilo, finalmente pude tirar o gosto amargo do pau dele da boca e novamente me sentir bem comigo mesmo.
Após isso, Andre so me olhou, se recompôs e falou.
- Tchau Joe.
Andre me olhou mais uma vez e saiu dali. Vi que ele estava chorando.
Eu também não consegui fazer muita coisa, so pude me recompor e ficar sentado no vaso, olhando para o nada e pensando no que iria fazer dali em diante.
Andre tinha mudado minha vida, pelo menos, o modo como eu via ela.
Não corri atrás de Andre e respeitei sua vontade de sair dali sem maiores despedidas. Tivemos nosso ultimo encontro. Nossa ultima foda.
No dia seguinte, a coordenadora pedagógica foi para a nossa turma e nos contou que Andre precisou ir para o Paraná por motivos de saúde.
As perguntas ficaram no ar e todos queriam entender o que havia acontecido, eu já tinha entendido e me flagrei dando um sorriso no conto da boca.
Minhas memórias sobre o Andre ficaram pra sempre, deixei de lado os acontecimentos daquele terrível fim de semana e me foquei nos bons momentos com ele.
Agora era tocar a vida e aguardar o que vida me esperava dali em diante.
Continua...
Se alguém do RJ tiver interesse em conversar ou trocar e-mails ou algo mais, vou deixar aqui embaixo meu e-mail. Aguardo o contato de vocês e ate o próximo conto...
joe.silva.rj@outlook.com