Boa noite galerinha,
Venho escrevendo esse conto há algum tempo, mas estava sem coragem de publicá-lo. Esse é um dos meus primeiros contos no site, então me desculpem pelos erros de ortografia e coisas do tipo. Espero agradá-los e, assim como o meu outro conto, tentarei fazer as postagens aos domingos, na parte da noite. Aproveitem e até domingo que vem! Não se esqueçam de comentar o conto, o feedback de vocês é realmente muito importante.
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Hey, Life. S01E01
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É impressionante observar como a vida, mesmo com seus trancos e barrancos, é surpreendente. Nem tudo foi como esperado ou planejado. Na verdade, aprendi que fazer planos nem sempre é o mais interessante, principalmente quando eles não dependem só de você para se realizarem. Mas, aqui estou eu, indo para o primeiro dia de aula do primeiro semestre da faculdade, na minha antiga cidade, com meus melhores amigos, Lucas, Luiza e Rafaela.
Acabei de passar para o curso de Biomedicina na universidade federal que tem aqui na minha cidade, a ansiedade e o nervosismo vem tomando conta de mim até o dia de hoje, a volta as aulas. Não sei muito bem como vai ser nesse ambiente diferente e novo, mas espero que seja melhor que como era na escola. Não vou dizer que sofria bullying, eu simplesmente não gostava de 90% das pessoas do meu ano e elas também não gostavam tanto assim de mim, então não tínhamos problemas.
Me chamo João Paulo Hering e já tive todos os tipos de apelidos, seja pelo meu nome, pela minha altura, pelo meu físico ou pelo meu intelecto, mas o que ficou foi “JP” mesmo( o que eu, sinceramente, acho muito bom) e tenho 17 anos. Sou baixinho, tenho 1,62m, tenho cabelos e olhos castanho-escuros, sou branco e tenho uma estrutura mais similar de um graveto do que de uma pessoa graças aos meus 55 kg. Meus maiores lazeres são estar com meus amigos e ler.
Atualmente moro com minha prima por causa da faculdade, ela se chama Carla, é um pouco mais velha que eu, tem 20 anos, bem mais alta que eu, 1,79m, é morena e tem um corpo de invejar muita mulher por ai. Ela tem uma namorada, a Renata, que de vez em quando vem aqui pra casa e fica com a gente. Ela não faz faculdade ainda, está enrolada em um curso técnico em administração.
Meus amigos e eu estávamos todos mortos, desacostumados a acordar cedo por causa das férias e acabamos nos falando muito pouco durante o trajeto e logo percebemos que já devíamos descer do ônibus pois a faculdade era realmente perto das nossas casas. Logo na entrada da universidade encontramos os quadros de horários.
- Esse professor de novo não, já é o terceiro período com essa praga! – reclamou Luiza.
- Ninguém mandou repetir na matéria dele tantas vezes! – exclamou Lucas, fazendo com que todos rissem e que eu ficasse um pouco menos nervoso – Bom, então nossas salas são a 205 e a 306, no bloco E.
- Achei minha sala, 401-D! – exclamou a Rafa, que procurava onde seria a nova sala dela.
- Ah! Achei a minha também, 204-J! – falei entusiasmado e bastante nervoso ainda.
Nos despedimos e eles seguiram para seus respectivos blocos, Luiza e Lucas faziam Serviço Social e a Rafa fazia Direito. Enquanto eu andava, meio perdido ainda, procurando onde era o bloco J, ia desvendando a faculdade e cada vez ficava mais encantado. Era um sonho realizado. Finalmente achei onde era o bloco J e a minha sala, me sentei em um dos cantos, nem tão no fundo e nem tão na cara do professor e lá fiquei. Com o tempo, outros alunos chegaram, todos com a mesma expressão de felicidade no rosto. Sentou-se perto de mim uma menina e logo começamos a conversar.
- Oi, tudo bem? – eu perguntei.
- Oi! Tudo sim e com você? – ela perguntou animada, acho que por eu ter sido a primeira pessoa a falar com ela ali.
- Tudo tranquilo comigo também! Qual seu nome? – perguntei.
- Me chamo Patrícia, Patrícia Magnoli, mas pode me chamar de Patty! E você?
- João Paulo Hering, prazer! – disse, feliz de ter feito uma colega.
Um menino, aparentemente meio tímido, que estava sentado perto da gente parecia um pouco isolado e resolvemos incluir ele na nossa conversa.
- Ei, ruivinho! Vem cá, senta aqui e vem conversar com a gente! – ela exclamou para o menino com o jeito encantador dela. Ele levantou de onde estava e se sentou ao meu lado e ela continuou – Prazer, meu nome é Patrícia, mas me chame de Patty, qual seu nome? – perguntou.
- Me chamo Eduardo, prazer! – disse o menino.
- Eu sou o João Paulo, mas JP basta! – eu disse por fim.
Ficamos conversando por um bom tempo, afinal primeira semana de aula nunca tem aula direito. É mais uma apresentação da faculdade para os alunos. Acabamos descobrindo algumas coisas um sobre o outro.
A Patty era do sul, mora numa república para mulheres que tem aqui na cidade, ela é linda, tem um corpo bem bonito e cabelos compridos e lisos, sem contar a pele branquinha que ela tem.
Já o Edu, ele morava aqui há mais ou menos 1 ano, veio pra fazer pré-vestibular e acabou ficando por aqui mesmo. Ele é o que se pode chamar de lindo, tem o cabelo ruivo, cor de fogo mesmo, cheio de cachinhos, olhos verdes, era um pouco forte e alto. Na verdade não era tão alto assim, devia ter uns 1,80m, o que fazia com que ele, comparado a mim, fosse bem alto.
Não contei para eles e nem vejo motivo em contar para os outros sobre a minha opção sexual, ou melhor, do meu gosto por pessoas e não por sexo, poucos são os que sabem de mim. Sei que parece confuso, mas na verdade é bem simples. Não vejo razão para dizer que sou gay se, em algum momento da vida, pode surgir uma mulher que me conquiste e me faça sentir desejo por ela. Claro que acredito que isso beire o impossível, mas pode acontecer, não é mesmo? Quero que eles me conheçam como pessoa antes de apresentarem algum tipo de preconceito, como muitos já o fizeram.
Durante a “aula”, que foi uma apresentação sobre as atividades da faculdade e quais trabalhos iríamos ter que desenvolver ao longo do semestre, conversamos muito pouco. Trocávamos uma frase ou outra esporadicamente. Fomos informados pelos veteranos que “invadiram” nossa sala que no final de semana haveria uma festa de recepção aos calouros na casa de um deles, teria piscina e bebida liberada.
Logo fomos liberados e como não tínhamos nada para fazer decidimos ir ao shopping tomar um sorvete e passear um pouco.
O Edu, ao contrário do que tínhamos imaginado, era muito extrovertido. Ele contava piada atrás de piada e o sorriso não saia do rosto da Patty e do meu por nenhum segundo e eu acho que ele gostava disso. Nós três estávamos nos dando muito bem. Então surgiu o assunto sobre a festa no final de semana, era quarta-feira então o dia da festa não tardaria a chegar.
- E então, vocês vão na festa? – a Patty perguntou. – Eu estou louca para ir e conhecer o resto do pessoal!
- Então somos dois com presença confirmada! – falou o Edu. Então ambos se viraram pra mim, como se pedissem uma resposta.
- Eu não sei... – respondi depois de refletir. Eu realmente queria muito ir àquela festa, seria bom para me entrosar com o pessoal, mas eu estava com medo. O maior trauma da minha vida é nadar. Não consigo, eu simplesmente travo. Nem ficar boiando eu sou capaz, entro em pânico!
- Como assim “eu não sei...”? – perguntou a Patrícia.
- Mas é claro que você vai, JP! Se for por causa de dinheiro, eu e a Patty rachamos seu ingresso e você vai com a gente, ai depois você da o dinheiro pra gente, sei lá, mas você vai sim! – disse o Edu.
- Eu vou pensar, a gente vai conversando sobre isso e eu vou me decidir. – falei, por fim, encerrando aquele assunto que já estava me deixando super amedrontado e envergonhado. Amedrontado por causa da maldita da piscina que teria lá e envergonhado por conta desse medo estúpido.
Fomos ao shopping, eles tomaram um sorvete e eu acabei optando por um Swiss Moka, uma bebida feita de café gelado de uma das minhas cafeterias preferidas. Já eram 14h e eu nem tinha visto o tempo passar, eles realmente me distraiam e isso era ótimo! Mas eu tinha que ir, lembrei que havia marcado de ir à casa da Rafa pra dar uma olhada no notebook dela que “não estava funcionando”. Passei meu número de celular para eles e me despedi correndo pois já estava bem atrasado.
O resto da tarde transcorreu bem e eu consegui resolver o problema do note da Rafa, na verdade foi bem tranquilo até, ela que é meio enrolada com essas coisas. Depois de resolver o problema no note dela, a avó dela trouxe um lanche pra gente e nós dois ficamos conversando.
- E ai, me conta, como foi o primeiro dia na faculdade? – perguntou ela toda animada.
- Foi maravilhoso! Acho que melhor impossível! Fiz duas amizades e estou me dando muito bem com eles, o Edu e a Patty. Depois quero que você os conheça, o Edu é lindo e a Patty também! Ele tem o sotaque do interior de minas que é a coisa mais linda desse universo! – falei, tudo de uma vez sem conseguir conter minha alegria. – E acho que você vai gostar deles.
- Humm, que bom! Fico feliz que você esteja fazendo amigos de cara, para algumas pessoas é realmente difícil socializar logo no começo. – ela disse, feliz por mim. – Mas e ai, qual vai ser o trote de vocês?
- Eu não sei, os veteranos foram lá e falaram que não vai ter trote e que no final de semana vai ter uma festa na casa de um deles, com direito a piscina e a bebida liberada. – falei, não muito animado e ela percebeu logo o porque.
- Ah, para com isso Jpzinho! – sim, ela me chamava assim. u.u – Você não vai deixar de se divertir com seus amigos novos por causa desse medo, né? Qualquer coisa é só você ficar longe da piscina, fica perto da churrasqueira, ou dos coolers de cerveja, sei lá! – ela falou, tentando solucionar meu problema.
- É, pode ser! – acabei me animando um pouco. – Acho que vou mesmo, se eu ficar longe da água, não tem razão para eu ter medo!
Conversamos por horas sobre as mais diversas coisas, sempre ficávamos fofocando quando estávamos juntos assim. Nos amamos, ela é a pessoa mais liberal e louca que eu conheço, sei que eu posso comentar qualquer coisa com ela, mesmo sendo a coisa mais absurda, ela vai, pelo menos, tentar compreender e não vai me julgar.
Acabei chegando tarde em casa, lá pelas 21h. Encontrei minha prima na cozinha, jantando sozinha. Logo me juntei a ela e conversamos sobre nosso dia. Ela é sensacional, eu a amo. Não nos falamos muito, afinal mau nos vemos, temos rotinas completamente diferentes, mas nos damos muito bem. Sempre apoiamos um ao outro e somos felizes morando juntos.
Depois de jantar fiz minha higiene, tomei um banho e fui me deitar. Estava cansado. Fiquei pensando em como o dia havia sido legal e em como eu havia dado sorte de conhecer a Patty e o Edu logo de cara. Aproveitei que não estava fazendo nada e entrei no facebook pelo celular e vi que haviam duas solicitações de amizade, eram o Edu e a Patty. Aceitei eles e fiquei lendo besteiras na minha timeline até cair no sonoPara aqueles que desejam, aqui está o email do conto. Sintam-se livres para me contactar por lá, se assim desejarem
hey.life@outlook.com