Acordei com uma música familiar. “Hoje tem festa no gueto, pode vir pode chegar”. O alarme deles era a mesma música irritante do meu celular.
Thiago: - Mas que... (abrindo os olhos)
Ouvi o Cesar e o Cristovão rindo no outro lado da cortina. Fechei os olhos novamente e senti uma leve pontada no meu abdômen. Meu pai não estava mais lá. Depois de um tempo quem chegou foi o Gustavo.
Gustavo: - Oi.
Thiago: - Oi.
Gustavo: - Tá bem?
Thiago: - Mais ou menos. Tirando o fato de haver um Alien dentro de mim. Fora isso tudo normal.
Gustavo: - Teu pai pediu para ficar com você aqui.
Thiago: - Olha Gustavo. Não quero ficar perto de você. Eu não consigo.
Gustavo: - Thiago. Olha. Eu... sinto...
Thiago: - Sinto muito. Eu sei disso. Sabe o que eu sei também? Eu sei que eu não consigo estar perto de você e sentir tanta indiferença.
Gustavo: - Indiferença? Eu...
Thiago: - Você sabe que sim. (chorando)
Gustavo: Eu. Eu acho melhor eu ir. (saindo)
Thiago: - Covarde.
Cesar: - Oi. (abrindo a cortina)
Thiago: - Oi. (enxugando as lágrimas)
Cesar: - Quer sorvete?
Thiago: - Não. Obrigado. Provavelmente tenho cirurgia hoje e...
Cesar: - Um sorvetinho não faz mal.
Thiago: - Realmente não precisa. (falei tentando me levantar sem sucesso)
Cesar: - Quer alguma coisa? Posso te ajudar.
Thiago: - Quero ir... ir ao banheiro.
Cesar: - Eu te levo. (chegando perto de Thiago e o ajudando a levantar)
Thiago: - Devem ser esses remédios.
Cesar: - Verdade. São fortes.
Thiago: - Demais para o meu gosto. Nossa dormi como uma pedra.
Cesar: - Problemas com o seu namorado?
Thiago: - Oi? O que?
Cesar: - Cortinas de hospitais nem sempre são confiáveis.
Thiago: - O Cristovão ouviu? Desculpa eu não quis.
Cesar: - Tudo bem. Está ok.
Na escola Kim trabalhava em seu projeto para a aula de inglês. Ela sempre preferiu fazer os trabalhos sozinha. A japonesinha era meticulosa e fazia sempre as coisas da melhor maneira possível. Bruno chegou por trás e tapou os olhos da menina.
Bruno: - Adivinha quem é?
Kim: - Espero que não seja a gostosinha da Barbará.
Bruno: - É alguém com um pouco mais de testosterona.
Kim: - Eu percebi.
Bruno: - Você ficou chateada com o meu comentário?
Kim: - Não.
Bruno: - Ei bebê. Eu quero muito ficar com você...
Kim: - Bruno. Eu não sou idiota. Eu sei que você tem vergonha de mim.
Bruno: - Para de bobagem Kim.
Kim: - Pensa que eu não ouvi quando os teus amigos perguntaram se a gente tava junto...
Bruno: - Kim. Princesa. Olha.
Kim: - Bruno. A gente desde o começo foi um erro. Acho que devemos parar de nos ver.
Bruno: - Kim?
Kim: - Eu não estou disposta a passar por isso. Se você quer namorar comigo... vai ter que eventualmente contar para todos.
Bruno: - Então você decide? Eu não tenho opinião.
Kim: - Claro que tem. Claro que tem. Mas eu não posso ficar desse jeito. Antes de você querer algo comigo, precisa realmente saber se tem ou não vergonha de mim. (saindo da sala)
Bruno: - Droga.
Durante a aula de artes, Suzana decidiu anunciar para os alunos as novidades para o baile de Junho.
Suzana: - Queridos colegas, amigos e conhecidos. Esse ano vamos ter a eleição do rei e rainha do baile. E eu quero dizer que euzinha, Suzana, estarei concorrendo a uma das vagas. Colocamos um informativo lá fora e quem quiser participar basta assinar, mas lembre-se. A concorrência vai ser.... eu! (batendo palminhas)
Ludmila: - Sério. (olhando para o Bruno) – Quando penso que ela não pode piorar, ela cava um buraco mais fundo.
Bruno: - Lembra quando ela me obrigou a usar aquele paletó rosa na festa de 15 anos dela?
Kim: - Não fui convidada.
Ludmila: - Ainda bem. Perdeu um show de egocentrismo.
Suzana: - Votem em mim. Votem em mim. (sentando) – Aí. Vocês vão me ajudar na minha campanha para ser a primeira rainha do baile de Agosto.
Ludmila: - Oh Deus. Ela disse isso mesmo?
Meu pai chegou em casa correndo, tomou banho e estava preparado para ir ao hospital quando encontrou Gustavo sozinho na sala.
Hélio: - Tudo bem? (sentando ao lado do Gustavo e calçou um dos sapatos)
Gustavo: - Seu Hélio. O senhor já decepcionou uma pessoa que amava muito?
Hélio: - Várias vezes. (amarrando o cadarço)
Gustavo: - E como o senhor resolveu essa situação?
Hélio: - Dependia muito. Algumas vezes foram com flores... outras chocolates... é alguma garotinha da escola?
Gustavo: - Quase isso.
Hélio: - Olha. O primeiro passo é admitir o erro, depois o tempo é responsável por fechar as feridas. (colocando o outro sapato)
Gustavo: - Pode ser. Obrigado. Eu... nunca lhe agradeci de verdade por me ajudar tanto.
Hélio: - Gustavo. (pegando no ombro do jovem). – O principal você já fez. Abraçou meus filhos como se fossem seus irmãos. Sempre está ao lado deles não importa a situação. Agora vou ao hospital. O Alex está com o Thiago?
Gustavo: - Acredito que sim.
Hélio: - Vou correr pra lá. Até depois.
Gustavo: - Até.
Aquelas palavras foram como uma navalha cortando o coração de Gustavo. Ele chorou muito na sala e se arrependeu de tudo o que havia feito. Ele tirou uma carta de sua mochila e ficou olhando por alguns minutos.
“SE VOCÊ DER APOIO PARA ESSE VIADINHO, OU PELO MENOS FALAR COM ELE. VAI SE ARREPENDER DE TUDO. ESTOU DE OLHO”
Gustavo: - Sinto muito amor. (rasgando o papel)
Meu pai chegou e eu tava tendo uma pequena discussão com meu irmão. Não lembro muita coisa de como iniciou, mas foi algo relacionado ao pudim do hospital.
Thiago: - Deixa de ser ridículo Alex. É mil vezes melhor do que o do papai.
Alex: - Pelo menos não fica igual ao teu aguado.
Thiago: - Tú comeu quatro vezes. Não parecia aguado.
Alex: - Fiz por consideração! Ok!
Thiago: - Claro. Consideração. Afff! Aí. (pegando na barriga)
Hélio: - Ei. Que briga é essa?
Thiago: - Seu filho adotado ele...
Hélio: - Thiago.
Alex: - Tá vendo o que eu sofro?
Hélio: - Também não precisa apelar. Escuta. Vai pra casa. Pega um táxi. (dando dinheiro para o Alex)
Alex: - Tá bom.
Thiago: - Obrigado pela... consideração Alex.
Alex: - Beijos Brasell!!! (saindo do quarto)
Hélio: - Como estamos?
Thiago: - Bem na medida do possível.
Hélio: - E o garotinho que divide o apartamento com você?
Thiago: - A mãe dele o levou para a quimio.
Hélio: - Nossa. Fico desesperado ao pensar um de vocês nessa situação.
Thiago: - O Cristovão é um menino muito especial. Graças a Deus que ele tem uma família com ele.
Hélio: - Como assim garoto? (batendo na minha cabeça)
Thiago: - Relaxa. Tô brincando.
Hélio: - Vou pedir para ver esse remédio que estão te dando. (rindo)
Infelizmente a minha cirurgia precisou ser adiada por mais um dia. Que droga. Ficar longe da escola até que era chato. Ainda bem que o meu companheiro de quarto me deixava descontraído.
Cristovão: - Olha. Assim que ficou a cara dela depois da plástica. (fazendo careta)
Thiago: (risos) – Você não existe garoto.
Cesar: - Está na hora de dormir.
Thiago: - Verdade. Hora de criança está dormindo.
Cristovão: - Não sou criança. (tacando a almofada em Thiago)
Thiago: - Aí. Ainda bem que estou no hospital. (rindo) – Boa noite Cris.
Cristovão: - Boa noite Thi.
Peguei meu celular e haviam algumas mensagens no nosso grupo de whats app. A Ludmila me ligou.
Ludmila: - Você pode falar?
Thiago: - Claro. Como estão as coisas? O meu admirador mandou muitas mensagens para mim?
Ludmila: - Está bem. Ainda não. Tudo normal. Será que é alguém apaixonado por você?
Thiago: - Se o intuito dele é me fazer ficar apaixonado, ele tá errando e feio.
Ludmila: - Novidade. A maluca da Suzana vai concorrer para ser a rainha da escola.
Thiago: - Sério? Ela deve estar transloucada.
Ludmila: - Pior que a gente tem que ajudar a louca. Ahh. Vou levar as tarefas para você amanhã a tarde. E a cirurgia?
Thiago: - Nada. No aguardo. Meu apêndice é teimoso.
Ludmila: - Puxa amigo. Força viu!
Thiago: - Obrigado. Beijos.
Cesar: - Adoro este lugar a noite...
Thiago: - Nossa que susto.
Cesar: - Desculpa... eu...
Thiago: - Não. Senta aqui. (tirando uma almofada)
Cesar: - Eu amo esse lugar a noite sabia.
Thiago: - É mais tranquilo?
Cesar: - Sim. Nem parece um hospital. Se bem que a nossa vida já é assim há muito tempo.
Thiago: - Quando vocês descobriram que ele tinha leucemia?
Cesar: - Ele foi diagnosticado com cinco anos. Eu tinha quase que a idade dele.
Thiago: - Não deve ser fácil para ninguém.
Cesar: - Eu fico olhando para você e seu irmão... sinto inveja. Por que o tempo do Cristovão tá acabando... (chorando baixo) – E eu não sei o que fazer sem o meu irmãozinho. (com as mãos no rosto)
Thiago: (sentando) – Ei. Você precisa ser forte por ele. (abraçando Cesar)
Cesar: - Eu tento. É muita coisa. Eu não estudo, não trabalho, não posso ajudar em casa. Então fiz um curso de enfermagem e decidi ajudar minha mãe.
Thiago: - Isso é muito bonito. Não se preocupa. Quem sabe não tenha..,. uma solução. (pegando na mão de Cesar) – Precisamos ter fé.
No dia seguinte Suzana chegou na escolha cheia de cartazes, mas dessa vez eu não tinha nada com essa história. Ela pregou cartaz por cartaz nos corredores do nossa colégio.
Kim: - Pelo amor de Deus Ludi.... diz que não estou assistindo essa cena.
Ludmila: - Está sim.
Suzana: - Oi, meninas. Que lindo dia não?
Ludmila: - A gente pode saber que maluquice é essa?
Suzana: - Minha campanha para rainha. Tem cartazes, panfletos e botons. Vou comprar chapéus também. Vai ficar lindo.
Ludmila: - Acho desnecessário.
Kim: - Bem... é... é... bacana.
Suzana: - Gostando ou não vocês vão me ajudar. Quero ganhar essa competição.
Ludmila: - Deu até medo agora.
Kim: - E quantos cartazes você fez?
Suzana: 158. (sorriso psicótico) – TRAGAM O RESTO MENINOS!!!
Bruno, Gustavo e Alison saíram de um táxi com muitos cartazes. Suzana fez todo mundo trabalhar. Em um dos corredores encontrou Jéssica.
Jéssica: - Querida. Estou vendo o desespero nos seus olhos.
Suzana: - Onde? Desculpa querida são lentes de contato nova. E uma verdadeira rainha não precisa de desespero.
Jéssica: - Quando você estiver chorando pela segunda colocação... a gente conversa.
Suzana: - Não amor. Quando você estiver chorando em frente da sua televisão daqui há 10 anos a gente conversa. Só espero que todo refrigerante e gordura não façam tão mal para a tua pele! (beijando o ombro).
No quarto caminhei um pouco, pois, meus pés doíam. O Cristovão dormia como um anjinho. A mãe dele chegou um tempo depois e deixou o filho descansar mais.
Leila: - E como você está Thiago?
Thiago: - Bem. Hoje é o grande dia.
Leila: - Que Deus te abençoe.
Cesar: - Oi mãe. Oi Thiago. O Cristovão ainda tá dormindo?
Leila: - Sim. Fica um pouco aqui meu filho. Vou pegar um café. (saindo do quarto)
Cesar: - Nervoso?
Thiago: - 40%. (mentira. 10000%)
Cesar: - Relaxa. Tenho certeza que você vai ficar bem. Sem o apêndice, mas bem.
Thiago: - Suas palavras me tranquilizam. Obrigado.
Enfermeira: - Thiago? Está tudo pronto. Vamos?
Cristovão: - Vai sair sem falar comigo?
Thiago: - Não Guri. Estava esperando você acordar.
Cristovão: - Acho bom.
Thiago: - Ei. Ainda não vai se livrar de mim tão fácil. Depois da cirurgia tem a recuperação, então....
Cristovão: - Isso é bom.
Thiago: - Deixa eu ir lá gente. Abraços.
Gustavo estava pensativo no jardim. A Ludmila chegou e sentou próximo a ele. Eles ficaram calados por um tempo. O nervosismo passava das barreiras do hospital.
Ludmila: Estou tão preocupada com a cirurgia do Thiago.
Gustavo: - Eu também.
Ludmila: - Deve ser tão difícil para você. Afinal ele sempre esteve ao seu lado. Parecem dos irmãos.
Gustavo: - Eu não sei se sou um bom irmão. Sempre fui tão sozinho, até estranhei quando recebi todo aquele carinho.
Ludmila: - Pelo menos o seu Hélio é atencioso. Diferente da minha mãe.
Gustavo: - Antes da Marta não sabia o que era carinho de mãe ou pai. Agora eu sei.
A professora Elizabeth estava perto e ouviu toda a conversa. Ela ficou emocionada e procurou meu pai que me acompanhava no hospital.
Elizabeth: - Oi. (abraçando Hélio)
Hélio: - Estou na expectativa. Será que ele tá bem?
Elizabeth: - Está sim. O Thiago é o jovem mais forte que eu conheço.
Meu coração estava acelerado. Mil coisas passavam pela minha cabeça. Os médicos e enfermeiras conversavam em um idiota totalmente novo para mim. O anestesista se aproximou e deu inicio ao procedimento. O gás fez efeito muito rápido e meus olhos começaram a pesar. De longe ouvi um solo de piano, era suave e foi se intensificando a medida que ficava mais escuro.
De repente eu me vi. Tocando piano. Era a sala de música da escola, eu tava sozinho e chorando.
Thiago:
Passou um tempo, não sou quem eu era antes
Você parece surpreso, suas palavras não me queimam mais
Eu tinha a intenção de lhe dizer, mas eu acho que está claro
Não fique bravo, é apenas meu jeito novo em folha
Você não pode ficar bravo, encontrei um tipo de liberdade novo em folha
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Gustavo olhando algumas fotos nossa no celular. Ele está parado em frente ao hospital. Lágrimas escorrem de seus olhos. Eu chego perto dele e canto a canção próximo de seu ouvido. Em seguida chegam a Kim e a Ludmila.
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Thiago:
Tenha cuidado com o seu ego, é ele que devemos culpar
Eu tinha que agarrar meu coração de volta
Deus sabe que algo tinha que mudar
Pensei que você ficaria feliz
Encontrei aquilo que eu preciso, por que você está bravo?
É apenas meu jeito novo em folha
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Vejo eu o Gustavo deitados na cama, conversando e nos beijando. Será que para ele aqueles momentos não significaram nada? A nossa conversa na ponte, no dia que eu encontrei ele caído no chão? Tudo passou em branco. E se ele não me valorizada, eu que deveria sofrer?
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Thiago:
Foi preciso muito tempo para chegar até aqui
Foi preciso que uma garoto corajoso tentasse
Foram necessárias desculpas demais, mentiras demais
Não fique surpreso, não fique surpreso
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O Bruno chegou e sentou perto da Kim. Ela não deu confiança e foi conversar com a Ludmila. O Bruno sabia que havia feito a maior burrada e não seria fácil desdobrar sua namorada secreta.
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Thiago:
Se eu falar um pouco mais alto
Se eu erguer a voz quando você estiver errado
Se eu caminhar com mais confiança
Você terá a sensação de que me conhece há muito tempo
Se você percebesse que estou diferente
Não leve para o lado pessoal
Não fique bravo, é apenas meu jeito novo em folha
Não é ruim, encontrei um tipo de liberdade novo em folha
Oh, foi preciso muito tempo para chegar até aqui
Foi preciso que uma garoto corajoso tentasse
Dei desculpas demais, contei mentiras demais
Não fique surpreso, oh, disse que você parece surpreso
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Pensei no Cristovão. Tão pequeno e passando por aquela provação. Ele me fez perceber como devemos lutar pela vida e que muitas vezes o caminho não vai ser fácil. Por outro lado tem o Cesar. Tão gentil e dedicado. Qualquer pessoa que ficar com ele vai ter sorte. Espero poder sempre contar com a amizade dele e principalmente o carinho.
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Thiago:
Ei, se você fosse um amigo, você desejaria me conhecer de novo
Se você valesse a pena
Estaria feliz em me ver sorrir
Não estou esperando um pedido de desculpas
Estou muito ocupado em busca de mim mesma
Tomei posse disso
Me encontrei, me encontrei, sim
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Me vejo em um lindo palco, parece um teatro. Canto para a plateia como se tivesse arrancando algo ruim do meu peito, a verdade era que esses dias no hospital me fizeram perceber o quanto eu ainda preciso evoluir. Eu preciso ser eu 100%.
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Thiago:
Não preciso da sua opinião
Não estou esperando seu ok
Nunca serei perfeito, mas ao menos agora sou corajoso
Agora meu coração está aberto
E posso finalmente respirar
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Olho para a minha mãe. Ela não está sozinha. Para a minha surpresa ela está junto ao Lucio. Me aproximo para abraça-lá, mas uma luz branca me cega.
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Thiago:
Não fique bravo, é apenas o tipo de liberdade novo em folha
Não é ruim, encontrei um jeito meu novo em folha
Não fique bravo, é um tempo novo em folha para mim
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Thiago: - Mãe?
Hélio: - Infelizmente não filhão. Bem vindo de volta.
No saguão todos os meus amigos e alguns colegas da escola esperavam notícias. Alex pega o celular e recebe uma mensagem do meu pai: "Bem". Todos celebram o sucesso da minha cirurgia. Quer dizer... quase todos.
Pessoa: - Falta pouco. Prometo Thiago. Falta pouco.