Estávamos na última semana de janeiro. Tinhamos 8 dias de férias para viajar .
Nossas malas estavam no banco de trás com Alice que iria trazer o carro de volta do aeroporto onde iría nos deixar rumo a uma viajem para o pantanal.
Ela estava adorando a ideia de poder ficar com a picape por uma a semana.
Nos despedimos recebendo mil orientações e um kit sobrevivência com protetor, repelente lanterna e ... uma caixa com jogo de dados eróticos. Ela nos garantiu que seria muito divertido. Que eles eram fosforescente e por isso poderiam ser usados no escuro.
O passeio estava sendo ótimo.
Leonardo estava muito empolgado com uma câmera filmadora profissional com a qual eu lhe presenteei antes da viajem.
Ele fazia fotos incríveis. Tinha talento para a coisa.
No quinto dia de nossa viajem resolvi contar para Leonardo o porque do nosso destino.
Eu expliquei que eu havia pedido à Sebastião que investigasse as suas origens. Tivemos pouco para começar. Apenas o nome e sobre nome da mãe e o nome da cidade.
Haviam mais de 20 cidades com aquele nome no país, mas um investigador encontrou em uma um senhor que contou a historia de como colocou uma filha grávida chamada Lúcia de pijama e pantufa, no meio de uma noite fria para fora de casa.
O investigador achou muita coincidência. Então perguntou se nós não queríamos checar.
-O que você acha bebê? Quer arriscar?
Leonardo com a boca aberta em um leve o, apenas assentiu com a cabeça. Ele nunca me pareceu tanto um menininho desamparado.
Eu o abracei envolvendo com os meus braços.
E dizendo o quanto eu o amava, o quanto ele era especial para mim.
Após o vôo em um pequeno cesna 172, chegamos ao local, uma bela fazenda de médio porte com uma lagoa ao lado da casa principal.
Senhor Antônio Bernardes o possível avô de Leonardo nos aguardava na varanda.
Dimas, o investigador que nos acompanhava fez as apresentações.
-Seu Antônio Bernardes! Estes são Leonardo Bernardes e Tomás Schneider.
Depois das apresentações Antonio quiz saber qual a nossa relação com sua filha.
Leonardo disse que ainda não tinha certeza se a sua mãe e a filha dele eram a mesma pessoa.
Levantando da cadeira na enorme varanda onde estávamos sentados ele caminhou até a porta e entrou. Retornou com um álbum de fotografia onde haviam dezenas de fotos de uma jovem adolescente.
Leonardo começou a olhar as páginas do álbum, alisando as fotos com a ponta dos seus dedos. Então bem baixinho ele murmurou, "mamãe", enquanto de seus olhos vertiam gotas te lágrimas sobre o plástico protetor.
O senhor Antônio começou a se movimentar incomodado e não aguentando mais se conter perguntou.
-Por quê você está chorando? Aconteceu alguma coisa com a minha filha?
Leonardo com expressão de ira, abraçou o álbum e perguntou:
-O que te interessa como é que está a minha mãe? Você nunca se importou com ela. Você a colocou para fora de casa como se fosse um lixo.
- Isso não é verdade. - Anônito tinha na expressão um misto entre desespero e tristeza.
-Eu apenas a coloquei para fora na varanda por mais ou menos uma hora até que passasse minha raiva inicial e eu não cometesse nenhuma besteira.
Quando pouco tempo depois eu abri a porta da varanda ela já não estava mais aqui. Eu peguei o meu carro e sai procurando ela por tudo que é lado.
Pode perguntar para os funcionários que já estavam por aqui naquela época.
Ninguem dormiu na vizinhança aquela noite.
Depois disso comecei a procurar ela por toda parte.
Cheguei até a me desfazer de um pedaço das minhas terras para poder pagar detetive.
Mas eu nunca soube de nada.
Até que esse moço apareceu por aqui. - Disse apontando para o investigador.
Eu jamais mandaria uma filha embora assim.
Mas aquela menina tinha um gênio forte. Quando encasquetava com algo ninguém tirava da cabeça dela.
-Igualzinho a alguém que eu conheço. Eu sussurrei para Leo sorrindo.
-Então Leo narrou toda a trajetória da sua mãe desde o momento em que subiu no caminhão até o dia de sua morte.
Seu Antônio tentava disfarçar as lagrimas que teimavam em cair.
A empregada veio nos servir um suco com biscoitos.
Comemos silenciosamente.
Em dado momento Antonio nos olhou intrigado e sem papas na língua perguntou:
-Vocês são viado? Porque se for eu acho que é mal de família. O seu tio, Augusto vive se enrrabichando com outros peões por aí pelo pasto.
Ele vai gostá de conhecê vocês e saber que não é o unico marica da família. Já deve tá até chegando.
Apesar do linguajar grosseiro não tinha como se zangar. Era evidente que de uma forma nada articulada ele estava tentando demonstrar que nos aceitava, assim como ao seu filho homossexual.
Eu e Leonardo nos olhamos e rachamos o bico de tanto rir.
Como se soubesse que havia sido mencionado. Um vaqueiro montado num cavalo negro impressionante, apareceu pela lateral da casa.
-Augusto! Vem cá meu filho! Vem conhecer o filho da tua irmã. - Todos rimos quando ele na sua simplicidade acrescentou - Ele e o namorado dele também são bicha que nem você filho.
Apeando do cavalo Augusto entrou na varanda meio desconcertado. Era evidente que a broma do pai o constrangia.
Augusto nos olhava de boca aberta. Olhou para Leonardo sacudindo a cabeça com um sorriso de descrença.
A mão de Leo apertou a minha quando vimos Augusto mais de perto.
Ele era simplesmente lindo.
Não tanto quanto Leo, mas dava pra ver que beleza era algo presente na herança da família. Erguendo com o dedo indicador o meu queixo caido Leo sussurrou em tom de bricadeira:
-Nem pensar. Ele é meu tio.
Apos mais algum tempo de conversa, fomos encaminhados a uma sala com uma grande mesa para o almoço.
O avô de Leo pediu que nós, ao invés de passarmos a noite na pequena pousada da cidade, ficássemos em sua casa. Pois na cidade todos falariam mal dele se soubessem que ele não hospedou o próprio neto em casa. Além do mais a avó, que se chamava Maria Augusta e que era professora primária estava para chegar.
A vó Maria Augusta. Quase teve uma síncope ao conhecer Leonardo. Chorou sentida ao saber da morte da filha e foi para a cozinha fazer uma broa de fubá alegando ser a comida favorita da mãe de Leo. Leo ficou comovido com a sensibilidade da avó e comeu com reverência.
Não era tão tarde quando fomos dormir.
O investigador se despediu de nós, pois voltaria na manhã seguinte para a capital.
Estávamos nos preparando para deitar. E embora fosse cedo estavamos cansados. Tanto pela viajem, quanto pela emoção no decorrer do dia.
Do quarto, ouvimos um barulho de porta abrindo, olhamos pela janela e vimos Augusto saindo em direção ao garanhão negro no qual havia chegado mais cedo. Montou puxando as rédeas e saiu em uma cavalgada acelerada, até que sumisse na escuridão.
Leo em pé por trás de mim também observava o cavalheiro sumindo em meio a escuridão.
-Amor, parece que seu tio tem um amante em algum lugar. - rimos e nos beijamos. O beijo se aprofundou e nus na cama Leo masturbava os nossos paus juntos com sua mão esquerda enquanto sussurrávamos palavras de amor.
Tentamos fazer o mínimo de barulho possível.
Ainda acordados na cama começamos a conversar sobre os acontecimentos do dia.
Então veio uma sensação de que algo ficou para trás. Foi apenas quando apagamos a luz para dormir que lembramos não haver feito a pergunta principal que nos trouxera ali.
"Quem afinal era o pai de Leo?"
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CONTINUA
Resposta aos comentários do capítulo anterior:
isabela^^ Que bom que você está gostando! Obrigadão!
emersous Muito obrigado pelas palavras gentis. E não se esqueça. Se você é um bom menino, não tem o que temer. ...rsss
pablothiago É verdade! E somos todos doçólatras não é mesmo? Obrigado e muito bem vindo!
kelly24 Obrigado ! Muito bem vinda!
Sheilinh@ Fico feliz que você tenha gostado da vingancinha. Os outros que evoluam. Eu particulamente Adoro!!!
cintiacenteno um beijo enorme no seu coração, sua linda!
Gostaria de agradecer muito aos demais leitores que acompanham o conto.
Muito obrigado a todos! Vocês são muito importante.
Bjs!