Nós fomos até a mesa onde meus amigos estavam. O Dudu chamou o Bruno para sentar ao lado dele, mas não tinha cadeira ali para mim. O Thiago estava sentado do lado da Jujuba, e a única cadeira que estava vazia era a que estava do outro lado da Jujuba. Eu fui até lá.
- Oi, Jujuba! – Eu disse dando um beijo no rosto dela.
- Oi! – Ela foi seca.
Eu só peguei a cadeira e a coloquei ao lado do Bruno. Eu não faria o joguinho dela, não faria mesmo! A Jujuba me fuzilou com o olhar. Mas se ela estava pensando que eu ia me intimidar com aquela atitude dela, ela estava muito enganada. Eu não tinha por que temer a atitude dela, eu já estava de saco cheio com aquela situação que ela estava impondo há dias.
Eu fiquei conversando com a Pam e o Bruno ficou conversando com o Dudu, pelo visto os dois estavam se tornando bons amigos e isso me deixou feliz. O Thiago não tirou os olhos de mim nem um segundo sequer, eu não olhava para ele, mas eu podia sentir ele olhando para mim.
- Antoine, tu podes ir comigo pegar mais cerveja pra gente? - Perguntou a Jujuba.
- Tá! – Eu disse me levantando.
O Bruno me olhou sorrindo e eu sorri para ele também.
Nós não chegamos a ir ao balcão onde vendia as cervejas, a Jujuba me puxou, literalmente falando, para fora do bar.
- O que foi? Tá louca?
- Louco estás tu em trazer o Bruno pra cá!
- Qual é o problema?
- O problema é que o Thiago está aqui.
- E eu com isso? – Falei já visivelmente irritado, eu já sabia onde ela queria chegar.
- Não te incomoda nem um pouco ficar com um cara na frente dele?
- Não, Juliana, eu não me incomodo com porra nenhuma! Por um acaso ele se preocupou comigo? Não vem me falar que ele está sofrendo por que isso não vai me comover, eu acho é pouco depois do que ele fez.
- Eu, sinceramente, não te reconheço mais.
- Eu é que não te reconheço! Eu já te pedi mil vezes para parar com essa porra de ficar tentando me juntar com o Thiago, EU NÃO VOU VOLTAR COM ELE, ENTENDE ESSE CARALHO DE UMA VEZ POR TODAS! EU ESTOU COM O BRUNO AGORA! O THIAGO É SOMENTE UMA PARTE RUIM DA MINHA VIDA!
- QUER DIZER QUE TU ESTÁS COM O BRUNO? QUER DIZER QUE TU MENTISTE PARA MIM?
- NÃO, EU NÃO MENTI PRA TI, QUANDO EU DISSE QUE A GENTE NÃO TINHA NADA, EU ESTAVA FALANDO A VERDADE. AO CONTRÁRIO DE TI QUE VIVE ME ESCONDENDO AS COISAS AGORA!
- EU NUNCA TE ESCONDI NADA!
- NÃO? E QUANDO TU FICASTE FALANDO PARA O CARLINHOS NÃO FALAR NADA PRA MIM? E AS DUAS VEZES QUE AJUDASTE O THIAGO A FAZER AQUELAS IDIOTICES? ISSO NÃO É MENTIR PRA MIM?
- TU ESTÁS MISTURANDO AS COISAS, ANTOINE!
- NÃO, JULIANA! QUEM ESTÁ MISTURANDO AS COISAS ÉS TU, EU JÁ TE FALEI PARA PARAR DE TENTAR COLOCAR O THIAGO NA MINHA VIDA, EU NÃO QUERO MAIS SABER DELE, SERÁ QUE É TÃO DIFICIL DE ENTENDER ISSO? EU QUERO SOMENTE SEGUIR COM A MINHA VIDA, E EU ESTOU CONSEGUINDO FAZER ISSO. AGORA, SE TU NÃO ESTÁS GOSTANDO O PROBLEMA NÃO É MEU, EU TE AMO, EU TE AMO DEMAIS, MAS EU NÃO VOU PERMITIR QUE TU TENTE ESTRAGAR ALGO QUE COMEÇOU A NASCER AGORA ENTRE O BRUNO E EU. SE TU NÃO GOSTAS DELE, EU NÃO TENHO NADA A VER COM ISSO, ELE AGORA VAI ME ACOMPANHAR, SE TU NÃO TE SENTIRES BEM COM ISSO EU NÃO POSSO FAZER NADA, EU SINCERAMENTE QUERIA QUE TU CONTINUASSES SENDO A MINHA AMIGA, A MINHA IRMÃ QUE SEMPRE ME APOIOU, MAS PELO VISTO TU ESTÁS MAIS INTERESSADA EM TENTAR FAZER EU FICAR COM O THIAGO DO QUE SER MINHA AMIGA. EU NÃO TENHO NADA CONTRA ELE, NÃO TENHO NADA CONTRA A AMIZADE DE VOCÊS, EU SÓ NÃO QUERO MAIS TER QUE ME VER OBRIGADO A VIVENCIAR COISAS DESAGRADÁVEIS. NÃO QUERO SABER DE BUQUÊ DE FLORES E MUITO MENOS DE MUSICAS BONITAS, EU SÓ QUERO VIVER A MINHA VIDA EM PAZ. SE TU NÃO ENTENDES ISSO, SIGNIFICA QUE TU NÃO DESEJAS A MINHA FELICIDADE, POIS A MINHA FELICIDADE NÃO ESTÁ MAIS JUNTO AO THIAGO.
- Eu não te entendo, Antoine! Eu realmente não te entendo! Como tu podes descartar o Thi assim? Como tu és capaz de fazer isso?
- Juliana, eu não vou nem te responder. Eu cansei dessa história, eu não vou mais te procurar, eu não vou mais falar contigo. Quando tu parares e colocares a tua cabeça no lugar, eu volto para falar contigo.
- Tu estás com raiva de mim, agora?
- Tô Jujuba, infelizmente estou! Além de raiva eu estou extremamente decepcionado contigo, eu nunca pensei que tu farias algo assim. Eu sempre pensei que tu querias o meu bem.
- Eu sempre vou querer o teu bem, amigo! Sempre!
- Mas não é o que parece!
Dizendo isso eu voltei para o bar.
- Cadê a cerveja? E a Jujuba? – Me perguntou o Dudu.
- Não, sei! – Disse ainda sentindo uma raiva enorme dentro de mim.
- Ih, já vi que vocês brigaram e que a coisa foi feia, né?
- Não quero falar sobre isso! – Eu disse me sentando ao lado do Bruno.
Ele pegou na minha perna e sorriu.
- Tudo bem? – Ele me perguntou.
- Mais ou menos!
- Quer conversar?
- Agora não! Depois conversamos!
- Tudo bem! – Ele continuou com a mão na minha perna.
O Thiago vendo isso levanta da mesa com tudo e acaba derrubando a cadeira. Todo mundo pega um baita susto, até o Bruno que logo tira a mão da minha perna.
- Desculpa! – Bruno disse me olhando
- Tudo bem!
Ele ficou conversando com o Dudu, mas de vez em quando ele me olhava. Eu fiquei ali sentado tentando digerir tudo o aconteceu. Primeiro a Jujuba, depois o Thiago, será que eu merecia tudo isso? Eu sei que pode parecer crueldade ficar com o Bruno na frente do Thiago, mas eu não ia deixar o Bruno e também não ia deixar meus amigos, o Thiago teve a oportunidade dele, mas ele jogou fora. Eu não podia parar a minha vida só para agradar o Thiago. Não mesmo! Se as coisas estavam como estavam, era por que ele não me respeitou, não pensou nas consequências dos atos dele. Se ele estava sofrendo, se estava acontecendo algo com ele, eu não tinha culpa e não queria saber. A única coisa que eu queria agora era cuidar de mim. Egoísmo? Talvez! Mas eu precisava disso, eu precisava cuidar de mim. Se a Jujuba não aceitava, eu também não podia fazer nada, eles não iriam pegar as rédeas da minha vida. Eu ia viver como eu bem entendesse, eu ia ficar com quem eu bem entendesse.
- Ei! Tô te chamando! – O Bruno disse me cutucando.
- Oi?
- Caramba, tô te chamando um tempão!
- Desculpa! Mas o que foi?
- Eu queria saber se tu não queres ir pegar cerveja comigo, eu acho que eu não dou conta de trazer tudo.
- Ata, eu vou sim!
Nós nos levantamos e fomos andando para o balcão onde vendia cerveja, mas no meio do caminho o Bruno diz que quer ir ao banheiro. Ele pegou na minha mão e foi me levando. Quando nós chegamos no banheiro ele me puxou para uma cabine. Eu pensava que ele queria fazer algo, mas me enganei. Ele me abraçou forte e falou no meu ouvido.
- O que foi que aconteceu? Por que tu estás assim?
- Eu briguei com a Jujuba!
- Não fica assim, não!
- Ela fica insistindo em me jogar para o Thiago, eu já não tô mais aguentando essas situações constrangedoras que ela está criando. – Eu disse chorando.
- Não fica assim, Antoine! Ela só está tentando te ver feliz, ela só quer reaproximar os amigos dela.
- Mas eu não quero isso, Bruno! Eu tô cansado dessa história toda!
- Tu queres ir embora?
- Quero! Vamos pra casa?
- Vamos! Vamos só pegar a cerveja, aí a gente fala com o Dudu e vamos embora, tá?
- Unrum.
- Vem! - Ele disse abrindo a porta da cabine.
Nós saímos do banheiro e fomos para o balcão pegar as cervejas. Nós levamos para a mesa e contamos o que aconteceu.
- Mas essa Jujuba só pode estar doida! – Disse o Dudu – Não vão ainda, não! Fiquem aí! Se ela vier pra cá criar confusão deixa que eu resolvo.
- Acho melhor nós irmos embora, amigo! – Eu disse.
- Não vai, não, Antoine! Fica aí, meu! Vocês chegaram ainda a pouco.
Quando o Dudu terminou de falar a Jujuba chega junto com o Thiago.
- Antoine, eu preciso falar contigo! – Ela disse.
- Não, Jujuba, tu não vais falar com ele agora! – Disse o Dudu.
- Não te mete nisso, Dudu! – Ela disse.
- Eu me meto, sim, Jujuba! Tu não percebes o que tu estás fazendo, não? Deixa de ser idiota, meu!
- Dudu, de boa, não te mete nessa história. – Ela disse – Eu só quero conversar com o Antoine.
- Jujuba, deixa para vocês conversarem em um outro momento. – Disse o Bruno.
- Primeiro, não me chama de Jujuba, eu não te dei intimidade para isso. Segundo, o meu assunto é somente com o Antoine.
- Depois dessa grosseria imensa tu ainda queres que eu fale contigo?
- Por favor, Antoine!
- Não, Jujuba, eu já disse que eu só volto a falar contigo quando tu estiveres com a cabeça no lugar. Vamos, Bruno?
- Vamos!
Nós fomos saindo do bar, quando nós já estávamos na frente do bar, senti uma mão segurando fortemente meu braço.
- Nós precisamos conversar! – Disse o Thiago.
- Me solta! Eu não tenho nada pra falar contigo.
- Eu preciso falar contigo.
- Me solta, Thiago! Tu estás me machucando!
- Solta ele, Thiago!
- Não te mete nisso doutorzinho!
- Solta ele, Thiago!
- Eu preciso falar contigo, Antoine! Por favor me escuta!
- Me solta, porra!
Aconteceu tão rápido que eu só vi o Thiago tentando se equilibrar e colocando a mão no rosto. O Bruno deu um baita soco nele.
- Eu te disse para soltá-lo.
- Seu filho de uma puta! Era isso o que tu querias, né? Tu querias me ver longe dele pra ti ficar com ele! – Ele disse vindo pra cima do bruno.
O Bruno fez um movimento e segurou o Thiago com as mãos para trás do corpo.
- Eu não quero brigar, Thiago! A gente já estava indo embora!
O Thiago conseguiu se soltar e partiu para cima do Bruno, mas o Bruno só desviava das investidas do Thiago.
- Thiago, para com isso, cara! – Disse o Dudu assim que chegou na frente do bar.
- O que? Não me diz que tu apoias isso?
- Deixa de ser idiota, Thiago! – o Dudu disse tentando segurar o maluco.
- Eu só quero conversar com ele, Dudu! Só isso!
- Mas ele não quer falar contigo, respeita isso, cara!
- Não! Eu preciso falar com ele! – Ele disse colocando as mãos na cabeça e vindo em minha direção.
- Ele não quer falar contigo agora! – o Dudu disse segurando o amigo. – Vamos voltar lá para dentro.
- Vamos, Antoine! – Disse o Bruno pegando na minha mão.
Nós fomos até o carro que estava estacionado próximo de onde estávamos e partimos.
- Tu estás bem? – o Bruno me perguntou.
- Estou!
- De certeza?
-Certeza!
- Eu posso passar primeiro em casa?
- Pode, sim!
- E... eu... posso dormir lá na tua casa hoje?
- Olha o doutor se convidando para dormir na minha casa. – Eu disse sorrindo – Claro que pode, Bruno!
- Fiquei até sem jeito agora!
- Fica, não! Eu não ia deixar tu ires embora mesmo...
- Não?
- Claro que não, né Bruno?
Nós fomos para a casa dele, nós subimos até o apartamento dele e estava bem empoeirado, mesmo se ele quisesse dormir ali, não seria possível. Ele pegou algumas roupas e nós fomos embora.
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Tô correndo, correndo, correndo..... Beijooooo em todos.