Minha boca desgruda da de Lia e estamos unidos por um fio de saliva que escorre e desaparece. Ela sorri. Minha doce Lia sorri. Lia é loira natural. Não sei como é o loiro natural, mas acho que ela é. Nunca mudou a tonalidade do cabelo em seis meses. Lia vai para Paris na semana que vem e ficaremos longe por um ano. Casamentos terminaram por menos que isso. Nós estamos juntos há dois meses e eu te amo Lia.
"Me leva para aquela lagoa, aquela que nos conhecemos. Onde tem a trilha que termina na cachoeira"
Eu levo, Lia. Mas aquele lugar já foi bonito, hoje tá emporcalhado e turistas acampam nas margens e fazem a lagoa de privada. Mas eu a levo, a gente faz o mesmo trajeto. É dia de semana, não tem ninguém, a trilha nos leva na mesma pedra em que nos beijamos. Lia se livra das botas mais rápido do que eu imaginei. Ela tem pés pequenos e delicados. Lia é artista plática, anda de sandalinhas de corda e nunca de salto alto. Mas vai pra Paris agora.
Tira o short jeans e a camiseta suada e está com aquele biquini verde-agua. Acho que ela só tem esse mesmo biquini. Lia tem o corpo de uma tábua. Não tem peitos nenhum. Ela diz que seus peitos são mamilos masculinos. Uma vez ela me disse que se eu engordasse, teria mais peitos que ela. Ela se vira, diz alguma coisa sobre a agua e começa a entrar na lagoa. Lia não tem bunda. Ela diz que no máximo tem um "lombinho". Eu digo que lombo combina com linguiça, ela ri e eu me lembro que ela nunca reclamou de sexo anal.
Lia na lagoa, Lia peixe, Lia sereia. Pede um cigarro, entro na agua, brincamos. O sol está a nosso favor, esquenta a agua, nao queima a pele, ilumina o mato. Quero comer você, Lia. ela não diz nada, joga o cigarro na água, dá um sorriso e me puxa pela mão. Logo estamos deitados na pedra que eu a beijei. O biquini verde água solta pelos lados. Ela faz isso enquanto está sentada, então fica uma tirinha de pano embaixo da bunda. Eu não ligo e a penetro. Lia não acredita em camisinhas. Lia acredita no amor da carne. Eu te amo Lia.
Quando terminamos, Lia está nua, sentada na tira de pano do biquini. Há uma macha branca no biquini dela. Ela fuma.
"Escutou um barulho?" - diz ela. Escutei. Levanto, mas não há tempo. É um trilheiro que se aproxima da outra margem da lagoa, camisa, botas e uma troca de roupa na mão. Lia não tem tempo pra se recompor, ela simplesmente fecha as pernas e abraça os joelhos, se escondendo. Nua e escondida.
"Desculpe, não queria incomodar", desculpa-se o cara. "Estou acampado na estrada aqui atrás. Durante a semana não tem ninguém, é mais fácil fazer o meu trabalho".
Lia pergunta o que ele faz e ele responde que é biólogo, coleta plantas ou algo assim. Pra mim é mais um maconheiro com diploma, que quer estragar minha despedida. Dá licença, estou dizendo adeus à minha namorada que vai pra Paris e quero sossego. Mas o homem tira a camisa e as calças e entra de cuecas na água.
"Eu pretendo tomar banho, é rápido. embora pelo visto vocês não estão mais com tanta pressa. Ou ainda nem começaram?"
"Nós nem começamos", responde Lia. como assim nem começamos? O que a gente fez agora pouco? Mas fico quieto. O homem tira a cueca embaixo da agua. Quando percebo, ele está se banhando há menos de dois metros da gente. Se ele se levantar, veremos tudo. Ele se levanta, mas de costas.
Depois se vira.
"A agua ainda está quente, pelo jeito", diz Lia. ela quer um cigarro. Eu pego. Ela está encarando. O cara não é bonito e tem barriga. Mas ela encara outra coisa.
"Por que não me deixa ver o que tem aí?" diz ele, eu quero ficar bravo, ele levanta a mão e diz "Só ver. Ninguém vai fazer mal a ninguém".
Lia levanta. Lia e seu corpo de tábua, menina feita, artista plástica. Seu biquini verde agua ainda tem uma mancha do que fizemos. O homem está mexendo no pinto. Não é mais caricia, é quase uma punheta. ele gesticula e pede para a gracinha dele ir até a água. Lia está encarando de novo. Ela vai.Eu levanto, mas ela diz "Tudo bem, eu quero".
Ela quer. Quer que a lingua dele entre na boca dela enquanto ela pega no pau dele. Quer que ele morda o pescoço dela com vontade. Quer agarrar pelos cabelos loiros nunca tingidos. Não sei nem o nome dele.
Lia deixa ele abraça-la. Lia, ele tem uma mão na sua bunda. Lia acho que ele quer seu lombinho. Lia, tem um dedo dele dentro do seu cú. Lia nunca reclamou de sexo anal e tem umd edo no cu dela. Eles separam do beijo, ela abaixa e o beijo agora é outro. Lia movimenta a cabeça com força e rapidamente. Lia tem a boca santa. Ela vai pra frente e pra trás e o homem segura seus cabelos. ele quer colocar ela em outra posição, mas ela nao deixa. Lia nao interrompe o beijo. Por favor Lia, não faça isso. Mas ela faz. Vejo o homem se contorcer e dobrar levemente os joelhos. Acabou.
Mas não para Lia. Essa menina linda que eu beijei a boca, e agora sua boca tem gosto de leite de homem. eles brincam na água. Será que ela se lembra que eu ainda estou aqui? O biquini dela ainda está do meu lado e ainda tem uma lembrança do nosso amor. Mas Lia está amando outro agora. Tomo um susto quando ela é jogada ao meu lado, as pernas abertas e penetrada sem cerimônia. O pau dele é normal, mas esta duro mesmo após a agua, mesmo apos o gozo. Não há preliminares, nunca houve preliminares. Lia não precisa de preliminares.
A cena é o cara indo e voltando dentro de Lia, ela de olhos abertos, calmos e contemplativos. Não pense que ela está ignorando tudo. Ela fica assim quando está disposta. Lia segura a minha mão. Segura forte. Eu te amo Lia. Deixa o cara terminar, deixa ele também dizer adeus pra você. Isso... assim... Já tá acabando... Viu? Ela viu. Lia também não acredita em camisinha.
Não lembro como o cara foi embora, mas eu e Lia ficamos sozinhos logo. Ela pediu outro cigarro, mas tinha acabado. "Eu te amo, Lia".
"Claro que me ama. Se não amasse, não teria deixado eu fazer tudo isso. Meu querido, mil homens podem encher meu útero, mas apenas você maracará o meu território. eles podem provar da minha carne, mas você é o dono dos meus sentimentos. Eu te amo, meu anjo".
Também te amo, Lia.