Fiquei feliz com os comentários :D Sou leitora da casa há algum tempo! sempre quis publicar essa história, mas me faltava coragem, tempo e disposição. Agora criei isso tudo e aí vai :)
Na verdade, não tinha me apresentado ainda, esse conto é totalmente verdadeiro, com exceção dos nomes, até pq moro numa cidade pequena, então preciso ser mais discreta possível.
Tudo aconteceu há dois anos atrás, logo que eu me 'descobri'. Tenho 23 anos hoje, então vivi 21 anos antes de me encontrar na vida. É, foi demorado kkkk
Enfim, de volta ao conto:
- Mas como tu vai me ajudar? E tua mulher?
- Eu não disse que precisava ficar contigo pra te ajudar.
Fiquei meio decepcionada, admito, mas achei estranha aquela proposta. Era meio nítido que ela tava no mínimo curiosa ao meu respeito. E com certeza ela já tinha certeza do meu interesse.
- A gente pode se ver agora? Gostaria de conversar sobre isso.
- Não. Na segunda nos falamos. Fica tranquila.
E tinha jeito de eu ficar tranquila aquele final de semana? Não respondi, me senti contrariada, mas sabia que o melhor a se fazer era esperar mesmo. Na verdade, eu nunca fui muito de dar em cima, já estava me desconhecendo por tanta atitude. Resolvi continuar deixando rolar.
Passei o fds ansiosa pelo encontro. Vááários sonhos com a Bia, não podia fechar os olhos que ela já vinha em minha mente. Aquela sensação gostosa de tesão misturado com uma saudade inexplicável.
A segunda demorou, mas assim que pisei o pé na sala pensei que qualquer espera teria valido a pena pra encontrá-la. Ela já me aguardava sentada em sua mesa, com os olhos acompanhando todos os meus movimentos. Ela não fazia ideia do quanto aquilo me deixava excitada. Queria aquela boca na minha o mais rápido possível, mas eu tava perdida. Não sabia como agir, ou mesmo se agia...
No trabalho mantínhamos a aparência, portanto, nada de dúvidas sanadas a manhã inteira. Todas contavam dos seus respectivos finais de semana enquanto eu observava calada, tentando me concentrar nos meus afazeres. Ela ria, sínica, e olhava em minha direção quando ninguém estava olhando. Quando acabou o expediente, ela quis saber:
- Pensou em algo que eu possa fazer pra te ajudar?
- Se eu...? O que? – Gaguejei. Minha força já não era mais a mesma depois que ela se aproximou tanto. Ela riu deliciosamente e me disse:
- Esquece garota. Quando quiser, pode me perguntar qualquer coisa, tá?
Nos recolhemos rápido, porque a Tati vinha do outro lado para se juntar a nós na saída. Fui embora sem responder, até mesmo porque não sabia como.
A semana foi toda atarefada, portanto acabamos sem muito tempo para conversar sozinhas. Só tinha a certeza de que além de tudo, ela era simpática, gente boa e especial. Comecei então a entrar exatamente aqui nesse site e nessa seção para entender como, onde e porquê. Kkkkkkk Desculpem a ignorância, mas eu precisava muito entender mais sobre o que eu tava passando. E meu círculo social sempre muito hétero, com certeza não iria me ajudar. Li histórias a semana inteira, me senti super inexperiente. Como poderia oferecer algo àquela garota sem saber o mínimo de nada? Comecei a achar que estava me metendo em confusão sem ter necessidade. Fiquei mais na minha, tentando decidir o que fazer com todo aquele desejo, mas realmente já tava subindo pelas paredes de vontade e de curiosidade.
Na sexta feira, cheguei atrasada e derrubando tudo à volta. Ela apenas levantou os olhos e disse que ngm iria pela manhão, a Tati tava no médico e o chefe só apareceria a tarde. Fui para minha sala e ela ficou na dela. O primeiro dia que não passei nenhuma vez na sala dela, puxando algum assunto do nada ou tentando arrancar aquele sorriso, foi que recebi sua visita. Ela com um sorrisinho no canto da boca disse:
- Tu é mole mesmo né? Fraquinha, fraquinha... mas coitada, inexperiente ainda né? – Foi se encostando na parede da sala. Aqueles olhos como sempre me desafiando. Agi sem pensar, levantei e fui a seu encontro.
- O que tu quer que eu faça? – dizia enquanto chegava mais perto – Acha que algum dia ja vivi algo parecido? – meu instinto dizia pra eu abraçá-la suavemente e segurar sua cintura e foi o que fui fazendo – Achei que tu ia me ajudar a me desenrolar e não me botar contra a parede. – enquanto minha boca chegava ao seu pescoço e eu respirava perto de seu ouvido.
- Na verdade... – ela fechou os olhos e continuou a frase sussurrando baixinho – quem tá me botando na parede mesmo é tu.
E contrariando todas as expectativas daquele momento já vivido tantas vezes em minha cabeça, a campainha tocou. Ela se recompôs rapidamente. Eu não conseguia me mexer. O diretor da empresa chegou e se mandou pra sala dele, me deixando com vontade de matá-lo. Disse alguma coisa sobre mudar de ideia sobre a reunião que teria naquele horário, eu não liguei, só queria matá-lo mesmo.
Ela apenas mandou uma mensagem provocativa:
- Salva pelo gongo né? Tá tudo bem aí?
Não respondi. Fiquei tentando me concentrar em algo naquele dia, mas era impossível. Em algum tempo ela começou a conversar com o chefe, enquanto eu me derretia na sala ao lado. Era incrível como aquela voz tava mexendo comigo. Eu já tava tão excitada, que me desconhecia. Nunca alguém tinha me deixado daquela forma com tão pouco contato.
Deu o horário e precisei ir pra casa, tinha faculdade à tarde. Tentei ainda me concentrar nas aulas, mas que disse que ela saia da minha cabeça? E imagino que deve ter acontecido o mesmo com ela, porque próximo da hora da saída ela me enviou uma mensagem perguntando por onde eu estava.
- Tô indo pra um chopp com os amigos agora. E você? – Não importa quantas vezes eu lembre dessa resposta, ainda vou me odiar em todas, será possível que eu não percebi o interesse contido nela?
- Aé, chopp com os amigos né? Vai lá. PODE IR. SEM PROBLEMAS. BOM CHOPP!
Aí finalmente recebi uma pitada de juízo na minha cabeça depois desse caps lock da mensagem dela, que me fez propor:
- Posso passar pra te ver antes?
- Me pega aqui no escritório e a gente vê o que faz.
Eai pronto: a sorte estava lançada. Eu tremia dos pés à cabeça. Dirigi a ponto de ter uns 10 ataques cardíacos a cada esquina. Eu ia encontrá-la e dessa vez, não tinha ngm que podia me impedir de beijar aquela boca.