Eu nunca havia ficado com nenhum homem. Théo não foi o primeiro. Muito menos o último. Mas até chegar nessa parte, vai demorar um pouco ainda. Tenham calma.
Entretanto, ele foi o que eu sempre quis. Eu queria descobrir quem ele era. Não só ver o rostinho bonito dele. Era saber do que ele gostava, o que ele fazia, onde morava... Meio psicopata? Talvez.
Rodei o facebook dele durante algum tempo. Vi todas as fotinhas sexy sem camisa. Gato com camisa. Li postagens, vi as curtidas em páginas... Um serviço completo de stalker.
Duas coisas me chamaram a atenção:
1. Seu cachorro. Era um Husky Siberiano completamente branco. Lindo. Parecido com um lobo. Eu adoro cachorros. Muito mesmo.
2. Ele jogava League of Legends.
Creio que o 2 seja um pouco mais importante para a história.
Por causa dele eu baixei o jogo e comecei a jogar. Durante uma semana eu vi vídeos, li sobre o jogo e tudo mais. Aprendi o basicão do jogo. Até que eu não era ruim. Eu geralmente colocava uma musica clássica (Tchaikovsky, Bethoven, Bach, Mozart, Ludovico Eunadi...) e ficava a madrugada inteira jogando.
Depois dessa semana, resolvi, com muito medo e timidez ir falar com ele, no facebook, é claro. Foi mais fácil do que eu imaginei. Nós conversamos durante umas duas horas. Foi animado e na maior parte do tempo falamos sobre LoL.
É importante ressaltar que isso aconteceu num sábado.
O mais inesperado aconteceu no fim da nossa conversa. Devia ser quase 10 da noite, quando Théo me mandou a seguinte mensagem:
- Ei, por que você não dorme aqui hoje? Se não me engano você mora aqui perto! A gente pode jogar a noite inteira. Topa?
Fiquei sem ar.
Leitor, se você está achando que eu fui para a casa dele, jogamos LoL a noite inteira e os pais dele saíram e nós ficamos, você está terrivelmente enganado. Eu queria que fosse assim, mas infelizmente não foi.
Mas eu fui na casa dele, minha mãe não quis deixar, mas no fim eu fui.
Coloquei algumas coisas em uma mochila, peguei meu notebook e fui.
Uma coisa interessante aconteceu quando eu cheguei lá.
Eu toquei a campainha, Théo me atendeu pelo interfone e abriu a porta para mim. Eu entrei e logo seu dog veio correndo. Ele não me avançou. Ele parou na minha frente e me encarou. Eu encarei o lindo cachorro branco na minha frente.
Ajoelhei na frente dele e passou a mão na sua cabeça. Ele deixou deboa. Enquanto eu fazia carinho nele, Théo saiu correndo pela porta, gritando:
- Fer, cuidado com o chachorro! Ele morde! – Mas ele parou assim que me viu, fazendo carinho nele.
- Sério? Não parece! – Só então eu olhei para ele. Ele estava sem camisa. Seu corpo não era musculoso, mas era magrinho e sexy. Ele sorriu para mim e me ajudou a levantar.
- Thor gostou muito de você! Só pode! Ele é agressivo. Desculpa, eu não sabia que ele estava solto... – Théo me falou.
- Então talvez eu seja especial – Sorri. Será que ele tinha pego a referência? Não sei.
- Vai ver que sim! Entra, Fer. Fique a vontade. Meus pais saíram, mas devem voltar jájá.
A casa do Théo é bem simples, mas aconchegante. O quarto dele era normal. Tinha um pôster do Vasco da Gama. Bem raro isso.
Uma coisa me impressionou mais do que tudo. O cheiro do quarto dele. Era tão... suave mas tão... perfeito.
Sentei do lado e logo começamos a jogar. Ele me dava várias dicas, coisas uteis mas que valia a pena aprender. Enquanto a gente jogava, nós conversávamos bastante. Ele me contava várias coisas.
Depois de jogar muito LoL, pedimos um sanduiche. Comemos. Jogamos PS3.
Seus pais chegaram de madrugada. Conversei com eles um bom tempo. Seu pai era um desenhista industrial. Eu meio que entendia o assunto, devido ao meu curso técnico em Mecatrônica.
Depois de tanto jogar, fomos dormir. Ele arrumou um colchão no chão para mim. Eu dormi muito bem sentindo aquele cheiro gostoso.
Acordei cedo no outro dia. Michael (seu pai) estava tomando café, lendo jornal. Sentei à mesa junto com ele e tomei uma caneca de café. Preto. Sem açúcar. Forte, do jeito que eu gostaria de ser.
Brinquei com o Thor até Théo acordar. Michael disse a mesma coisa que Théo: ele gostara muito de mim. Segundo Michael, ele sempre avançava em desconhecidos. Thor, é claro. Não Théo.
Théo acordou e saiu no quintal sem camisa. Thor pulou nele. Como eu queria ser Thor nesse momento para pular com as duas patas (no meu caso mãos) no peito dele e lamber o pescoço dele... Mas não era. Infelizmente.
Voltei para casa pouco antes do almoço. Não fiz nada o resto do final de semana. Exceto pensar no Théo. God, como ele era cheiroso.
Eventualmente minhas aulas voltaram. Eu conversava muito mais com Théo, e agora sobre muito mais coisa além de LoL. Ele era um bom amigo e eu queria desesperadamente confiar e ter sua confiança.
Eu fui várias e várias vezes na casa dele ao longo do tempo. Cada vez que eu ia lá eu me apaixonava cada vez mais por ele.
Amigo leitor, você pode achar que eu estou muito apressado em me apaixonar pelo Théo. Mas vou explicar a melhor definição de amor que eu já vi, talvez você me entenda:
Você gosta de uma pessoa quando sabe suas qualidades e a admira por isso. Você ama uma pessoa quando você sabe os seus defeitos e mesmo assim não quer sair nem por um segundo do lado dela.
Théo era teimoso, relaxado. Não ligava pra nada. Isso me incomodava. Ele deixava de lado qualquer coisa quando tinha algo melhor para fazer. Várias vezes ele desmarcara algo comigo porque outros amigos o chamaram para beber. Eu morria de ciúmes.
Eu odeio sentir ciúmes.
Meus amores, vocês podem estar se perguntando o que Théo, eu e o Thor tem a ver com uma oficina. Paciência. Há duas oficinas na história. Ambas de igual importância. Uma hora, elas aparecerão.
Eventualmente aparecerão!