Meus grandes amigos leitores, está chegando a hora de dar tchau. Estou entregando aqui o penúltimo episódio da série, que sempre vou afirmar, ADOREI escrever. Então segura o coração, e até o episódio final. Grande beijo.
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-> (Cage The Elephant - Cigarette Daydreams. http://youtu.be/opeETnB8m8w)
- Caio: Eram 22h de uma segunda-feira quando a campainha da minha casa tocou. Eu e meu pai estávamos assistindo TV, olhamos um pro outro e nos perguntamos quem poderia ser. Meu pai foi abrir a porta e depois de alguns segundos ele entrou, e Artur tava do lado dele. Na mesma hora eu me levantei do sofá e fui correndo dar um abraço nele. Foi um abraço estranho... tão frio... peguei em suas mãos e o levei até meu quarto. Artur não falava nada, ele apenas me olhava, parecia que estava me analisando, olhava para todo o meu corpo, para cada detalhe de mim, parecia estar gravando em sua mente cada pedaço de nós. Ele abriu a mochila que estava em suas costas e tirou um caderno, levantou sua mão e o ofereceu a mim, foi quando ele falou pela primeira vez aquela noite. Disse que aquele era o diário dele, disse que nele estava escrito toda a história dele, ele falou que eu deveria ficar com aquilo. Na hora eu não entendi absolutamente nada, Artur então segurou meu rosto e me deu um beijo, olhou fundo em meus olhos e disse que me amava. Em seguida meu pai o levou de carro até a casa dele. Eu fiquei o observando entrar no prédio dele, ele não olhou uma vez sequer para traz...
Caio respirou fundo, fechou seus olhos e algumas lágrimas caíram pelo seu rosto. Marcos que até então ouvia tudo em pé, sentou-se ao lado dele e segurou sua mão. O choro de Caio aumentava, ele sentia um enorme nó na garganta, fazia algum tempo que ele não falava sobre Artur, ele tinha esquecido um pouco como era dolorido falar sobre isso. Mesmo chorando Caio continuou a contar para Marcos.
- Caio: Eu... eu nunca poderia imaginar que aquela seria a última vez que eu tinha visto o Artur... (Marcos apertou forte a mão de Caio)
- Marcos: O quê... o quê você está dizendo?!
- C: Quando... (Caio soluçava)eu voltei da escola no dia seguinte... meu pai... meu pai estava me esperando na sala... eu lembro que seus olhos estavam inchados, muito inchados, na verdade meu pai ainda estava chorando... na hora fiquei extremamente preocupado e comecei a perguntar a ele o que estava acontecendo... ele começou a chorar mais ainda, não conseguia recuperar o folego... automaticamente comecei a chorar também, sabia que era algo sério, mas nunca... NUNCA... poderia imaginar que ele me falaria aquelas palavras... (Caio olhou nos olhos de Marcos e apertou sua mão com toda força)
- M: ... o quê tinha acontecido? (perguntou Marcos esperando pelo pior)
- C: Meu pai olhou pra mim, e com toda força que conseguia ter, me abraçou... e falou... que o Artur tinha se suicidado naquela manhã...
Caio começou a chorar dolorosamente, sentia uma dor enorme na barriga que o fez se encolher todo. Marcos sentia uma dor inexplicável em seu coração, ele tentava consolar Caio, mas ele também começava a chorar, Marcos começou a lembrar por todas as lutas que Caio já havia passado e chorava junto com ele.
-> SEGUNDA DANÇA (Stars - Dead Hearts. http://youtu.be/OQT2HVfxJu4)
Bia juntou seu garfo e sua faca e repousou sobre o prato vazio. Ela olhou para o outro lado da mesa e sentiu um sensação de prazer muito grande, ver Isa comendo e sorrindo pra ela, era muito mais do que Bia poderia um dia ter sonhado. Isa encheu mais uma vez suas taças de vinho e propôs um brinde.
- Isa: A você, que trouxe luz para minha escuridão, uma luz que eu já estava desistindo de acreditar que se acenderia... (Bia deu um sorriso para Isa, levantou sua taça e também propôs um brinde)
- Bia: A você, que vêm a cada dia me mostrando o que é o amor. E eu não quero deixar de sentir isso nunca mais... (Isa retribuiu o sorriso)
- I: A nós então... a nossa felicidade... (as duas sorriram e brindaram) Você gostou do jantar?
- B: Estava fantástico, não sei onde você aprendeu a fazer esse salmão, mas estava simplesmente maravilhoso. (Isa abriu um sorriso largo) Aliás, achei o seu apartamento um amor...
- I: Gostou mesmo?
- B: Sim, ele é uma graça, super aconchegante. Já até me imagino morando aqui... (Isa travou na hora e arregalou os olhos, Bia imediatamente deu uma risada) Calma amor, eu tô brincando...
Isa se levantou da mesa da mesa em silêncio, foi em direção ao aparelho de som e colocou uma música, Bia continuava sentada acompanhando com os olhos os movimentos dela. Isa veio na direção de Bia e estendeu sua mão para ela, Bia colocou sua mão sobre a de Isa e logo em seguida fui puxada para junto do corpo dela. Elas começaram uma dança lenta, uma dança carinhosa. Ficaram durante alguns minutos abraçadas e balançando ao ritmo da música. Quando a música acabou Isa olhou para Bia
- Isa: Eu tenho uma coisa para te contar (Bia fez uma cara de surpresa)
- Bia: Uma coisa? Que coisa?
- I: É que esse jantar não é apenas uma comemoração íntima do seu aniversário...
- B: Do que você esta falando? (Elas pararam de dançar e Isa a levou até o sofá onde sentaram)
- I: Bem, eu acho que precisamos conversar sobre nós... (Bia automaticamente colocou suas duas mãos no sofá e inclinou seu corpo para traz, assustada)
- B: Onde você quer chegar com essa conversa Isa?
- I: Calma amor... calma... não é pra você ficar assustada...
- B: Mas você fazendo todo esse suspense e falando que é sobre nós... claro que vou ficar apreensiva... (Isa rapidamente segurou na mão de Bia)
- I: Calma... eu preciso falar com você sobre nós porque... bem... porque eu não quero que isso acabe... (Bia logo deu um pulo)
- B: MAS NÓS NUNCA VAMOS ACABAR!!! (Isa deu um sorriso e puxou Bia de volta para o sofá)
- I: Eu sei... por isso mesmo que algumas providências precisam ser tomadas...
- B: Providências?! Que tipo de providências?
- I: Eu já estava pensando um tempo sobre isso, e depois do que aconteceu ontem na sua festa de aniversário, eu tenho certeza do que devo fazer... vou pedir demissão do Machado de Assis.
- B: VOCÊ O QUÊ?!
- I: Sim, eu tenho que sair de lá, eu não quero que dê problemas nem pra mim, e nem pra você... Nossa situação é bem complicada Bia, você é uma menor, eu sou maior, além de ser sua professora... você já imaginou quantos problemas eu irei ter se souberem sobre nós? (Bia ficou pensativa) Então eu decidi, vou sair da sua escola, vou procurar outro lugar para dar aula, ou sei lá, ver um novo projeto, mudar um pouco o foco, vou pensar melhor ainda, mas preciso sair do Machado de Assis... (Bia permanecia em silêncio) Outra coisa, precisamos ser mais cuidadosas, pelo menos durante um ano...
- B: O quê você quer dizer?
- I: Eu não entendo muito de leis, mas... você fazendo 16 anos algumas coisas já mudam, e quem sabe se for melhor você pode até pedir uma emancipação, e claro, se seus pais permitirem... quem sabe... você inclusive, vem morar aqui comigo... quem sabe? (Bia arregalou os olhos, ficou sem ar durante alguns segundo e logo se jogou em cima de Isa)
- B: É O QUE EU MAIS QUEROOO!!! (Bia beijava Isa e falava) Eu quero muito ser feliz ao seu lado, eu quero você pra sempre!!
Bia e Isa continuavam se beijando, e rapidamente a euforia deu lugar a um desejo que até então nunca tinha aflorado entre as duas. Isa beijava Bia com vontade, além de dar mordidas em seu pescoço e orelha. Ela percorria a mão pelas costas de Bia, descendo até sua bunda. Isa então apertou aquela bunda e foi arranhando até a parte de traz da coxa dela. Bia gemeu abafado e logo deu uma mordida nos lábios de Isa.
- Isa: Você tem certeza que essa é a hora?
- Bia: Eu acho que a hora certa é sempre o corpo que mostra, o quê você acha?
Isa então, num levante de ousadia, levou sua mão por baixo do vestido de Bia e rapidamente encontrou sua vagina, que se encontrava toda molhada, Isa escorregou seus dedos pela borda da calcinha e tocou nos lábios daquela bocetinha lisinha. Bia sentiu todo seu corpo arrepiar, olhou para Isa e se entregou ao momento. Elas se amaram durante algumas horas, desvendaram cada pedaço do corpo uma da outra. Isa teve paciência em ensinar Bia, que curtia cada toque, cada beijo daquela relação. Bia gozou pela primeira vez naquela noite, ela então abraçou Isa e sentiu mais um pouco do calor daquele corpo.
- Bia: Eu não sei explicar o que estou sentindo agora... mas é muito maior do que eu mesma... eu amo você... (Isa se virou para Bia, deu um sorriso, agarrou Bia pela cintura)
- Isa: Eu também amo você... agora cala a boca e vem aqui, quem disse que acabamos por hoje...
Bia sorriu e verdadeiramente se sentiu mulher.
-> (Walk The Moon - Shut Up And Dance. http://youtu.be/6JCLY0Rlx6Q)
Marcela tinha acabado de chegar na praça de alimentação do shopping, olhava para os lados procurando por alguém que ela não conseguia encontrar, olhava mais uma vez o seu celular, nenhuma mensagem de Marcos. Ela mais uma vez tentou ligar para ele, chamou e chamou, ninguém atendeu mais uma vez. Ela sentia uma angústia enorme, estava o dia todo tentando falar com ele e nada de obter alguma resposta, nem uma simples mensagem no WhatsApp. Marcela percebia cada vez mais que estava totalmente envolvida com Marcos, o passado já não importava mais. Ela então olhou para o lado mais uma vez e acabou percebendo a presença de duas pessoas conhecidas próximas a ela, sentados a três mesas dela estavam Camila e Lucas, se beijando, rindo, se divertindo, pareciam estar tão felizes, de repente aquilo incomodou Marcela.
Lucas acabou percebendo a presença de Marcela ali naquela praça de alimentação, ele falou com Camila que disse para simplesmente ignora-la. Camila não tinha nenhum problema com Marcela, ao contrário, gostava muito dela, ela sempre a tratou com a maior atenção e carinho na escola, seu único problema foi já ter ficado com Lucas, e isso, ainda deixava Camila um pouco insegura. A questão era que estava um pouco impossível tentar ignorar Marcela, ela simplesmente não parava de olhar para eles. Camila então resolveu levantar sua mão e chamar Marcela para sentar ali com eles, convite esse que foi rapidamente aceito.
- Marcela: Ai gente, que bom que você estão aqui, tô esperando uma pessoa que não chega nunca e é horrível ficar sozinha... (Marcela foi sentando do lado de Lucas e rapidamente o abraçando de forma bem íntima e dando um beijo no rosto dele, Lucas ficou imóvel e Camila, lógico, não gostou nem um pouco)
- Camila: ... pois é... vi que você estava ali sozinha...
- M: Obrigada fofa. (Camila deu um sorriso amarelo) E você gato, tempinho que não converso com você, como você está?
- Lucas: Bem, e você?
- M: Estou ótima!! Você sabe né... (Marcela passou a mão nos braços de Lucas) passei por uma barra, mas não nasci pra ser derrotada por nada... (Agora foi a vez de Lucas dar um sorriso amarelo)
- C: Que bom que você... (Camila foi ignorada e interrompida)
- M: Mas nossa, como tinha esquecido da força desses braços... (Marcela deu uma apertada nos braços de Lucas, que tentava de alguma forma tirar as mãos dela)
- L: é... bri-brigado...
- M: Sabe que ainda penso muito em você... não era pra ser, mas não consigo controlar minha mente né... (Marcela deu uma risadinha) você ainda vive nos meus pensamentos, afinal... foi com você que tudo começou né...
- L: Eu... bem, eu... (Camila deu um tapa na mesa e os dois se assustaram)
- C: I-NA-CRE-DI-TÁ-VEL!
- L: Amor, eu...
- C: CALA A BOCA LUCAS!! (Lucas levou um susto gigante e engoliu seco) Como você é ridícula Marcela...
- M: Oi? Do que você me chamou?
- C: RIDICULA! Precisa que soletre? (Marcela se surpreendeu com a atitude de Camila) O absurdo que passa na minha mente aqui agora é que sempre achei você uma garota legal... será que me enganei tanto? Será que você sempre foi essa ordinária? (Marcela bateu a mão na mesa)
- M: Quem é você pra me chamar de ordinária?! (Bia devolveu o tapa na mesa)
- C: Aquela que não vai deixar você montar em cima! (Marcela se assustou) Você vem aqui, na nossa mesa, e começa a falar desse jeito com meu namorado?!
- M: Seu namorado?!(Marcela fez uma cara de deboche. Os olhos de Lucas estavam arregalados com toda aquela discussão)
- C: SIM, MEU NAMORADO, MEU! NÃO SEU!!
- M: Mas bem que ele gostava disso aqui né (Marcela apontava para o próprio corpo)
- C: Você disse tudo, ele adorava uma carne de segunda, mas agora que ele tá comendo mignon, não consegue mais largar essa carne de primeira... (Lucas ficou de boca aberta com a resposta de Camila)
- M: Não sabia que você era comediante Camila... Você? Mignon? HILÁRIO!! (Marcela dava risadas altas de deboche. Camila então se levantou da mesa)
- C: Se ele não tivesse gostando não tava comendo todo dia, agora você pelo visto, tá destinada a ficar sozinha esperando por alguém na praça de alimentação, alguém que provavelmente não sabe nem se gosta de esfirra ou linguça... (Lucas arregalou os olhos para Camila)
- L: AMOOOOORRR...
- M: O que você falou?!
- C: Nada não... (Camila ia saindo quando se virou novamente para Marcela) Você merece alguém como o Marcos mesmo sabia... agora, quem não merece perder o tempo com você, essa sou EU! FUI! Vamos Lucas! (Lucas rapidamente se levantou e foi correndo tentar alcançar Camila)
Marcela ficou sentada na mesa, algumas pessoas olhavam na sua direção, ela no entanto, estava pensando naquilo que Camila tinha falado. "O que ela quis dizer com aquilo? Não sabe se gosta de esfirra ou linguiça... mereço o Marcos... do que ela estava falando?" pensava Marcela.
Lucas ia gritando por Camila que continuava andando acelerada, quando ele finalmente a alcançou, segurou em seu braço e ela já virou dando um soco em seu braço.
- Camila: Que raiva!! Que garota cretina!! AAAAAAHHHH QUE RAIVA!! (Deu outro soco no braço de Lucas que fez ele rir) Tá rindo do quê?!
- Lucas: É que... eu nunca tinha te visto daquele jeito... eu te conheço a tanto tempo... e aquilo foi totalmente novo pra mim...
- C: Você não sabe a quanto tempo eu gosto de você, e agora que nós estamos juntos... aaaaahhh mas não vai ser uma vadiazinha igual ela que vai estragar tudo... (Lucas mais uma vez deu uma gargalhada) Para chato!! Para de rir!! (Ele então deu um beijo nela)
- L: Só tem uma coisa...
- C: O quê? (Perguntou desconfiada Camila)
- L: Você disse pra ela que eu tava adorando comer carne de primeira, a questão é... nós... nunca... entendeu? (Camila olhou para Lucas e deu um sorriso sensual)
- C: Podemos resolver isso rapidinho, você não acha? (Lucas mais uma vez ficou de boca aberta com a atitude de Camila)
- L: Cla-claro... Podemos sim...
-> (Bleachers - Rollercoaster. http://youtu.be/ldk2pLyVZ4c)
Heitor ainda não acreditava que Daniel iria passar aquela noite na casa dele. Ele não conseguia parar de pensar em como realmente aquele menino não lembrava em nada aquele que um dia o tinha estuprado. Heitor se sentia recuperado do que aconteceu, aquela terrível memória aos poucos ia sumindo, e ele se permitia cair de cabeça nesse relacionamento maluco.
Daniel estava muito ansioso, ele estava preocupado se conseguiria agradar aos pais de Heitor, na verdade, ele não queria que soubessem o que acontecia entre eles, mas queria causar uma boa impressão na família dele. Enquanto estavam todos sentados a mesa jantando, o irmão mais velho de Heitor logo quebrou todo o gelo que poderia existir.
- Guido: Então... vocês estão namorando? (Daniel quase borrou sua cueca, engasgou de uma maneira que não parava de tossir)
- Pai de Heitor: Você quer matar o menino Guido?! (Daniel não parava de tossir, mas acabou que todos começaram a rir)
- Daniel: Eu... eu... (tosse) eu...
- Heitor: Respira Dani, respira... (Todos na mesa continuavam rindo. Depois de algum momento Daniel conseguiu se recompor)
- D: Nós... bem... nós... (Heitor rapidamente o interrompeu)
- H: Nós somos só amigos Guido. (Heitor deu um sorriso para Daniel que sorriu meio envergonhado de volta)
- G: Humm... amigos... que bom... mas então vocês são muito bom amigos né, porque Daniel, o Heitor não para de falar de você nessa casa... é Daniel isso, Daniel aquilo, as vezes era com ódio, outras vezes com carinho, aí ontem ele dorme na sua casa, hoje você dorme aqui...
- Mãe de Heitor: Chega Guido, deixa os dois quietos, eles tão falando que são só amigos... então ele são só amigos... (Heitor foi se levantando da mesa)
- H: Licença gente, já terminamos e vamos lá pro meu quarto tá.
Heitor foi puxando Daniel pelo braço e foram em direção ao quarto dele, ao longe eles escutava o irmão dele falando para os pais: "Mas eu não falei nada demais...". Daniel estava um pouco perdido, ele não imaginava que Heitor tivesse uma relação tão aberta com a família, e nem imaginava que seu nome era tão comentado na casa.
- Daniel: Quer dizer que sou famoso aqui então?! (Daniel fez uma cara de safado na hora e já foi puxando Heitor e lhe dando um beijo)
- Heitor: Não começa a ficar besta hein... (os dois riram)
- D: Fiquei muito assustado na hora, não sabia o que responder, não sabia se era pra falar que era seu namorado...
- H: Você não teria problema em falar para eles que é gay?
- D: Heitor, eu falei pra você ontem, não ligo mais pra isso, é de você que eu gosto e não quero mais esconder quem eu sou, eu não sabia se era pra falar que era seu namorado por quê... não sei se estamos namorando... (Heitor deu um sorriso pra Daniel, laçou a cabeça dele com seus braços e lhe deu um beijo apaixonado)
- H: É claro que você é meu namorado! (Eles se beijaram mais um vez, em seguida Heitor foi saltitante em direção ao banheiro no corredor) Vou tomar um banho tá, quero ficar limpinho, se é que você me entende... (Heitor deu um sorriso safado e Daniel deu uma risadinha)
- D: Tá bom, vou usar seu computador enquanto isso, tá?
- H: Claro, usa aí...
Heitor foi ao banheiro tomar banho e Daniel usava a internet enquanto isso. Depois de uns 15 minutos Heitor chegou no quarto só de toalha, fechou a porta e rapidamente chamou atenção de Daniel. Ele se virou e Heitor então deixou a toalha cair.
- Heitor: Opa... desculpa... deixa eu pegar a toalha... (Heitor virou de costas para Daniel e se agachou para pegar a toalha, empinando muito a bunda para ele)
- Daniel: Assim você me deixa de pau duro! (Daniel foi se levantando)
- H: Essa é a intenção... (Heitor deu uma risadinha safada) Mas antes você têm que ir tomar um banho, quero tudo limpinho, bem lavadinho...
Daniel fez uma cara de desanimo, mas então em um salto pegou a toalha e foi correndo para o banheiro. Heitor riu da situação mas começava a ficar excitado, ele começava a colocar uma roupa quando escutou um barulho vindo do seu notebook. Foi se aproximando e viu que Daniel tinha deixado seu facebook aberto e tinha acabado de receber uma mensagem. Heitor não se conteve e se aproximou mais para ver de quem era a mensagem, era do Claudio. A curiosidade era maior, então Heitor se sentou na cadeira e clicou na conversa.
[Claudio Mendes]: E ae dani, blz?
[Daniel Fonseca]: Blz Claudinho
[Claudio Mendes]: Vei preciso falar com vc. To pensando numa parada aqui
[Daniel Fonseca]: Q foi?
[Claudio Mendes]: Ontem rolou uma parada loka comigo. Ta ligado naqueles merda do condomínio azul mar?
[Daniel Fonseca]: Sei, q tem eles?
[Claudio Mendes]: Ontem eles me falaram q te viram la no clube, tu foi?
[Daniel Fonseca]: Fui sim
[Claudio Mendes]: Porra, nem chamou viado
[Daniel Fonseca]: Foi mals, decidi de ultima hora
[Claudio Mendes]: Mas então, eles falaram q tu tava de conversinha com aquele viadinho amigo daquela mina q tu pegava
[Daniel Fonseca]: Sei la, devo ter falado com ele sim, mas e dai?
[Claudio Mendes]: Pow vei, já te vi de papo com ele varias vezes, o garoto tem maior fama de viado, vai pegar mal pra tu tb vei
[Daniel Fonseca]: Nada a ver, eu só cumprimento ele
[Claudio Mendes]: Achei q vc tava de conversinha com ele
[Daniel Fonseca]: N Claudinho, ele é nada n
[Claudio Mendes]: Blz, nos falamos na aula segunda
Heitor foi levando a seta até o menu do facebook e depois clicou em sair. Ele se levantou e olhou para a porta do quarto fechada, sentou na cama e começou a chorar, ele estava completamente decepcionado, não acreditava que Daniel tinha dito ao Claudio que ele era nada. Ele pensava em cadê toda aquela coragem, aquela fala de que não ia mais se esconder. Heitor pendurou sua toalha, colocou seu shorts de pijama e foi se deitar na cama, apagou a luz do quarto e ligou o abajur. Daniel entrou todo animado no quarto, ele estava somente de toalha, já foi trancando a porta e jogando a toalha longe. Foi subindo nu em cima da cama e passando a mão nas pernas de Heitor, ia subindo sua mão até chegar a bunda dele. Acariciou ali durante um tempo, mas Heitor não tinha nenhuma reação, ele não falava nada nem se mexia.
- Daniel: Que foi? Você tava tão animado a pouco tempo atrás... (Heitor se virou, olhou no rosto de Daniel, pensou em falar alguma coisa, mas preferiu ficar quieto)
- Heitor: Nada não... apenas fiquei com sono (falou ele seco)
Daniel não desistiu tão fácil, ainda querendo provocar Heitor, o virou de barriga pra cima, foi tirando uma parte do shorts dele revelando um pau mole. Heitor não esboçava nenhuma reação, nem contra, nem a favor. Daniel segurou o pau dele e foi levemente punhetando, em seseguida colocou o pau de Heitor na boca e começou a chupar, ele chupava meio desajeitado, não tinha prática, mas o pau de Heitor simplesmente não subia. Ele então segurou as bolas de Heitor e chupava só a cabecinha, passava a língua em volta de toda glande, nada de subir. Decidiu então uma ultima cartada, ficou passando o dedo na portinha do cuzinho dele enquanto chupava com vontade o pau dele, mas nada acontecia, ele então desistiu.
- Daniel: É... tô vendo que hoje não vai ter nada mesmo... (Daniel se levantou da cama, colocou sua toalha em uma cadeira, vestiu sua cueca e seu shorts pra dormir. Foi até Heitor e deu um beijo no rosto dele, então deitou no colchão no chão) Boa noite amor.
Heitor olhou para a figura do corpo de Daniel deitado no colchão, respirou fundo, fechou os olhos, se virou para outro lado, abriu os olhos novamente e resolveu responder.
- Heitor: Boa noite...
Ele então apagou a luz do abajur e tudo ficou completamente imerso na escuridão. Heitor novamente se deitou de barriga para cima e abriu os olhos, ele ficou olhando para o nada e pensando se tudo teria sido um breve sonho. "Será que Daniel realmente mudou? Eu sou nada? Então nada teve significado?" pensava Heitor.
-> (Milky Chance - Stolen Dance. http://youtu.be/k750IIdKq08)
Caio começava a se acalmar, Marcos passava as mãos pelos cabelos dele tentando consola-lo. Caio conseguiu novamente se sentar, ele olhou para Marcos e deu um beijo no rosto dele. Marcos então levou sua mão até o rosto de Caio e foi o ajudando a secar suas lagrimas.
- Caio: Como foi doloroso Marcos, como ainda dói... dói de todas as formas, se eu lembrar dói, se eu começar a esquecer dói porque me sinto culpado por estar esquecendo... (uma lágrima solitária caiu do olho de Caio)
- Marcos: Era muito grande esse sentimento que você tinha por ele... (Caio virou seu rosto e olhou para Marcos)
- C: Não era grande Marcos... É grande o que eu sinto pelo Artur... (Marcos deu um sorriso e colocou sua mão sobre o ombro de Caio) Naquele dia eu me senti morrendo um pouco, eu senti meu pai morrendo um pouco, eu senti todos os amigos que tínhamos em comum morrendo um pouco... Artur era maravilhoso, a alegria que ele tinha... essa alegria você via ela se acabando dia a dia, mas mesmo assim ela não acabava... Deus inventou o sorriso exatamente pra colocar naquele rosto... em nenhum outro rosto um sorriso era tão perfeito... (Caio fechou os olhos e um sorriso apareceu em seu rosto, mas lagrimas continuavam a descer) Eu não pude ir no velório e no enterro dele... (uma expressão de dor surgiu no rosto de Caio) lógico que o pai dele me culpou por tudo... meu pai tentou de todas as formas fazer com que eu pudesse ir, mas nada adiantou... (Caio chorou dolorosamente) Eu não pude me despedir do meu amor... (Marcos puxou Caio para junto dele e eles se abraçaram com força. Marcos não se aguentou e começou a chorar novamente)
- M: Você não merecia passar por isso Caio... Você não merecia sofrer tanto na vida...
Caio afastou seu rosto de Marcos, olhou nos olhos dele e o beijou na boca. Foi um beijo terno, carinhoso. Após o beijo, Caio se levantou e foi em direção ao mural, olhou para a última foto que Artur e ele tiraram juntos, beijou a ponta de seus dedos e levou sua mão até o rosto de Artur na foto. Virou para Marcos, ele já estava mais recomposto, então continuou.
- Caio: Uns três dias após o enterro do Artur, eu estava em casa o correio trouxe uma carta pra mim... na hora eu fiquei completamente congelado... era uma carta do Artur... eu sabia que era uma carta de despedida... fui correndo para o quarto, joguei no fundo de uma gaveta, fechei a gaveta, sentei na cama e fiquei encarando aquela gaveta o dia inteiro... eu simplesmente não tinha coragem de abrir aquela carta... eu tinha medo do que estaria escrito nela...
Caio colocou a mão no seu bolso e pegou o pergaminho. Puxou ele, deu mais uma olhada e então entregou para Marcos, que segurou o pergaminho e olhou para Caio.
- Caio: No outro dia eu tive coragem, abri a gaveta, peguei o envelope e o abri, dentro dele estava esse pedaço de papel... esse pedacinho de papel... veja você mesmo Marcos...
Marcos olhou para o pergaminho, tirou a liga que prendia e foi desenrolando o papel. Marcos rolhou rápido e viu que era um texto em inglês com a tradução do lado. Ele então começou a ler.
"*Switchfoot - Souvenirs*
Here's to the twilight (Aqui está o crepúsculo)
Here's to the memories (Aqui estão as memórias)
These are my souvenirs (Estas são as minhas lembranças)
My mental pictures of everything (Minhas fotos mentais de tudo)
Here's to the late nights (Aqui estão as noitadas)
Here's to the firelight (Aqui está a luz do fogo)
These are my souvenirs (Estas são as minhas lembranças)
My souvenirs (Minhas lembranças)
I close my eyes and go back in time (Eu fecho meus olhos e volto no tempo)
I can see you're smiling, you're so alive (Eu posso ver você sorrindo, você está tão vivo)
We were so young, we had no fear (Nós éramos tão jovens, nós não tínhamos medo)
We were so young, we had no idea (Nós éramos tão jovens, nós não tínhamos ideia)
That life was just happening (Que a vida estava apenas acontecendo)
Life was just happening (A vida estava apenas acontecendo)
Here's to your bright eyes (Aqui estão seus olhos brilhantes)
Shining like fireflies (Brilhando como vaga-lumes)
These are my souvenirs (Estas são as minhas lembranças)
The memory of a lifetime (A memória de uma vida)
We were wide-eyed with everything (Nós arregalávamos os olhos com tudo)
Everything around us (Tudo a nossa volta)
We were enlightened by everything (Nós nos iluminávamos por tudo)
Everything (Tudo)
So I close my eyes and go back in time (Então eu fecho os olhos e volto no tempo)
I can see you smiling, you're so alive (Eu posso ver você sorrindo, você estava tão vivo)
I close my eyes and go back in time (Eu fecho meus olhos e volto no tempo)
You were just a child then, and so was I (Você era apenas uma criança, e eu também)
We were so young, we had no fear (Nós éramos tão jovens, nós não tínhamos medo)
We were so young, we had no idea (Nós éramos tão jovens, nós não tínhamos ideia)
That nothing lasts forever (Que nada dura pra sempre)
Nothing lasts forever (Nada dura pra sempre)
Nothing lasts (Nada dura)
Nothing lasts (Nada dura)
You and me together (Você e eu juntos)
Were always now or never (Foi sempre agora ou nunca)
Can you hear me? (Você pode me escutar?)
Can you hear me? (Você pode me escutar?)
I close my eyes and go back in time (Eu fecho meus olhos e volto no tempo)
I can see you smiling, you're so alive (Eu posso ver você sorrir, você estava tão vivo)
I close my eyes and go back in time (Eu fecho meus olhos e volto no tempo)
You were wide-eyed, you were wide-eyed (Você estava com os olhos arregalados, você tinha os olhos arregalados)
We were so young, we had no fear (Nós éramos tão jovens, não tínhamos medo)
We were so young, we had just begun (Nós éramos tão jovens, nós tínhamos apenas começado)
A song we knew, but we never sang (Uma música que conhecíamos, mas nós nunca a cantamos)
It burned like fire inside our lungs (Queimava como fogo dentro de nossos pulmões)
And life was just happening (E a vida estava apenas acontecendo)
And life was just happening (E a vida estava apenas acontecendo)
I wouldn't trade it for anything (E eu não trocaria isso por nada)
My souvenirs (Minhas lembranças)
*PS: Nós fomos o agora ou nunca. Eu simplesmente te amo."
Marcos levantou sua cabeça e olhou para Caio, ele não sabia o que dizer, as palavras simplesmente se misturavam na sua mente. Caio então pegou o pergaminho das mãos de Marcos, foi até a janela de seu quarto, tirou um isqueiro do outro bolso, acendeu e o papel começou a queimar. Marcos levantou rapidamente da cama e foi correndo em direção a Caio que soltou o pergaminho, ele foi voando e se queimando.
- Marcos: Porque você fez isso Caio?! O Artur tinha deixado isso pra você!! (Marcos ficou desesperado com a atitude de Caio)
- Caio: Foi por isso que eu te chamei aqui Marcos... (Marcos olhou confuso para Caio)
- M: Não estou entendendo...
- C: Ontem eu estava na festa da Bia e acabei sabendo que você continua saindo com a Marcela... (Marcos arregalou os olhos e sua boca de repente estava seca)
- M: Eu... Caio...
- C: Calma... na hora eu fiquei sem reação, senti um vazio dentro de mim, uma tristeza que eu conheço muito bem... mas eu depois comecei a pensar... e acabei sabendo exatamente o que fazer... (Marcos olhou confuso para Caio)
- M: O que você vai fazer?
- C: Eu... preciso te dizer obrigado... (Marcos ficou mais confuso ainda)
- M: Obrigado?!
- C: Sim... (Caio segurou nas mãos de Marcos) Eu ainda não tinha me recuperado da morte do Artur... eu queria que tudo fosse diferente, até mudar de cidade eu mudei... mas eu simplesmente não conseguia me libertar... (Caio levou as mãos de Marcos até o seu peito e colocou as mãos dele sobre o seu coração) Até conhecer você...
- M: Eu?!
- C: Você... você me mostrou que eu ainda sou capaz de amar... você me mostrou que eu não estrou traindo o Artur... você me mostrou que a vida está apenas acontecendo e nada vai apagar o que eu vivi com o Artur... o que eu tive com ele vai estar pra sempre nas minhas lembranças... então eu não preciso mais daquele pergaminho pra me lembrar, eu não preciso mais daquele pergaminho pra me prender... e aliás, sempre que escutar essa música agora, não vou mais chorar, eu vou sorrir...
- M: Caio... eu... eu amo você... (Caio deu um sorriso para Marcos)
- C: Eu também amo você...
- M: Então, o que nós vamos fazer? (Caio abraçou Marcos e falou no ouvido dele)
- C: Nós vamos viver, e guardar nas nossas memórias o que vivemos... (Caio se afastou e olhou nos olhos de Marcos) Só nós dois sabemos o que sentimos um pelo outro, mas também sabemos que não fomos feitos um para o outro...
- M: Eu entendo o que você está dizendo... mas nem que você tente muito, eu nunca vou deixar de ser seu amigo...
- C: Mas nem que você tente muito, eu nunca vou deixar de ser teu amigo...
Caio e Marcos se abraçaram de uma forma intensa, eles sabiam que ali, naquela hora, uma página da vida deles estava se virando. Um sentimento que só a eles pertencem seria guardado. Eles se olharam mais uma vez e um grande sorriso apareceu no rosto de ambos.
- Marcos: Têm uma coisa que eu gostaria de te pedir...
- Caio: O quê?
- M: Um último beijo? (Caio colocou uma de suas mãos no rosto de Caio e sorriu)
- C: Sim... um último beijo...
-> (Switchfoot - Souvenirs. http://youtu.be/M8n-rKCSQ0A)
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-> BielRock: Assim, antes de começar a escrever essa série eu tinha escrito a história do Caio e do Artur. Eles se tornaram um casal xodó pra mim, tenho um carinho louco por eles. Artur sofreu, mas ele também amou, e enquanto foi possível, ele foi feliz. A história é triste sim, mas eu quis mostrar um pouco, mesmo que de maneira bem minúscula, que precisamos estar atento ao que passa na vida dos adolescentes, muitos passam por problemas assim, e também não tem força para continuar, temos que estar atentos para que possamos prevenir essas coisas. Biel eu adoraria continuar escrevendo sobre esses personagens, mas no momento eu acho que a história que eu queria contar foi contada, então provavelmente eu começarei outra série que já estou bolando, mas nada impede que no futuro eu tenha uma ideia e volte a falar sobre essa galera. Outra coisa, eu não falei sobre o que aconteceu com o pai do Artur porque eu achei que iria fugir muito do que eu queria, que era falar sobre esses adolescentes. Beijo enoooooorme.
-> kaduNascimento: Então, não sei se o que você imaginou se concretizou, mas era exatamente onde eu queria chegar. Essas coisas podem acontecer e temos que ficar atentos para podermos ajudar de alguma forma. Mas espero que você esteja gostando de tudo, e agradeço muito sua companhia nessa jornada. Beijão
-> Geomateus: Sempre agradeço o seu carinho. O seu comentário é sempre simples, mas enche meu coração de alegria saber que você tá gostando. Obrigado por ter me acompanhado nessa aventura. Beijo grande.
-> Prireis822: Nossa, espero muito que você tenha gostado desse episódio, eu imagino que você deva ter achado triste, mas como escrevi para outros leitores, além da mensagem de amor, eu queria também mandar um alerta para todos nós. Isso são coisas que acontecem, e não podemos fechar os olhos, temos que ficar atentos e tentar prevenir essas tragédias. Pri, eu no momento me sinto feliz, sinto que contei o que precisava contar dessa galera, já estou bolando outra série e pretendo lança-la em breve, mas nada impede que no futuro algo venha na minha mente e retorne a brincar com essa galera que adorei escrever. Sinto eles tão reais pra mim, que parece que vou encontra-los na rua. Um beijo enorme e nos vemos no capitulo final. :**
-> Anjo Sedutora: Acho que ela terminou triste né, mas sinto que consegui colocar uma pitada de esperança, uma pitada de amor. Muito obrigado por toda sua companhia nessa jornada que tem sido incrível, espero você no capitulo final. Beijoooo
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Gente, é isso, até o episódio final. Comentem bastante, quem sabe vocês conseguem me convencer de mudar o final de alguém, então não fiquem com preguiça e COMENTEM!! EU ADORO LER ESSES COMENTÁRIOS!!
Para aqueles que querem ter um contato mais direto comigo é só mandar um e-mail para leoleoleopinheiro@outlook.com