Cap.13
Leandro percebeu a cara esquisita que ele fez.
- Ele tá bem ?
- Creio que sim. Não tem motivo pra não estar- e ele realmente não tinha. Namorava, tinha dinheiro. Qual seria o motivo pra ele estar triste ?
- Eu preciso ir Júnior.
- Tudo bem. Bom dia. Nos vemos lá na facul -ele sorriu.
- Pois eh. Obrigado pela ajuda, você é ótimo.
- Que nada !
Leandro saiu me deixando pensativo. Meu novo amigo parecia ser uma pessoa especial e diferente. Será ?
TEMPO DEPOIS
Entrei no quarto e ele estava sentado, vendo TV.
- Mal falou comigo né ? - falei, querendo saber o motivo dele estar daquele jeito.
- Quem é esse garoto ?
- É um novo amigo meu da faculdade. Ele parece ser uma ótima pessoa- sentei na beira da minha cama e fiquei pensando.
- Se afaste dele- vi Carlos se aproximar de mim repentinamente.
- Porque ?
- Ele não e uma boa pessoa
- Como você sabe ?
- Eu sei... Eu sinto...
- Affs. Isso parece encrenca de duas pessoas- me levantei e fui até o banheiro tomar banho. Fiquei buscando um motivo pra ele ter dito aquilo. Leandro exalava boa vontade e sentimentos. Parecia sim ser uma boa pessoa. Não entendi o porquê daquela fala dele.
DIAS DEPOIS
Nos dias que se passaram vi um Carlos ainda mais afastado. Ele quase não falava comigo, parecia nem querer mais me ver. Isso doeu demais. Doeu mais ainda quando Juliano propôs uma mudança dos quartos.
- Mas porquê ?
- É melhor pra se conhecerem ainda mais. Fora que os outros quartos são maiores.
- Mas eu não quero.
- Vai ser melhor- Carlos falou.
Depois de um sorteio, ficou definido que eu iria ficar no mesmo quarto que Jader.
- Seja bem vindo Júnior. Este aqui é o local onde você vai ficar agora.
- Com licença- entrei no quarto cabisbaixo. Eu não entendia aquele afastamento. Eu não tinha feito nada contra ele. Ele não me queria mais no quarto, não queria mais me ver. Porque eu tive que me apaixonar por um hetero ?
TEMPO DEPOIS
Será se ele desconfiava do meu sentimento ? Era por isso que ele não me queria perto dele ?
- Vai pra faculdade hoje ?- eu perguntei, o vendo sair do quarto.
- Vou. Mas eu vou na casa da minha namorada primeiro.
- Ah- era assim sempre. Ele parecia me evitar. Ele parecia não mais querer me ver. Até quando isso duraria ?
TEMPO DEPOIS
Eu tinha ido até a casa de Leandro, pra estudar. Ele morava em um enorme casarão. Sim, a família dele parecia ser bem de vida. E ter deixado muita coisa pra ele.
- Não se esqueça de estudar aquelas páginas Leandro.
- Pode deixar, eu não vou esquecer.
- Então tchau.
- Tchau- eu já ia embora, mas senti uma mão segurar o meu braço.
- Ei, você quer comer temaki ?
- Temaki ? Mas agora ?
- Eh. Vamos jantar num restaurante japonês que fica aberto até 1hrs.
- OK, vamos lá- Leandro tinha algo que me chamava atenção. Eu não sabia explicar. Seria meiguice ? Ou a Fofura ? Não sei. Mas Leandro era especial.
TEMPO DEPOIS
- Nossa, mas como é bom.
- Não e ?
- Fazia tempo que eu não comia comida japonesa.
- Eu sempre venho aqui
- Que legal. Vou vir te visitar sempre, só pra comer- ele sorriu.
- Venha mesmo, vou adorar sua companhia- aquilo fez meu coração acelerar de um jeito diferente. Um jeito terno.
- Ei
- O que ?
- Você ficou com um pouco de shoyu na boca- nunca vi alguém ficar tão vermelho na minha vida.
- Ai meu deus, que vergonha- ele pegou o papel e se limpou- que ridículo !
- Acontece... Esqueça- dei um sorriso, demonstrando confiança.
- Tudo bem
TEMPO DEPOIS
- Pronto, está entregue - ele sorriu
- Obrigado por ter me trazido.
- Não queria que você fosse- me arrepiei quando ele colocou a mão no meu pescoço.
- Mas eu tenho que ir.
- Ah, tudo bem. Até amanhã na faculdade.
- Até- ele se aproximou, e, pra meu espanto, deu um estalado beijo na minha bochecha. Foi a minha vez de ficar vermelho- T-tchau
Sai do carro e fiquei pensando. Então ele era gay também ! Ele ainda não tinha assumido, mas aquele beijo dizia muita coisa. Será se esse era o meu destino ? Abandonar o bonitão e ficar com aquele que parecia estar me dando bola ? Talvez sim. Estranhei a casa calma e escura, porque naquele horário geralmente tinha gente na sala e e a barulheira era perceptível da rua. Subi as escadas rapidamente e tudo continuava na maior calmaria. Já ia entrar no quarto, mas ouvi um barulho. Parecia ser alguém chorando. Vinha do quarto do Carlos. Pensei em deixar pra lá e entrar no quarto, mas algo no meu coração dizia que eu devia entrar lá. Andei alguns metros e coloquei a mão na maçaneta. O barulho aumentou, abri e tive a surpresa. Carlos estava jogado no chão, chorando.
- Carlos ?- meu coração apertou ao ve-lo naquele estado- o que houve ?- corri e me aproximei dele- porquê você tá assim- ele ergueu o olhar e quando me viu, me abraçou. Forte. Ele não parava de chorar.
- Porquê, Júnior ?
- O quê houve Carlos ?
- Porquê tem que ser assim ?
- Assim como...
- Porque eu não posso ser eu.
- Como assim, ser você ?
- Eu não consigo ser eu !- as lágrimas aumentaram. Fiz ele sentar na cama
- O que você quer agora pra me contar o porque de estar assim ?
- Deita aqui- deitei do lado dele.
- O que houve ?- me surpreendi quando ele se aproximou e colocou a cabeça no meu peito- Carlos ?
- Eu lembro.
- O que ?
- Daquele beijo.
- Qual beijo ?
- O nosso beijo...
Continua
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