A levei embora do hospital, deixa-a em sua casa e pedi que não fizesse esforço algum, que logo mais a tarde eu voltaria com algumas coisas para o jantar, liguei ao médico e perguntei se teria alguma reação ou se ela poderia se alimentar normalmente, ele me disse que sim, pois a cirurgia teve muito bons resultados.
Para não ficar estranho esse conto eu vou dar alguns nomes para os personagens:
Essa que fora operada chamasse Marta, seu filho Filipe e eu me Chamamos Fernando.
Marta é uma senhora muito boa doce e muito gentil, e seu filho o Filipe é um garoto, curisoso, orgulhoso e muito complicado rs.
Eu sou “carente” eu acho rs, sou atencioso e muito dedicado, não sei se isso é uma qualidade ou defeito “ eu não sei dizer não”.
Eu voltei a tarde na casa deles dois e o Filipe estava tomando banho e a Marta sentada no sofá vendo TV.
Bati palmas e ouvi ela gritando que eu poderia entrar, era mais ou menos umas seis e meia da noite, entrei com algumas sacolas nos braços, lhe dei um beijo e fui direto para a cozinha.
Ouvi os passos lentos dela me seguindo:
Deixa eu te ajudar Fernandinho?
Imagina Marta, fique quietinha lá no sofá que você precisa de muito repouso.
Pelo menos me deixa ficar aqui na cozinha com você então?
Eu não gosto de ficar sozinha, e você é uma ótima companhia meu filho!
Tudo bem Marta, eu vou adorar conversar com você enquanto a comida fica pronta.
Ela me ajudou a cortar os legumes enquanto me contava do filho e das varias vezes que se preocupou quando era um garoto, quando não conseguiu dormir pois ele estava na rua com sabe-se lá quem, e até agora quando ela viu o filho maravilhoso que ele se transformou.
Eu também abri meu coração.
Falei do meu pai, das varias surras que levei, da minha mãe, dos cara que me violentou e da minha infância difícil no colégio até os dias de hoje, quando sou dono do meu nariz e das minhas responsabilidades.
Filipe saiu do banho não sabendo que eu estava lá.
Ele tinha o costume de andar pela casa somente de cueca.
Aquela visão me desconcertou, fiquei totalmente paralisado, quando vi o belo corpo que Filipe tinha, apesar de ser um rapaz jovem, ele é muito bonito e bastante atraente.
Uma coisa que me deixou estagnado foi ver o desenho que os pelos formavam abaixo do umbigo, era um lindo caminho escuro em contraste e logo abaixo era nítido o volume formado atrás do pano da cueca boxer branca.
Quando me viu, se assustou,ficando vermelho feito o tomate que sua mãe cortava e disse:
Poxa cara! Me deculpa, eu não sabia que tu tava aqui.
Eu respondi:
Não respondi nada, tentei engolir a baba que escorria da minha boca e respingava na mesa.
Imagina Filipe, eu que estou invadindo o seu espaço, sou eu quem lhe deve um pedido de desculpas.
Ele voltou para o quarto e eu o segui com os olhos, enquanto a Marta me fitava com cara de sacana querendo rir.
Meu filho é lindo, pode concordar comigo Fernandinho!
É Marta seu filho é de uma natureza sem igual, vou ter muitas visitas dele em meus sonhos a partir de hoje rs.
Nós dois rimos.
Cortei o salmão e o temperei com ervas e “amor” rs, depois enfeitei a forma com as batatas que a Marta cortava e algumas fatias de tomate seco, colocamos ao forno e enquanto aguardávamos fomos prepara o arroz o feijão, a salada colorida e um suco para a Marta enquanto eu deliciava uma cerveja geladinha rs.
Nada, de ele voltar e se juntar a nós na cozinha.
Na realidade naquele momento eu não me importei muito com isso.
O meu papo com a Marta estava tão gostoso que eu quase me esqueci do filho dela (quase).
Senti-me super à vontade para falara da minha vida, das minhas paixões, das cabeçadas que dei e das muitas vezes que eu não agüentei segurar a barra e me peguei chorando por algo ou alguém.
Ela me deu alguns conselhos, se usou de exemplo em seus diálogos.
Foi mãe solteira e decidiu criar o filho sem a presença de um pai, sem auxilio ou ajuda alguma de sua família, e por tudo que já havia passado no mundo, ela me disse que jamais poderia julga outra pessoa, já que ela mesma sentiu na pele o sentimento de ser rejeitada.
Hoje ela e o Filipe são muito felizes juntos.
O arroz ficou pronto, depois o feijão e a salada nós dois já estávamos biliscando enquanto papeávamos.
O cheiro do salmão já estava indicando que estava quase pronto.
Nisso ela mesma parou e fixou os olhos na travessa de salada, e depois me disse:
Bom Nando, eu não sou contra nada disso, não vou me opor a nada disso e se der certo eu vou dar o maior apoio.
Meu filho é dificl, é orgulhoso e não gosto de depender de ninguém, ele gosta de estar a frente e de fazer as coisas da maneira e com as opiniões dele.
Como eu mesma já te disse hoje mais cedo.
Eu sei da sua sexualidade, sei que você nutre um amor por ele, e sei também que uma das duas partes podem sair magoada, mas eu posso te garantir que em muito pouco tempo você se tornou tão especial para mim, como o meu próprio filho e independente de qualquer coisa que venha a acontecer, eu quero que você saiba que eu já tenho um carinho e um amor tão enorme por você, que cresce a cada dia que passa.
Toquei sua mão e agradeci pelas palavras de carinho.
Me levantei e retirei o salmão do forno.
Nossa aquele cheiro maravilhoso, nos deixou desesperados para comer.
Ela chamou o filho.
Ele veio todo bonitinho, cheirosinho e muito bem alinhado.
Sentou-se a mesa e se desculpou pela demora, mas estava com muitas lições para terminar.
Quando viu aquela mesa toda decorada, ele sorriu e me olhou firmemente, me agradecendo.
E em pouco tempo estávamos nós três conversando, rindo, bebendo e comendo aquela deliciosa refeição (modéstia parte rs).
Depois do jantar eu ainda levei um pudim de Maria mole que é o doce que eu mais amo nesse mundo.
A noite foi muito agradável, o filho e a mãe são excepcionais, pessoas maravilhosas e muito receptivas, apesar de eu não esconder de ninguém que eu gostava de homens.
Naquele momento eu queria mesmo era ficar ali, sentado com aqueles dois seres que me receberam tão bem e me deixaram completamente apaixonado por ambos.
Já era por volta de meia noite, decidi ir embora para minha casa.
Agradeci aos dois pela hospitalidade e pela boa conversa e depois de dar um beijo em Marta eu segui em direção a porta.
Filipe me seguiu em companhia e foi comigo até o portão.
Me despedi e caminhei até a calçada.
Nesse momento ele me chama e eu paro de caminhar e me viro, enquanto ele fala:
Fê, eu admiro você, eu tenho um carinho muito especial por você, tem algo nesse seu jeitinho que me deixa excitado, mas eu não consigo.
Eu gosto muito de estar com você, de tê-lo aqui na minha casa, de aprender, de brincar, rir e me divertir com você.
Mas eu o vejo apenas como um grande amigo e o meu medo é esse.
De você criar expectativas de uma relação que infelizmente não vai existir.
-Eu fiquei espantado com a sinceridade do menino.
Tentei disfarçar o meu constrangimento perante ele, com um sorrisinho de lado, mas aquelas palavras me entristeceram.
Realmente eu já estava com o desejo de ficar com ele e de tê-lo como namorado.
Entrei no carro e segui em direção a minha casa.
No caminho não segurei a dor e o peso daquelas palavras e chorei muito.
Ele não havia me dado nenhuma esperança até então, mas a maneira fria que ele me disse aquelas coisas, soaram como facas cortando (fatiando) meu coração.
Em casa eu tomei um banho e passei o resto da noite acordado lembrando da imagem dele apenas de cueca.
Eu não ia desistir de ficar com ele, não iria mesmo.