Descemos lá para baixo, estavam todos assistindo amigavelmente, a mãe deles vinha com uma bacia de pipocas, eu sentei meio sem jeito no sofá ao lado, sei lá estavam todos em familia, me sentia meio que um intruso...
Suzana estava no sofá principal junto a Amanda que o chamou para sentar junto a elas, ele foi claro, não iria negar ficar junto aos pais e a irmã para ficar junto a mim, poderiam suspeitar!
Ele sentou no meio das duas, os pais dele vieram e sentaram ao lado, todos no mesmo sofá... Achava a familia dele tão maravilhosa, amorosa, gostava de vê-los juntos...
Fiquei vendo a série, era big bang theory, me envolvi bastante na série, eu amo, olhei para eles e vi Suzana agarrada nele, claro que ela não iria perder a oportunidade...
Me controlei e continuei olhando a tv, olhei mais um momento para eles, e ela estava mexendo em sua orelha com os dedos, a cabeça deitada em seu peito, ficava se esfregando, aproveitando...
Continuei na minha, se passaram dois episódios, assistimos em seguida, deram uma pausa para fazer mais pipoca, a mãe do Olli saiu com o pai dele, deixando-nos a sós.
Suzana: Ai que preguiça! - Pegou uma almofada e deitou no colo dele.
Olli nem olhava para mim, acho que estava com medo.
Amanda: Own que pombinhos bonitinhos!
A mãe dele voltou, o pai continuou na cozinha...
Mãe dele: Vocês são tão bonitinhos juntos!
Amanda: São dois teimosos, deveriam voltar!
Suzana: Eu não, o Olli, por mim a gente já estava junto.
Mãe dele: Olha ai Olli, volta com ela, essa separação foi uma decisão muito precipitada. O que você acha Victor?
Ela piscou o olho para mim, como se quisesse que ajudasse.
Eu: Acho que formam um casal muito bonito! - Levantei. - É... Vou subir, meu braço está doendo um pouco.
Mãe dele: Mas você está bem?
Eu: Sim, só estou com um pouco de dor, só isso!
Saí dalí...
Não estava com raiva, estava triste, toda a familia dele me tem ali por perto e na verdade não sabem e nem sei como agiriam se soubesse de nós.
Também adoram Suzana e torcem por eles e eu tenho que assistir tudo em silêncio.
Entrei em meu quarto com lágrimas nos olhos, logo após meu pai que estava saindo do seu entra.
Ele: O que foi agora? Porque está desse jeito?
Eu: Pai não quero me abrir com você.
Ele: E vai se abrir com quem?
Eu: O Olli é policial, sério, nunca poderemos ter uma relação aberta.
Ele: É a familia dele, não é?
Eu: Sim, todos querem vê-lo com a Suzana, me frustra ter de vê-los torcendo por eles, e a Suzana dando encima dele, sabe?
Ele: Victor, mas está nessas proporções? Ela da mesmo encima dele? Você não está exagerando?
Eu: Pai só faltam se beijar!
Ele: O Olli não faz nada para empedir?
Balancei a cabeça falando que não.
Ele: Pois converse com ele, eu sei que é dificil para ele essa situação, pois a familia sempre o viu com mulheres, mas sujeitar você a essa situação é covardia, você não pode suportar.
Ele saiu, fiquei um pouco sozinho, nós tinhamos acabado de voltar, mas claro que tinha de aparecer algo!
Deitei na cama e acabei dormindo.
Acordei aos poucos e o vejo do meu lado olhando para mim...
Ele: Você está bem, lindo?
Eu não respondi...
Ele: Porque saiu daquele jeito?
Eu: Você sabe Olliver.
Ele: Desculpa!
Eu: De novo?
Ele: O que eu posso fazer Vic, hein? Minha familia não sabe que tenho uma pessoa, e muito menos que essa pessoa é você! Sempre fui o mulherengo, policial, machão... Cresci com essa cabeça do meu pai, até para mim foi dificil assumir que estava gostando de alguém do mesmo sexo, imagina para eles...
Eu: Tá Olliver.
Eu estava tão cansado, não queria brigar. Só queria continuar dormindo e ter a certeza que ele era meu, só isso.
Ele me puxou e colocou minha cabeça em seu peito, acabei dormindo, no dia seguinte ele já não estava mais lá...
Fiz minha higiene matinal e desci...
Ele: Vem, tenho que trocar o curativo.
Enquanto ele fazia a troca e eu morria de dor, Amanda e Suzana se proximaram...
Suzana: Oh meu Deus, olha isso!
Ele: Está bem melhor!
Amanda: Deve doer tanto! Tá doendo até em mim!
Depois de acabado, fui a cozinha e elas continuaram lá!
Comi um pouco, sempre após a troca de curativo doía mais.
Depois que comi, ia saindo, meu pai ia descendo as escadas...
Suzana estava agarrada nele: Vamos sair hoje, estou cansada de ficar em casa!
Meu pai fez sinal de negação com a cabeça insinuando que aquilo estava errado!
Ele: Não posso, tenho que cuidar do Victor!
Ela: Ah, pelo amor de Deus Olliver, agora estou lembrando porque da nossas brigas, você sempre colocava seu trabalho em primeiro lugar. Você não ver que ele está bem? Nada aconteceu com ele até agora enquanto está aqui e nem vai acontecer.
Ele: Nunca mais farei isso, deixei ele só uma vez e ele quase morreu!
Ela: Amanda me ajuda aqui!
Amanda: Ah não, nem me meta nessa!
Ela sentou no sofá com raiva...
Eu passei por eles que ficaram sem jeito.
Olli narrando...
Oh meu Deus, será que ele ouviu as besteiras de Suzana? Se sim, só deve ter piorado mais as coisas, ele subiu pro seu quarto e o pai dele desceu...
Roberto: Olli, podemos conversar um pouco?
Eu: Claro!
Saímos dalí...
Eu: Aconteceu alguma coisa por lá?
Ele: Não, aconteceu aqui mesmo. Olha desculpa me meter, mas o Vic já está passando por momentos muito difíceis para ser obrigado a aceitar certas situações. Você não acha uma certa humilhação o Vic ter que aceitar ver você com sua ex em silencio? Ter de ficar calado enquanto ela faz o que quer e sua familia torce por vocês?
Eu: E o que você quer Roberto? Que eu me abra? Fale que estou com um homem?
Ele: Não seria má ideia você ser macho o suficiente para isso, mas por enquanto eu só quero mesmo que você diga não, fale que não a quer mais, a não ser que ainda queira!
Eu: Eu não, Deus me livre, detesto a Suzana, só eu sei o que passei com aquela criatura!
Ele: Então, você que sabe, pois se não resolver logo isso, eu serei o primeiro a apoiar o Victor em te deixar, não te querer mais, pior ou igual a antes.
Ele saiu com um sorriso no rosto. Estava perdido!
Logo mais minha mãe iria fazer um almoço especial para os filhos...
Já estava tudo pronto, eu estava sentado no sofá quando Suzana senta do meu lado, me abraça e beija meu pescoço...
Vic ia descendo a escada com o Roberto, ambos viram. A afastei...
Ela: O que foi?
Eu apenas saí...
A mesa já estava pronta, nos sentamos, meu pai resolveu falar antes: Meus filhos, resolvemos fazer isso aqui hoje para mostrar o quanto estavamos com saudade, saudade de ver esta casa cheia, de ver alegria, de ver vocês juntos, temos orgulho de ver como se tornaram gente de bem, estavamos com saudade da nossa antiga nora também e de ver vocês juntos Olli, essa garota é um tesouro, não a perca, segure, estamos torcendo para vê-los novamente, ela é como uma terceira filha para a gente... Brindemos a este momento familia. - Ele levantou o copo. - Vocês tembém! Por mais que não sejam da familia, estão compartilhando desse momento conosco! - Falou para Vic e Roberto.
Aquilo foi demais para mim, levantei da cadeira: Também quero fazer um discurso.
Meu pai: Claro filho.
Eu: Olha, não sei de onde vocês tiraram que um dia vou voltar com a Suzana, nosso relacionamento acabou a anos, não sinto nada por ela e não vou mais voltar com ela. Se pudesse voltar atrás, na verdade nem teria me casado a primeira vez com ela, nem sei porque ela tenta voltar com aquilo, acho que só para dar corda a vocês, não quero voltar, acabou, é definitivo, aceitem, pelo amor de Deus! - Falei meio groço.
Meu pai pigarreou. - Bem gente, agora vamos degustar esse maravilhoso banquete!
Minha mãe: Fiz com todo prazer do mundo.
Começamos a comer, o silêncio era sepulcral, ouvia-se apenas o barulho dos talheres.
Na verdade eu adorei, aquele almoço foi o que precisava para anunciar aos 4 ventos de uma vez só o que todos precisavam entender: Meu casamento acabou, já era, fim.
Terminamos de comer, estava delicioso, minha mãe caprichou.
Terminamos, Suzana disse que iria na casa dos pais, vai tarde, falou que foi para aquela cidade para vê-los porém passa mais tempo lá em casa que com eles.
Sentei com Amanda, Vic e Roberto na sala...
Amanda começa: Precisava falar daquele jeito?
Eu: Precisava, vocês nunca entenderam, acho que tinha que desenhar!
Amanda: Groço!
Eu: Metida!
Ela: O que?
Eu: Você se mete demais na minha vida Amanda, parece que quer mandar mais nela do que eu mesmo, quantas vezes te falei que não queria mais a Suzana? Hein? E você trouxe ela porque sabia que eu estava aqui, pensa que não percebi? Essa história de vir ver os pais foi uma desculpa!
Amanda: Tá, foi mesmo uma desculpa!
Eu: Pois da próxima vez, faz um favor, ok? Fica quieta, não se mete mais na minha vida!
Vic narrando...
As coisas estavam muito tensas, até mesmo os pais dele estavam sérios, tirando a mesa!
Olli depois de falar com a irmã saiu, ela também.
Ele foi em direção ao quarto, ouvi a batida da porta!
Pai: Ele está precisando de você, vai!
Eu: Será uma boa ir agora?
Ele: Vai.
Eu fui, chegando lá abri a porta, ele estava em pé de costas, respirava forte, com ódio.
Eu: Olli, eu... Desculpa, acho que vim em um mal momento!
Ele se virou e me abraçou apertado, meu braçou começou a lateijar, mas ele começou a falar umas coisas e eu quis ouvir...
Ele: Precisava de você, você me acalma! Vic que ódio, desabafei, depois sei que tudo vai piorar, minha mãe e meu pai vão querer conversar, mas não me importo, não mesmo!
Ele mudava de assunto: Sei que você sofreu muito me vendo com ela, a Amanda é louca, louca, como pode fazer isso? Já falei mil vezes que não quero mais nada com ela. Você ainda está com raiva? Vic eu não quero você com raiva de mim mais uma vez...
Ele me apertava mais ainda...
Eu: Olliver você está me machucando, me solta!
Ele não me soltou, me apertou mais...
Eu: Você é forte e está me machucando, me larga! Me larga Olliver, vou passar mal, é sério!
Ele me soltou, meu braço estava arrebentando de dor, comecei a puxar ar...
Ele: Desculpa, quando fico nervoso, perco a cabeça, você não me viu batendo nos caras que te feriram na boate, nem batendo no Otavio no hospital, eu fico cego!
Eu: Ok, mas agora sou eu... Olli não estou me sentindo bem, meu braço dói muito, está doendo demais! Você é muito forte.
Fiquei um pouco tonto e ele me segurou, olhou meu braço.
Ele: Oh meu Deus Vic, está sangrando!
Ele desceu comigo nos braços.
Meu pai se aproximou e ele mostrou...
Pai: Não está sangrando tanto, acho que abriu um pouco, só isso!
Mãe dele: Tá brincando? Tem que ver isso ai, pode ser grave sim!
Eu: Tá doendo demais!
Ele: Temos que ir a um hospital!
Fomos, abriu mesmo, houve pontos e eu quase morro de dor!
Olli narrando...
Foi demais para ele, saimos ele dormindo em meus braços.
Voltamos para casa, coloquei ele na cama e ele acordou...
Eu: Como está?
Ele: Melhor.
Eu: Desculpa Victor, mais uma vez, eu só faço burrada!
Comecei a chorar, quanto mais eu tantava mostrar que o amava, mais as coisas davam errado para mim.
Vic narrando...
Eu: Não foi sua culpa amor, não se preocupe ok?
Sequei suas lágrimas e dei um celinho...
Eu: Agora vai, alguém pode nos ver aqui.
Ele: Não, vou ficar aqui cuidando de você. - Me abraçou. - te amo, e se alguém chegar não me importo, não me importo com mais nada!
Eu: Também te amo, calma!
Ele levantou, fechou a porta e deitou comigo, me agarrei a ele e fiquei fazendo carinho em seu rosto para que se acalmasse, algumas lágrimas ainda desciam em seu rosto e eu limpava, ele acabou dormindo.
Eu: Dorme bem amor, fique calmo, não vou te deixar.
Dei um celinho nele, deitei em seu peito músculoso e também dormi, estava exausto e meu braço ainda lateijava, mas estar com ele, alí, era o que me importava.
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