Quando acordei ainda tinha os braços de Felipe envoltos do meu corpo. Ali fiquei, na mesma posição. Logo senti que Felipe se mexia, estava acordando com um sorriso no rosto e fazendo carinho na minha cabeça. Acho que ficamos naquela posição por varios minutos, ate me dar conta das horas.
- Tô atrasado pra faculdade - falei preocupada, levantando-me
- Não, não vá, fique aqui comigo- falou ele me puxando de volta pra cama.
Voltei e dei um beijo nele.
- Tudo bem.
- Vamos tomar café, to morrendo de fome.
Levantamos. Senti um pouco de dor, por isso tinha dificuldade de andar. Felipe percebeu.
- Desculpa por isso meu amor- falou meio sem graça.
- Não foi nada, eu estou bem, foi maravilhoso - sorri
Entrei no banheiro pra tomar banho, enquanto Felipe desceu. Quando terminei, me dei conta de um problema: não tinha roupas.
Deduzi então que as roupas de Felipe deveriam ser do meu tamanho. Sai do banheiro e caminhei em direção a uma porta.
Quando abri me deslumbrei com o tamanho do closet, era enorme com muitas roupas dentro. Inumeras opçoes de camisas e bermudas, tenis, sandalias. Era muitas peças. Comecei a ver algumas peças.
- O que esta fazendo ai? - falou com autoridade fazendo eu me assustar.
Virei rapidamente e olhei Felipe me encarando.
-Desculpa, não tinha roupas, achei que você e eu usássemos o mesmo número.
- Vem aqui que eu te ajudo, vamos- falou Felipe quase que me puxando dali.
- Espere um pouco - falou ele saindo do quarto.
Sozinho no quarto fiquei me perguntando o porque Felipe agia, algumas vezes, de maneira estranha, tentando esconder algo, pois aparentemente ele parecia um rapaz normal. Essa situação me encheu de preocupação, pois imaginei que ele podia ser mil coisas diferentes. Logo ele entrou no quarto carregando algumas sacolas e entregando em minhas mãos.
- Um presente para você meu amor - falou ele sorrindo
Retirei das sacolas algumas roupas, estranhamente eram da minha pontuação.
-Como você acertou o meu tamanho? - falei desconfiado
- Hahaha... quando cheguei aqui, eu fiquei fissurando por você, um dia, andando pelo shopping, eu observei essa roupa, que parecia contigo, resolvi compra-las, para quando tivesse oportunidade te presentear.
Desconfiei da resposta, mas aceitei, me vestindo rapidamente. Felipe foi ate o closet e de la trouxe uma caixa. Quando abriu percebi que havia dois cordões de ouro exatamente iguais. Retirou um deles da caixa.
- Isso é para você lembrar de mim, do nosso amor- colocando o cordão no meu pescoço.
- Você tambem comprou pra mim?
Felipe não respondeu, apenas sorriu.
- Vamos descer para tomar café - ele falou abrindo a porta.
- Mas e sua mãe, ela ta em casa?
-Não se preocupe, minha mãe não está em casa, e alem disso, ela não se importa com quem vem na minha casa.
Sai do quarto, mas percebi que Felipe me vigiava a cada passo. Quando chegamos na cozinha sentei e comecei a me servir. Comecei a interrogar ele.
- Então essa enorme casa é sua?
- Sim - ele sorriu - Achava que era da minha mãe??
- Pior que sim.
-Não, minha mãe mora fora, na Rússia faz muitos anos, veio passar uma tempprada comigo.Luíza quer ficar morando aqui, mas não aprovei a ideia.
- Por que não?
- Porque... eu...- estava inventando uma resposta- porque eu trabalho muito, e outra coisa, gosto de morar só, sabe.
- Ahh sim... E quantos anos.você tem?
- 22 anos
-Nasceu no Brasil?
-Sim, morei algum tempo fora, mais voltei para cá
- Possui algum negocio?
-Não...
-Então como você...- parei de falar.
- Mais alguma coisa mais??- falou ele deixando claro que sabia que eu estava lhe interrogando.
Fiquei vermelho
-Não se preocupe Danilo, nos vamos nos conhecer melhor, você vai me conhecer e eu irei conhece-lo.
-Desculpa.
Continuamos a tomar café. Olhei para o relogio e vi que ja era próximo de meio-dia. Tinha esquecido meu cel em casa.
- Preciso ir para casa.
-Tudo bem. Tinha uma chave na sua roupa ontem, coloquei em cima da estante no meu quarto.
-Vou lá em cima buscar.
Felipe me olhou desconfiado, mas não relutou. Subi rapidamente a as escadas e entrei no quarto. Quando entrei, meus olhos foram na direção da porta do closet.
-Não irei abrir, ele tem razão, deixa o tempo passar, logo conhecerei ele- pensei comigo mesmo.
Procurei a chave e a encontrei proximo ao um vaso de flores. Virei-me para o closet, apenas sorri, e me virei novamente esbarrando em uma pasta que estava na estante. Ela caiu e espalhou varios papeis.Me abaixei rapidamente para recolhe-los, mas algo fez o tempo para. Observei os papeis melhor e parecia ser uma especie de ficha de informações sobre uma pessoa. Aquela ficha tinha todas as minhas informações, tudo sobre minha vida, minha história. Tinha coisas que nem minha família sabia. Organizei tudo e saí do quarto. Nem sequer me despedi de Felipe, apenas sai da casa totalmente atordoado. Entrei em casa e fui pelos fundos para ninguem olhasse. Fui disfarçando.
- Onde você estava??
Virei e encontrei minha mãe no jardim me encarando
- Na casa de um amigo
-Saiu de madrugada e não deu satisfação, me matando de preocupação. Pode me explicar?
-Depois mãe, depois te explico.
Entrei e fui para o quarto. Me joguei na cama. Tentava enteder porque ele tava mentindo, porque ele tinha aquele dossiê sobre minha vida, o que ele queria comigo. Fiquei na cama por horas. Peguei meu cel e tinha inumeras chamadas, fazia tempos que eu não pegava nele. Juliana era a que tinha o maior número de chamadas. Retornei pra ela
-Ate que enfim
-Oi Juliana
-Achei que tinha morrido, desde a festa você sumiu, nem me ligou.
- Muitas coisas acontecendo
-Já sei, algum gatinho apareceu né??- falou sorrindo
-Sim, mais ou menos
-E como ele é, já sabe alguma coisa sobre ele.
Voltei a lembrar daquela manhã.
- Ainda não sei nada... quer dizer, depois eu te explico, ta bom
-Sim. Amanhã passou ai na sua casa, naquela hora viu...
-Tudo bem, ate amanhã.
Continuei pensando naquilo pelo resto do dia, nem jantei.
No dia seguinte me levantei no horario para ir para facul. No meu cel havia varias chamadas de um número. Era ele, eu tinha certeza. Tomei o café e quando sai na porta, Juliana já estava lá. Observei a casa de Felipe, que estava fechada. Antes de entrar no carro percebi que tinha um carro preto, com vidro fumê estacionado proximo da casa.
-Vamos logo, estamos atrasado - falou Juliana irritada
-Tudo bem
-Então me conta aquela história??
- Depois.
Juliana ficou calada durante todo o percurso. Acho que tinha percebido que estava triste.
Quando chegamos na facul eu vi o mesmo carro estacionado um pouco distante. Tinha seguido nos. Durante a manhã não me concentrei em nada, só pensando em Felipe, em quanto ele era lindo e misterioso. Assim que saí o carro preto continuava no mesmo lugar. Decidi voltar de ônibus. Assim que desci dele, fui caminhando e logo aquele maldito carro estava claramente me seguindo. Corri em disparado ate minha casa e o carro acelerou. Por sorte entrei rapido, meu coraçao tava pra sair pela boca. Deixei passar, continuem o meu dia normalmente. Mas tava sentindo falta do Felipe, ele não tinha me ligado, nem me procurado. Pela janela do meu quarto via a casa, que aparentemente estava fechada. Não tinha nenhum contato dele.
No dia seguinte tudo se repetiu. O maldito carro estava me seguindo pra onde quer que eu ia.Aquilo não estava certo, alguma coisa estava acontecendo. Logo que cheguei em casa comecei a pensar. Seria um sequestro?? Ai credo, tinha que avisar para alguem. Mas se fosse algo a ver com o Felipe? Poderia fazer algum mal a ele. Mas como saber se sequer eu conhecia aquele garoto. Estava decidido...
-Vou descobrir, a qualquer custo... quem é Felipe, e o quer ele quer comigo...
Continua...