Cap.15
NARRADO POR CARLOS
Olá, eu sou o Carlos. Tenho certeza que a maior parte de vocês já me conhece muito bem. Eu sou alto, branco, loiro e dos olhos azuis. Quase todo mundo diz que eu sou lindo de rosto e de corpo. Atualmente moro no Rio de Janeiro, em uma República, no bairro de Botafogo. Atualmente tenho 24 anos, e curso o Terceiro ano da Faculdade de Medicina. Foi ruim ter que ficar longe da família, mas era o melhor a se fazer. Eu não teria um bom futuro continuando onde eu estava. Por isso acabei vindo pro Rio de Janeiro, com a cara e a coragem. Em pouco tempo descobri uma República muito Boa em Botafogo,e após uma negociação com o dono me mudei pra lá. Conheci pessoas incríveis, principalmente Juliano e Wagner, com certeza amigos que eu vou levar pra vida toda.
FLASHBACK
- Olha aqui Wagner, o médico chegou- a primeira vez que vi aquela casa, fiquei extasiado. Eram apenas nós três no começo
- E ai mano ?- Wagner ainda não era tão gordo como é hoje, mas sempre era gente fina.
- E ai turma...
- Pois é, somos só nósEspero que nos demos bem aqui.
FIM DO FLASHBACK
E nos demos muito bem ali. Eles fizeram minha estada no Rio muito melhor e eu os agradeço por isso. Meus primeiros anos na faculdade foram extremamente ruins. Eu ainda estava deslocado, acho que todo mundo na turma também estava, mas não tirei nenhuma nota vermelha. Fui tentando superar um a um os obstáculos, sempre em busca do meu principal sonho, ser médico. Quanto a minha sexualidade ? Eu sou hétero. Sempre gostei de mulher... Minhas fantasias na adolescência sempre foram com garotas e eu assumo que sempre fui um pouco preconceituoso até a chegada dele. Até ali, a minha vida era dividida entre Faculdade e Casa. A medicina exigia muito da gente, e muitas vezes eu não conseguia nem pensar direito, de tanta pressão e exitação. Sempre com muita saudade de casa e lembrando da minha mãe diariamente.
- Calma meu filho, termine sua faculdade que vai ser bem melhor..
- Eu tenho tanta vontade de voltar logo pra casa mamãe...
- Mas não faça isso ! Você vai se tornar doutor, vai ser o orgulho da família. Quando você conseguir realizar o seu sonho, você pode voltar. Quem sabe você não encontre um amor. E se case... Nunca se sabe.
- Eh...
Amor... Acho que o amor tem me pregado diversas peças nos últimos tempos. Até ali, eu tenho maturidade pra assumir que nunca havia amado ninguém. Havia namorado e não era mais virgem obviamente. Durante a minha adolescência eu havia experimentado todo tipo de garota. Branca, negra, ruiva, gordinha, magrinha, punk, Patty... Mas elas só conseguiam Me satisfazer carnalmente. O meu coração não era,e nunca tinha sido de ninguém. E isso me frustrava um pouco. Eu sempre imaginei que por ter uma beleza, modéstia parte, acima da linha, eu não teria problemas pra encontrar a minha alma gêmea e ser feliz. Mas não era assim que as coisas ocorriam. Quanto mais tempo se passava, mais agitado eu ficava. Eu não conseguia encontrar alguém pra amar. Conheci a Angélica pouco tempo depois. Logo vocês vão saber quem é ela.
Vocês devem estar se perguntando, porque eu afirmei que o amor está me pregando peças ? Bem... Isso começou quando ele chegou aqui. Ele ? Sim, ele... Ele eh um homem. E esse é o meu maior espanto... Ele não é mulher... Ele é homem. Quem é ele ? O nome dele é Júnior. Ele chegou a mais ou menos uns 7 meses atrás. Está ainda no primeiro ano da faculdade. Ele também cursa medicina. Assim como eu, veio de outra cidade, pra enorme capital fluminense. Meio desnorteado, descobriu nossa república e aqui se instalou. Ver aquele homem entrar pela porta não me causou nenhum sentimento anormal. Fui gentil com ele como faco com todas as pessoas. Imaginava que ele seria apenas mais um amigo hétero que pega mulher a bessa e adora futebol. Mas logo descobri o quão especial ele era. Carregando aqueles cachinhos e o seu olhar sonhador, ele foi bem visto por todos na casa. Qual o nome dele ? Júnior... Horas antes dele chegar na república foi feito um sorteio, e ele acabou ficando no mesmo quarto que o meu.
- Este é o nosso quarto- lembro direitinho o sorriso que ele deu quando entrou no quarto. Foi perceptível que ele queria dar mais aquele passo, rumo ao sucesso na vida.
- Que lindo !
Em pouco tempo, descobrimos muitas coisas em comum.
- Credo, eu não gosto de filme de terror assim- comecei a me estranhar quando achei a cara que ele fazia quando sorria fofa.
- Mas são tão interessantes... Filmes sanguinários.
- Eu gosto de terror duplamente sanguinário.
Que tipo de bandas você gosta ?
- Rock
- Eu também... Agora só falta você me dizer que...
- Sim, eu assisto novela- ele gargalhou
- Temos quase a mesma personalidade.
- Não, a nossa diferença é que eu sou mais agitado que você- ele riu
Aos poucos começamos a sair junto e eu apresentei o lindo Rio a ele. Mostrei os shoppings e todas as praias. Fui me afeiçoando ao garoto amazonense. Aos poucos fui descobrindo também uma boa amizade. Júnior sabia guardar segredos e dar conselhos como ninguém.
- Se você está com medo Carlos, não faça- foi ele que não me deixou aplicar a famosa "bomba" no corpo quando ela me foi apresentada.
Ele também me ensinou diversos dotes de cozinha. Me ensinou a fazer bolos e outras maravilhas. E enquanto isso íamos compartilhando experiências e amizades. Mas até ali eu o considerava um irmão camarada. Tudo começou mesmo numa festa. No primeiro dia de aula dele, os alunos fizeram uma festa, e ele podia chamar dois amigos. Chamou eu e Juliano. Me arrumei bastante e fomos pra festa. Como sempre, nas festas eu queria era passar o rodo. E não demorou muito pra aparecer garotas pra isso. Mas a partir da quinta, a imagem dele veio na minha mente. Aquela imagem me fez perder o Pique e toda vontade de beijar alguém. Começei a beber um pouco, e aos poucos dúvidas surgiram na minha cabeça. Porque diabos eu tinha parado de beijar as gatas por causa de macho ? Era extremamente ruim e irritante isso acontecer. Mas o mais desesperador foi quando eu comecei a observar o seu corpo, sem nem perceber.
"Eu não sou gay !"
Uma enorme curiosidade de saber como é um beijo de um homem adentrou a minha mente. Dúvidas e mais dúvidas, tabus e mais tabus eram jogados na minha mente sem nenhum controle e eu já não sabia mais o que fazer pra me livrar daquelas dúvidas. Aqueles pensamentos atentavam contra tudo o que eu conhecia e tudo o que eu pensava sobre mim. Nem percebi quando fui entornando a bebida. Aos poucos fiquei tonto, e quando vi já nem conseguia mais me manter em pé.
- Carlos ! Vamos pra casa... Você está bêbado...
Eu não me lembro de muita coisa... Mas lembro perfeitamente que ele cuidou tão bem de mim naquele momento, como nenhuma outra mulher cuidou. E no final, a curiosidade foi a mil. Acabei o beijando. Sim, eu lembro disso.
Continua
E ai ??? Gostaram ??? Próximos capítulos continuarao dedicados ao deus grego mais amado da CDC. Obrigado pelos coments. E já que virou moda falar do fim de Império, quero dizer que até gostei do final, porquê saiu do clichê normal. Mas não gostei do comendador ter morrido... Mas enfim, novela é novela... Comentem e votem por favor... Beijos galera :)