...Ia descobrir, só assim poderia saber que decisão tomar. Precisava entrar lá sem que ninguem percebesse. Nesse momento meu cel toca.
- O que aconteceu, te fiz alguma coisa?? - reconheci sua voz doce
-Não, só precisava colocar minha antiga vida no lugar.
-Tudo bem, vem aqui na rua por favor.
-Sim.
Fiquei com medo. Tudo poderia acontecer. A rua ao meu ver estava perigosa. Decidi ir, se fosse para acontecer alguma coisa comigo que acontecesse. Desci correndo ate a entrada. Coloquei a mão no trinco, relutei, mas virei e abri a porta rapidamente esperando o pior.
Mas foi ao contrario, lá estava ele, todo arrumadinho, lindo, os cabelos penteados e brilhando no sol. Sua carinha era uma coisa mais fofa.
- Estava com saudades - falou ele me abraçando.
- Tambem estava.
Nâo consegui parar de olhar para aquela fofura.
-Não vai me convidar pra entrar??
- Ahh desculpe... entra
-Seus pais estão?
-Só minha mãe, meu pai esta na empresa como sempre, Renata para escola e meu irmão mais velho não mora mais aqui.
- Não conheço o seu pai - falou ele sorrindo
-Nem queira conhecer. Não vejo muito ele, so as vezes, e ate evito, porque ele não gosta das coisas que escolho na vida.
-Que pena.
Caminhamos pelo jardim ate a area externa. Sentamos na mesa. Minha mãe veio ate nós.
- Oi Felipe, tudo bem?
-Sim senhora Denise
- Ahh sim, se precisar de alguma coisa é so chamar.
Percebi que minha mãe me olhava de forma estranha.
- Então...- eu falei.
- Só vim aqui pra te ver...
-Ahh sim, falei envergonhado.
- Vem jantar lá em casa de novo...por favor
- Felipe eu não quero incomodar vocês.
- Não se preocupe, minha mãe ja viajou e posso dispensar Renata... vai
- Ta bom eu vou.
- Te espero la - ele se levantou e me deu um beijo no rosto- Eu já vou.
- Te levo ate a saída.
-Não precisa, eu sei o caminho.
-Tudo bem.
Ele se levantou e saiu. Entrei em casa e minha mãe estava me encarando.
- Não quero você de amizades com o Felipe.
-Por que mãe? -falei irritando-me.
- Porque senti algo de ruim nele, desde a primeira vez que o vi aqui.
- Virou uma vidente?
- Você sabe como é o instinto de mãe, seu pai esta preocupado com esses seus sumiços, se afaste desse rapaz.
- E como você sabe que eu estava com ele?
-Não estou afirmando nada, so estou deduzindo.
- Ta bom, mãe, vou tomar banho.
Virei subindo as escadas. Já não bastava meu pai agora minha mãe tambem estava implicando comigo. Tirei a roupa e entrei debaixo do chuveiro. A água tava uma maravilha. De repente um pessoa entra no banheiro
- Mãe o que a senhora quer?
A porta do box corre revelando a pessoa. Pegue um susto. Felipe entrou no box pelado, lindo como sempre.
- O que você tá fazendo aqui? Se minha mãe pegar - falei nervoso.
Ele colocou o dedo indicador na minha boca, pedindo para eu me calar. Me puxou, fazendo nossos corpos se unirem em um só. Me olhava fundo nos olhos.
Me beijou carinhosamente, um beijo profundo, marcante, doce e maravilhoso. Foi chupando meu pescoço.
Resolvi agir, desci para chupar seu pau, que estava duro. Assim que ia colocar na boca ele me puxou para cima, me jogando contra a parede, se jogando contra mim. Senti seu pau roçando na minha bunda, mas ele não forçava uma penetração. Mordiscava minha orelha.
- Te espero mais tarde meu amor, quero você todinho pra mim- sussurrou no meu ouvido.
Senti a água morna explorando nossos corpos, nos aquecendo mais ainda. Virou-me novamente e tascou mais um beijo caloroso. Ele me deu um sorrisinho e saiu do box, caminhando ate a porta. Terminei o banho e sai, me enxugando. Quando eu cheguei no quarto ele estava vazio, como se ninguem nunca estivesse ali. Vesti uma bermuda cinza escuro e uma camisa gola pólo branca. Olhei para o relógio no pulso. Já não via a hora de encontrar Felipe. Olhei- me no espelho, estava feliz. Pela primeira vez observei o cordão de ouro que ele havia me dado.
Chegando a hora, desci as escadas e meu pai estava na sala.
-Boa noite Danilo, faz tempo que não o via, está acontecendo alguma coisa? - meu pai falava de uma forma calma e carinhosa, não parecia ele.
- Nada não pai, so tenho aproveitado melhor o meu tempo.
- Tudo bem, mas não deixe sua mãe preocupada.
-Sim pai, vou jantar com uns amigo, volto mais tarde. Qualquer coisa aviso.
Saiu e senti que o tempo dava sinais de chuva, comum para o verão. Tranquei a porta da frente.
Comecei a andar e lembrei-me do carro preto, mas por sorte nenhum sinal dele.
Toquei a campainha e Felipe abriu a porta
- Boa noite meu gatinho- falei pra ele.
Ele deu um sorrisinho e disse
-Entre - me deu um um selinho - Estou cozinhando nosso jantar.
- Você sabe cozinhar? - perguntei, pois sabia mal fazer um ovo frito.
-Sim, vamos na cozinha.
Caminhamos ate a cozinha. O cheiro maravilhoso da comida invadia todo o lugar.
-Gostou?
- Muito... se o gosta estiver como o cheiro... Hahah.
- Vai estar sim...Lasanha de quatro queijos.
- Um dos meus pratos favoritos. Como você adivinhou?? - falei disfarçando. Lembrei-me dos papeis.
Ele sorriu
- Um passarinho me contou.
- Claro.
Fui disfarçado aos poucos.
-Preciso ir no banheiro- anunciei. Ele novamente me olhou desconfiado.
- No fim do corredor, proximo da escada.
Sai na direção indicada por ele. Parei em frente escada e olhei para cima. Ali estava minha oportunidade, segundos para decidir. Tinha que conhecer ele. Subi as escadas rapido e sem fazer zoada.
Entrei no quarto e caminhei em direção ao closet. Corri por dentro procurando qualquer coisa. Passei minhas mãos pelas camisas, abri as gavetas, olhei varios compartimentos, mas nada havia. O closet era grande, em forma de L. Vasculhei e vasculhei, já ia desistir. Olhei um outro compartimento com camisas sociais, aparentemente normal, porem na parte de baixo havia uma mala, uma bolsa de mão parecido com aquelas que esportistas usam. Observei que haviam 5 delas. Quando abri levei um susto, ela estava cheio de notas de dolares, abri a segunda que estava igualmente como a primeira. Fiquei pensando porque ele tinha todo aquele dinheiro em casa. Peguei um daqueles bolo de dinheiro. Vi um papel dentro da bolsa. Desdobrei o bilhete que tinha escrito: "obrigado pelo serviço".
- Eu te disse que não era pra vir aqui- falou uma voz gossa. Felipe me olhava firmemente, seus olhos negros brilhavam como se estivessem pegando fogo.
-Desculpa... eu - fui interrompido com um puxão no braço que ele me deu -Me solta Felipe, você está me machucando- falei gritando com ele.
Felipe saiu me arrastando pra fora do local com toda a sua força. Me jogou na cama violentamente e sacou uma arma de sua cintura apontando para mim. Seu rosto estava vermelho de raiva.
Eu estava ali, com o coraçao batendo a mil, já não pensava em nada, fechei os olhos. O som do disparo ecoou pelo quarto, o tempo parou. Naquele momento nada restou, apenas uma forte dor em mim.
Continua...