- Quem é ele, amor? – Eu perguntei.
- Alguém que não devia ter vindo atrás de mim.
- Eu preciso da tua ajuda, meu amor! – Ele falou me olhando com uma cara de nojo.
- Nunca mais me chama assim! – Ele disse segurando com muita força no braço do sujeito.
- Amor, o que está acontecendo aqui? – Eu perguntei.
- Explica pra esse moleque quem eu sou, AMOR!
- Vai embora daqui! – Bruno disse entre dentes.
- Eu preciso conversar contigo!
- Vai embora daqui e não aparece nunca mais! Eu estava muito bem sem ter a tua presença negativa.
- Eu estou precisando muito de ti, Brun!
- SOME DAQUI, JEAN! VAI PRA PUTA QUE PARIU! VAI PARA O QUINTO DOS INFERNOS, MAS NUNCA MAIS APARECE NA MINHA FRENTE!
Só então eu entendi o que estava acontecendo ali. Mas que filho da puta, que história era aquela de “amor”? O cara larga o Bruno e depois de sei lá quanto tempo resolve voltar pra atazanar o nosso juízo?
- Bruno...
- Amor, entra no carro e vamos embora!
Ele entrou no lado do motorista e eu entrei no outro lado. Quando o Bruno já ia dar a partida, o Jean gritou:
- BRUNO, EU ESTOU COM AIDS, EU PRECISO DE AJUDA!
O Bruno fingiu que não ouviu e deu partida no carro. Eu nunca tinha visto meu namorado daquele jeito, ele nunca tinha ficado tão irritado com uma pessoa como ele ficou ao ver o Jean.
- Desculpa! Desculpa te fazer presenciar isso! – Ele falou depois de um tempinho.
- Tu não fizeste nada, amor! Calma, não fica assim!
- Amor, o que ele pensa que é para aparecer assim na minha vida novamente? Eu já vi tudo, ele vai me perseguir, ele vai me encurralar, vai ficar me rondando, eu conheço o Jean e sei que ele é capaz de tudo para conseguir o que quer.
- Mas ele quer tua ajuda, tu ouviste o que ele falou?
- Claro que ouvi! Mas eu não posso fazer nada, eu não quero fazer nada. Ele que procure um médico que entenda desse assunto. – Ele falava com uma raiva anormal.
- Calma! – Eu disse fazendo carinho na perna dele.
Nós ficamos um tempo em silêncio, e só quando já estávamos quase chegando em casa eu resolvi falar.
- Bruno, posso te fazer uma pergunta?
- Claro, meu bem!
- O que tu ainda sentes pelo Jean?
- Por que tu estás perguntando isso? – Ele disse me olhando sério.
- É que tu ficaste muito transtornado com a presença dele, então eu achei que tu ainda...
- Não, Antoine! Não e não! Se tu estás querendo saber se eu ainda amo o Jean a resposta é NÃO com toda a certeza desse mundo. A única pessoa que eu amo és tu.
- Mas por que tu ficaste assim então?
- Eu conheço o Jean, meu amor, ele não ia aparecer assim do nada se ele não quisesse alguma coisa.
- Ele quer que tu ajudes ele na doença.
- Não, não é só isso, tem mais coisa por trás. Não sei nem se essa história de AIDS é verdadeira. E se for, que Deus me perdoe, mas isso é bem feito, quem mandou dormir com um e com outro.
- Tu corrias um grande perigo.
- Não corria, não! Eu nunca transei com ele sem camisinha.
- Não? Mas a gente só transa assim...
- A gente é diferente! Eu confio em ti! Eu te amo como nunca amei ninguém, eu achava que eu conhecia o amor, mas eu só o conheci de verdade contigo.
Que lindo! Como sempre... ele me fazia suspirar, fazia com que eu me sentisse a pessoa mais amada do mundo.
- Nunca esquece que eu te amo, tá? Não existe espaço para outra pessoa aqui além de ti. – Ele disse apontando para o coração.
- Desculpa te perguntar isso, mas é que foi meio estranho esse encontro.
- Tudo bem! Mas eu quero que tu fiques em alerta, ele vai cercar por todos os lados, vai tentar saber quem tu és.
- Credo, Bruno, parece até que a gente tá falando de um bandido.
- Antes fosse! O Jean por onde passa deixa infelicidade, foi por isso que eu fiquei daquele jeito, a última coisa que eu quero é uma onda de infelicidade nos rondando.
- Ai, amor! Parece até que o Jean é a pior das criaturas.
- Se não é a pior, ele está bem próximo de ser...
- Eu não entendo essa tua raiva toda!
- Não sei nem se é raiva, deve ser só precaução, eu não quero nada atrapalhando nossa vida, até o Thiago já te deixou de lado e agora o Jean surge do nada? Isso é muito estranho! Pensa bem, por que ele veio de Belém pra cá? Por que ele veio me procurar depois de todos esses meses? Tem alguma coisa por trás dessa doença, Antoine, eu sei disso!
- Tu só vais saber se conversar com ele.
- Não! Não quero! Isso daria brecha para ele entrar na nossa vida. O Jean é que nem um verme, onde ele encosta vai procriando infelicidade, tristeza e todos os sentimentos negativos possíveis.
- Ai, amor, como uma pessoa pode ser tão ruim assim? Tu não estás exagerando?
- Não! Eu morei bastante tempo com ele e eu sei como ele é.
- Se ele é tão ruim, como tu ficaste casado com ele por tanto tempo?
- A gente se acostuma com as coisas, até com as coisas ruins, e eu me acostumei com aquela vida infeliz. Eu era infeliz e achava que era feliz, meu mundo era reduzido a fazer os caprichos do Jean. Eu fazia todas as vontades dele e isso me exauria. Eu não quero essa praga na nossa vida! – Ele disse batendo no volante.
Eu confesso que eu fiquei assustado com aquela reação dele. Eu duvidava que uma pessoa pudesse ser tão ruim assim. A forma como ele descrevia o Jean, ele estava mais parecido com o pior dos bandidos, o ser mais repugnante que existe. Eu fiquei calado até chegar em casa, não falei mais nada.
- Tá tudo bem? – Ele me perguntou quando a gente entrou em casa.
- Tá sim!
- Tu ficaste quietinho de repente.
- Ah, é que eu não queria te deixar com mais raiva do que tu já estás.
- Meu amor, eu não quero que esse assunto cause algum problema para nós, tá? Eu estou feliz demais para estragar minha felicidade com o Jean. Ele mal apareceu e nós já estamos assim, nesse clima estranho.
- Não tem clima estranho, Bruno!
- Então sorri pra mim! Muda essa carinha chateada.
- Eu não estou chateado!
- Então sorri pra mim!
- Bruno!
- Vai, amor, sorri! Sorri! – Ele cutucou minhas costelas. – Sorri, vai!
Eu dei um sorriso amarelo para ver se ele parava com aquilo, mas não adiantou.
- Isso não é um sorriso! Eu quero que tu sorrias de verdade! – Ele me abraçou e cheirou meu pescoço.
Fez cosquinha e eu sorri.
- Agora sim! Agora eu vi um sorriso.
- Bobo!
- Não quero te ver chateado! Nosso momento é de felicidade e ninguém vai estragar isso! – Ele me beijou – Que horas os meninos vêm pra cá?
- Eita, eu tenho que confirmar com eles! Acabei esquecendo. Umas 20h tá bom?
- Acho que sim!
- Eu tenho que eu mandar mensagem pra eles confirmando.
Nós fomos pra casa e eu peguei meu computador, entrei no site e mandei mensagem no nosso grupo.
***************
Eu: Gente, falei com o Bruno, umas 20h está bom para vocês?
Dudu: Por mim beleza! Mãe, e tu?
Jujuba: Mãe é o caramba! Por mim também está beleza!
Eu: Então, confirmado!
Jujuba: Amigo, posso chamar a Loh?
Eu: Claro que sim! Tinha esquecido dela! Chama, sim!
Jujuba: Beleza, ela já disse que vai!
Eu: Tu já convidaste ela? Tão rápido assim?
Jujuba: Na verdade eu já tinha convidado antes, eu sabia que tu ias gostar.
Dudu: Mas é muito abusada! Vem cá, essa Loh é aquela menina estranha que vivia lá no hospital contigo, rapariga?
Eu: É! Mas tu vais te surpreender...
Dudu: Por que?
Eu: Mais tarde tu vais ver! Tô esperando vocês!!!
***************
- O que tu achas de um banho? – Ele me abraçou por trás.
- Eu topo um banho!
- Será que o teu médico vai poder continuar o exame que ele estava fazendo?
- Claro, doutor! Aquela dorzinha tá voltando, por falar nisso.
- Vem, deixa eu te examinar, então!
Eu me virei e nós nos beijamos. Nós fomos para o banheiro, tomamos banho regado a muitos beijos e a algumas sacanagens. Mas sexo mesmo, nós fizemos no quarto.
- Ainda está doendo? – Ele me perguntou quando deitamos, suados e ofegantes, depois que terminamos de fazer amor.
- Não! – Eu falei ainda ofegante.
- Amor, eu estava pensando, não sei se tu concordas, mas, enquanto a gente procura um apartamento novo, eu acho que eu poderia vir pra cá, né? Assim a gente economizaria e poderia fazer uma boa aquisição, o que tu pensas sobre isso?
- Eu concordo!
- De verdade?
- De verdade! – Eu sorri para ele.
- Amanhã a gente vai lá em casa, então, pegar minhas coisas.
- Mas e os móveis, o que tu vais fazer com eles?
- Eles não são meus, eu aluguei o apartamento com tudo dentro.
- Ah, assim fica mais fácil.
- Eu estava pensando, o que nós vamos fazer com os teus móveis quando a gente se mudar para a outra casa? – Ele falava como se a casa já estivesse comprada e nossa mudança já estivesse marcada.
- Não sei! A gente pensa nisso depois, ainda temos tempo.
- Tudo bem! Mas a gente poderia começar a procurar um apartamento ou uma casa. O que tu preferes?
- Eu prefiro uma casa, apartamento é muito complicado
- Eu também prefiro casa, mas eu quero uma casa nova, não quero casa onde já viveram outras pessoas.
- Eu também prefiro uma casa nova.
- A gente tem que começar a procurar, nós podemos fazer isso agora nas férias.
- Vamos fazer isso sim!
- Já pensou, uma casa só nossa? Isso vai ser maravilhoso.
- Eu gosto de te ver assim: feliz. Eu não gostei daquele Bruno de alguns minutos atrás.
- Não vamos voltar a falar sobre isso, tá?
- E se ele continuar te procurando, como tu mesmo falaste? O que a gente vai fazer?
- Não sei, meu amor! Mas ele vai fazer isso, mas agora deixa ele pra lá, o que importa somos nós dois. – Ele me beijou e nós ficamos abraçados e nos beijando por um tempo.
- Que horas são? – Ele me perguntou.
- BRUNO, SÃO 19H!
- Eita, a gente tá nessa cama há tempo demais! – Ele disse com a carinha mais sínica possível.
- Vamos levantar e tomar banho, os meninos já devem estar chegando.
- Mas tá tão bom aqui.
- Vamos logo, amor! Daqui a pouco eles estão batendo aí na porta.
- Desmarca tudo e vamos ficar aqui!
- Só se for para o Dudu matar nós dois! Vamos logo, preguiçoso!
Eu levantei e puxei ele da cama.
- Amor, tua bunda fica cada dia mais gostosa! – Ele disse passando a mão quando já estávamos no banheiro.
- Agora não, Bruno! Eles já devem estar chegando!
- Mas eu não resisto! – Ele me acochou dentro do banheiro.
Eu não resisti e transamos mais uma vez. Quando nós estávamos saindo do banheiro, a campainha da minha casa tocou.
- Tá vendo! Eu disse que eles já estavam chegando. – Eu disse me arrumando rapidamente e gritando que eu já estava indo.
O Bruno só fazia rir da minha agonia.
- Calma, amor!
- Calma nada! A culpa é tua, seu ninfomaníaco! – Eu saí do quarto correndo.
- EU SEI QUE TU GOSTAS! - Ele gritou lá de dentro.
Quando eu abri a porta era a Loh.
- Oiiiiii, amigoooo!!!! – Ela pulou em cima de mim e me abraçou.
- Oiii, Loh!
- E aí, cadê todo mundo?
- Eles ainda não chegaram...
- Mas eu ouvi um grito.
- Era o Bruno.
- Atah! Olha só o que eu trouxe.
- O que é isso?
- Material para fazer uma lasanha.
- Ual! Quem vai fazer?
- Jujuba e eu!
- Deus tenha piedade de nós! E proteja minha cozinha!
- Idiota! – Ela me deu um peteleco na cabeça. – Eu cozinho muito bem.
- Sei, sei! Tu até pode ser, mas a Jujuba, aí minha cozinha!
- Deixa ela ouvir tu falares isso!
- Entra logo que é!
- Será que eles vão demorar?
- Acho que não!
E não demoraram mesmo, depois de uns 20 minutinhos, os dois chegaram.
- E aí, Brunete?
- Fala, Duduzinho!
- Oi, Loh!
- Oi, Ju! – As duas se abraçaram.
- Oi, meu viado preferido! – Jujuba veio me abraçar.
- Oi, minha mãe mais poderosa!
- Vocês não esquecem isso nunca?
- Jamais! – Dudu e eu falamos juntos e caímos na gargalhada.
-O que vocês trouxeram de bom aí?
- Nós não fomos na lanchonete, pois a Jujuba e a Loh ficaram de fazer uma lasanha, mas mesmo assim eu passei no supermercado e trouxe vinho, material para fazer pipoca e brigadeiro de panela.
- É por isso que eu te amo, minha quenga!
- Também te amo, rapariga! E nossos dias de filmes sem pipoca e brigadeiro, não são nossos dias de filmes.
- Que história é esse de que se amam? – Bruno se meteu na conversa.
- A gente te ama também, Brunete! Não fica com ciúmes, não!
- Te amo, amor! – Eu pisquei pra ele e ele sorriu pra mim.
- Amigo, vem ajudar a gente rapidinho lá na cozinha. – A Jujuba me puxou pelas mãos.
- Ah, nem fondendo! Hoje eu não cozinho! Hoje a cozinha é todinha de vocês!
- Tu não vais cozinhar, tu vens só ajudar rapidinho.
- Vem, Antoine! – A Loh pegou na minha outra mão e as duas saíram me puxando.
- Conta! Conta! Conta! – A Jujuba pulava na cozinha – Tem alguma coisa rolando contigo e com o Bruno. Contaaa!!
- Depois não gosta de ser chamada de mãe Jujuba!
- Bora, Antoine, quando tu desvias do assunto é por que o que eu estou falando é verdade. Tem alguma coisa!
- Não tem nada, criatura! – Eu disse sorrindo feito um besta. (Sim, eu não sei guardar segredos dela e do Dudu)
- E esse sorriso? Bora, desembucha, eu sei que tem algo e que é algo muito bom.
- Bora, amigo, agora até eu fiquei curiosa! – Disse a Loh.
- Sim, tem algo, mas eu ainda não vou falar pra vocês!
- Meu pau que tu não vais falar! – Disse a Jujuba me puxando e me sentando em um dos bancos do balcão. – Pode começar!
- Não! Não falo!
- Antoine Guimet fala já!
- Não! Nem pensar!
- Loh, pega aquele garfo ali, eu vou espetar o rabo desse viado até ele abrir o bico.
A Loh pegou o garfo e entregou pra Jujuba.
- Até tu Brutus? – Eu disse para a Loh.
- Quem mandou tu ficares fazendo suspense! Anda, desembucha!
- Isso mesmo, Loh!
- Brunoooooooooooooooooooooooooo, socorrooooooooooooooooo!!!
- Cala boca, sua bicha escandalosa! – Ela espetou minha barriga com o garfo.
- O que foi? – Ele veio todo agoniado da sala.
- A Jujuba, ela quer que eu conte.
- Contar o que? – Disse o Dudu atrás do Bruno.
- Esse dois estão escondendo alguma coisa.
- Mas meu Deus, nada escapa dessa mulher? – Perguntou o Bruno rindo.
- Claro que não, querido! Eu sou toda poderosa!
- Eu tenho medo de ti, isso sim! – Disse o Dudu para a u. – Mas o que é que vocês estão escondendo?
- Nada! – Disse o Bruno me olhando e rindo.
- Loh pega outro garfo, vamos espetar o viado bonitão aqui também.
Todos rimos das maluquices da Jujuba.
- A gente conta? – Eu olhei pra ele.
- Será? Acho melhor contar só no sábado.
- Sábado? Por que tem que ser sábado? – Perguntou o Dudu.
- É que sábado nós vamos dar um jantar e nós iriamos convidar vocês pra gente poder contar só de uma vez.
- Nem pensar! Vocês vão contar agora! – Ela espetou o bumbum do meu amor.
- Au! – Ele disse – Amor, vamos contar logo antes que essa maluca fure a gente de verdade.
- Isso, isso mesmo! Assim que eu gosto!
- Tu contas ou eu conto? – Eu perguntei pra ele sorrindo.
- Tu podes contar!
- Não, contas tu, amor!
- Diacho, será que dá para um dos dois abrirem o bico?
Nós nos olhamos e falamos ao mesmo tempo sorrindo.
- NÓS VAMOS CASAR!
Eles nos olharam por uns minutos e depois de um tempo o Dudu se jogou em cima do Bruno e os dois caíram no chão.
- Mentiraaaaaa?? Que legaaaaaaal!!!! Eu sou o padrinho, eu sou o padrinho!!
- Amigooooooooo, que lindoooooooooo!!! – A Jujuba se jogou em cima de mim e por pouco nós também não caímos.
- Sai, larga minha rapariga, Jujuba! – Dudu se levantou e puxou a Jujuba de cima de mim e me abraçou. – Parabéns, quenga da minha vida! Enfim tu me escutaste!
- É, eu pensei muito no que tu falaste e tomei minha decisão.
- Eu sou foda!
- É mesmo! – Disse o Bruno – Obrigado, parceiro!
- Parabéns, amigo! – A Loh também me abraçou.
- Obrigado, Loh! Olhem só, quero todo mundo no sábado lá na casa dos meus pais, vai ser lá que a gente vai oficializar o casamento.
- É claro que a gente vai estar lá! – Disse a Jujuba – Até por que eu não perco uma comidinha da Tia Ange por nada nesse mundo.
Eu estava feliz em ver a minha melhor amiga feliz com a minha felicidade. (Haja feliz/felicidade em uma frase só! Kk) Ela tinha voltado a ser a minha amiga, minha amiga de todas as horas.
- Quando vai ser o casório? – Perguntou o Dudu.
- Não sabemos ainda, nós vamos nos informar se já existe algum meio legal para que isso ocorra, caso não exista nenhuma possibilidade, nós vamos fazer uma cerimônia para trocarmos alianças.
- Ai, que lindo! Que lindo! – A Jujuba só falava isso.
- Por que vocês não contaram logo pra gente?
- Por que nós queríamos fazer surpresa, rapariga. Se a macumbeira aqui não tivesse encucado que tinha algo acontecendo com a gente, tinha dado tudo certo, vocês só ficariam sabendo no sábado.
- Macumbeira é tua vó! Me respeita, moleque! – Ela me deu um beliscão.
- Ai, seu cão! – Eu dei um beliscão nela também.
- Ai, vai ficar roxo, viado!
- Nem pra ficar preto!
- Credooo!!
- Bom, nós já contamos tudo, agora será que dava para alguém fazer a lasanha, eu estou morrendo de fome. –Disse o Bruno.
- Sim, senhor, senhor Guimet! – A Jujuba começou a fazer gracinhas com o Bruno.
- Quero ver como vão ficar os nomes de vocês, quem vai incorporar o nome de quem?
- Eu incorporo o do Antoine ao meu, sem problema. Eu quero um nome francês, é chique!
- Seu bobo! – Eu disse indo abraça-lo.
- Teu bobo! – Ele me deu um selinho.
- Ai, mas são a fofura em pessoa! – Disse a Loh.
Enquanto as meninas cozinhavam, nós três fomos para a sala e ficamos trocando ideia até a tal da lasanha ficar pronta.