ADOLESCENTE EM APUROS • I

Um conto erótico de R.
Categoria: Homossexual
Contém 1357 palavras
Data: 26/04/2015 21:58:49

Aquele seria meu último dia na minha cidade natal, o lugar que eu cresci, as amizades que eu fiz, cada lágrima derramada, cada conquista feita, simplesmente tudo, tudo deixado pra trás.

Eu ia rumo a uma cidade nova, só havia passado lá algumas vezes, visitando parentes, velórios, e por ai vai. Essa cidade é a cidade natal de meus avós, e, por minha tia ter dado essa maravilhosa ideia para minha mãe, acabamos nos mudando pra cá. Eu moro apenas com minha mãe, meu pai e ela se separaram antes de mim nascer, e ela praticamente me criou sozinha, quando eu era pequeno, costumava chamá-la de "pãe".

Sou aquariano. 14 anos, não sou alto nem baixo, nem magro nem gordo, nem negro nem branco, digamos que eu esteja na medida, as únicas coisas que eu encaro como mais notáveis em mim são minhas falhas genéticas hereditárias - vulgo covinhas - e meu par de olhos negros.

Não me considero bonito, mas também não sou feio. Digamos que ainda "dou um caldo", risos. Gosto, amo, idolatro e super venero a leitura. Além de ler, eu amo muito ouvir música. Tem coisas melhores que isso? Aliás, ter tem... Mas não vem ao caso!

Me considero bi, apesar de nunca ter namorado sério com ninguém, ando tirando umas lasquinhas aqui, ali. O único problema, são as tias que sempre perguntam onde está "a namorada" - bem, quem não tem uma tia dessas na família? - mas sempre são dribladas com veemência.

Agora, numa vida nova, cidade nova, escola nova, casa nova, tudo novo. Eu teria de me adaptar aos novos vizinhos, fazer novas amizades, ter novos hábitos, enfim, eu irei conseguir, meu primeiro nome é Romário e o meu sobrenome é Perseverança. No papel é Cerqueira, ignorem.

***

Após toda a instalação, arrumação da nova casa, eu comecei a sair pela cidade pra conhecer alguns lugares. Como era uma cidade do interior não era um lugar tão movimentado. O lugar que eu mais amei, foi uma lagoa, com ciclovia, quadras poliesportivas, e entre outros.

Antes das aulas começarem, eu voltei a frequentar a igreja, a mesma que eu frequentava na minha cidade anterior. Minha família é quase toda religiosa, talvez isso fosse um problema mais pra frente.

Lá na igreja, eu pude fazer algumas amizades novas, alguns eram bem legais. Já outros, nem tanto. Imagina o que é estar na casa de Deus e ali haver pessoas que se importem mais com sua situação financeira do que suas crenças? Bem, a hipocrisia reinava.

Nesse mesmo lugar, toda a minha concepção a respeito do amor mudou. Antigamente, imaginava que o amor era uma "frescura", algo impossível, idiota. Mas, o amor é a doença que você só sente os sintomas quando a tem.

Havia um garoto, por volta de 10 a 12 anos, era alto, porém aparentava ter uma idade menor pelo seu rosto, que era lindo por sinal, no meu ponto de vista.

Foram várias e várias semanas, apenas trocando olhares, comprimentos, eu passava os dias da semana esperando para vê-lo novamente, apesar de nunca ter investido em nada, pra falar a verdade, eu nem sabia se o sentimento poderia ser recíproco.

***

Sabe aquele dia que a gente acorda de ovo virado? Não queria ver ninguém, falar com ninguém, queria sentar em um canto mais recluso, ficar um pouco só.

Foi justamente esse dia que eu pude o reparar melhor, seu cabelo alisado bem penteado, seus olhos puxadinhos, sua pele morena. Ah, como ele me deixava nas nuvens, meu mau humor até havia ido embora parcialmente. Será que aquilo havia sido amor a primeira vista? Bem, acho que no meu caso seria a primeira, segunda, terceira, quarta.

Não que fosse um galã de novela das nove, mas pra mim, era lindo. E isso era o que importava. Como o destino é um filho da puta, ele vive nos pregando peças, algumas não tão boas, mas outras... Coisa do destino mesmo.

Acompanhei-o andar em volta do local, procurando um acento. Só nesse momento eu percebi que já estava bem cheio, e além do normal pra um dia de semana. Quando vejo ele vir em minha direção meu coração só faltou sair pela boca.

Por quê isso? Justo comigo? Aquele que sempre dizia a si mesmo pra nunca se apaixonar? Será que era apenas ilusão da minha cabeça? Fazia um tempo que eu não ficava com ninguém, não tinha muitos amigos ainda... Enfim, pode ser isso!

- Posso me sentar aqui? - perguntou ele me desligando dos meus pensamentos.

- Claro, pode. Está vazio oras. - respondi.

Depois de alguns minutos, a reunião iria começar.

- Você gosta de vir pra cá? - perguntou ele.

- Bem, acho que sim. - respondi.

- Eu acho meio chato, ficar aqui sentado ouvir esse povo falar um tempão!

- Ah, com o tempo você acostuma.

- Tomara que sim. Mas vem cá, eu nunca te vi aqui antes.

- Verdade, ficaria surpreso se tivesse visto. É que eu sou de outra cidade, me mudei a algumas semanas.

- E você? Tá gostando daqui?

- Até o momento está bom, e tomara que em breve melhore. - disse olhando em seus olhos.

- E como você se chama mesmo?

- Pode me chamar de Rom, e você? Tens quantos anos

- Oliverdisse ele abrindo um sorriso pra mim.

Sinceramente, nem parecia. Aparentava ter mais idade, caí do cavalo. Mas também, nossa diferença de idades era pouca, e ele parecia ser um pouco mais avançado que os outros meninos da sua idade.

Caralho, o filho da puta era tão lindo. Mas meu sexto sentido sempre me alertava que ali tinha furada, ah se tinha. Por outro lado, eu ficava derretido, queria poder avançar mais um pouco, colocar aquele menino nos eixos, pegá-lo de jeito. Ah, como seria tão bom...

EARTH CALLS, TERRA, 1, 2, 3. CHAMANDO.

Eu hein, onde é que eu tou com a cabeça? Deve ser o ar menos poluído. Vou demorar pra me acostumar sem toda aquela fumaceira.

- Filho, sabe aquele menino que sentou contigo ontem na igreja? - disse minha mãe.

- Aham. E o que é que tem aquele pirralho? - Respondi sem demonstrar o mínimo interesse.

- Sabia que ele é seu primo, digo, nosso primo?

- OI???

- É... Sabe, seu finado avô é primo de primeiro grau da vó dele. Então nós somos primos. Além dele, a mãe, a irmã, o tio, a tia, e os filhos dele também frequentam a igreja.

- Interessante, é parente que não acaba mais em Dona Nívia?

Se eu já amava aquela situação, eu passei a amar duas vezes mais. Primos? Será que eu tinha entendido bem? Meus 1% de chances já estavam evoluindo.

***

Quando nos víamos, eu fazia de tudo para ter sua atenção voltada para mim, e é obvio que eu consegui. As vezes há uma certa vantagem em estar no controle das coisas.

- Eaí primo, posso mexer no teu celular? - disse ele com cara de gatinho pidão. Como eu poderia negar?

- Huh, claro. Toma aí. - disse entregando o celular a ele.

Deixei ele ficar o tempo que queria, só me importava em observar tudo o que ele gostava, e acho que aquilo seria um dos meus alvos. Quando eu menos espero ele me pergunta:

- Tu tem vídeo pornô no celular? - perguntou ele.

- Não! Claro que não, de onde tirou isso? - Menti descaradamente.

- Ah sei lá, e tu nunca viu?

- Durr, eu mesmo não, tenho mais o que fazer né.

Aquela imagem de "menino santinho" que me fazia retroceder a cada passo foi parcialmente derrubada, o safadinho já era entendido do assunto. Depois disso nos despedimos, e posteriormente, cada um foi pra sua casa. A cada dia que se passava aquele menino me levava a loucura, não sabia se era amor, afinidade, uma amizade muito grande, mas eu sabia que aquele sentimento não poderia ser controlado.

Meus pensamentos por aquele garoto transcendiam o limite da normalidade, as horas passavam devagar quando estávamos separados, e ironicamente rápidas quando estávamos juntos. Como seria isso possível?

- R. CERQUEIRA, ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO! - gritei comigo mesmo.

***

Já tinha postado o conto anteriormente, mas devido alguns imprevistos tive de parar. Agora, voltei reescrevendo algumas coisas, e adicionando alguns detalhes que eu deixei passar.

Esse conto é real, por favor, comentem e votem xD

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Comentários

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Narrativa rápida, inteligente e marcante... Mal deu pra perceber pequenos erros... Vou seguir lendo a saga...

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tá bem legal. fala mais do que se passava na sua cabeça vendo ele.....como foram os detalhes.

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