Bem, todos os meus leitores me conhecem. Eu havia prometido a mim mesmo, que não iria voltar a escrever mais. Meu tempo é muito curto, e não gosto de deixá-los na mão. Mas conheci recentemente uma história fantástica, e me vi no direito de adaptá-la e postar mais um delicioso conto a vocês. Não direi que postarei todos os dias uma parte, mas prometo jamais abandonar um conto pela metade. Estou de volta meus amores. Morri de saudades...
Este conto é uma história de dois rapazes que juntos, irão descobrir a verdadeira essência do amor entre dois homens. As partes serão bem mais longas, este é apenas um resumo do que vem por aí.
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Paulo foi arremessado contra a parede, totalmente preso pelas garras do Gustavo, que descaradamente, com seu ar dominador, ia descendo com sua língua até o mamilo do outro. Paulo gemia alto e se contorcia ao mesmo tempo em que relaxava nos braços firmes e fortes do Gustavo. Gemidos brutos e altos ecoavam em poucos metros quadrados.
Uma noite... O dia seguinte...
- O que aconteceu ontem à noite? O que tomamos naquele bar, afinal? Vamos! Me responda! – Paulo observava atentamente o rosto dele, aguardando uma resposta.
- Hein! Calma. Eu também não sei explicar o que aconteceu... Nós dois saímos do bar, e a única coisa que eu me lembro, é de você pedindo para que eu metesse mais...
- Seu desgraçado! – ele partiu para cima do Gustavo, dando-lhe um soco no rosto. – Eu não sou gay! Ouviu? Eu tenho namorada. Eu vou me casar! Você deve ser um desses pervertidos, que põe droga na bebida dos outros, para depois, estuprá-las.
Gustavo não revidou, franzindo a testa e voltando a encará-lo.
- Você acha que eu iria estuprar um cara do seu tamanho? A única coisa que tenho a te dizer, é que eu também não sou gay, muito pelo contrário, sou conhecido por pegar várias mulheres. Eu não sei como nós dois viemos parar neste quarto, nesta cama, totalmente nus, e ainda por cima, termos transado. Eu não me lembro de nada, ok? Não tente me julgar por algo que eu não tenho culpa. E falsa acusação da cadeia, seu idiota!
- Eu não transei com você! Para de repetir isso. Sou um homem! E muito bem respeitado.
Paulo gritou. A sua altivez, de certa forma, alimentava seu próprio ego, fazendo com que ele não aceitasse o ocorrido.
- Sim. Nós dois transamos. Sabe cara... Eu não vejo isso como o fim do mundo. A vida é feita de experiências, se passamos por essa... Qual é o problema? O mundo não vai acabar por isso. Nós dois somos comprometidos, temos nossas mulheres e agora, cada um vai por seu lado, seguir a sua vida e fingir que nada aconteceu.
- Não é tão simples assim. Você vai me contar detalhes de tudo!
- Você tem certeza? – ele riu de canto, ironicamente.
- Meu Deus! O que a Julia vai pensar? Eu com outro homem, numa cama...
- Bem... – Gustavo pausou a voz. – Ontem, eu havia brigado com a minha esposa, e saí para dar uma espairecida. Acabei entrando naquele bar, e pedi algo forte pra beber. Eu te vi sentando numa mesa, meio deprimido e me sentei ao teu lado... Começamos a conversar e a desabafar nossos problemas. Você tocou no nome dessa tal Julia, dizendo que ela estava te pressionando com o casamento, enfim.
- Aí, você botou droga na minha bebida, não foi?
- Você quer me deixar continuar?... Eu não botei droga na bebida de ninguém! Quando cheguei ao bar, você já estava meio tonto, e só foi piorando. Como eu percebi que não estava em condições de voltar para casa, sugeri que ficasse neste hotel, até você melhorar. Daí, eu tirei a sua roupa, te joguei no chuveiro e bem... O resto, você sabe o que aconteceu.
- Cara, você não percebe que nós dois somos héteros? Que é inexplicável tudo isso? Eu amo a Julia, ela é a mulher da minha vida.
- Eu não estou questionando o seu amor. Cara, nossas condições não irão mudar pelo fato de termos dormido juntos. Eu só quero que você entenda que eu não me considero gay por isso. O que eu fiz ontem foi porque o meu coração quis que eu fizesse. Foi tão natural... Não forçamos nada. O beijo, o toque, o sexo... Não vamos nos condenar por algo, que não muda nada em nosso pensamento, tão pouco em nossa postura.
Segundos de raciocínio, foi o suficiente, para que o Paulo deixasse de se condenar e passar a conhecer aquele cara melhor. Eles se sentaram na beira da cama e se olharam, até por fim ao silêncio.
- Qual é o seu nome?
- Paulo, e o seu?
- Gustavo. Vamos apagar o que aconteceu ontem, ok? Temos mulheres complicadas para cuidar.
- Você tem razão. – ele riu. A bebida é capaz de tudo. Mas já esqueci. O que você faz da vida, Gustavo?
- Eu sou Gerente Financeiro. Trabalho num banco. E você?
- Eu tenho um escritório de Contabilidade. Há esta hora, já era para eu estar trabalhando.
- Eu também! Toma um banho, um café e vai trabalhar. Ainda da tempo!
- Você tem razão.
Eles ficaram mudos mais uma vez. Apesar das circunstâncias, os dois não sabiam que aquela noite mudaria para sempre a vida de ambos. No decorrer do próprio tempo, viriam que não somente o destino, mas também o universo faria com que, seus caminhos se cruzassem novamente.
Continua...