Obrigado meus amores por todo o carinho. Vocês são incríveis! Amo vocês!
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Após uma avalanche de recordações sobre a última noite, talvez a mais impactante da vida do Paulo, afinal ele jamais se imaginaria na cama com outro homem. Declaradamente heterossexual, tentou assumir para si mesmo, que aquela noite não passara de uma experiência, e era de fato, senão fosse a memória do Gustavo pairar constantemente em sua cabeça. Ele respirou fundo para mais uma frase.
- Eu já disse Julia, vamos nos casar no final do ano próximo ano. As coisas não são como você quer! Nem temos um teto para enfiar nossas cabeças. – bradou ele, levando as mãos aos cabelos cacheados. Paulo era alto, forte, pele morena e lábios carnudos. Seus olhos castanhos se encaixavam perfeitamente com seu rosto.
Ele se levantou da cama, após uma noite de amor com sua noiva ciumenta e de temperamento forte, e se dirigiu ao banheiro. Ela vinha atrás, insistentemente.
- Você está me enrolando há quatro anos. Chega! Chega! Já temos dinheiro o suficiente para comprarmos nossa casa e casarmos. Será que você não percebe... Não quero mais, morar com os meus pais. Eu quero o meu lar! Eu quero você todos os dias!
- Eu sei meu amor. Mas vamos esperar mais um pouco. Só mais um pouco... Ainda preciso conquistar alguns objetivos, e depois eu serei só seu. Ok? – ele a beijou na testa, e foi tomar o seu banho. Aquele seria mais um longo dia de trabalho. No chuveiro, com a água caindo sobre a sua cabeça, a imagem da boca do Gustavo, devorando seu pau, com um apetite louco, fez com que ele ficasse excitado.
- Meu Deus, porque estou pensando nesse cara?! Eu vou me casar. Eu sou homem! – ele dizia a si mesmo.
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Enquanto isso... Do outro lado do tempo, o Gustavo se preparava para trabalhar. Usando camisa social e terno, ele era diferente do Paulo. Alto, corpo malhado e cabelos lisos, sua pele era branca e a boca rosada. Ele causava frisson na mulherada. Desceu do seu carro e pegou o elevador até o escritório. Ao contrário do Paulo, ele era casado com a belíssima Amanda, uma médica Neurologista que possuía sua própria clínica.
- Bom dia Sr. Gustavo! O pessoal aguarda o senhor na sala de reuniões.
- Bom dia Cíntia. Obrigado! – ele agradeceu a recepcionista e se dirigiu até a sala.
Pouquíssimas foram as vezes que ele perdeu o controle com a sua esposa, e quis o destino, que naquela noite, totalmente inebriado pelo álcool, conhecesse uma vertente do prazer, ao qual ele jamais experimentou na vida. Diferente do Paulo, que se condenou constantemente, Gustavo agiu de forma natural, considerando o ato uma circunstância da vida.
Após longas horas de reunião, ele saiu para almoçar num restaurante próximo; e vejam como o mundo é pequeno... Deparou-se com o Paulo, entrando sozinho ao recinto. Receoso, ele disfarçou e fingiu não vê-lo, mas era tarde, pois seus olhos se encontraram, travando uma batalha. Sem mencionar uma palavra sequer, ambos apenas balançaram a cabeça, meio sem graça, tomaram suas mesas. Paulo foi o mais nervoso. Ele não queria nunca mais encontrar o Gustavo na vida. Este, por sua vez, até cogitou a hipótese de uma possível amizade entre eles, afinal, no auge da bebedeira, na mesa do bar, eles acabaram revelando segredos de suas vidas.
- Eu não acredito que este cara ta aqui! Será que ele está me seguindo? – Paulo se perguntava.
- Será que devo ir até lá e convidá-lo para almoçar? Conhecer um pouco mais dele? – pensou Gustavo do outro lado, disfarçando o olhar.
Eles se fitavam, num misto de insegurança, adrenalina e questionamentos. Ambos se encontraram por acaso no centro da cidade, e por incrível que pareça, estavam no mesmo restaurante, separados apenas por mesas. Paulo fez o seu pedido ao garçom e mexeu em seu celular. Nem mesmo as novas mensagens que recebeu foram o suficiente para tirar a sua atenção do outro. Talvez ele ainda estivesse com raiva de si mesmo por ter dormido com um homem.
Do outro lado, Gustavo ria do jeito dele. Ele levantou-se e foi até o banheiro. Pôs seu pau levemente excitado para fora, e sentiu a sensação do alívio, ao mijar. Foi surpreendido quando ainda balançava o membro, pelo Paulo que lavava as mãos.
- É impressão minha, ou você está me seguindo?
- Eu? Você está louco? Eu trabalho aqui ao lado. Se alguém está seguindo aqui, este alguém é você. – Gustavo falou com a voz tranqüila.
- Você me disse que era casado... Mas a forma que você me olha... Você é gay, não é? – Paulo estava inquieto.
- E qual é o jeito que te olho? – Gustavo riu de deboche.
- Eu já te disse o que aconteceu...
- Antes que você continue, eu não estou a fim de você. Aquilo que aconteceu foi um acaso e não vai mais se repetir. Você é paranóico, maluco!
- Então ta! Eu espero não te encontrar de novo. – Paulo olhou dentro dos olhos dele, e sentiu uma pulsação no coração.
- Sabe o que eu acho? – Gustavo se irritou. – Você não passa de um viado enrustido.
Ao ouvir aquilo, Paulo partiu para cima dele, e lhe deu um soco no rosto. Este, reagiu da mesma forma.
- Seu filho da puta! Doente! Pervertido. – esbravejava o Paulo que limpava o nariz de sangue. Ambos estavam sangrando.
- Você fala demais. Você me irrita, mas essa tua boca carnuda, puta que pariu. Fico de pau duro, só de pensar minha boca na tua. Vem cá, e cala a boca.
Gustavo deu um súbito de loucura e tascou-lhe um beijaço naquele homem forte e grosso. Aliás, os dois eram assim.
Paulo não conseguiu reagir e permitiu sentir a língua quente do Gustavo, devorando o céu da sua boca.
Como seria depois daquele encontro inusitado?
CONTINUA...