Nós entramos em casa e eu até me assustei quando Papa me viu.
- Bebêêêêêê!!! Quantas saudade de ti! – Ele disse surgindo não sei de onde e me abraçando com tanta força que eu fiquei sem ar.
- Pa... pa... pa... pa...
- Solta o Antoine, Carlos! Tu vais matar notre fils (nosso filho)!
- É a saudade, mon amour! Como tu estás, bebê?
- Bem, Papa! Muito bem!
- E por que tu estás tão queimado assim?
- Isso é uma longa história, Papa!
- Ótimo, nós temos uma noite inteira pela frente. Oi, Bruno! Tudo bem?
- Tudo sim, Carlos!
- Quer beber algo? Tu também estás bem queimado, onde vocês estavam, meninos?
- Papa, vamos primeiro beber algo, depois nós vamos contar tudo para o senhor, ok?
- Tu e tuas histórias, Antoine! Não é confusão não, né?
- Claro que não, Papa!
- Vem Bruno, lembra daquela cachaça guianense?
- Lembro, sim!
- Então, vem que tu vais conhecer o sabor forte da Guiana.
Tadinho do meu amor, eu fiquei pensando, aquela cachaça não era de Deus, aquilo matava qualquer bactéria existente no corpo, ela é tão forte, mas tão forte que a sensação que a gente tem é de estar engolindo fogo.
- Chéri, tu estás feliz? – Maman me perguntou assim que sentamos no sofá de casa.
- Estou, Maman! Muito feliz!
- Ele te trata bem?
- Melhor impossível! Ele faz tudo por mim, por nós!
- Que bom, mon amour! Maman, fica muito feliz em ouvir isso. O Bruno parece ser um rapaz especial mesmo. Olha como ele fica te olhando todo bobo dali.
Eu olhei para ele e ele sorriu, eu sorri de volta.
- Vou pegar alguma coisa para comermos. – Maman disse e foi em direção à cozinha.
Eu fiquei ali sentado, de vez em quando o Bruno me olhava e sorria. Maman voltou e trouxe uma tábua de frios e vinho para nós dois. Nós amamos vinho!
- Chéri, e a Jujuba? Vocês já conversaram? Até agora não entendi essa briga de vocês.
- Já conversamos, Maman! A Jujuba aprontou muito, eu a perdoei, mas ainda não estamos cem por cento.
- Mas o que foi que ela fez?
- Ela começou a jogar, insistentemente, o Thiago pra cima de mim. Ela criava situações desagradáveis para mim. Eu estava começando a ficar com o Bruno e ela não aceitava isso e ficava criando situações para que o Thiago se declarasse e pedisse desculpas.
- Mas que sacana!
- Eu até entendo o que ela estava fazendo, mas não concordo. Ela só pensou na felicidade do Thiago ao tentar tirá-lo do vício.
- Que vício?
- A senhora não soube? A Tia Joana não lhe contou?
- Non, non!
- Ele se viciou em alguma droga, que eu não lembro o nome, por isso que ele, segundo ele mesmo, fez o que fez nas festas de final de ano.
- Mon Dieu! Como ele pôde fazer isso? Ele sempre foi contra!
- Pois é, o problema é que o Tio Paulo ficava ligando para ele e o ofendia de tudo o que existe. Ele perdeu o controle e acabou caindo nesse vicio.
- Mas ele ainda está usando?
- Não! Ele vai aos narcóticos anônimos com a Jujuba. Ela deu todo o apoio para ele.
- Graças a Deus! Amanhã eu vou lá com a Joana, quero saber o motivo dela não me contar algo tão grave.
Eu fiquei pensando, se minha Tia não contou nada para Maman era por que com certeza ela não sabia, pois Maman e Tia Joana eram como Thiago e eu antes da confusão, claro elas não se pegavam como a gente, mas elas contavam tudo uma para a outra, elas ajudavam uma a outra, elas eram irmãs.
- Tu tens falado com ele? – maman me perguntou.
- Ontem eu o vi, mas não falo com ele por educação, mas não converso com ele há bastante tempo.
- Mas tu queres conversar?
- Por enquanto não, maman! Eu ainda não quero contato com ele, não! E não é nem pelo o que ele fez, é mais pelo Bruno, eu acho que seria uma situação muito desagradável nós nos tornarmos todos amigos, pelo menos por enquanto. Depois o tempo vai decidir se nos aproxima ou nos deixa afastados.
- Mas tu tens raiva dele?
- Não! Essa fase já passou!
- Tem certeza?
- Tenho sim, maman! No início, a decepção foi tão grande que eu sentia muita raiva dele, eu não queria vê-lo na minha frente, mas depois que nós conversamos e ele me explicou tudo o que aconteceu, essa raiva foi dissipada.
- E tu ainda o amas?
- Acho que não!
- E o Bruno, tu amas?
- Amo, maman! Não tenho nenhuma dúvida disso! A viagem serviu para me mostrar isso, com ele eu me sinto bem, ele faz de tudo para que eu fique feliz, nós quase nunca brigamos, nossa relação é uma relação madura que não é influenciada negativamente por coisas bobas do dia a dia. Ele faz de tudo para me entender e eu faço o mesmo por ele.
- Com o Thi era assim também?
- Não! Com certeza, não! Nós nos amávamos, mas hoje eu vejo que para ficar com uma pessoa, só o amor não basta, ele é o fundamental, claro, mas não é suficiente. Nós brigávamos muito, ele era muito ciumento, ele passava dos limites em todos os sentidos. Isso me sufocava.
- E se agora o Thiago viesse pedir para voltar, o que o teu coração, não a tua cabeça, diria?
- Ele diria não. Eu não quero ficar com o Thiago, Maman! Se a senhora está querendo saber se eu estou com o Bruno só para esquecê-lo, a resposta é não. Eu estou com o Bruno por que eu o amo, eu jamais ficaria com ele sem que eu o amasse. O Bruno não merece algo assim.
- Era exatamente isso que eu queria saber. Fico muito feliz em saber que vocês se amam de verdade, eu torço para que essa relação vingue.
- Já vingou, Maman! Ele me pediu em casamento, ontem.
- Como assim?
- Foi! Ele me pediu em casamento!
- E o que tu falaste? – Ela colocou a taça em cima da mesinha de centro da sala e quase derramou vinho.
- Eu disse que queria casar com ele, mas não agora. Disse que a gente precisa primeiro se conhecer mais um pouco antes de dar um passo tão grande como esse.
- Ai, meu bebê vai casar! Que coisa mais linda!
- Maman, a senhora ouviu a parte que eu disse que não vamos nos casar agora?
- Ouvi! Mas mesmo assim, tu já estás praticamente casado.
- Não é bem assim, não, Maman! – Eu disse sorrindo da festa que ela estava fazendo. Ela pulava no sofá toda feliz.
- Como não? Ele já te pediu em casamento!
- Eu sei! Mas eu ainda não vou casar, tenho outros projetos na frente desse. E o primeiro a ser realizado vai ser a conclusão do meu curso, eu só vou pensar em casamento depois que eu me formar e estiver estabilizado.
- Chéri, tu já és estabilizado. E os alugueis que tu recebes lá da vila?
- Ah, maman, mas eu quero trabalhar na minha área, né? Quero me formar e conseguir meu emprego, depois eu penso em casamento.
- Tô brincando, chéri, tu estás certo. Eu fico tão orgulhosa em ver meu bebê tomando essa decisão, isso só mostra que eu e ton père fizemos um bom trabalho.
- Convencida, né?
- Claro! Olha pra ti, chéri, é bonito, inteligente, determinado, pensa em tudo antes de tomar uma decisão... que maman não ficaria orgulhosa?
- Ai, maman! – Eu disse a abraçando
Nós ainda ficamos conversando um bom tempo – eu e maman no sofá e o Bruno e papa no bar – até a secretária do lar vir nos chamar para jantarmos. Nós fomos todos para a mesa e começamos a jantar, Maman tinha preparado um jantar incrivelmente gostoso, fazia bastante tempo que eu não comia a comida da minha Maman. Depois do jantar nós fomos para a sala novamente e ficamos conversando, mas em um determinado momento o Bruno levanta e pede licença aos meus pais.
- Ange, Carlos, eu já pedi o Antoine em namoro e ele já aceitou, mas eu gostaria de fazer isso aqui na frente de vocês. – Ele disse pegando algo do bolso da calça – Amor, tu sabes que eu te amo, né? Então, eu queria saber se tu – ele disse estendendo uma das mãos para eu segurar e me levantar – aceitas namorar comigo? – Ele abriu uma caixinha preta e lá tinham duas alianças.
- Claro que eu aceito! – Eu disse o abraçando.
Eu simplesmente não acreditava que ele tinha feito aquilo. Quando ele disse que queria fazer tudo nos conformes eu não imaginava que seria TUDO mesmo nos conformes. Pelo o que eu entendi, ele já tinha conversado com Papa e eles se entenderam.
- Me dá a tua mão aqui! – Ele disse quando eu o larguei.
Eu estendi minha mão e ele colocou a aliança. Era uma aliança de ouro branco, mas que tinham fios de ouro entrelaçados. Era linda, depois ele me falou que tinha nossos nomes gravados na parte de dentro da aliança. Ele estendeu a mão e eu peguei a outra aliança e coloquei no seu dedo.
- Amor, eu poderia ter comprado pulseira, colar e qualquer outra coisa, mas tu sabes que eu não tenho a mínima vergonha em demonstrar o amor que eu sinto por ti, então, eu optei pelas alianças. Por enquanto serão essas, mas em um futuro bem próximo, nós vamos te uma outra aliança na outra mão. Eu não tenho palavras suficientes para expressar meu amor por ti, tu és a única pessoa que me faz querer viver e querer me tornar uma pessoa melhor a cada dia. És tu que habita meus pensamentos a todo instante. Uma vez me falaram que a gente sente a barriga esfriar, as pernas fraquejarem, o coração acelerar toda vez que a gente encontra o amor da nossa vida, e contigo eu sinto tudo isso. Toda vez que eu te vejo eu sinto tudo isso. Todos os dias que eu te vejo dormindo ao meu lado eu sinto uma paz no meu coração que eu nunca senti na vida. Essa aliança é só algo para materializar, sei que isso é quase impossível, o amor que eu sinto por ti.
- Amor, tu não existes! Eu te amo! – Eu o abracei novamente, eu já estava chorando, dessa vez ele conseguiu me emocionar. Eu queria beijá-lo, mas não faria isso na frente dos meus pais.
- Bruno, que coisa mais linda! Ai, eu estou muito feliz por vocês! – Ela disse nos abraçando ao mesmo tempo.
- Papa, e o senhor?
- Bebê, é claro que eu estou feliz por vocês também! – Ele disse vindo sorrindo nos abraçar. – O Bruno já me conquistou quando te salvou, agora que ele fez questão de vir conversar comigo, ele acaba de ganhar um pai.
Que lindo! Meus pais com certeza são os melhores do mundo!
- E uma maman também! – Mamãe se manifestou.
Eu percebi que o Bruno ficou um pouco emocionado com essa declaração dos meus pais, afinal a família dele o renegava.
- Vocês podem ter certeza que eu vou fazer o Antoine muito feliz.
- Eu acho bom mesmo, por que como meu filho, eu posso te dar uma boa surra caso tu faças alguma coisa com meu bebê.
- Pode ficar despreocupado, Carlos!
- Eu estou despreocupado, mas qualquer coisinha já sabe, né? – Papa disse sorrindo. – Mas agora, me expliquem o motivo de vocês estarem tão queimados?
- O senhor promete não brigar? – Eu disse sorrindo
- Já vi que a coisa é séria!
- Não é, não! Mas é que a Maman fez o maior escândalo!
- Mas tua mãe sempre faz escândalo por tudo, bebê!
- Carlos! – Maman deu um tapa na cabeça de Papa.
- Bom, Papa, é simples, nós estamos assim por que estávamos em Fortaleza.
- Como assim, Antoine?
- Eu disse para o senhor não ficar com raiva!
- E a universidade? E o hospital? Como vocês jogaram tudo para o ar e foram para Fortaleza no meio do semestre?
- Calma! Nós pegamos a Semana Santa, não perdi aulas, na verdade eu perdi uma ou duas, mas eu conversei com os professores antes de viajar e eles vão passar uns trabalhos para suprir minha ausência. O Bruno também não deixou o hospital, ele pediu alguns dias de folga, portanto, não fizemos nenhuma loucura.
- Ah, se é assim, tudo bem!
Nós ficamos até tarde conversando lá em casa, Maman insistiu para que nós dormíssemos lá, mas eu não aceitei e resolvi voltar para a casa do Bruno. Graças a Deus tudo correu super bem no jantar, Papa como já sabia da minha opção sexual não foi contra o nosso namoro, ele sabia que se eu não estava mais com o Thiago, uma hora eu apareceria com outro namorado para lhe apresentar. E como era o Bruno, e minha família sempre gostou muito dele, então as coisas foram ainda mais fáceis.
- Amor, quando tu compraste essas alianças? – Eu perguntei enquanto voltávamos para casa.
- Eu as encomendei antes de viajarmos e hoje à tarde eu fui busca-las, por isso eu não quis ir ao jogo com vocês.
- Mas como tu mentes bem, doutor! Eu não desconfiei de nada!
- Na verdade o Dudu me ajudou, ele criou esse jogo só para te tirar de dentro de casa.
- Safados! Vocês são muito safados! E o cretino ainda me pede para contar pra ele como foi o jantar, mas ele já sabia de tudo. Esse filho da mãe me paga!
- Deixa de ser bobo, amor! Ele só me ajudou!
- Hum...
- Gostou da aliança?
- Eu não gostei, eu amei! Ela é linda!
- Tu que és lindo!
- E tu não ficas atrás, né? Tu és mais lindo ainda.
- Agora eu quero que todo mundo saiba que estamos juntos.
- Eu também!
- Como será que teus amigos vão reagir?
- Não sei! Mas pela primeira vez não estou me importando com a opinião deles, quem realmente gostar de mim vai me entender, quem não gostar eu faço questão que se afaste.
- Eu gosto de ver toda essa tua segurança, sabia?
- Amor, mudando de assunto, eu posso te fazer uma pergunta que talvez seja desagradável?
- Pode!
- E teus pais? Eles sabem ou vão saber?
- Eles não se importam com isso, Antoine! Nunca se importaram e não vai ser agora que vão se importar. Para eles com quem eu estou ou deixo de estar não importa, o fato de eu sempre estar com um homem que importa. Então, não faço a mínima questão de contar para eles.
- Tu tens raiva deles?
- Eu não sei te dizer o que eu sinto – eu percebi que ele apertou o volante com força – mas tenho certeza que não é algo positivo.
- Eles moram onde?
- Em Belém...
- Tu tens irmãos?
- Tenho!
Eu percebi que ele não queria falar sobre esse assunto e resolvi me calar. Nós fomos em total silencio até chegarmos em casa.
- Eu vou tomar um banho, tá? – eu disse quando entramos no apartamento.
- Desculpa, tá?
- Pelo o quê?
- Por não te contar mais sobre minha família, é que esse assunto não é um dos meus favoritos.
- Não te preocupas, Bruno, quando tu te sentires à vontade para contar sobre esse assunto tu falas.
- Não é que eu não me sinta à vontade contigo, Antoine, é só que eu não gosto de falar daquele povo. Mas eu quero que tu saibas...
- Da tua família...
- Não, eles deixaram bem claro quando me expulsaram da vida deles que eu não fazia parte da família deles. Os únicos que são adorados pelos meus pais são meus dois irmãos “heteros convictos” – Ele disse fazendo aspas com os dedos.
- Como assim “heteros convictos”? – Eu disse o imitando.
- Eles dizem ser heteros, mas eu já peguei os dois no maior amaço com uns caras em uma casa de shows.
- E por isso tu tens raiva? Tens raiva dos teus pais aceitarem teus irmãos e a ti não.
- Eles não aceitam meus irmãos, eles não sabem das aventuras deles. Eu fui o único que resolvi mostrar quem eu sou de verdade.
- Amor, por que eles foram para Belém?
- Na verdade, nós somos de lá, quer dizer meus pais são de lá. Meu pai trabalha no banco “...” e antes da minha mãe me ter ele foi transferido aqui para Macapá, ele foi responsável por uma das primeiras agencias desse banco, aqui. Quando eu contei à eles minha opção sexual, meu pai me bateu tanto, mas tanto que eu resolvi sair de casa. Eles não me expulsaram de casa, mas eu não iria morar com aquele povo. Esse era o ano que eu faria vestibular, então, na época, eu tinha um grande amigo que estudava na mesma sala que eu na escola. Ele era gay também, ele conversou com os pais dele e eles me deixaram ficar com eles até o final do ano, nós já estávamos em agosto. Eu comecei a vender bala nos transportes públicos para poder pagar minha passagem para São Paulo, pois eu prestaria vestibular na USP. Enquanto eu estudava de manhã no Ensino Médio, a tarde eu fazia cursinho (nessa época tinha um cursinho gratuito aqui em Macapá, e era nesse que ele fazia) à tarde e à noite eu vendia minhas balas nos ônibus. Eu sempre encontrava com minha família, pois meu amigo morava no mesmo bairro que eles. Eles passavam por mim e fingiam que não me conheciam, meus irmãos passavam por mim e me ofendiam. Na época eu só tinha 16 anos e eu sofria muito com aquilo, mas nada me abalou. Eu estudava até tarde da madrugada. Juntando todo o dinheiro que eu consegui vendendo as balas eu consegui comprar uma passagem só de ida para São Paulo. Os pais do meu amigo ainda me deram um pouco de dinheiro para eu me manter por alguns dias lá em São Paulo. Eu viajei para São Paulo, fiz o vestibular e passei. Eu sofri demais naquela cidade, eu não tinha onde ficar e até eu encontrar as famosas republicas de estudantes, até na rua eu dormi. Eu soube que assim que eu viajei para São Paulo, meu pai pediu transferência para Belém e ele está até hoje lá. Eu não tenho contato com eles, não tenho e-mail, não tenho telefone, não tenho nada, nenhuma informação sequer. A única que eu vejo às vezes é minha tia, que mora aqui, mas essa finge que não me conhece também. Bom, mas no fim, eu consegui concluir meu curso de Medicina, com muito esforço pois eu não tinha dinheiro para comprar meus materiais e hoje eu estou aqui, contigo e feliz. Não quero aquele povo na minha vida novamente.
Depois de tudo isso eu entendi o motivo dele sentir raiva da família e de não querer falar sobre aquele assunto. Ele contou tudo isso chorando, essa era, com certeza, uma ferida que estava longe de se cicatrizar.
- Não chora, amor! – Eu disse limpando suas lágrimas e o abraçando, estávamos na sala do apartamento dele.
- Agora tu já sabes o motivo de eu não querer falar sobre eles.
- Desculpa fazer tu reviveres tudo isso.
- Eu queria te contar há muito tempo, mas não tinha coragem e nem oportunidade.
- Eu te amo, viu? Não esquece que tu ganhaste uma nova família! Agora tu tens pai, mãe e irmãos. Tenho certeza que meus irmãos vão gostar de ti.
- Teus pais são demais, sabia? Eu quase choro naquela hora que eles falaram que eu sou como um filho para eles.
- Eu sei, amor! Eu percebi! Viu só, me ganhou e ainda veio uma família de brinde.
- Eu não podia querer algo melhor que isso.
Eu me afastei um pouco dele e nós ficamos nos olhando. De repente, nasceu uma vontade louca em nos dois, dava pra ver a chama em nossos olhos, tenho certeza disso. Nós nos beijamos avidamente, deixamos aquela tristeza de lado e fomos aos beijos para o quarto e no caminho íamos tirando toda a roupa. Nós chegamos só de cueca na cama e para nos livrarmos delas foi bem rápido. Nós transamos duas vezes aquela noite e como de costume dormimos abraçados e eu com a cabeça no peito do Bruno.